sábado, 30 de abril de 2022
domingo, 24 de abril de 2022
sábado, 23 de abril de 2022
Esquecimento do passado / Forgetfulness of the Past.
392. Por que
perde o Espírito encarnado a lembrança do seu passado?
Não pode o
homem, nem deve, saber tudo. Deus assim o quer em sua sabedoria. Sem o véu que
lhe oculta certas coisas, ficaria ofuscado, como quem, sem transição, saísse do
escuro para o claro. Esquecido de seu passado, ele é mais ele mesmo. ”
393. Como pode o
homem ser responsável por atos e resgatar faltas de que se não lembra? Como
pode aproveitar da experiência de vidas de que se esqueceu? Concebe-se que as
tribulações da existência lhe servissem de lição, se se recordasse do que as
tenha podido ocasionar. Desde que, porém, disso não se recorda, cada existência
é, para ele, como se fosse a primeira e eis que então está sempre a recomeçar.
Como conciliar isto com a justiça de Deus?
“Em cada nova
existência, o homem dispõe de mais inteligência e melhor pode distinguir o bem
do mal. Onde o seu mérito se se lembrasse de todo o passado? Quando o Espírito
volta à vida primitiva (a vida espírita), diante dos olhos se lhe estende toda
a sua vida pretérita. Vê as faltas que cometeu e que deram causa ao seu sofrer,
assim como de que modo as teria evitado. Reconhece justa a situação em que se
acha e busca então uma existência capaz de reparar a que vem de transcorrer.
Escolhe provas análogas às de que não soube aproveitar, ou as lutas que
considere apropriadas ao seu adiantamento e pede a Espíritos que lhe são
superiores que o ajudem na nova empresa que sobre si toma, ciente de que o
Espírito que lhe for dado por guia nessa outra existência se esforçará pelo
levar a reparar suas faltas, dando-lhe uma espécie de intuição das em que
incorreu. Tendes essa intuição no pensamento, no desejo criminoso que
frequentemente vos assalta e a que instintivamente resistis, atribuindo, as
mais das vezes, essa resistência aos princípios que recebestes de vossos pais,
quando é a voz da consciência que vos fala. Essa voz, que é a lembrança do
passado, vos adverte para não recairdes nas faltas de que já vos fizestes
culpados. Na nova existência, se sofre com coragem aquelas provas e resiste, o
Espírito se eleva e ascende na hierarquia dos Espíritos, ao voltar para o meio
deles.”
Não temos, é
certo, durante a vida corpórea, lembrança exata do que fomos, nem do bem ou do
mal que fizemos, em anteriores existências; mas temos de tudo isso a intuição,
sendo as nossas tendências instintivas uma reminiscência do passado. E a nossa
consciência, que é o desejo que experimentamos de não reincidir nas faltas já
cometidas, nos concita a resistir àqueles pendores.
394. Nos mundos
mais elevados do que a Terra, onde os que os habitam não se veem premidos pelas
necessidades físicas, pelas enfermidades que nos afligem, os homens compreendem
que são mais felizes do que nós? Relativa é, em geral, a felicidade.
Sentimo-la, mediante comparação com um estado menos ditoso. Visto que, em
definitivo, alguns desses mundos, se bem melhores do que o nosso, ainda não
atingiram o estado de perfeição, seus habitantes devem ter motivos de
desgostos, embora de gênero diverso dos nossos. Entre nós, o rico, conquanto
não sofra as angústias das necessidades materiais, como o pobre, nem por isso
se acha isento de tribulações, que lhe tornam amarga a vida. Pergunto então: Na
situação em que se encontram, os habitantes desses mundos não se consideram tão
infelizes quanto nós, na em que nos vemos, e não se lastimam da sorte, olvidados
de existências inferiores que lhes sirvam de termos de comparação?
“Cabem aqui duas
respostas distintas. Há mundos, entre os de que falas, cujos habitantes guardam
lembrança clara e exata de suas existências passadas. Esses, compreendes, podem
e sabem apreciar a felicidade de que Deus lhes permite fluir. Outros há, porém,
cujos habitantes, achando-se, como dizes, em melhores condições do que vós na
Terra, não deixam de experimentar grandes desgostos, até desgraças. Esses não
apreciam a felicidade de que gozam, pela razão mesma de se não recordarem de um
estado mais infeliz. Entretanto, se não a apreciam como homens, apreciam-na
como Espíritos.”
No esquecimento
das existências anteriormente transcorridas, sobretudo quando foram
amarguradas, não há qualquer coisa de providencial e que revela a sabedoria
divina? Nos mundos superiores, quando a sua recordação já não passa de um
pesadelo longínquo, é que as vidas desgraçadas se apresentam à memória. Nos
mundos inferiores, a lembrança de todas as que se tenham sofrido não agravaria
as infelicidades presentes? Concluamos, pois, daí que tudo o que Deus fez é
perfeito e que não nos toca criticar-lhe as obras, nem lhe ensinar como deveria
ter regulado o universo.
Gravíssimos
inconvenientes teria o nos lembrarmos das nossas individualidades anteriores.
Em certos casos, humilhar-nos-ia sobremaneira. Em outros nos exaltaria o
orgulho, peando-nos, em consequência, o livre-arbítrio. Para nos melhorarmos,
dá-nos Deus exatamente o que nos é necessário e basta: a voz da consciência e
os pendores instintivos. Priva-nos do que nos prejudicaria. Acrescentemos que,
se nos recordássemos dos nossos precedentes atos pessoais, igualmente nos
recordaríamos dos relativos aos outros homens, do que resultariam talvez os
mais desastrosos efeitos para as relações sociais. Nem sempre podendo
honrar-nos do nosso passado, melhor é que sobre ele um véu seja lançado. Isto
concorda perfeitamente com a doutrina dos Espíritos acerca dos mundos
superiores à Terra. Nesses mundos, onde só reina o bem, a reminiscência do
passado nada tem de penosa. Tal a razão por que neles as criaturas se lembram
da sua antecedente existência, como nos lembramos do que fizemos na véspera.
Quanto à estada que se possa ter feito em mundos inferiores, não passará então,
como já dissemos, de mau sonho.
395. Podemos ter
algumas revelações a respeito de nossas vidas anteriores?
“Nem sempre.
Contudo, muitos sabem o que foram e o que faziam. Se se lhes permitisse dizê-lo
abertamente, extraordinárias revelações fariam sobre o passado.”
396. Algumas
pessoas julgam ter vaga recordação de um passado desconhecido, que se lhes
apresenta como a imagem fugitiva de um sonho, que em vão se tenta reter. Não há
nisso simples ilusão?
“Algumas vezes é
uma impressão real; mas também, frequentemente, não passa de mera ilusão,
contra a qual precisa o homem pôr-se em guarda, porquanto pode ser efeito de
superexcitada imaginação.”
397. Nas
existências corpóreas de natureza mais elevada do que a nossa, é mais clara a
lembrança das anteriores?
“Sim, à medida
que o corpo se torna menos material, com mais exatidão o homem se lembra do seu
passado. Esta lembrança, os que habitam os mundos de ordem superior a têm mais
nítida.”
398. Sendo os
pendores instintivos uma reminiscência do seu passado, dar-se-á que, pelo
estudo desses pendores, seja possível ao homem conhecer as faltas que cometeu?
“Até certo
ponto. É preciso, porém, levar em conta a melhora que se possa ter operado no
Espírito e as resoluções que ele haja tomado na erraticidade. Pode suceder que
a existência atual seja muito melhor que a precedente.”
a) – Poderá
também ser pior, isto é, poderá o Espírito cometer, numa existência, faltas que
não praticou na precedente?
“Depende do seu
adiantamento. Se não souber triunfar das provas, poderá ser arrastado a novas
faltas, consequentes à posição que escolheu. Mas, em geral, essas faltas
denotam antes um estacionamento que uma retrogradação, porquanto o Espírito é
suscetível de se adiantar ou de parar, nunca, porém, de retroceder.”
399. Sendo as
vicissitudes da vida corporal expiação das faltas do passado e, ao mesmo tempo,
provas com vistas ao futuro, seguir-se-á que da natureza de tais vicissitudes
se possa inferir de que gênero foi a existência anterior?
“Muito amiúde é
isso possível, pois que cada um é punido naquilo por onde pecou. Entretanto,
não há que tirar daí uma regra absoluta. As tendências instintivas constituem
indício mais seguro, visto que as provas por que passa o Espírito são
determinadas tanto pelo que respeita ao passado, quanto pelo que toca ao
futuro.”
Chegando ao
termo que a Providência lhe assinou à vida na erraticidade, o próprio Espírito
escolhe as provas a que deseja submeter-se para apressar o seu adiantamento,
isto é, escolhe o gênero de existência que acredita ser o mais próprio a lhe
fornecer os meios de adiantar-se, e tais provas estão sempre em relação com as
faltas que lhe cumpre expiar. Se delas triunfa, eleva-se; se sucumbe, tem que
recomeçar.
O Espírito goza
sempre do livre-arbítrio. Em virtude dessa liberdade é que escolhe, quando
desencarnado, as provas da vida corporal e que, quando encarnado, decide fazer
ou não fazer certas coisas, procedendo à escolha entre o bem e o mal. Negar ao
homem o livre-arbítrio seria reduzi-lo à condição de máquina.
Mergulhando na
vida corpórea, perde o Espírito, momentaneamente, a lembrança de suas
existências anteriores, como se um véu as cobrisse. Todavia, conserva algumas
vezes vaga consciência dessas vidas, que, em certas circunstâncias, lhe podem
mesmo ser reveladas. Esta revelação, porém, só os Espíritos superiores lha
fazem, espontaneamente, com um fim útil, nunca para satisfazer a vã
curiosidade.
As existências
futuras, essas em nenhum caso podem ser reveladas, pela razão de que dependem
do modo por que o Espírito se sairá da existência atual e das escolhas que
ulteriormente faça.
O esquecimento
das faltas praticadas não constitui obstáculo à melhoria do Espírito,
porquanto, se é certo que este não se lembra delas com precisão, não menos
certo é que a circunstância de as ter conhecido na erraticidade e de haver
desejado repará-las o guia por intuição e lhe dá a ideia de resistir ao mal,
ideia que é a voz da consciência, tendo a secundá-la os Espíritos superiores
que o assistem, se atende às boas inspirações que lhe dão.
O homem não
conhece os atos que praticou em suas existências pretéritas, mas pode sempre
saber qual o gênero das faltas de que se tornou culpado, e qual era o cunho
predominante do seu caráter. Basta estudar-se a si mesmo, e poderá julgar do
que foi, não pelo que é, mas pelas suas tendências.
As vicissitudes
da vida corpórea constituem expiação das faltas do passado e, simultaneamente,
provas com relação ao futuro. Depuram-nos e elevam-nos, se as suportamos
resignados e sem murmurar.
A natureza
dessas vicissitudes e das provas que sofremos também nos pode esclarecer acerca
do que fomos e do que fizemos, do mesmo modo que neste mundo julgamos dos atos
de um culpado pelo castigo que lhe inflige a lei. Assim, o orgulhoso será
castigado no seu orgulho, mediante a humilhação de uma existência subalterna; o
mau rico e o avarento, pela miséria; o que foi cruel para os outros, pelas
crueldades que sofrerá; o tirano, pela escravidão; o mau filho, pela ingratidão
de seus filhos; o preguiçoso, por um trabalho forçado, etc.
O Livro dos
Espíritos – Allan Kardec.
392. Why does an
incarnate spirit forget its past? “Human beings cannot and must not know
everything. God, out of Divine wisdom, has willed this to be so. Without the
veil that hides things from our view, we would be overwhelmed, like someone who
suddenly goes from darkness to light. By forgetting our past, we are able to be
ourselves more fully.”
393. How can
human beings be held accountable for their actions and atone for their faults
when they have absolutely no recollection of them? How can they proft from the
experience acquired in lives that they have forgotten? The trials and
tribulations of life could teach them some sort of lesson if they remembered
the behavior that has brought them upon them. If they forget everything, each
new existence is like the frst, and they must start from scratch. How can this
be reconciled with the justice of God?
“With each new
existence human beings become more intelligent, and better able to distinguish
between good and bad. If they remembered their entire past, where would their
merit be? When spirits reenter their original life, the spirit life, their
entire past unfurls before them. They see the faults that they have committed,
the cause of all their suffering, and they also see what would have prevented
these faults. They understand the justice of their situation, and they seek a
new existence to repair the mistakes of their most recent life. They ask for
new trials equivalent to those in which they have failed, or that they feel
will likely aid their advancement. They ask superior spirits to support them in
the new task that they are about to undertake, because they know that their
guides will strive to help them shed their faults by giving them a sort of
intuition of those they have committed in the past. This intuition is the foul
thought that often tempts you and that you instinctively resist.
While you
attribute this resistance to the principles you have learned from your parents,
it is actually due to your conscience. That voice is the recollection of your
past, warning you not to be ensnared by the same traps into which you have
already fallen. Those who undergo the trials of a new existence with strength
and courage, and resist the temptation to do wrong, rise in the spirit
hierarchy to a higher ranking, which they will assume upon their return.” While
we do not precisely recall who we have been, and the good or bad that we have
done in our past lives, we have the intuition of our past in the instinctive
predispositions that our conscience warns us to resist. Our conscience is the
desire we have conceived to avoid repeating our past faults in the future.
394. On worlds
that are more advanced than ours, where beings are not subject to all our
physical needs and infrmities do they understand that they are happier than we
are? Happiness is usually relative and it is felt in comparison with a state
that is less happy. As some of those worlds have not reached perfection,
despite being better than ours, their inhabitants must have their own troubles.
While wealthy people here might not endure the physical poverty that tortures
the poor, they are still victims to other kinds of troubles that embitter their
lives. Thence, I would ask if the inhabitants of those other worlds consider
themselves to be just as unhappy, according to their standard of happiness, as
we consider ourselves to be according to ours? Do they complain of their fate,
since they do not recall their inferior lives to serve as a standard of
comparison?
“There are two
different answers to this question. In some worlds, the inhabitants have a very
clear memory of their past lives, and therefore can and do appreciate the
happiness that God permits them to enjoy. However, there are others where the
inhabitants, despite living in better conditions than you, are still subject to
great troubles and much unhappiness. They do not appreciate their lives because
they have no recollection of a worse existence. Although they do not appreciate
those conditions as men and women, they appreciate them as spirits.”
The unconsciousness
of our past lives, especially when painful, is somewhat providential and
reveals the divine wisdom. The recollection of our painful past lives is
nothing more than the vague memory of a bad dream when they are fnally
permitted to reenter our memory in superior worlds. The painfulness of present
suffering, in lower worlds, would be greatly aggravated by the memory of all
the misery we may have experienced in the past. This allows us to conclude that
everything that God has made is well-made, and it is not up to us to fnd fault
with God’s works, or decide how God should regulate the universe.
The memory of
our past lives would present many serious disadvantages. In some cases, it
would cause cruel humiliation, while in others it might prompt pride that would
hamper our free will. God has given us just what is necessary and suffcient for
us to improve ourselves: the voice of our conscience and our instinctive
predispositions. God keeps anything that would be a source of injury away from
us. Let us add that if we preserved the memory of our former personalities and
actions, we would also remember those of other people. This knowledge would
have a disastrous effect on our social relations. We do not always have a
reason to be proud of our past, it is better that it is hidden. This concept is
in perfect harmony with the statements of spirits about the worlds that are
more evolved than ours. In those worlds, where moral excellence reigns, there
is nothing painful in recalling the past, and the inhabitants of those happier
worlds remember their past lives as we remember what we did yesterday. The
visits that they may have made to lower worlds are nothing more than a vague
nightmare.
395. Can we
obtain any revelations regarding our past lives?
“Not always. Many persons know who they were and what they did. If they could speak freely, they would make curious revelations about the past.”
396. Some people
believe that they have a vague memory of an unknown past, which presents itself
as a feeting image from a dream that one tries to recall in vain. Is this
belief only an illusion?
“Sometimes it is
real, but it is often an illusion that is merely the effect of an overactive
imagination.”
397. Is the
recollection of past lives more exact when the physical life experience is of a
more elevated nature than ours?
“Yes, the
incarnate spirit remembers them more clearly because the body is less material.
The remembrance of the past is always clearer in those who inhabit higher
worlds.”
398. As our
instinctive predispositions are refections of our past lives, can we determine
the faults we have committed in the past by analyzing these predispositions?
“Of course, up
to a certain point. We would also have to take into account the improvement
that out spirit may have earned and the resolutions made while in an errant
state in the spiritual realm. Our present life may be much better than our
previous one.”
a) Could it be
worse? Could some individuals commit faults in a subsequent existence that they
did commit in the previous one?
“That depends on
their advancement. If they were unable to resist temptation, they might commit
new faults as consequences of the circumstances they chose. Such faults might
indicate a stationary rather than a regressive state, because a spirit never
regresses and can only advance or remain stationary.”
399. As the
hardships of physical life are atonement for past faults and lessons for the
future, can we infer the character of our prior existence from these
variations? “This is done frequently, since the nature of the atonement
incurred always corresponds to the fault committed. Nevertheless, this should
not be considered an absolute rule. Instinctive predispositions provide a more
certain indication, as the trials suffered by a spirit are as much for the
future as for the past.”
When a spirit
has reached the end of its errant life assigned by God, it chooses the trials
that it will suffer to accelerate its progress, meaning the kind of existence
that it believes will most likely yield the means of advancing. The trials of
this new life always correspond to the faults for which it must make amends. If
the spirit succeeds in this new struggle, it rises and if it fails, that spirit
must try again.
Spirits always possess free will. This free will allows them to choose the trials they elect to endure in the physical life, and as incarnates, in a human body, it allows them to deliberate whether they will do something or not, ultimately choosing between good and bad. To deny humanity’s free will would be to reduce human beings to the status of mere machines.
Upon returning
to the physical life, a spirit temporarily forgets its past existences, as
though a veil hid them. Sometimes it manages to grasp a vague perception of
them, and they may be revealed under certain circumstances, but this only
occurs if decided by higher spirits. They spontaneously make this revelation
for some useful end, and never solely for satisfying idle curiosity.
A spirit’s
future lives can never be revealed during the physical life, because these
future lives are dependent upon the manner in which the spirit lives its
present existence and the choices it makes.
Temporary
unawareness of the faults it has committed is no obstacle to a spirit’s
improvement because the knowledge the spirit had of them when in the errant
state and the desire it felt to repair them guide it intuitively, inspiring
that spirit to resist evil temptations. This is the voice of its conscience and
is supported by the spirits who assist it, if it follows their suggestions.
Although
incarnates do not exactly know their former actions, they always know the kind
of faults they have been guilty of committing and the dominant aspects of their
characters. They only need to study themselves in order to know what they have
been, not by what they are now, but by their predispositions.
The trials of
physical life are both atonements for past faults and trials designed to make
us better for the future. They purify and elevate, provided that we submit to
them. The nature of the trials and tribulations that we have to endure may also
enlighten us in regard to what we have been and what we have done, just as we
deduce the crimes of a convict based on the penalty given to him by law. Thus,
those who have sinned by pride are punished by the humiliation of an inferior
standing, the self-indulgent and greedy by poverty, the hard-hearted by the
cruelties they will suffer, tyrants by slavery, bad sons by the ingratitude of
their own children, the idle by subjection to hard and relentless labor, and so
on.
THE SPIRITS'
BOOK – Allan Kardec.
sábado, 16 de abril de 2022
Maljunaj cerboj restas funkciantaj
Estas vaste
konata supozo ke la cerboj en alta aĝo ne plu ĝuste funkcias. Esploristoj
prilumigis tion kaj atingis mirindajn rezultojn.
La homa cerbo en
alta aĝo ne laboras pli malbone ol dum junaĝo, nur pli malrapide. Tion eltrovis
sciencistoj en la germana universitata urbo Tübingen helpe de komputilaj
modeloj. La modelo povas analizi homan konduton ĉe testoj por la pritakso de
memorkapablo. "La malrapidiĝo en alta aĝo ne okazas pro malkresko de la
funkcikapablo de matura cerbo, sed ĉar dum la kuro de la tempo amasiĝas pli da
scio", klarigas lingvisto de la universitato de Tübingen.
Por la analizo
la komputilo estis unue nutrita kun nur malmultaj datumaroj. Tiam ĝia
memorkapablo estis komparebla kun tiu de gejunuloj. Pli poste oni uzis tre
grandajn datumarojn por simuli la sperton de tuta vivo. En tiu kazo la
memorkapablo korespondis al tiu de plenkreskulo. "En tiu lasta kazo la
kapablo de la komputilo ne estis malkreskinta, ĝi nur bezonis pli longe ĉar
esence pli da informoj devis esti prilaborataj", daŭrigas la lingvisto kaj
tuj aldonas ekzemplon por tio. Se oni serĉas libron sur librobretaro kun 200
libroj, tiam fine tio ankaŭ daŭras pli longe ol se oni devas traserĉi 20
librojn.
Krome la
esploristoj konstatis ke la testoj pri vortotrezoro kiel ili estas uzataj en
studoj pri maljuneco, konsiderinde subtaksas la grandecon de vortotrezoro. La
kaŭzoj por la pli longa serĉodaŭro ĉe plenkreksuloj en la analizoj ĝis nun ne
estis sufiĉe enkalkulitaj. Spertoj kiuj kolektiĝas dum vivo, enorme
pligrandigas la spacon de memoro kiu devas esti traserĉata ĉe enketo al la
komputilo.
Surbaze de la
rezultoj la sciencistoj pluiras eĉ unu paŝon. Ili opinias ke altaĝaj homoj
regas la alkreskon de scio pli bone ol gejunuloj.
Mi emas konsenti
kun tiuj rezultoj. Certe ankaŭ mia cerbo nun funkcias pli malrapide ol dum mia
junaĝo, sed mi unuflanke senŝarĝigas mian cerbon forgesante superfluajn
informojn kaj aliflanke mi alimaniere uzas la kapaciton de mia cerbo. Mi
strebas aŭtomatizi laŭeble multajn aferojn. Do ekzemple la ĉiutaga laboro por
la RetRadio grandparte okazas sufiĉe aŭtomate. Alia ekzemplo estas la ĉiutaga preparado de la matenmanĝo
por mia edzino. Tio ja devas okazi kiam mi estas ankoraŭ duone dormanta.
Do la respondo
estas sufiĉe simpla: Ju pli oni posedas, des pli bone oni devas mastrumi tion.
Tio validas ankaŭ por la cerbo.
https://esperantaretradio.blogspot.com/2022/01/maljunaj-cerboj-restas-funkciantaj.html
Vida Feliz CXI (Exame de consciência / Ekzameno de konscienco).
Faze um exame de consciência, quando
possas e quantas vezes te seja viável.
Muitas queixas e reclamações
desapareceriam se o descontente analisasse melhor o próprio comportamento.
Sempre se vê o problema na outra pessoa
e o erro estampado no semblante do outro.
Normalmente, quando alguém te cria
dificuldades e embaraços está reagindo contra a tua conduta, à forma como te
expressaste e à maneira como agiste.
Tem a coragem de examinar-te com mais
severidade, rememorando atitudes e palavras. Ao descobrires erros, apressa-te
em corrigi-los; busca aquele a quem magoaste e recompõe a situação.
Não persevere em erro, seja qual for a
justificação.
FRANCO, Divaldo Pereira. Vida Feliz.
Pelo Espírito Joanna de Ângelis. 18.ed. LEAL, 2015. Capítulo 111.
Ekzamenu vian konsciencon, kiam vi povos
kaj kiel eble plej ofte.
Multaj plendoj kaj protestoj malaperus,
se la malkontenta plibone analizus sian propran konduton.
Ĉiam oni vidas la ploblemon en la alia
persono kaj la eraron stampitan sur ties vizaĝo.
Ordinare, kiam iu kreas al vi
malfacilaĵon kaj embarasojn, li reagas kontraŭ via konduto, laŭ tio, kiel vi
parolis aŭ agis.
Havu kuraĝon ekzameni bin pli severe,
rememoras te sintenadojn kaj parolojn. Konstatante erarojn, tuj korektu ilin,
serĉu tiun, kiun vi ofendis, kaj rebonigu la situacion.
Ne restu en eraro, kia ajn estas la
pravigo
Libro: Vivo Feliĉa.
Joanna de Ângelis / Divaldo Franco.
Simpatias e antipatias terrenas / Earthly Sympathies and Antipathies / Surteraj simpatioj kaj antipatioj.
386. Podem dois seres que se conheceram e estimaram encontrar-se noutra existência corporal e reconhecer-se?
“Reconhecer-se,
não. Podem, porém, sentir-se atraídos um para o outro. E, frequentemente,
diversa não é a causa de íntimas ligações fundadas em sincera afeição. Um do
outro dois seres se aproximam devido a circunstâncias aparentemente fortuitas,
mas que na realidade resultam da atração dos dois Espíritos, que se buscam
reciprocamente por entre a multidão.”
a) – Não lhes
seria mais agradável reconhecerem-se?
“Nem sempre. A
recordação das passadas existências teria inconvenientes maiores do que
imaginais. Depois de mortos, reconhecer-se-ão e saberão que tempo passaram
juntos.” (392.)
387. A simpatia
tem sempre por princípio um anterior conhecimento?
“Não. Dois
Espíritos que se harmonizem atraem-se naturalmente um ao outro, sem que se
tenham conhecido como homens.”
388. Os
encontros, que costumam dar-se, de algumas pessoas, e que comumente se atribuem
ao acaso, não serão efeito de uma certa relação de simpatia?
“Entre os seres
pensantes há ligações que ainda não conheceis. O magnetismo é o piloto desta
ciência, que mais tarde compreendereis melhor.”
389. E a
repulsão instintiva que se experimenta à primeira vista por algumas pessoas,
donde se origina?
“São Espíritos
antipáticos que se adivinham e reconhecem, sem se falarem.”
390. A antipatia
instintiva é sempre sinal de natureza má?
“De não
simpatizarem um com o outro, não se segue que dois Espíritos sejam
necessariamente maus. A antipatia, entre eles, pode derivar de diversidade no
modo de pensar. À proporção, porém, que se forem elevando, essa divergência irá
desaparecendo e a antipatia deixará de existir.”
391. A antipatia
entre duas pessoas nasce primeiro na que é pior, ou na que é melhor?
“Numa e noutra
indiferentemente, mas distintas são as causas e os efeitos nas duas. Aquela
cujo Espírito é mau antipatiza com quem quer que a possa julgar e desmascarar.
Ao ver pela primeira vez uma pessoa, logo sabe que vai ser censurada. Seu
afastamento dessa pessoa se transforma em ódio, em inveja e lhe inspira o
desejo de praticar o mal. Aquela cujo Espírito é bom sente repulsão pelo mau,
por saber que este o não compreenderá e porque díspares dos dele são os seus
sentimentos. Entretanto, seguro da sua superioridade, não alimenta ódio, nem
inveja contra o outro. Limita-se a evitá-lo e a lastimá-lo.”
O Livro dos
Espíritos – Allan Kardec.
386. Could two
beings, who have already known and loved each other, meet in another corporeal
existence and recognize each other?
“They may not
recognize each another, but they might be attracted to each other. The
attraction stemming from the ties of a former life is often the cause of the
most intimate unions. In your world, two people are drawn together by
circumstances that seem to be chance, but are really due to the attraction of
two spirits who are instinctively looking for each other in the crowd.”
a) Would it not
be better for them to recognize one another?
“Not always. The
recollection of past lives would have more disadvantages than you think. After
death they will recognize one another, and then reminisce over the time they
spent together.” (See no. 392)
387. Is sympathy
always the result of past intimacy?
“No, two
harmonious spirits naturally seek one another, without having been acquainted
as human beings.”
388. Could the
meetings that sometimes take place between two people be the effect of a
sympathetic relationship rather than chance?
“There are bonds
between intelligent beings that are unfamiliar to you. Magnetism is the driving
force of this science that you will understand more clearly in the future.”
389. What is
behind the instinctive repulsion sometimes felt between individuals who are
meeting for the frst time?
“They are
antipathetic spirits who can sense each other’s nature, and recognize one
another without ever exchanging words.”
390. Is
instinctive antipathy always the sign of a wicked nature?
“Two spirits are
not necessarily wicked because they are not sympathetic. This hostility may
spring from a difference in their way of thinking. As we ascend, these
differences are erased and their antipathy disappears.”
391. Out of the
two individuals, who initiates the feeling of antipathy, the better or worse
Spirit?
“It may begin in
both, but its causes and effects are different. A bad spirit feels antipathy
against whoever is able to see through it, thus discerning its imperfections.
On seeing such an individual for the frst time, it knows that it will receive
their disapproval. Its repulsion transforms into hatred or jealousy, and
inspires the desire to do harm to the target of its feelings. A good spirit
feels repulsion for a bad spirit because it knows that it will not be
understood, and that they do not share the same thoughts and ideas. As such a
spirit is strong, it feels neither hatred nor jealousy towards the bad spirit,
and is happy to avoid and pity it.”
THE SPIRITS'
BOOK – Allan Kardec.
386. Ĉu du homoj,
kiuj sin reciproke konis kaj amis, povas denove renkontiĝi en alia enkorpa
ekzistado kaj rekoni unu la duan?
“Rekoni unu la
duan, ne; sed sin reciproke altiri, jes; multaj intimaj amikrilatoj, fonditaj
sur sincera korinklino, havas ne alian kaŭzon. Du homoj reciproke alproksimiĝas
pro ŝajne hazardaj cirkonstancoj, sed, vere, pro la altiro de du Spiritoj,
serĉantaj unu la duan en la homamaso.”
— Ĉu estus por
ili pli agrable, se ili sin reciproke rekonus?
“Ne ĉiam; la memoro
pri la pasintaj ekzistadoj kunportus malutilon multe pli gravan, ol kiel vi
supozas. Post la morto ili sen reciproke rekonos kaj scios la tempon, kiun ili
pasigis kune.” (392)
387. Ĉu simpatio
havas ĉiam kiel komencon ian antaŭan konatecon?
“Ne; du Spiritoj, konvenantaj unu al la dua,
sin reciproke serĉas kvazaŭ instinkte, eĉ se ili ne interkonataĝis kiel homoj.”
388. Ĉu niaj
ŝajne hazardaj renkontoj kun iuj personoj ne estas ankaŭ efiko de ia speco de
simpatiorilatoj?
“Estas inter la
pensohavaj estuloj ligiloj, kiujn vi ankoraŭ nekonas. Magnetismo estas la
piloto de tiu scienco, kiun poste vi pli bone komprenos.”
389. El kio
naskiĝas la instinkta abomeno, kiun oni eksentas, ĉe la unua rigardo, kontraŭ
iuj homoj?
“Antipatioj
inter Spiritoj, kiuj sin reciproke divenas kaj rekonas, ne parolante unu al la
dua.”
390. Ĉu la
instinkta antipatio estas ĉiam signo de malbona naturo?
“Du Spiritoj ne
estas nepre malbonaj nur pro tio, ke ili ne simpatias unu la duan; antipatio
povas deveni de nesimileco de pensoj; sed laŭgrade, kiel la Spiritoj altiĝas,
tiuj diferencoj estingiĝas kaj antipatio malaperas.”
391. Ĉu antipatio
inter du personoj burĝonas unue en tiu, kies Spirito estas la pli malbona, aŭ
la pli bona?
“Ĉe ambaŭ, sed
kaŭzoj kaj efikoj estas malsamaj.
Malbona Spirito
antipatias ĉiun, kiu povas lin juĝi kaj senmaskigi; vidante iun, je la unua
fojo, li tuj eksentas, ke tiu persono lin malŝatos; lia forpuŝo fariĝas malamo,
ĵaluzo, kaj sufloras al li la deziron fari al tiu persono malbonon. La bona
Spirito sentas naŭzon kontraŭ la malbona, ĉar li scias, ke ĉi tiu lin ne
komprenos kaj ke ili ne havas komunajn sentojn; sed, forta pro sia supereco, li
ne portas malamon nek ĵaluzon kontrau la malbona: ĉi tiun li nur evitas kaj
bedaŭras.”
La Libro de la
Spiritoj – Allan Kardec.
sexta-feira, 15 de abril de 2022
Preces do Coração - Lourival Lopes.
Ó Deus!
Como criatura
que nasceu da Tua vontade, estou perfeitamente capacitado a vencer os
empecilhos da vida, bastando-me haurir forças em Ti. Por isso, peço-Te me dês a
força a ser usada perante as dificuldades. E gostaria de começar a vencê-las a
partir desta pela frente. Esta dificuldade desafia a minha capacidade,
impacienta-me, retira o meu equilíbrio. Mas, com a força que vem de Ti,
superarei. Se este for daquele tipo de problema cuja solução demanda tempo,
suplico-Te a calma. Só de possuir a calma resolvo a maior parte dele. Manifesto
a Ti, mesmo com esforço, o meu agradecimento por estar perante entraves
difíceis, porque são eles que me treinam a personalidade e me engrandecem o
caráter. Agradeço-Te, sobretudo, a compreensão que adquiri sobre como se manifesta
a Tua vontade a meu respeito. Obrigado! Obrigado!
Livro: Preces do
Coração.
Lourival Lopes.
A felicidade não é deste mundo / La felicità non è di questo mondo.
20. Não sou
feliz! A felicidade não foi feita para mim! exclama geralmente o homem em todas
as posições sociais. Isso, meus caros filhos, prova, melhor do que todos os
raciocínios possíveis, a verdade desta máxima do Eclesiastes: “A felicidade não
é deste mundo.” Com efeito, nem a riqueza, nem o poder, nem mesmo a florida
juventude são condições essenciais à felicidade. Digo mais: nem mesmo reunidas
essas três condições tão desejadas, porquanto incessantemente se ouvem, no seio
das classes mais privilegiadas, pessoas de todas as idades se queixarem
amargamente da situação em que se encontram.
Diante de tal
fato, é inconcebível que as classes laboriosas e militantes invejem com tanta
ânsia a posição das que parecem favorecidas da fortuna. Neste mundo, por mais
que faça, cada um tem a sua parte de labor e de miséria, sua cota de
sofrimentos e de decepções, donde facilmente se chega à conclusão de que a
Terra é lugar de provas e de expiações.
Assim, pois, os
que pregam que ela é a única morada do homem e que somente nela e numa só
existência é que lhe cumpre alcançar o mais alto grau das felicidades que a sua
natureza comporta, iludem-se e enganam os que os escutam, visto que demonstrado
está, por experiência arqui-secular, que só excepcionalmente este globo
apresenta as condições necessárias à completa felicidade do indivíduo.
Em tese geral
pode afirmar-se que a felicidade é uma utopia a cuja conquista as gerações se
lançam sucessivamente, sem jamais lograrem alcançá-la. Se o homem ajuizado é
uma raridade neste mundo, o homem absolutamente feliz jamais foi encontrado.
O em que
consiste a felicidade na Terra é coisa tão efêmera para aquele que não tem a
guiá-lo a ponderação, que, por um ano, um mês, uma semana de satisfação
completa, todo o resto da existência é uma série de amarguras e decepções. E notai,
meus caros filhos, que falo dos venturosos da Terra, dos que são invejados pela
multidão.
Conseguintemente,
se à morada terrena são peculiares as provas e a expiação, forçoso é se admita
que, algures, moradas há mais favorecidas, onde o Espírito, conquanto
aprisionado ainda numa carne material, possui em toda a plenitude os gozos
inerentes à vida humana. Tal a razão por que Deus semeou, no vosso turbilhão,
esses belos planetas superiores para os quais os vossos esforços e as vossas
tendências vos farão gravitar um dia, quando vos achardes suficientemente
purificados e aperfeiçoados.
Todavia, não
deduzais das minhas palavras que a Terra esteja destinada para sempre a ser uma
penitenciária. Não, certamente! Dos progressos já realizados, podeis facilmente
deduzir os progressos futuros e, dos melhoramentos sociais conseguidos, novos e
mais fecundos melhoramentos. Essa a tarefa imensa cuja execução cabe à nova
doutrina que os Espíritos vos revelaram.
Assim, pois,
meus queridos filhos, que uma santa emulação vos anime e que cada um de vós se
despoje do homem velho. Deveis todos consagrar-vos à propagação desse
Espiritismo que já deu começo à vossa própria regeneração. Corre-vos o dever de
fazer que os vossos irmãos participem dos raios da sagrada luz. Mãos, portanto,
à obra, meus muito queridos filhos! Que nesta reunião solene todos os vossos
corações aspirem a esse grandioso objetivo de preparar para as gerações
porvindouras um mundo onde já não seja vã a palavra felicidade.
François-Nicolas-Madeleine,
cardeal Morlot. Paris, 1863.
O Evangelho
Segundo o Espiritismo – Allan Kardec.
20. Io non sono
felice! La felicità non è fatta per me! Grida in genere l'uomo in qualsiasi
posizione sociale si trovi. Ciò, figli miei, dimostra più di qualsiasi
ragionamento la verità di questa massima dell'Ecclesiaste "la felicità non
è di questo mondo". Infatti, né la fortuna né il potere e nemmeno la
fiorente giovinezza sono condizioni essenziali per la felicità. Dirò di più:
non lo sono neppure tutt'e tre riunite queste condizioni tanto invidiate,
giacché, anche nelle classi più privilegiate, si sentono continuamente persone
di tutte le età lamentarsi amaramente della loro condizione di vita.
Di fronte a ciò,
è inconcepibile che le classi laboriose e militanti invidino con tanta
cupidigia la posizione di coloro che la fortuna sembra aver favorito. In questo
mondo ognuno, qualsiasi cosa faccia, ha la sua parte di fatica e di miseria, la
sua parte di sofferenza e di delusioni. Per cui è facile giungere alla
conclusione che la Terra è un luogo di prove e di espiazione.
Perciò coloro
che predicano che la Terra è l'unico luogo di permanenza dell'uomo, e che solo
qui, e in un'unica esistenza, gli è permesso di raggiungere il più alto grado
di felicità che la sua natura comporti, costoro si ingannano e ingannano quanti
danno loro ascolto, considerato che è dimostrato, da un'esperienza più che
secolare, che questo globo non possiede, se non eccezionalmente, le condizioni
necessarie per la completa felicità dell'individuo.
In senso
generale, si può affermare che la felicità, in cerca della quale le generazioni
via via si affannano senza poterla mai raggiungere, è un'utopia. Perché se su
questa Terra l'uomo saggio è una rarità, l'uomo completamente felice lo è
altrettanto.
Ciò in cui
consiste la felicità sulla Terra è una cosa talmente effimera per chi non è guidato
dalla saggezza, che per un anno, un mese, una settimana di completa
soddisfazione, tutto il resto del tempo scorrerà in una sequela di amarezze e
disillusioni. E notate, figli miei, che io parlo degli uomini felici della
Terra, di coloro che sono invidiati dai più.
Di conseguenza,
se la permanenza su questa Terra è destinata alle prove e all'espiazione,
bisogna ben ammettere che esistono altrove dei soggiorni più favoriti, dove lo
Spirito dell'uomo, ancora imprigionato nella materia, fruisce pienamente di
tutte le gioie legate alla vita umana. È per questo che Dio ha seminato nel
vostro sistema planetario i bei pianeti superiori verso i quali i vostri sforzi
e le vostre tendenze vi faranno gravitare un giorno, quando sarete
sufficientemente purificati e perfezionati.
Ciò nondimeno
non deducete dalle mie parole che la Terra sai destinata eternamente alla
penitenza. Assolutamente no! Dai progressi ottenuti voi potrete facilmente
dedurre i progressi futuri e dai vantaggi sociali conquistati, nuovi e più fecondi
miglioramenti. Tale è l'immenso compito che deve compiere la nuova dottrina che
gli Spiriti vi hanno rivelato.
Pertanto, figli
miei, che una santa emulazione vi animi e che ognuno di voi si spogli
decisamente del vecchio uomo. Votatevi tutti alla diffusione dello Spiritismo
che ha già incominciato la vostra stessa rigenerazione. È un dovere fare
partecipi i vostri fratelli dello splendore della sacra luce. All'opera,
dunque, figli miei carissimi! Che in questa riunione solenne tutti i vostri
cuori aspirino allo scopo grandioso di preparare per le future generazioni un
mondo in cui la felicità non sarà solo una vana parola.
Fraçois-Nicolas-Madeleine,
cardinale Morlot, Parigi, 1863.
IL VANGELO
SECONDO LO SPIRITISMO – Allan Kardec.
quinta-feira, 14 de abril de 2022
sábado, 9 de abril de 2022
A infância / Infancy.
379. É tão
desenvolvido, quanto o de um adulto, o Espírito que anima o corpo de uma
criança?
“Pode até ser
mais, se mais progrediu. Apenas a imperfeição dos órgãos infantis o impede de
se manifestar. Obra de conformidade com o instrumento de que dispõe.”
380. Abstraindo
do obstáculo que a imperfeição dos órgãos opõe à sua livre manifestação, o Espírito,
numa criancinha, pensa como criança ou como adulto?
“Desde que se
trate de uma criança, é claro que, não estando ainda nela desenvolvidos, não
podem os órgãos da inteligência dar toda a intuição própria de um adulto ao
Espírito que a anima. Este, pois, tem, efetivamente, limitada a inteligência,
enquanto a idade lhe não amadurece a razão. A perturbação que o ato da
encarnação produz no Espírito não cessa de súbito, por ocasião do nascimento.
Só gradualmente se dissipa, com o desenvolvimento dos órgãos.”
Há um fato de
observação que apoia esta resposta. Os sonhos, numa criança, não apresentam o
caráter dos de um adulto. Quase sempre pueril é o objeto dos sonhos infantis, o
que indica de que natureza são as preocupações do respectivo Espírito.
381. Por morte
da criança, readquire o Espírito, imediatamente, o seu precedente vigor?
“Assim tem que
ser, pois que se vê desembaraçado de seu envoltório corporal. Entretanto, não
readquire a anterior lucidez senão quando se tenha completamente separado daquele
envoltório, isto é, quando mais nenhum laço exista entre ele e o corpo.”
382. Durante a
infância sofre o Espírito encarnado, em consequência do constrangimento que a
imperfeição dos órgãos lhe impõe?
“Não. Esse
estado corresponde a uma necessidade, está na ordem da natureza e de acordo com
as vistas da Providência. É um período de repouso do Espírito.”
383. Qual, para
este, a utilidade de passar pelo estado de infância?
“Encarnando com
o objetivo de se aperfeiçoar, o Espírito, durante esse período, é mais
acessível às impressões que recebe, capazes de lhe auxiliarem o adiantamento,
para o que devem contribuir os incumbidos de educá-lo.”
384. Por que é o
choro a primeira manifestação da criança ao nascer?
“Para estimular
o interesse da genitora e provocar os cuidados de que necessite. Não é evidente
que se suas manifestações fossem todas de alegria, quando ainda não sabe falar,
pouco se inquietariam os que o cercam com os cuidados que lhe são
indispensáveis? Admirai, pois, em tudo a sabedoria da Providência.”
385. Que é o que
determina a mudança que se opera no caráter do indivíduo em certa idade,
especialmente ao sair da adolescência? É que o Espírito se modifica?
“É que o
Espírito retoma a natureza que lhe é própria e se mostra qual era.
“Não conheceis o
que a inocência das crianças oculta. Não sabeis o que elas são, nem o que
foram, nem o que serão. Contudo, afeição lhes tendes, as acariciais, como se
fossem parcelas de vós mesmos, a tal ponto que se considera o amor que uma mãe
consagra a seus filhos como o maior amor que um ser possa votar a outro. Donde
nasce o meigo afeto, a terna benevolência que mesmo os estranhos sentem por uma
criança? Sabeis? Não. É o que vos explicarei.”
“As crianças são
os seres que Deus manda a novas existências. Para que não lhe possam imputar
excessiva severidade, dá-lhes ele todos os aspectos da inocência. Ainda quando
se trata de uma criança de maus pendores, cobrem-lhe as más ações com a capa da
inconsciência. Essa inocência não constitui superioridade real com relação ao
que eram antes, não. É a imagem do que deveriam ser e, se não o são, o
consequente castigo exclusivamente sobre elas recai.
“Não foi,
todavia, por elas somente que Deus lhes deu esse aspecto de inocência; foi
também e sobretudo por seus pais, de cujo amor necessita a fraqueza que as
caracteriza. Ora, esse amor se enfraqueceria grandemente à vista de um caráter
áspero e intratável, ao passo que, julgando seus filhos bons e dóceis, os pais
lhes dedicam toda a afeição e os cercam dos mais minuciosos cuidados. Desde
que, porém, os filhos não mais precisam da proteção e assistência que lhes
foram dispensadas durante quinze ou vinte anos, surge-lhes o caráter real e
individual em toda a nudez. Conservam-se bons, se eram fundamentalmente bons; mas,
sempre irisados de matizes que a primeira infância manteve ocultos.
“Como vedes, os
processos de Deus são sempre os melhores e, quando se tem o coração puro,
facilmente se lhes apreende a explicação.
“Com efeito,
ponderai que nos vossos lares possivelmente nascem crianças cujos Espíritos vêm
de mundos onde contraíram hábitos diferentes dos vossos, e dizei-me como
poderiam estar no vosso meio esses seres, trazendo paixões diversas das que
nutris, inclinações, gostos, inteiramente opostos aos vossos; como poderiam
enfileirar-se entre vós, senão como Deus o determinou, isto é, passando pelo
tamis da infância? Nesta se vêm confundir todos os pensamentos, todos os
caracteres, todas as variedades de seres gerados pela infinidade dos mundos em
que medram as criaturas. E vós mesmos, ao morrerdes, vos achareis num estado
que é uma espécie de infância, entre novos irmãos. Ao volverdes à existência
extraterrena, ignorareis os hábitos, os costumes, as relações que se observam
nesse mundo, para vós, novo. Manejareis com dificuldade uma linguagem que não
estais acostumado a falar, linguagem mais vivaz do que o é agora o vosso
pensamento. (319.)
“A infância
ainda tem outra utilidade. Os Espíritos só entram na vida corporal para se
aperfeiçoarem, para se melhorarem. A delicadeza da idade infantil os torna
brandos, acessíveis aos conselhos da experiência e dos que devam fazê-los
progredir. Nessa fase é que se lhes pode reformar os caracteres e reprimir os
maus pendores. Tal o dever que Deus impôs aos pais, missão sagrada de que terão
de dar contas.
“Assim,
portanto, a infância é não só útil, necessária, indispensável, mas também
consequência natural das leis que Deus estabeleceu e que regem o universo.”
O Livro dos
Espíritos – Allan Kardec.
379. Is the
spirit living in the body of a child as developed as that of an adult?
“Possibly even
more so, if it had progressed farther before reincarnation. The imperfection of
its organs is what prevents the spirit from manifesting itself. It acts according
to the method available to express itself.”
380. During
infancy, despite the imperfection of its organs hindering its full expression,
does a spirit think as a child or an adult?
“While existing
as a child, a spirit’s organs of intelligence do not give it the complete
intuition of an adult as they are not yet fully developed. The individual’s
intellect is narrow in scope, until age has matured his or her reason. The
confusion that accompanies incarnation does not immediately end at birth; it
gradually dissolves with the development of the bodily organs.
Childhood dreams
do not have the same character as those of adults. Their object is almost
always childish, an indication of the nature of a spirit’s thoughts. This is a
perfect example that supports this answer.”
381. When a
child dies, does its spirit immediately regain its former energy?
“It should,
since it is free from its material envelope, but only when the separation is
complete, meaning, when there is no longer any connection between the spirit
and the body.”
382. During
childhood, does an incarnated spirit suffer from the limitation imposed upon it
by the imperfections of its organs?
“No, it is a
required part of the natural order and imposed by Providence. It is a time of
rest for the spirit.”
383. What is the
point of a spirit experiencing childhood?
“The purpose of
incarnation is the improvement of the spirit, and childhood makes a spirit more
open to the impressions it receives. This may contribute to its advancement,
toward which all those responsible for the child’s education and training must
contribute.”
384. Why is
crying the frst sound an infant makes?
“They cry in
order to stimulate the interest of their mothers in them and ensure that they
care for their needs. If children uttered only cries of joy before being able
to speak, those around them would not be overly concerned with their needs.
God’s wisdom should be admired in all designs.”
385. Where does
the change that occurs in its character at a certain age, particularly upon
leaving adolescence, originate? Does the spirit become adapted?
“Upon regaining
consciousness, the spirit appears as it was before incarnation. You do not know
the secrets that are hidden beneath the apparent innocence of children. You do
not know who they are, who they have been, or who they will be. You love and
cherish them regardless, as though they were a part of you. This affection is
so strong that the love of a mother for her children is believed to be the
greatest love that one being can have for another. What is the source of this
sweet affection and tenderness that even strangers feel for a child? Do you
know its origin? That is precisely what I will now explain to you.”
“God sends
children into new lives and gives them all the external appearances of
innocence so that they may not accuse God of being unfairly harsh. Even
children with a propensity to the worst wickedness are concealed by the
unconsciousness of their own acts. This deceptive innocence does not make
children superior to their prior lives. It is merely the image of what they
should be. If they do not match this image, they alone are to blame for the
ensuing atonement.”
“God has not
made children this way solely for themselves. God has also done this because of
the parents, whose love is so necessary for their survival. This essential love
would be greatly reduced if a child’s true shameful nature were on full
display. As parents believe that their children are inherently good and gentle,
they shower them with affection and care. When children no longer need this
assistance, which is given to them for ffteen or twenty years, they reveal
their true characters. Those who are truly good at heart remain good, but even
then their characters reveal many traits that were once hidden. God’s ways are
always for the best, and for the pure in heart, the explanation is always
easy.”
“A child born
among you may have come from a world in which it has acquired habits that are
drastically different from yours. How could this new being, possessing its own
passions, inclinations and tastes, adapt to your world if it came in any other
fashion than the flter of infancy intended by God? This process merges together
all the thoughts, characteristics and types of beings produced by all worlds in
which creatures grow. At death, you fnd yourselves in a type of infancy
surrounded by a new family of brothers and sisters. You are unaware of the
habits, manners and relations of a world that is new to you. You fnd it
diffcult to express yourselves in a language that you are not accustomed to and
that is more vibrant than your thoughts today.” (See no. 319)
“Childhood also
has another purpose. Spirits use the physical life to improve themselves. The
weakness of youth renders them more fexible and open to the advice of those
whose experience should aid their progress. This is how bad predispositions are
repressed, and fawed characters are gradually reformed. This repression and
reformation is a God-given duty for parents, a sacred mission for which parents
are fully accountable. Childhood is not only useful, but indispensable, just
like all of God’s laws that govern the universe.”
THE SPIRITS'
BOOK – Allan Kardec.