domingo, 31 de março de 2024
sábado, 30 de março de 2024
sexta-feira, 29 de março de 2024
Conhecimento de si mesmo / Self-Knowledge / CONOCIMIENTO DE SÍ MISMO.
Conhecimento de si mesmo.
919. Qual o meio
prático mais eficaz que tem o homem de se melhorar nesta vida e de resistir à
atração do mal?
“Um sábio da
antiguidade vo-lo disse: Conhece-te a ti mesmo.”
a) — Conhecemos
toda a sabedoria desta máxima; porém a dificuldade está precisamente em cada um
conhecer-se a si mesmo. Qual o meio de consegui-lo?
“Fazei o que eu
fazia quando vivi na Terra: ao fim do dia, interrogava a minha consciência,
passava revista ao que fizera e perguntava a mim mesmo se não faltara a algum
dever, se ninguém tivera motivo para de mim se queixar. Foi assim que cheguei a
me conhecer e a ver o que em mim precisava de reforma. Aquele que, todas as
noites, evocasse todas as ações que praticou durante o dia e inquirisse de si
mesmo o bem ou o mal que fez, rogando a Deus e ao seu anjo guardião que o
esclarecessem, grande força adquiriria para se aperfeiçoar, porque, crede-me,
Deus o assistiria. Dirigi, pois, a vós mesmos perguntas, interrogai-vos sobre o
que tendes feito e com que objetivo procedestes em tal ou tal circunstância,
sobre se fizestes alguma coisa que, feita por outrem, censuraríeis, sobre se
obrastes alguma ação que não ousaríeis confessar. Perguntai ainda mais: “Se
aprouvesse a Deus chamar-me neste momento, teria que temer o olhar de alguém,
ao entrar de novo no mundo dos Espíritos, onde nada pode ser ocultado?”
Examinai o que pudestes ter obrado contra Deus, depois contra o vosso próximo
e, finalmente, contra vós mesmos. As respostas vos darão, ou o descanso para a
vossa consciência, ou a indicação de um mal que precise ser curado.
“O conhecimento
de si mesmo é, portanto, a chave do progresso individual. Mas, direis, como há
de alguém julgar-se a si mesmo? Não está aí a ilusão do amor-próprio para
atenuar as faltas e torná-las desculpáveis? O avarento se considera apenas
econômico e previdente; o orgulhoso julga que em si só há dignidade. Isto é
muito real, mas tendes um meio de verificação que não pode iludir-vos. Quando estiverdes
indecisos sobre o valor de uma de vossas ações, inquiri como a qualificaríeis,
se praticada por outra pessoa. Se a censurais noutrem, não a podereis ter por
legítima quando fordes o seu autor, pois que Deus não usa de duas medidas na
aplicação de sua justiça. Procurai também saber o que dela pensam os vossos
semelhantes e não desprezeis a opinião dos vossos inimigos, porquanto esses
nenhum interesse têm em mascarar a verdade, e Deus muitas vezes os coloca ao
vosso lado como um espelho, a fim de que sejais advertidos com mais franqueza
do que o faria um amigo. Perscrute, conseguintemente, a sua consciência aquele
que se sinta possuído do desejo sério de melhorar-se, a fim de extirpar de si
os maus pendores, como do seu jardim arranca as ervas daninhas. Faça o balanço
de seu dia moral, como o comerciante faz o de suas perdas e seus lucros; e eu
vos asseguro que a primeira operação será mais proveitosa do que a segunda. Se
puder dizer que foi bom o seu dia, poderá dormir em paz e aguardar sem receio o
despertar na outra vida.
“Formulai, pois, de vós para convosco, questões nítidas e precisas e não temais multiplicá-las. Justo é que se gastem alguns minutos para conquistar uma felicidade eterna. Não trabalhais todos os dias com o fito de juntar haveres que vos garantam repouso na velhice? Não constitui esse repouso o objeto de todos os vossos desejos, o fim que vos faz suportar fadigas e privações temporárias? Ora, que é esse descanso de alguns dias, turvado sempre pelas enfermidades do corpo, em comparação com o que espera o homem de bem? Não valerá este outro a pena de alguns esforços? Sei haver muitos que dizem ser positivo o presente e incerto o futuro. Ora, esta exatamente a ideia que estamos encarregados de eliminar do vosso íntimo, visto desejarmos fazer que compreendais esse futuro, de modo a não restar nenhuma dúvida em vossa alma. Por isso foi que primeiro chamamos a vossa atenção por meio de fenômenos capazes de ferir-vos os sentidos e que agora vos damos instruções, que cada um de vós se acha encarregado de espalhar. Com este objetivo é que ditamos O Livro dos Espíritos.” - SANTO AGOSTINHO.
Muitas faltas
que cometemos nos passam despercebidas. Se, efetivamente, seguindo o conselho
de Santo Agostinho, interrogássemos mais amiúde a nossa consciência, veríamos
quantas vezes falimos sem que o suspeitemos, unicamente por não perscrutarmos a
natureza e o móvel dos nossos atos.
A forma
interrogativa tem alguma coisa de mais preciso do que as máximas, que muitas
vezes deixamos de aplicar a nós mesmos. Aquela exige respostas categóricas, por
um sim ou um não, que não abrem lugar para qualquer alternativa e que são
outros tantos argumentos pessoais. E, pela soma que derem as respostas,
poderemos computar a soma de bem ou de mal que existe em nós.
O Livro dos
Espíritos – Allan Kardec.
Self-Knowledge
919. What is the
most effective method for guaranteeing self-improvement and resisting the
attraction of wrongdoing?
“A philosopher
of antiquity once said, ‘Know thyself.’”
a) We fully
admit the wisdom of this saying, but self-knowledge is precisely what is most
difficult to achieve. How can we acquire it?
“Do what I
myself used to do during my life on Earth. At the end of each day I would
assess my conscience, review everything that I had done, and I would ask myself
whether I had failed in some duty, whether someone might have reason to
complain of me. It was thus that I arrived at knowing myself and in seeing what
there was in me that needed to be reformed. If you review all your actions of
the day every evening, asking yourself whether you have done good or bad, and
praying for enlightenment from God and your guardian angel, you would acquire
great strength for self-improvement because God would assist you. Ask yourself
these questions, what you have done, what was your aim, whether you have done
anything that you would find fault for in another, or whether you have done
anything that you would be ashamed to admit. Also ask yourself: If God called
me into the spirit life at this moment in time, where nothing is hidden, would
I dread seeing anyone? Review what you may have done, first against God, second
against your neighbor, and lastly, against yourself. The answers to these
questions will either settle your conscience, or reveal some wrong that you
will have to remedy.”
“Self-knowledge
is the key to individual improvement. However, you may ask, ‘How does one judge
one’s self? Aren’t all human beings subject to the illusions of arrogance,
which diminishes their flaws in their own eyes and makes it possible to find
excuses for them? Misers think that they are merely practicing economy and
foresight, while proud individuals think their pride is dignity.’ This is true,
but there is a way of proceeding that cannot deceive you. When you are in doubt
regarding any of your actions, ask yourself what your judgment would be if it
were done by another. If you would find cause for reproach in another, it
cannot be less reprehensible when done by you because God’s justice is
universal for all. Try to discover what others think and do not overlook the opinion
of your enemies because they have no interest in disguising the truth, and God
often places them in your life to serve as a mirror to warn you in a manner
more frank than that of a friend. Those who are firmly resolved in achieving
self-improvement must review their conscience in order to uproot their evil
inclinations, just as they uproot weeds from their gardens. Every night they
should settle their moral accounts for the day, just as businessmen account for
their profits and losses. They can rest assured that the former will be a much
more profitable operation than the latter. Those who can say that the balance
is in their favor may sleep peacefully, and await their return to the spirit
life without fear.”
“Ask yourself
clear and precise questions, and do not hesitate to ask them often. You should
devote a few minutes to guaranteeing happiness that will last forever. Do you
not work every day so that you may rest when you have reached old age? Is this
rest not the object of your desires, the aim that helps you endure your current
hardships and deprivation? What comparison is there between a few days of rest,
impaired by the weaknesses of the body, and the endless rest that awaits the
virtuous? Is the latter not worth a slight effort? I know that many will say,
‘The present is certain, and the future uncertain,’ but this is precisely the
error that we must erase from your minds by showing you your future in such a
way as to leave no shred of doubt. This is why, having begun by producing
phenomena designed to grab your attention by appealing to your senses, we now
give you the moral teachings that each of you must in turn spread. This is why
we have dictated The Spirits’ Book.” Saint Augustine
We commit many
faults that go unnoticed. If we followed the advice of Saint Augustine and
examined our conscience more often, we would see how many times we have failed
without even realizing it, due to our lack of scrutinizing the nature and
reason behind our actions. The interrogative form is more precise than a maxim
that often is not applied. It requires “yes” or “no” responses that leave no
room for interpretation. These are personal arguments and by the sum of the
responses, we can estimate the sum of good and evil within us.
The Spirits’
Book.
CONOCIMIENTO DE
SÍ MISMO
919. ¿Cuál es el
medio práctico más eficaz para mejorar se en esta vida y resistir a la
solicitación del mal?
«Un sabio de la
antigüedad os lo dijo: Conócete a ti mismo».
-Comprendemos
toda la sabiduría de esta máxima; pero la dificultad consiste en conocerse a sí
mismo. ¿Qué medio hay para conseguirlo?
«Haced lo que
durante mi vida terrena: al terminar el día interrogaba a mi conciencia, pasaba
revista a lo que había hecho y me preguntaba si no había infringido algún
deber, si nadie había tenido que quejarse de mi. Así fue como llegué a
conocerme y a ver lo que en mí debía reformarse.
Aquel que cada
noche, recordase todas sus acciones de durante el día y se preguntase el mal o
el bien que ha hecho, suplicando a Dios y a su ángel guardián que le
iluminasen, adquiriría una gran fuerza para perfeccionarse, porque, creedlo,
Dios le asistiría. Proponeos, pues, cuestiones, y pregun taos lo que habéis
hecho, y el objeto con qué, en circunstancia tal, habéis obrado; si habéis
hecho algo que en otro hubieseis censurado; si habéis ejecutado alguna acción
que no os atreveríais a confesar. Preguntaos también lo siguiente: Si a Dios le
pluguiese llamarme en este momento, ¿tendría, al entrar en el mundo de los
espíritus donde nada hay oculto, que temer la presencia de alguien? Examinad lo
que hayáis podido hacer contra Dios, contra vuestro prójimo y contra vosotros
mismos, en fin. Las contestaciones serán reposo para vuestra conciencia, o
indicación de un mal que es preciso curar.
»El conocimiento
de sí mismo es, pues, la clave del mejoramiento individual, pero diréis ¿cómo
juzgarse uno a si mismo? ¿No tenemos la ilusión del amor propio que amengua las
faltas y las excusa? El avaro se cree económico y previsor, el orgulloso no
cree tener más que dignidad. Esto es muy cierto, pero tenéis un medio de
comprobación que no puede engañaros. Cuando estéis indecisos acerca del valor
de una de vuestras acciones, preguntaos cómo la calificaríais, si fuese de otra
persona. Si la censuráis en otro, no podrá ser más legítima en vosotros, pues
no tiene Dios dos medidas para la justicia. Procurad también saber lo que
piensan los otros, y no olvidéis la opinión de vuestros enemigos; porque éstos
no tienen interés en falsear la verdad, y a menudo Dios los pone a vuestro lado
como un espejo, para advertiros con mayor franqueza que un amigo. Aquel, pues,
que tenga la voluntad decidida de mejorarse, explore su conciencia a fin de
arrancar de ella las malas inclinaciones, como de un jardín las plantas
nocivas; pase balance moral del día transcurrido, como lo pasa el comerciante
de sus ganancias y pérdidas, y yo le aseguro que el uno le será más provechoso
que el otro. Si puede decirse que ha sido buena su jornada, puede dormir
tranquilo y esperar sin temor el despertar a otra vida.
»Haceos, pues, preguntas claras y terminantes y no temáis el multiplicarías, que bien puede emplearse algunos minutos para lograr una dicha eterna. ¿Acaso no trabajáis diariamente con la mira de recoger medios que os permitan descansar en la ancianidad? ¿No es semejante descanso objeto de todos vuestros deseos, objeto que os hace sufrir trabajos y privaciones momentáneas? Pues bien, ¿qué es ese descanso de algunos días, interrumpido por las flaquezas del cuerpo, en comparación del que espera al hombre de bien? ¿No vale esto la pena de hacer algunos esfuerzos? Ya sé que muchos dicen que el presente es positivo, e incierto el porvenir, mas precisamente esta es la idea que estamos encargados de desvanecer en vosotros, porque queremos haceros comprender aquel porvenir de tal modo, que no deje duda alguna en vuestra alma. Por esto, al principio, llamamos vuestra atención con fenómenos aptos para excitar vuestros sentidos, y luego os damos instrucciones que cada uno de vosotros está obligado a propagar. Con este objeto hemos dictado El libro de los espíritus. - SAN AGUSTÍN«.
Muchas faltas
que cometemos nos pasan desapercibidas. En efecto, si siguiendo el consejo de
San Agustín, interrogásemos con más frecuencia nuestra conciencia, veríamos
cuántas veces hemos faltado sin pensarlo por no examinar la naturaleza y móvil
de nuestras acciones. La forma interrogativa es algo más precisa que una máxima
que a menudo no nos aplicamos. Exige réspuestas categóricas, afirmativas o
negativas que no consienten alternativa; son otros tantos argumentos
persónales, y por la suma de las respuestas puede computarse la suma del bien y
del mal que en nosotros existe.
EL LIBRO DE LOS
ESPÍRITUS – Allan Kardec.
domingo, 24 de março de 2024
REENCARNAÇÃO EM MUNDOS DIFERENTES - Miramez.
Certamente que podes viver em mundos diferentes do que estás vivendo, quando Deus achar conveniente; no entanto, o mais certo é que terás muitas reencarnações no mundo em que estás, até que as experiências acumuladas sejam o suficiente para te ascender a outro mundo. Mesmo assim, podes voltar ao mundo que deixaste, como missão para ajudar aos que ficaram. Essa é a lei de fraternidade, onde a luz clareará as trevas.
A lei das vidas
sucessivas nos dá muita esperança; ela é capaz de nos levar à crença mais forte
na justiça de Deus, mostrando aos Espíritos que somente recebemos o que merecemos,
para o despertamento espiritual. Se tivéssemos uma só existência na Terra, como
muitos afirmam, dada a falta da estudos, de meditações e de uma razão apurada
sobre a vida, onde estaria a justiça da divindade, ante a nossa posição como
filhos de Deus? As mudanças de corpos, em posições variadas no mundo, é que
podem trazer a alegria de viver e nos mostrar um Deus todo amor e todo justiça.
A imensidão dos mundos que circulam nos espaços nos dá uma idéia de que o
Todo-Poderoso não iria fazer tudo isso, somente como demonstração de poder, sem
outra utilidade. Os mundos são casas de Deus, e muitos deles carregam a tarefa
de serem escolas para outras humanidades, educando e instruindo as criaturas,
rebanhos variáveis, que podem buscar outros mundos, desde quando as necessidades
os obriguem a tais ou quais experiências.
O século vinte,
podemos dizer, é o século da luz, onde o raciocínio voa em todas as direções,
buscando muitos entendimentos, e é nessa busca que o homem se voltará mais para
Deus. Queiram ou não, não existe outro caminho. O progresso é irreversível em
todos os rumos; compete a cada um lutar e aceitar a verdade que pode suportar.
Se ainda não
acreditas na reencarnação, não combatas tal idéia; deixa que o tempo se encarregue
de demonstrar-te a verdade através da sua própria força. Somente a verdade fica
de pé, em todos os caminhos do progresso espiritual. A crença na reencarnação é
tão velha quanto a humanidade. Todos os grandes escritores espiritualistas
sempre falaram nela, mesmo veladamente. A própria criatura já traz lembranças
dessa lei, porque já reencarnou muitas vezes, e, passando por esse processo,
gravou em seu íntimo, a verdade que não desaparece com as noites dos tempos,
nem mesmo com os dias dos milênios.
Confere, meu irmão, os teus conhecimentos e lê sobre as vidas múltiplas. Se possível, ora, pedindo a Deus que te esclareça sobre o assunto. Algum dia, a verdade vem à tua mente, por ser ela a verdade percebida por sentidos que vibram dentro de ti, e não voz que ressoa por fora da criatura. Em noite estrelada, olha para o céu que brilha, visual que encanta a todos, e pergunta a ti mesmo: o que estão fazendo esses mundos no infinito, se Deus é a maior inteligência? Se o homem tudo faz com um objetivo, uma finalidade, o Senhor Todo-Poderoso iria fazer mundos e sóis para brincar, sem maior importância? A razão nos diz o contrário.
Os mundos são
casas de Deus e têm muitas finalidades, inclusive a do processamento evolutivo
da humanidade.
Livro: Filosofia
Espírita – Vol 4
Miramez / João Nunes Maia.
Estudando O
Livro dos Espíritos – Allan Kardec.
Encarnação nos
diferentes mundos
173. A cada nova
existência corporal a alma passa de um mundo para o outro, ou pode ter muitas
no mesmo globo?
“Pode viver
muitas vezes no mesmo globo, se não se adiantou bastante para passar a um mundo
superior.”
a) - Podemos
então reaparecer muitas vezes na Terra?
“Certamente.”
b) - Podemos
voltar a este, depois de termos vivido em outros mundos?
“Sem dúvida. É
possível que já tenhais vivido algures e na Terra.”
sábado, 23 de março de 2024
Caracteres do homem de bem / Characteristics of the Virtuous Man / KARAKTERIZAĴOJ DE LA VIRTA HOMO.
Caracteres do homem de bem.
918. Por que
indícios se pode reconhecer em um homem o progresso real que lhe elevará o
Espírito na hierarquia espírita?
“O espírito
prova a sua elevação quando todos os atos de sua vida corporal representam a
prática da lei de Deus, e quando antecipadamente compreende a vida espiritual.”
O verdadeiro
homem de bem é o que pratica a lei de justiça, amor e caridade, na sua maior
pureza. Se interrogar a própria consciência sobre os atos que praticou,
perguntará se não transgrediu essa lei, se não fez o mal, se fez todo o bem que
podia, se ninguém tem motivos para dele se queixar, enfim se fez aos outros o
que desejara que lhe fizessem.
Possuído do
sentimento de caridade e de amor ao próximo, faz o bem pelo bem, sem contar com
qualquer retribuição, e sacrifica seus interesses à justiça.
É bondoso,
humanitário e benevolente para com todos, porque vê irmãos em todos os homens,
sem distinção de raças, nem de crenças.
Se Deus lhe
outorgou o poder e a riqueza, considera essas coisas como UM DEPÓSITO, de que
lhe cumpre usar para o bem. Delas não se envaidece, por saber que aquele que
lhas deu também lhas pode retirar.
Se sob a sua
dependência a ordem social colocou outros homens, trata-os com bondade e
benevolência, porque são seus iguais perante Deus. Usa da sua autoridade para
lhes levantar o moral e não para os esmagar com seu orgulho.
É indulgente
para com as fraquezas alheias, porque sabe que também precisa da indulgência
dos outros, lembrando-se destas palavras do Cristo: Atire a primeira pedra
aquele que estiver sem pecado.
Não é vingativo.
A exemplo de Jesus, perdoa as ofensas, para só se lembrar dos benefícios, pois
não ignora que, como houver perdoado, assim perdoado lhe será.
Respeita, enfim,
em seus semelhantes, todos os direitos que as leis da natureza lhes concedem,
como quer que os mesmos direitos lhe sejam respeitados.
O Livro dos
Espíritos – Allan Kardec.
Characteristics
of the Virtuous Man
918. Are there
signs indicating that humans have achieved the progress that will raise them in
the spirit hierarchy?
“The elevation
of incarnate spirits is demonstrated by the compliance of all their actions in
the physical life with God’s law, and by their understanding of spiritual
life.”
Truly virtuous
individuals are those who practice the law of justice, love and charity, in
their purest form. If people question their consciences in regard to their
actions, they will ask themselves whether they have violated the law or done
anything wrong, whether they have done all the good in their power, whether no
one has reason to complain about them, and whether they have done to others
everything that they would wish others to do to them.
When people are
overwhelmed by feelings of charity and kindness for all, they do good for the
sake of doing good, without looking for a reward, and they sacrifice their
interests for justice.
They are kind,
compassionate and humane to all, because they view everyone as their brothers
and sisters, regardless of race or creed.
If God has given
them power and wealth, they consider them DEPOSITS confided to them for the
general good. They are not arrogant because they know that what God has given
God can take away at any time.
When society
makes people dependent on them, they treat them with kindness and compassion,
as equals before God. They use authority to elevate them morally, rather than crushing
them with their pride.
They are
indulgent in relation to others’ weaknesses, knowing that they too need
indulgence, and remembering Christ’s words, “Let he who is without sin cast the
first stone.”
They are not
vindictive and follow the example of Jesus, forgiving all offenses, as they
know that they will only obtain forgiveness as they forgive others and
themselves. Finally, they respect the rights of others, as established by the
law of nature, as they would want others to respect their rights.
THE SPIRITS'
BOOK – Allan Kardec.
KARAKTERIZAĴOJ
DE LA VIRTA HOMO
918. Per kiaj
signoj oni povas konstati ĉe la homo la realan progreson, kiu lin altigos en la
spirita hierarkio?
“La Spirito
atestas sian altan rangon, kiam ĉiuj faroj de lia enkorpa vivo estas la praktikado
de la leĝo de Dio kaj kiam li anticipe komprenas la spiritan vivon.”
La vere virta
homo estas tiu, kiu praktikas la leĝon de justeco, amo kaj karitato laŭ ties
plej alta pureco. Demandante sian konsciencon pri la agoj, kiujn li faris, li
devas ankaŭ demandi sin mem, ĉu li ne malobeis tiun leĝon, ĉu li ne faris
malbonon, ĉu li faris ĉian bonon, kiun li povus fari, ĉu iu ne havas ian motivon
por plendi kontraŭ li, kaj, fine, ĉu li faris al aliaj tion, kion li dezirus,
ke ili faru al li.
La homo, posedita
de la sento de karitato kaj de amo al sia proksimulo, faras bonon pro amo al
bono, ne esperante repagon, kaj foroferas sian propran intereson al la justeco.
Li estas bona,
humana kaj korfavora por ĉiuj, ĉar li rigardas ĉiujn homojn kiel siajn fratojn,
sen ia distingo je rasoj aŭ kredoj.
Se Dio donis al
li potencon kaj riĉecon, li konsideras ĉi tiujn kiel deponitaĵon, kiun li devas
uzi por bono; li ne fieras pro tio, ĉar li scias, ke Dio, kiu ilin donis al li,
povas ankaŭ ilin de li forpreni.
Se la socia ordo
metis aliajn homojn sub lian estrecon, li traktas ilin milde kaj bonvole, ĉar
ili estas egalaj al li antaŭ Dio; li uzas sian aŭtoritaton por ilin moraligi
kaj ne por ilin subpremi per sia malhumileco.
Li estas indulgema
kontraŭ la neperfektaĵoj de sia proksimulo, ĉar li scias, ke li mem ankaŭ
bezonas indulgemon, kaj li memoras jenajn vortojn de la Kristo: Kiu el vi estas
senpeka, tiu unua ĵetu sur ŝin ŝtonon.
Li ne estas
venĝema: laŭ la ekzemplo de Jesuo, li pardonas siajn ofendantojn kaj memoras
nur bonfarojn; ĉar li ja scias, ke estos al li pardonite laŭ tio, kiel li estos
mem pardoninta.
Fine, li
respektas ĉe siaj similuloj ĉiajn rajtojn, donatajn de la leĝoj de la Naturo,
kiel li deziras, ke liaj rajtoj estu respektataj.
La Libro de la
Spiritoj – Allan Kardec.
domingo, 17 de março de 2024
VI - Agadkampo de la centra komitato / Amplitude de ação da comissão central.
VI - Agadkampo de la centra komitato.
Centro por
ellaborado de spiritismaj ideoj formiĝis per si mem de la komenco, sen
antaŭpensita plano, per la forto mem de la aferoj, sed sen ia oficiala
karaktero. Tio estis necesa, ĉar se ĝi ne ekzistus, kiu estus la punkto de
kunveno de la spiritistoj disaj en diversaj landoj? Se ili ne povus komuniki
siajn ideojn, siajn impresojn, siajn observojn al ĉiuj aliaj apartaj centroj,
disaj mem kaj ofte sen solideco ili restus izolitaj, malutile al la
disvastigado de la doktrino. Necesis do unu punkto kien ĉio venus, kaj el kie
ĉio povus elradii. La elvolviĝo de la spiritismaj ideoj, anstataŭ fari tian
centron senutila, faros, ke oni pli forte sentu ĝian neceson, ĉar la bezono
alproksimiĝi kaj formi faskon estos des pli granda, ju pli konsiderinda estos
la nombro da anoj. La konstitucio de Spiritismo, reguligante la staton de la
aferoj, havos kiel efikon estigi pli grandajn avantaĝojn kaj plenigi
ekzistantajn mankojn. La centro kreota de la Konstitucio tute ne estos
individueca, sed fokuso de kolektiva aktiveco por la ĝenerala intereso, kaj kie
forviŝiĝos ĉia persona aŭtoritateco.
Sed kia estos la
vasteco de la agadkampo de tiu centro? Ĉu ĝi destiniĝas al regado monda kaj
fariĝi universala arbitracianto de vero? Se ĝi havus tian pretendon, tio montrus
miskomprenon pri la karaktero de Spiritismo, kiu ĝuste pro tio, ke ĝi proklamas
la principojn de libera ekzamenado kaj libereco de konscienco, konsekvence
forpuŝas la penson stariĝi kiel aŭtokratio; se tiel okazus, ĝi ekde la komenco
enirus fatalan vojon.
Spiritismo havas
principojn, kiuj, sidante sur naturaj leĝoj kaj ne sur metafizikaj
abstraktaĵoj, tendencas fariĝi, kaj certe ili iam estos, universale homaj; ĉiuj
akceptos ilin, ĉar ili estos palpeblaj, demonstritaj veraĵoj, same kiel oni
akceptis la teorion pri la movado de la tero; sed pretendi, ke spiritismo ĉie
estos same organizita; ke la spiritistoj en la tuta mondo submetiĝos al
unuforma reĝimo, al unu sola agadmaniero; ke ili devos atendi lumon el unu
fiksa punkto, al kiu ili devos fiksi siajn rigardojn, tio certe estus ia utopio
tiel absurda kiel pretendi, ke ĉiuj popoloj sur la tero formos iam unu solan
nacion, sub la regado de unu sola estro, obeantan la saman leĝaron kaj submetatan
al samaj moroj. Se ekzistas ĝeneralaj leĝoj, kiuj povas esti komunaj al ĉiuj
popoloj, tiaj leĝoj ĉiam estos, ĉe detaloj de aplikado kaj de formo, adaptataj
al moroj, karakteroj kaj klimatoj de ĉiu.
Tio sama okazos
al la organizita Spiritismo. Spiritistoj en la tuta mondo havos komunajn
principojn, kiuj ilin kunligos al la granda familio per la sankta ligilo de
frateco, sed kies aplikado povos varii laŭ la landoj, sen rompiĝo de la
fundamenta unueco, sen formado de disaj sektoj sin reciproke ĵetantaj ŝtonojn
kaj anatemon, kio ja estus tute kontraŭspiritisma. Eblos do formiĝi, kaj
neeviteble formiĝos, ĝeneralaj centroj en diversaj landoj, sen alia interligo
krom komuna kredo kaj morala solidareco, sem submetiĝo de unu al alia, sen tio,
ke, ekzemple, la centro en Francujo nutrus pretendon sin trudi al Spiritistoj
amerikaj kaj reciproke.
Komparado inter
la observejoj, kiujn ni jam menciis supre, estas perfekte ĝusta. Ekzistas
observejoj en diversaj punktoj de la terglobo; sendepende de tio, al kiu ajn
nacio ili apartenas, ĉiuj baziĝas sur la samaj ĝeneralaj principoj de astronomio,
kio tamen ne devigas, ke ili estu dependaj, unuj de aliaj ; ĉiu reguligas sian
laboron laŭ sia bontrovo ; ili komunikas siajn observojn reciproke, kaj ĉiu
profitigas al la scienco la malkovrojn de siaj kunfratoj. Same okazos ĉe la
ĝeneralaj centroj de Spiritismo; ili estos la observejoj pri la nevidebla
mondo, kiuj reciproke interŝanĝos tion, kion ili obtenos bona kaj aplikebla al la
moroj de la landoj, kie ili funkcios: ilia celo estos la bono por la homaro kaj
ne kontentigo de personaj ambicioj. Spiritismo estas substanca afero; alkroĉiĝi
al la formo estus infanaĵo neinda je la grandeco de la afero; jen kial la
diversaj centroj, kiuj penetriĝos de la vera karaktero de Spiritismo, devos
fratece etendi la manojn, unuj al aliaj, kaj unuiĝi por kontraŭbatali siajn
komunajn malamikojn: nekredemon kaj fanatikecon.
Postmortaj
Verkoj – Allan Kardec.
VI – Amplitude
de ação da comissão central
No princípio, um
centro de elaboração das ideias espíritas se formou por si mesmo, sem desígnio
premeditado, pela força das coisas, mas sem nenhum caráter oficial. Ele era
necessário, porquanto, se não existira, qual seria o ponto de ligação dos
espíritas disseminados por diferentes países? Não podendo comunicar suas
ideias, suas impressões, suas observações a todos os outros centros
particulares, esparsos a seu turno e não raro sem consistência, ficariam
insulados, com o que a difusão da Doutrina sofreria. Era, pois, indispensável
um ponto de concentração, do qual tudo se irradiasse. O desenvolvimento das
ideias espíritas, longe de tornar inútil esse centro, ainda melhor fará sentir
a sua necessidade, porque tanto maior será a dos espíritas se aproximarem e
formarem feixe, quanto mais considerável for o número deles. A constituição do
Espiritismo, regularizando o estado das coisas, terá por efeito fazê-lo
produzir maiores vantagens e preencher as lacunas que apresente. O centro que
essa organização criará não será uma individualidade, mas um foco de atividade
coletiva, atuando no interesse geral e onde se apaga toda autoridade pessoal.
Mas qual será a
amplitude do círculo de atividade desse centro? Destinar-se-á a reger o mundo e
a tornar-se árbitro universal da verdade? Alimentar semelhante pretensão fora
compreender mal o espírito do Espiritismo que, pela razão mesma de proclamar os
princípios do livre-exame e da liberdade de consciência, repele a ideia de
arvorar-se em autocracia; logo que o fizesse, teria enveredado por uma senda
fatal.
O Espiritismo
sustenta princípios que, por se fundarem nas Leis da Natureza, e não em
abstrações metafísicas, tendem a tornar-se, e um dia certamente o serão, os da
universalidade dos homens; todos os aceitarão, porque encontrarão neles
verdades palpáveis e demonstradas, como aceitaram a teoria do movimento da
Terra, mas pretender-se que o Espiritismo chegue a estar, por toda parte,
organizado da mesma forma; que os espíritas do mundo inteiro se sujeitarão a um
regime uniforme, a uma mesma forma de proceder; que terão de esperar lhes venha
de um ponto fixo a luz, ponto em que deverão fixar os olhos, fora utopia tão
absurda como a de pretender-se que todos os povos da Terra formem um dia uma
única nação, governada por um só chefe, regida pelo mesmo código de leis e
submetida aos mesmos usos. Há, é certo, leis gerais que podem ser comuns a
todos os povos, mas que sempre, quanto às minúcias da aplicação e da forma,
serão apropriadas aos costumes, aos caracteres, aos climas de cada um.
Outro tanto se
dará com o Espiritismo organizado. Os espíritas do mundo todo terão princípios
comuns, que os ligarão à grande família pelo sagrado laço da fraternidade, mas
cujas aplicações variarão segundo as regiões, sem que, por isso, a unidade
fundamental se rompa; sem que se formem seitas dissidentes a atirar pedras e
lançar anátemas umas às outras, o que seria absolutamente antiespírita.
Poderão, pois, formar-se, e inevitavelmente se formarão, centros gerais em
diferentes países, ligados apenas pela comunidade da crença e pela
solidariedade moral, sem subordinação de uns aos outros, sem que o da França,
por exemplo, nutra a pretensão de impor-se aos espíritas americanos e
vice-versa.
É perfeitamente
justa a comparação, de que acima nos valemos, com os observatórios. Há-os em
diferentes pontos do globo; todos, seja qual for a nação a que pertençam, se
fundam em princípios gerais firmados pela Astronomia, o que, entretanto, não os
torna tributários uns dos outros. Cada um regula como entende os respectivos
trabalhos. Permutam suas observações e cada um se utiliza da Ciência e das
descobertas dos outros. Assim acontecerá com os centros gerais do Espiritismo;
serão os observatórios do Mundo Invisível, que permutarão entre si o que
obtiverem de bom e de aplicável aos costumes dos países onde funcionarem, uma
vez que o objetivo que eles colimam é o bem da Humanidade, e não a satisfação
de ambições pessoais. O Espiritismo é uma questão de fundo; prender-se à forma
seria puerilidade indigna da grandeza do assunto. Daí vem que os centros que se
acharem penetrados do verdadeiro espírito do Espiritismo deverão estender as
mãos uns aos outros, fraternalmente, e unir-se para combater os inimigos
comuns: a incredulidade e o fanatismo.
Obras Póstumas –
Allan Kardec.
sábado, 16 de março de 2024
O egoísmo / Selfishness.
O egoísmo.
913. Dentre os
vícios, qual o que se pode considerar radical?
“Temo-lo dito
muitas vezes: o egoísmo. Daí deriva todo mal. Estudai todos os vícios e vereis
que no fundo de todos há egoísmo. Por mais que lhes deis combate, não chegareis
a extirpá-los, enquanto não atacardes o mal pela raiz, enquanto não lhe
houverdes destruído a causa. Tendam, pois, todos os esforços para esse efeito,
porquanto aí é que está a verdadeira chaga da sociedade. Quem quiser, desde
esta vida, ir aproximando-se da perfeição moral, deve expurgar o seu coração de
todo sentimento de egoísmo, visto ser o egoísmo incompatível com a justiça, o
amor e a caridade. Ele neutraliza todas as outras qualidades.”
914. Fundando-se
o egoísmo no sentimento do interesse pessoal, bem difícil parece extirpá-lo
inteiramente do coração humano. Chegar-se-á a consegui-lo?
“À medida que os
homens se instruem acerca das coisas espirituais, menos valor dão às coisas
materiais. Depois, necessário é que se reformem as instituições humanas que o
entretêm e excitam. Isso depende da educação.”
915. Por ser
inerente à espécie humana, o egoísmo não constituirá sempre um obstáculo ao
reinado do bem absoluto na Terra?
“É exato que no
egoísmo tendes o vosso maior mal; ele se prende, porém, à inferioridade dos
Espíritos encarnados na Terra e não à humanidade mesma. Ora, depurando-se por
encarnações sucessivas, os Espíritos se despojam do egoísmo, como de suas
outras impurezas. Não existirá na Terra nenhum homem isento de egoísmo e
praticante da caridade? Há muito mais homens assim do que supondes. Apenas não
os conheceis, porque a virtude foge à viva claridade do dia. Desde que haja um,
por que não haverá dez? Havendo dez, por que não haverá mil e assim por diante?
916. Longe de
diminuir, o egoísmo cresce com a civilização, que até mesmo, parece, o excita e
mantém. Como poderá a causa destruir o efeito?
“Quanto maior é
o mal, mais hediondo se torna. Era preciso que o egoísmo produzisse muito mal,
para que compreensível se fizesse a necessidade de extirpá-lo. Quando se houverem
despojado do egoísmo que os domina, os homens viverão como irmãos, sem se
fazerem mal algum, auxiliando-se reciprocamente, impelidos pelo sentimento
mútuo da solidariedade. Então o forte será o amparo e não o opressor do fraco,
e não mais serão vistos homens a quem falte o indispensável, porque todos
praticarão a lei de justiça. Esse o reinado do bem, que os Espíritos estão
incumbidos de preparar.” (784.)
917. Qual o meio
de destruir-se o egoísmo?
“De todas as
imperfeições humanas, o egoísmo é a mais difícil de desenraizar-se, porque
deriva da influência da matéria, influência de que o homem, ainda muito próximo
de sua origem, não pôde libertar-se, e para cuja manutenção tudo concorre: suas
leis, sua organização social, sua educação. O egoísmo se enfraquecerá à
proporção que a vida moral for predominando sobre a vida material e, sobretudo,
com a compreensão, que o Espiritismo vos faculta, do vosso estado futuro real,
e não desfigurado por ficções alegóricas. Quando, bem compreendido, se houver
identificado com os costumes e as crenças, o Espiritismo transformará os
hábitos, os usos, as relações sociais. O egoísmo assenta na importância da
personalidade. Ora, o Espiritismo, bem compreendido, repito, mostra as coisas
de tão alto que o sentimento da personalidade desaparece, de certo modo, diante
da imensidade. Destruindo essa importância, ou, pelo menos, reduzindo-a às suas
legítimas proporções, ele necessariamente combate o egoísmo.
“O choque, que o
homem experimenta, do egoísmo dos outros é o que muitas vezes o faz egoísta,
por sentir a necessidade de colocar-se na defensiva. Notando que os outros
pensam em si próprios e não nele, ei-lo levado a ocupar-se consigo, mais do que
com os outros. Sirva de base às instituições sociais, às relações legais de
povo a povo e de homem a homem, o princípio da caridade e da fraternidade, e
cada um pensará menos na sua pessoa, ao ver que os outros também com ela se
preocupam. Todos experimentarão a influência moralizadora do exemplo e do
contato. Em face do atual extravasamento de egoísmo, grande virtude é
verdadeiramente necessária para que alguém renuncie à sua personalidade em
proveito dos outros, que com frequência absolutamente lhe não agradecem.
Principalmente para os que possuam essa virtude é que o reino dos céus se acha
aberto. A esses, sobretudo, é que está reservada a felicidade dos eleitos, pois
em verdade vos digo que, no dia da justiça, será posto de lado todo aquele que
em si somente houver pensado; sofrerá, então, o próprio abandono.” (785) - FÉNELON.
Louváveis
esforços indubitavelmente se empregam para fazer que a humanidade progrida. Os
bons sentimentos são encorajados, estimulados e honrados mais do que em
qualquer outra época. Entretanto, o egoísmo, verme roedor, continua a ser a
chaga social. É um mal real, que se alastra por todo o mundo e do qual cada
homem é mais ou menos vítima. Cumpre, pois, combatê-lo, como se combate uma
enfermidade epidêmica. Para isso, deve-se proceder como procedem os médicos: ir
à origem do mal. Procurem-se pois em todas as partes do organismo social, da
família aos povos, da choupana ao palácio, todas as causas, todas as
influências que, ostensiva ou ocultamente, excitam, alimentam e desenvolvem o
sentimento do egoísmo. Conhecidas as causas, o remédio se apresentará por si
mesmo. Só restará então destruí-las, senão totalmente, de uma só vez, ao menos
parcialmente, e o veneno pouco a pouco será eliminado. Poderá ser longa a cura,
porque numerosas são as causas, mas não é impossível. Contudo, ela só se obterá
se o mal for atacado em sua raiz, isto é, pela educação; não por essa educação
que tende a fazer homens instruídos, mas pela que tende a fazer homens de bem.
A educação, convenientemente entendida, constitui a chave do progresso moral.
Quando se conhecer a arte de manejar os caracteres, como se conhece a de
manejar as inteligências, conseguir-se-á corrigi-los, do mesmo modo que se
aprumam plantas novas. Essa arte, porém, exige muito tato, muita experiência e
profunda observação. É grave erro pensar-se que, para exercê-la com proveito,
baste possuir conhecimentos. Quem acompanhar, assim o filho do rico, como o do
pobre, desde o instante do nascimento, e observar todas as influências
perniciosas que sobre eles atuam, em consequência da fraqueza, da incúria e da
ignorância dos que os dirigem, observando igualmente com quanta frequência
falham os meios empregados para moralizá-los, não poderá espantar-se de
encontrar pelo mundo tantas coisas erradas. Faça-se com o moral o que se faz
com a inteligência e ver-se-á que, se há naturezas refratárias, muito maior do
que se julga é o número das que apenas reclamam cultivo adequado, para produzir
bons frutos. (872.)
O homem deseja
ser feliz e natural é o sentimento que dá origem a esse desejo. Por isso é que
trabalha incessantemente para melhorar a sua posição na Terra, que pesquisa as
causas de seus males, para remediá-los. Quando compreender bem que no egoísmo
reside uma dessas causas, a que gera o orgulho, a ambição, a cupidez, a inveja,
o ódio, o ciúme, que a cada momento o ferem, a que perturba todas as relações
sociais, provoca as dissensões, aniquila a confiança, a que o obriga a se
manter constantemente na defensiva contra o seu vizinho, enfim a que do amigo
faz inimigo, ele compreenderá também que esse vício é incompatível com a sua
felicidade e, podemos mesmo acrescentar, com a sua própria segurança. E quanto
mais haja sofrido por efeito desse vício, mais sentirá a necessidade de
combatê-lo, como se combatem a peste, os animais nocivos e todos os outros
flagelos. O seu próprio interesse a isso o induzirá. (784.)
O egoísmo é a
fonte de todos os vícios, como a caridade o é de todas as virtudes. Destruir um
e desenvolver a outra, tal deve ser o alvo de todos os esforços do homem, se
quiser assegurar a sua felicidade neste mundo, tanto quanto no futuro.
O Livro dos
Espíritos – Allan kardec.
Selfishness
913. What vice
may we label as the root of the others?
“Selfishness, as we have repeatedly told you. Every wrongdoing can be traced back to selfishness. Study all the vices, and you will see that selfishness is at the root of them all. You will never succeed in eradicating them until, you attack them at their root, only then you have destroyed the selfishness that is their cause. All your efforts should be focused on this end, as selfishness is the plague of human society. All those who attempt to reach moral excellence must uproot every selfish feeling from their hearts, because it is incompatible with justice, love and charity; it offsets all other qualities.”
914. As it is
rooted in personal interest, it seems to be very difficult to entirely remove
selfishness from the human heart. Is it possible?
“As human beings
become enlightened in regard to spiritual things, they attach less value to
material things. As they free themselves from the shackles of matter, they
reform the human institutions that foster selfishness. This is accomplished
through education.”
915. As
selfishness is inherent to the human race, will it not always be an obstacle to
the reign of absolute goodness on Earth?
“Selfishness is
your greatest evil, but it belongs to the spirits incarnated on Earth who are
of an inferior nature and not to the entirety of the human race. Consequently,
those spirits, in purifying themselves through successive lives, shed their
selfishness like all their other impurities. Are there none among you who have rid
themselves of selfishness, and who practice charity on Earth? There are more
than you think, but they are not well-known because virtue does not seek to
bask in the spotlight. If one individual like this exists, why should there not
be ten? If there are ten, why should there not be one thousand, and so on?”
916. Selfishness
increases with the civilization that seems to strengthen and intensify it. How
can the cause destroy the effect?
“The greater the
wickedness the more hideous it is. Selfishness has to do a vast amount of harm,
so that you may understand how crucial the need is to eradicate it. When human
beings overcome selfishness, they will live like brothers and sisters by
mutually helping each other through a sense of solidarity. The strong will then
support the weak, rather than oppress them, and no one will lack the
necessities of life because everyone will obey the law of justice. This reign
of good is what the spirits are responsible for preparing.” (See no. 784)
917. How can we
overcome selfishness?
“Of all human imperfections, selfishness is the most difficult to uproot. It is influenced by matter, from which human beings, still too close to their origin, have not yet been able to break loose, as human laws, society and education all support it. Selfishness will be gradually weakened as your moral life gains dominance over your material life, through the knowledge that Spiritism gives you regarding the reality of your future life, stripped of allegories and metaphors. When Spiritism is properly understood and identified with beliefs and habits of humankind, it will transform all your customs, traditions and social relations. Selfishness is based on the importance you attribute to your own personality. Spiritism makes you look at everything from such an elevated standpoint that all sense of individuality is lost in confronting this immensity. Spiritism battles selfishness by destroying self-importance and revealing its true nature.”
“Human beings
often become selfish by experiencing the selfishness of others, which makes
them feel the need to put themselves on the defensive. Seeing that others think
of themselves and not of you causes you to think of yourself rather than
others. Charity and fraternity must become the basis of all social institutions,
the legal relations between nations and individuals. Only then will individuals
think less of their own personal interests, because they will realize that
others have thought of them. Humankind will then experience the upright
influence of example and contact. Amidst the present deluge of selfishness,
considerable virtue is needed for human beings to sacrifice their own interests
for the sake of others, and those who make such a sacrifice often receive
little gratitude for such restraint. Those who possess this virtue are welcomed
into the kingdom of Heaven with open arms, while those who have thought only of
themselves will be cast aside on judgment day, and left to suffer in loneliness.”
(See no. 785) - Fénelon
Praiseworthy
efforts are being put forward to help advance the progress of humanity. Kind
and charitable thoughts are encouraged, stimulated and honored now more than at
any other time in history, and yet selfishness continues to plague society. It
is a social disease that affects everyone, of which everyone is more or less
the victim, and should be fought like any other epidemic. To this end, we must
emulate the methodology of a skilled physician and begin by tracing the disease
to its origin. We must seek out, in every division of human society, from
families to nations, from the hut to the palace, all the obvious and obscure
causes and influences that sustain and foster selfishness. Once the causes of
the disease are established, the remedy presents itself spontaneously through
the combined efforts of all, and the virus is destroyed gradually. The cure may
take a long time, because the causes are numerous, but it is not impossible.
That being said, it can only be successful by getting to the root of the evil;
that is, through education. Not the education that aims only to educate people;
but the one that also aims to make them moral individuals.
Proper education
is the key to moral progress. When the art of training the moral nature of
human beings is as easily understood as the art of training the intellect, a
corrupt nature can be straightened out just like a crooked sapling. However,
this practice demands a great deal of tact, experience, and profound
observation. It is a huge mistake to assume that possessing scientific
knowledge alone is enough to enable the teacher to exercise it successfully. If
we study, for instance, the lives of children, whether rich or poor, and note
all the bad influences that act upon their weaknesses from the moment of their
birth, taking into account the ignorance and negligence of those who are
responsible for the upbringing of these children, and the improper means
employed in moralizing them, it is no wonder to find so much wrong in the
world.. If the same skill and care is given to the training of the moral nature
as to that of the intellect, human beings would discover that if there are
obstinate natures, there are also, in a greater number than you might think,
those who require only the proper cultivation in order to yield good fruit.
(See no. 872)
Human beings
want to be happy and this natural desire prompts them to work tirelessly to
improve their condition on Earth, and seek out the causes of their ills in
order to address them. When they understand thoroughly that selfishness
stimulates pride, ambition, greed, envy, hatred and jealousy and causes
constant distress, that it brings trouble to all social relations, provokes
conflict, destroys confidence, turns friends into enemies, and forces each
individual to remain constantly on the defense against each other, then they
will also see that this vice is incompatible with both happiness and security.
The more they suffer from selfishness, the more intensely they feel the need to
fight it, just as they fight diseases, dangerous animals, and every other
source of disaster. They are compelled to act as such out of their own best
interest. (See no. 784) Selfishness is the source of all vices, just as charity
is the source of all virtues. Destroying one while developing the other should
be the goal for all those who seek to guarantee happiness in the present life
and in the next.
The Spirits’
Book – Allan Kardec.
domingo, 10 de março de 2024
II – Panteisma doktrino / II – Doutrina panteísta.
II – Panteisma doktrino.
La inteligenta
principo aŭ animo, sendependa de la materio, dise troviĝas, de la naskiĝo, en
la universa tutaĵo ; ĝi individuiĝas en ĉiu estulo dum la vivo, kaj revenas
post la morto al la komuna amaso, kiel gutoj de pluvo en la Oceanon.
Konsekvencoj. –
Sen individueco kaj sen konscio pri si mem, la estulo estas, kiel se ĝi ne
estus ; la moralaj sekvoj de tia doktrino estas precize la samaj, kiel ĉe la
materiisma doktrino.
Noto. – Certa
kvanto da panteistoj konsentas, ke la animo, ĉerpita ĉe la naskiĝo en la
universa tutaĵo, tamen konservas sian individuecon dum nedifinita tempo, kaj ke
ĝi revenas al la amaso nur post kiam ĝi atingis la lastajn gradojn de
perfekteco. La sekvoj de tiu variaĵo de kredo estas absolute la samaj kiel tiuj
de la panteisma doktrino mem, ĉar estas tute senutile sin doni al la penado
akiri iujn konojn, se oni devas perdi la konscion per nuliĝo post relative
mallonga tempo ; se la animo ĝenerale rifuzas tian koncepton, kiom pli da
ĉagreno ĝi sentus, prezentante al si, ke la momento kiam ĝi atingos la plej
superan konon kaj perfektecon estos tiu sama momento, kiam ĝi kondamniĝos al
perdo de la frukto de ĉiuj siaj laboroj, pro la perdo de sia individueco.
Postmortaj
Verkoj – Allan Kardec.
II – Doutrina
panteísta
O princípio
inteligente, ou alma, independente da matéria, é extraído, ao nascer, do todo
universal; individualiza-se em cada ser durante a vida e volta, por efeito da
morte, à massa comum, como as gotas de chuva ao oceano.
Consequências.
Sem individualidade e sem consciência de si mesmo, o ser é como se não
existisse. As consequências morais desta doutrina são exatamente as mesmas que
as da doutrina materialista.
Nota – Certo
número de panteístas admitem que a alma, tirada, ao nascer, do todo universal,
conserva a sua individualidade por tempo indefinido e somente volta à massa
depois de haver chegado aos últimos degraus da perfeição. As consequências
desta variedade de crença são absolutamente as mesmas que as da doutrina
panteísta propriamente dita, pois de todo inútil é que alguém se dê ao trabalho
de adquirir alguns conhecimentos, cuja consciência terá de perder, pelo aniquilar-se
após um tempo relativamente curto. Se a alma, em geral, se nega a admitir
semelhante concepção, quão mais penosamente não haveria ela de sentir-se chocada,
ponderando que o instante em que alcançasse o conhecimento e a perfeição
supremos seria o em que se veria condenada a perder o fruto de todos os seus labores,
perdendo a sua individualidade.
Obras Póstumas –
Allan Kardec.