domingo, 28 de abril de 2024
Uniões antipáticas / UNIONES ANTIPÁTICAS / ANTIPATIAJ KUNIĜOJ.
Uniões antipáticas.
939. Uma vez que
os Espíritos simpáticos são induzidos a unir-se, como é que, entre os
encarnados, frequentemente só de um lado há afeição e que o mais sincero amor
se vê acolhido com indiferença e, até, com repulsão? Como é, além disso, que a
mais viva afeição de dois seres pode mudar-se em antipatia e, algumas vezes,
mesmo em ódio?
“Não compreendes
então que isso constitui uma punição, se bem que passageira? Depois, quantos
não são os que acreditam amar perdidamente, porque apenas julgam pelas
aparências, e que, obrigados a viver com as pessoas amadas, não tardam a
reconhecer que só experimentaram um encantamento material! Não basta uma pessoa
estar enamorada de outra que lhe agrada e em quem supõe belas qualidades.
Vivendo realmente com ela é que poderá apreciá-la. Também há muitas uniões que
a princípio parecem destinadas a nunca serem simpáticas, mas que, quando os
dois seres que as constituem se estudam e se conhecem bem, acabam por votar-se
duradouro e terno amor, porque assente na estima! Cumpre não se esqueça de que
é o Espírito quem ama e não o corpo, de sorte que, dissipada a ilusão material,
o Espírito vê a realidade.
Duas espécies há
de afeição: a do corpo e a da alma, acontecendo com frequência tomar-se uma
pela outra. Quando pura e simpática, a afeição da alma é duradoura; efêmera a
do corpo. Daí vem que, muitas vezes, os que julgavam amar-se com eterno amor
passam a odiar-se, quando a ilusão se desfaz.”
940. Não
constitui igualmente fonte de dissabores, tanto mais amargos quanto envenenam
toda a existência, a falta de simpatia entre seres destinados a viver juntos?
“Amaríssimos,
com efeito. Essa, porém, é uma das infelicidades de que sois, as mais das
vezes, a causa principal. Em primeiro lugar, o erro é das vossas leis. Julgas,
porventura, que Deus te constranja a permanecer junto dos que te desagradam?
Depois, nessas uniões, ordinariamente buscais a satisfação do orgulho e da
ambição, mais do que a ventura de uma afeição mútua. Sofreis então as
consequências dos vossos prejuízos.”
a) — Mas, nesse
caso, não há quase sempre uma vítima inocente?
“Há, e para ela
é uma dura expiação. Mas a responsabilidade da sua desgraça recairá sobre os
que lhe tiverem sido os causadores. Se a luz da verdade já lhe houver penetrado
a alma, em sua fé no futuro haurirá consolação. Ademais, à medida que os
preconceitos se enfraquecerem, as causas dessas desgraças íntimas também
desaparecerão.”
O Livro dos
Espiritos – Allan Kardec.
UNIONES
ANTIPÁTICAS
939. Puesto que
los espíritus simpáticos son inducidos a unirse, ¿a qué se debe que, entre los
espíritus encarnados, el afecto es a menudo unilateral, y que el amor más
sincero sea acogido con Indiferenda y aun repelido, a qué se debe, por otra
parte. que el afecto más vivo entre dos seres puede trocarse en antipatía y en
odio a veces?
«¿No comprendes
que, aunque pasajero, ese es un castigo? Además, ¡cuántos hay que creen amar
desatinadamente, porque sólo juzgan por las apariencias, y cuando se ven
precisados a vivir con las personas, no tardan en conocer que no pasa de ser
una manía material! No basta estar prendado de una persona que os gusta y a
quien creéis de buenas cualidades, pues sólo viviendo realmente con ella
podréis apreciarla. ¡Cuántos enlaces no hay también que, al principio, parecía
que nunca llegarían a ser simpáticos, y que, cuando el uno y el Otro se han
conocido y estudiado bien, acaban por profesarse un amor tierno y duradero,
porque está basado en la estimación! Es preciso no olvidar que es el espíritu
quien ama, no el cuerpo, y que cuando se ha disipado la ilusión material, el
espíritu ve la realidad.
»Hay dos clases
de afecto; el del cuerpo y el del alma, y a menudo se toma el uno por el otro.
Cuando el afecto del alma es puro y simpático, es duradero; el del cuerpo es
perecedero. He ahí por qué los que creían profesarse amor eterno se odian,
concluida la ilusión».
940. La falta de
simpatía entre los seres destinados a vivir juntos, ¿no es también origen de
pesares tanto más amargos en cuanto envenenan toda la existencia?
«Muy amargos, en
efecto, pero esta es una de esas desgracias cuya primitiva causa sois a menudo
vosotros mismos. Además, las culpables son vuestras leyes, porque, ¿crees tú
que Dios te obliga a estar con los que te desagradan? Y luego, en esos enlaces,
a menudo buscáis más la satisfacción de vuestro orgullo y ambición que la dicha
de un mutuo afecto. Entonces sufrís las consecuencias de vuestras
preocupaciones».
-Pero en
semejante caso, ¿no hay casi siempre una victima inocente?
«Si, y para ella
es una dura expiación; pero la responsabilidad de su desgracia caerá sobre los
que han sido su causa. Si la luz de la verdad ha penetrado en su alma, hallará
consuelo en su fe en el porvenir. Por lo demás, a medida que desaparezcan las
preocupaciones, las causas de esas desgracias privadas desaparecerán también».
EL LIBRO DE LOS
ESPÍRITUS – Allan Kardec.
ANTIPATIAJ
KUNIĜOJ.
939. Ĉar la sin reciproke
simpatiantaj Spiritoj inklinas kuniĝi, kial, inter tiuj enkarniĝintaj, amo ofte
ekzistas nur ĉe unu el la Spiritoj, kaj la plej sincera amo estas ricevata
indiferente, eĉ naŭze? Kial, plie, la plej viva alligiteco inter du homoj povas
aliiĝi en antipation, kaj, iafoje, en malamon?
“Vi ne komprenas
do, ke tio estas puno, sed ĝi estas pasema. Cetere, kiom da personoj kredas, ĉar
trompitaj de ŝajnoj, ke ili freneze amegas! kaj, kiam ili devas vivi kun la
amataj homoj, ili baldaŭ konstatas, ke ilia sento estis nenio alia ol materia,
blinda entuziasmo! Ne sufiĉas, ke vi estas enamiĝinta en iun personon, kiu plaĉas
al vi, kaj pri kiu vi kredas, ke en li ekzistas bonaj kvalitoj; nur reale
vivante kun li, vi povas lin taksi. Ankaŭ ekzistas kiom da tiaj kuniĝoj, pri
kiuj komence ŝajnas, ke ili neniam estos simpatiaj; tamen, kiam ili sin
reciproke pli bone konas kaj studas, tiuj personoj fine amas unu la duan kun
dolĉa, daŭra amo, ĉar ĝi kuŝas sur estimo! Oni ne forgesu, ke ne la korpo, sed
la Spirito amas, kaj ke, kiam la materia iluzio disbloviĝas, tiam la Spirito vidas
la realon.
“Estas du specoj
de alligiteco: tiu korpa kaj tiu anima, kaj oni ofte prenas unu por la dua. La
alligiteco de la animo, kiam pura kaj fondita sur simpatio, estas longedaŭra;
tiu de la korpo estas pereema; jen, kial personoj, kiuj kredas, ke ili sin
reciproke amas kun eterna amo, ofte malamas unu la duan, kiam finiĝas la
iluzio.”
940. Ĉu la manko
de simpatio inter homoj, destinitaj kune vivi, ne estas ankaŭ fonto de ĉagrenoj
des pli amaraj, ĉar ili venenas tutan ekzistadon?
“Ja tre amaraj;
sed ĝi estas unu el tiuj malfeliĉoj, kies ĉefa kaŭzo vi mem plej ofte estas;
unue, eraras viaj leĝoj, ĉar ĉu vi kredas, ke Dio altrudas al vi restadi kune
kun personoj, kiuj malplaĉas al vi? due, vi ofte serĉas en tiuj kuniĝoj prefere
kontentigon de fiero kaj ambicio, ol feliĉon el reciproka korinklino; vi do
suferas la rezultaton de viaj konvencioj.”
– Sed, ĉu en ĉi
tiu okazo preskaŭ ĉiam ne ekzistas iu senkulpa viktimo?
“Jes, kaj tio
estas por li akra puno; sed la respondeco por lia malfeliĉo falas sur la
personojn, kiuj ĝin kaŭzis. Se la lumo de vero penetris lian animon, li trovos konsolon
en sia fido je la estonteco; cetere, proporcie kiel la interkonsentoj perdos
sian influon, la kaŭzoj de tiuj apartaj malfeliĉoj ankaŭ malaperos.”
La Libro de la
Spiritoj – Allan Kardec.
sábado, 27 de abril de 2024
domingo, 21 de abril de 2024
sábado, 20 de abril de 2024
Decepções. Ingratidão. Afeições destruídas / Disappointment – Shattered Affections / ELREVIĜOJ. NEDANKEMO. ROMPITAJ KORLIGIĜOJ.
Decepções. Ingratidão. Afeições
destruídas.
937. Para o
homem de coração, as decepções oriundas da ingratidão e da fragilidade dos
laços da amizade não são também uma fonte de amarguras?
“São; porém,
deveis lastimar os ingratos e os amigos infiéis: serão muito mais infelizes do
que vós. A ingratidão é filha do egoísmo e o egoísta topará mais tarde com
corações insensíveis, como o seu próprio o foi. Lembrai-vos de todos os que
fizeram mais bem do que vós, que valeram muito mais do que vós e que tiveram
por paga a ingratidão. Lembrai-vos de que o próprio Jesus foi, quando no mundo,
injuriado e menosprezado, tratado de velhaco e impostor, e não vos admireis de
que o mesmo vos suceda. Seja o bem que houverdes feito a vossa recompensa na
Terra e não atenteis no que dizem os que receberam os vossos benefícios. A
ingratidão é uma prova para a vossa perseverança na prática do bem; ser-vos-á
levada em conta, e os que vos forem ingratos serão tanto mais punidos quanto
maior lhes tenha sido a ingratidão.”
938. As
decepções oriundas da ingratidão não serão de molde a endurecer o coração e a
fechá-lo à sensibilidade?
“Seria um erro,
porquanto o homem de coração, como dizes, se sente sempre feliz pelo bem que
faz. Sabe que se esse bem for esquecido nesta vida será lembrado em outra, e
que o ingrato se envergonhará e terá remorsos da sua ingratidão.”
a) — Mas tal
raciocínio não impede que se lhe ulcere o coração. Ora, daí não poderá
nascer-lhe a ideia de que seria mais feliz se fosse menos sensível?
“Pode, se
preferir a felicidade do egoísta. Triste felicidade essa! Saiba, pois, que os
amigos ingratos que o abandonam não são dignos de sua amizade, e que se enganou
a respeito deles. Assim sendo, não há de que lamentar o tê-los perdido. Mais
tarde achará outros, que saberão compreendê-lo melhor. Lastimai os que usam para
convosco de um procedimento que não tenhais merecido, pois bem triste se lhes
apresentará o reverso da medalha. Não vos aflijais, porém, com isso: será o
meio de vos colocardes acima deles.”
A natureza deu
ao homem a necessidade de amar e de ser amado. Um dos maiores gozos que lhe são
concedidos na Terra é o de encontrar corações que com o seu simpatizem. Nas
alegrias que esses encontros proporcionam tem o homem as primícias da
felicidade que o aguarda no mundo dos Espíritos perfeitos, onde tudo é amor e
benignidade. Desse gozo está excluído o egoísta.
O Livro dos
Espíritos – Allan Kardec.
Disappointment – Shattered Affections
937. Is the
disappointment that leads to ingratitude and the fragility of friendship
another source of bitterness for the human heart?
“Yes, but we
teach you to feel pity for the ungrateful and faithless friends as they are
more unhappy than you. Ingratitude comes from selfishness and people who are
selfish, eventually, meet hearts as callous as their own. Think of all those
who have done more good than you, who are more worthy than you are, and whose
kindnesses were paid with ingratitude. Remember that, in his life, Jesus was
ridiculed, despised and treated as both a criminal and a fraud; you should not
be shocked if you are treated in the same way. The knowledge that you have done
good should be your reward in your present life, and do not worry about what
people who have benefited from it say. Ingratitude tests your persistence in
doing good. It counts in your favor, in the future, and those who have ignored
your kindness will be punished. The greater their ingratitude, the more severe
the atonement.”
938. Are the
disappointments that ingratitude causes meant to harden the heart and turn it
callous and insensitive?
“That is wrong,
because virtuous people are always happy to do good for others. They know that,
if those they have helped do not recognize their kindness in this life, they
will in a future one, and they will then feel shame and remorse for their ingratitude.”
a) However, this
knowledge does not prevent them from being hurt by ingratitude in this life.
Could this pain lead them to think that they would be happier if they were less
sensitive?
“Yes, if they
prefer selfish happiness. Still, this sort of happiness is very pitiful. People
must try to understand that the ungrateful friends who desert them are unworthy
of their friendship, and that they are mistaken in their thoughts of them. They
should no longer regret the loss of these friends. Other friends, who are
better able to understand the motivation behind their acts of good will, will
take their place. You should pity those from whom you have received poor
treatment, which you did not deserve, because they will receive severe
retribution. You should not allow yourselves to be upset by their bad behavior.
Your ability to remain unaffected by their ill-treatment places you above
them.”
Nature has given
human beings the need to love and be loved. One of the greatest joys given to
them on Earth is meeting like-minded hearts. This sympathy gives them a taste
of the happiness that awaits them in the world of perfect spirits, where love
and kindness reign. This type of happiness is denied to the selfish.
The Spirits’
Book.
ELREVIĜOJ.
NEDANKEMO. ROMPITAJ KORLIGIĜOJ
937. Ĉu la
elreviĝoj, per kiuj nin batas nedankemo kaj la facilrompeco de amikligiloj, ne
estas por korsentema homo ankaŭ fonto de ĉagrenoj?
“Jes; sed ni
instruas al vi bedaŭri la sendankajn kaj la malfidelajn amikojn: ili estos pli
malfeliĉaj ol vi. Nedankemo estas ido de egoismo, kaj egoismo poste trovos korojn
sensentajn, kia estis la lia. Ekpensu pri tiuj, kiuj faris pli da bono ol vi,
kiuj meritis pli ol vi, kaj kiuj tamen ricevis maldankon kiel pagon. Memoru, ke
Jesuo mem estis primokata kaj malŝatata dum sia vivo, traktata kiel frenezulo
kaj trompisto, kaj ne miru, ke tio sama okazos al vi. Estu la bono, kiun vi
faras, via rekompenco en ĉi tiu mondo, kaj ne atentu, kion diras la homoj, kiuj
ricevis vian komplezon. Nedankemo estas provo por via persisto en bonfaro; tio
estos kreditita al vi, kaj tiuj, kiuj vin ne dankos, estos punitaj des pli
severe, ju pli granda estos ilia sendankeco.”
938. Ĉu la
disreviĝoj, kaŭzataj de nedankemo, ne estas donataj por hardi la koron kaj ĝin
fermi al sentemo?
“Tio estus
eraro; ĉar korsentema homo, kiel vi diras, estas ĉiam feliĉa pro la bono, kiun
li faras. Li scias, ke, se tiuj, al kiuj li komplezis, ne memoros tiun servon
en ĉi tiu vivo, ili ĝin nepre memoros en alia ekzistado; kaj ke sendankulo hontos
pri sia kulpo kaj pro øi sentos konsciencoriproĉojn.”
– Tiu penso ne
evitigas vundon al la koro de nobla homo; nu, ĉu tio ne povas naski en li la
penson, ke li estus pli feliĉa, se li estus malpli sentema?
“Jes, se li
preferas la feliĉon de egoisto; kompatinda feliĉo! Li do sciu, ke la sendankaj
amikoj, lin forlasantaj, ne indas lian amikecon, kaj ke li trompiĝis pri ili;
de tiam, li ne ĉagreniĝu pri ties perdo. Li poste trovos aliajn, kiuj scios lin
pli bone kompreni. Bedaŭru la personojn, kondutantajn malnoble kontraŭ vi, kiel
vi ne meritas, ĉar ili ricevos tre amaran repagon; sed tiuj aferoj ne afliktu vin:
tio estas rimedo, por loki vin super ilin.”
La Naturo donis
al la homo la neceson ami kaj esti amata. Unu el plej grandaj plezuroj, kiuj
povas esti konsentataj al li sur la Tero, estas trovi korojn, kiuj simpatias la
lian; ĝi tiel havigas al li antaŭĝuon de l’ feliĉo, destinita al li en la mondo
de la perfektaj Spiritoj, kie ĉio estas amo kaj bondezireco; tiu estas plezuro,
rifuzita al egoisto.
La Libro de la
Spiritoj – Allan Kardec.
domingo, 14 de abril de 2024
sábado, 13 de abril de 2024
Perda dos entes queridos / PÉRDIDA DE LAS PERSOÑAS QUERIDAS / PERDO DE AMATAJ PERSONOJ.
Perda dos entes queridos.
934. A perda dos
entes que nos são caros não constitui para nós legítima causa de dor, tanto
mais legítima quanto é irreparável e independente da nossa vontade?
“Essa causa de
dor atinge assim o rico como o pobre: é uma prova ou uma expiação, e constitui
lei para todos. Tendes, porém, uma consolação em poderdes comunicar-vos com os
vossos amigos pelos meios que vos estão ao alcance, enquanto não dispondes de
outros mais diretos e mais acessíveis aos vossos sentidos.”
935. Que se deve
pensar da opinião dos que consideram profanação as comunicações com o
além-túmulo?
“Não pode haver
nisso profanação, quando haja recolhimento e quando a evocação seja praticada
com respeito e conveniência. A prova de que assim é tendes no fato de que os
Espíritos que vos consagram afeição acodem com prazer ao vosso chamado.
Sentem-se felizes por vos lembrardes deles e por se comunicarem convosco.
Haveria profanação se isso fosse feito levianamente.”
A possibilidade
de nos pormos em comunicação com os Espíritos é uma dulcíssima consolação, pois
que nos proporciona meio de conversarmos com os nossos parentes e amigos que
deixaram antes de nós a Terra. Pela evocação, aproximamo-los de nós; vêm
colocar-se ao nosso lado, nos ouvem e respondem. Desse modo, cessa, por bem
dizer, toda separação entre eles e nós. Auxiliam-nos com seus conselhos,
testemunham-nos o afeto que nos guardam e a alegria que experimentam por nos
lembrarmos deles. Para nós, grande satisfação é sabê-los ditosos, informar-nos,
por seu intermédio, dos pormenores da nova existência a que passaram e adquirir
a certeza de que um dia nos iremos a eles juntar.
936. Como é que
as dores inconsoláveis dos que sobrevivem se refletem nos Espíritos por quem as
sofrem?
“O Espírito é
sensível à lembrança e às saudades dos que lhe eram caros na Terra; mas, uma
dor incessante e desarrazoada o toca penosamente, porque nessa dor excessiva
ele vê falta de fé no futuro e de confiança em Deus e, por conseguinte, um
obstáculo ao adiantamento dos que o choram e, talvez, à sua reunião com eles.”
Estando o
Espírito mais feliz no Espaço que na Terra, lamentar que ele tenha deixado a
vida corpórea é deplorar que seja feliz. Figuremos dois amigos que se achem
metidos na mesma prisão. Ambos alcançarão um dia a liberdade, mas um a obtém
antes do outro. Seria caridoso que o que continuou preso se entristecesse
porque o seu amigo foi libertado primeiro? Não haveria, de sua parte, mais
egoísmo do que afeição em querer que do seu cativeiro e do seu sofrer
partilhasse o outro por igual tempo? O mesmo se dá com dois seres que se amam
na Terra. O que parte primeiro é o que primeiro se liberta e só nos cabe
felicitá-lo, aguardando com paciência o momento em que a nosso turno também o
seremos.
Façamos ainda, a
este propósito, outra comparação. Tendes um amigo que, junto de vós, se
encontra em penosíssima situação. Sua saúde ou seus interesses exigem que vá
para outro país, onde estará melhor a todos os respeitos. Deixará
temporariamente de se achar ao vosso lado, mas com ele vos correspondereis
sempre: a separação será apenas material. Desgostar-vos-ia o seu afastamento,
embora para o bem dele?
Pelas provas
patentes que fornece da vida futura, da presença em torno de nós daqueles a
quem amamos, da continuidade da afeição e da solicitude que nos dispensavam;
pelas relações que nos faculta manter com eles, a doutrina espírita nos oferece
suprema consolação, por ocasião de uma das mais legítimas dores. Com o Espiritismo,
não mais solidão, não mais abandono: o homem, por muito insulado que esteja,
tem sempre perto de si amigos com quem pode comunicar-se.
Impacientemente
suportamos as tribulações da vida. Tão intoleráveis nos parecem, que não
compreendemos possamos sofrê-las. Entretanto, se as tivermos suportado
corajosamente, se soubermos impor silêncio às nossas murmurações,
felicitar-nos-emos, quando fora desta prisão terrena, como o doente que sofre
se felicita, quando curado, por se haver submetido a um tratamento doloroso.
O Livro dos
Espíritos – Allan Kardec.
PÉRDIDA DE LAS
PERSOÑAS QUERIDAS
934. La pérdida
de las personas que nos son queridas, ¿no es una de esas que nos causan un
pesar tanto más legítimo en cuanto a esa pérdida es irreparable e independiente
de nuestra voluntad?
«Esta causa de
pesar alcanza así al rico, como al pobre; es una prueba o una expiación, es la
ley común. Pero es un consuelo poder comunicar con vuestros amigos por los
medios que tenéis, hasta tanto que tengáis otros más directos y más accesibles
a vuestros sentidos».
935. ¿Qué debe
pensarse de las personas que miran las comunicaciones de ultratumba como una
profanación?
«No puede
existir profanación cuando hay recogimiento, y cuando se hace la evocación con
respeto y dignamente. Y es prueba de ello que los espíritus que os aprecian
vienen con placer; son felices a consecuencia de vuestro recuerdo y hablando
con vosotros. Profanación habría, haciéndolo con ligereza».
La posibilidad
de establecer comunicación con los espíritus es muy grato consuelo, puesto que
nos proporciona el medio de hablar con nuestros parientes y amigos, que han
dejado la tierra antes que nosotros. Con la evocación los aproximamos a
nosotros; están a nuestro lado, nos oyen y nos responden, y, por decirlo así,
concluye la separación entre ellos y nosotros. Nos ayudan con sus consejos, nos
demuestran su afecto y el placer que experimentan por nuestro recuerdo. Para
nosotros es una satisfacción saber que son felices, saber por ellos mismos los
pormenores de su nueva existencia, y adquirir la certeza de que nos reuniremos
a ellos.
936. ¿Cómo
afectan los dolores inconsolables de los so brevivientes a los espíritus,
objeto de ellos?
«El espíritu es
sensible al recuerdo y pesares de los que ha amado, pero un dolor incesante e
irracional le afecta penosamente; porque ese dolor excesivo va falto de fe en
el porvenir y de confianza en Dios, y por consiguiente un obstáculo al adelanto
y acaso a la reunión».
Siendo el
espíritu más feliz que en la tierra, echarle a menos la vida es sentir que sea
feliz. Dos amigos están presos y encerrados en un mismo calabozo; ambos
obtendrán un día la libertad, pero el uno la logra primeramente. ¿Seria
caritativo que el que permanece encarcelado sintiese que su amigo se viera
libre antes que él? ¿No habría de su parte más egoísmo que afecto, queriendo
que participe de su cautiverio y sus sufrimientos por tanto tiempo como él?
Pues lo mismo sucede con dos seres que se aman en la tierra, el que primero
parte es el primero en ser libre, y debemos felicitarle, esperando con
paciencia el momento en que también lo seremos.
Pondremos otra
comparación sobre el particular. Tenemos un amigo que, a vuestro lado se halla
en situación penosa; su salud o su interés exigen que vaya a otro país donde
bajo todos aspectos se encontrará mejor. Momentáneamente no estará ya a vuestro
lado, pero siempre estaréis en correspondencia con él, la separación no pasará
de ser material. ¿Os dolería su alejamiento, puesto que sería para su bien?
La doctrina
espiritista, por las pruebas patentes que da de la vida futura de la presencia
a nuestro alrededor de aquellos a quienes hemos amado, de la continuidad de su
afecto y solicitud, y por las relaciones que con ellos nos hace posibles; nos
ofrece un supremo consuelo en una de las más legítimas causas de dolor. Con el
espiritismo cesan la soledad y el abandono, y el hombre más aislado tiene
siempre amigos a su lado con quienes puede hablar.
Sufrimos con
impaciencia las tribulaciones le la vida; nos parecen tan insoportables, que no
comprendemos que podamos sobrellevarías; y sin embargo, si las hemos sufrido
con valor, si hemos sabido acallar nuestras murmuraciones, nos felicitaremos de
ello cuando estemos fuera de esta prisión terrestre, como el paciente que sufre
se felicita, después de curado, de haberse resignado a un tratamiento doloroso.
EL LIBRO DE LOS
ESPÍRITUS – Allan Kardec.
PERDO DE AMATAJ
PERSONOJ
934. Ĉu la perdo
de personoj, kiuj estas karaj al ni, ne estas unu el tiuj, kaŭzantaj al ni
ĉagrenon des pli pravigeblan, ĉar ĝi estas nekompensebla kaj nedependanta de
nia volo?
“Tiu kaŭzo de
ĉagreno trafas ne nur riĉulon, sed ankaŭ malriĉulon: ĝi estas provo aŭ kulpelaĉeto,
kaj komuna leĝo; sed vi trovas konsolon en tio, ke vi povas komunikiĝi kun viaj
amikoj per la vojoj de vi konataj, ĝis estos donitaj al vi aliaj pli senperaj
kaj pli percepteblaj por viaj sentumoj.”
935. Kion pensi
pri la opinio de homoj, kiuj opinias profanado la transtombajn komunikiĝojn?
“Nenia profanado
povas ekzisti, kiam ekzistas pia seriozeco kaj kiam elvoko estas farata kun
respekto kaj por utila celo; tion pruvas la fakto, ke la amikaj Spiritoj alvenas
plezure; ili ĝojas, ke vi ilin memoras kaj ke ili parolas al vi; profanado
ekzistus, se la elvoko estus frivole farata.”
La eblo
komunikiĝi kun la Spiritoj estas dolĉega konsolo, ĉar ĝi havigas al ni rimedon,
por interparoli kun parencoj kaj amikoj, lasintaj la Teron pli frue ol ni. Per
elvoko ni ilin alproksimigas al ni, ili estas ĉe nia flanko, nin aŭdas kaj respondas;
jam do ne estas, se tiel diri, muro inter ili kaj ni.
Ili helpas nin
per siaj konsiloj, atestas al ni sian amon kaj la ĝojon, kiun ili sentas pro
nia memoro pri ili. Estas por ni plezuro scii, ke ili estas feliĉaj, ekkoni de
ili mem la detalojn de ilia nova ekzistado, kaj ekhavi la certecon, ke ni
iutage estos kun ili.
936. Kiel la
senkonsolaj doloroj de l’ postvivantoj tuŝas la Spiritojn, kiujn oni priploras?
“La Spiriton tuŝas
la memoro kaj resopiro de tiuj, kiujn li amis, sed senĉesa, malprudenta doloro
lin penige impresas, ĉar li vidas en tiu troa doloro nefidon je l’ estonteco
kaj je Dio, kaj do baron kontraŭ la progreso kaj eble kontraŭ la kuniĝo.”
Ĉar la Spirito
estas pli feliĉa en la spaco ol sur la Tero, bedaŭri, ke li forlasis ĉi tiun
vivon, estas kiel bedaŭri lian feliĉon. Du amikoj estas enŝlositaj en sama
karcero; ambaŭ estas iam reĝuontaj liberecon, sed unu ĝin ricevas la unua. Ĉu
estus laŭ karitate, se tiu, kiu ankoraŭ restas, ĉagreniĝus pro tio, ke lia
amiko estas liberigita pli frue ol li? Ĉu en li ne estus pli bone egoismo ol
amikeco, ke li volas, ke la amiko dividu plue kun li malliberecon kaj suferojn?
Io sama okazas al du homoj, sin reciproke amantaj sur la Tero; kiu la unua
foriras, tiu estas jam liberigita; ni devas lin gratuli kaj pacience atendadi,
ĝis ankaŭ nia horo sonos.
Ni faros pri ĉi
tiu temo alian komparon. Vi havas amikon, kiu, ĉe via flanko, troviĝas en tre
peniga situacio; lia sano kaj interesoj postulas, ke li foriru en alian landon,
kie estos al li pli bone, laŭ ĉiuj vidpunktoj. Li ĉesos dum kelka tempo esti ĉe
vi, sed li estos en konstanta korespondado kun vi; la disiĝo estos nur materia.
Ĉu vi bedaŭros lian foriron, se ĝi celas lian propran utilon?
La Spiritisma
doktrino, pro la evidentaj pruvoj, kiujn ĝi donas pri la estonta vivo, pri la ĉeesto,
ĉe ni, de tiuj, kiujn ni amas, pri la daŭrado de ilia amo kaj prizorgado; pro
la rilatoj, kiujn per ĝi ni povas tenadi kun ili, havigas al ni superegan
konsolon ĉe unu el plej pravigeblaj kaŭzoj de doloro. Laŭ Spiritismo, ĉesas
solerestado kaj forlasiteco; la plej izolita homo ĉiam havas amikojn ĉirkaŭ si,
kun kiuj li povas interparoli.
Ni senpacience
eltenas la afliktojn de la vivo; ili ŝajnas al ni tiel netolereblaj, ke ni ne
komprenas, kiel ni povas ilin elporti; kaj tamen, se ni ilin kuraĝe eltenis, se
ni sciis altrudi silenton al niaj plendoj, ni ja nin rigardos feliĉaj, kiam ni
estos liberaj de l’ tera karcero, same kiel malsanulo, suferanta, opinios sin
feliĉa, kiam denove sana, pro tio, ke li rezignacie submetiĝis al dolora
kuracado.
·
Voki
difinitajn Spiritojn ne plu estas uzate, kiel en la tempo de Kardec. Nun oni
preferas atendi spontaneajn komunikaĵojn de la Spiritoj, kiuj venas ĉu memvole,
ĉu kondukataj de siaj gvidantoj. – La Trad.
La Libro de la
Spiritoj – Allan Kardec.
domingo, 7 de abril de 2024
Mia unua iniciĝo en spiritismon / A minha primeira iniciação no Espiritismo.
Mia unua iniciĝo en spiritismon.
En 1854 mi unuafoje aŭdis pri turniĝantaj tabloj. Unu tagon, mi renkontis S-ron Fortier, la magnetizisto, kiun mi konis de longe; li diris al mi: Ĉu vi scias pri tiu stranga propreco, kiun oni ĵus eltrovis en magnetismo? Ŝajnas, ke oni magnetizas ne nur homojn, sed tablojn, kiujn oni laŭvole turnas kaj irigas. – «Tio estas efektive tre stranga, mi respondis; sed en strikta senco tio ne ŝajnas al mi tute malebla. La magneta fluidaĵo, kiu estas iaspeca elektro, tute bone povas agi sur inertajn korpojn kaj movi ilin.» Raportoj publikigitaj de ĵurnaloj pri eksperimentoj faritaj en Nantes, en Marseille kaj en kelkaj aliaj urboj ne povus lasi dubon pri la realeco de la fenomeno.
Post iom da
tempo, mi revidis S-ron Fortier, kaj li diris al mi: «Jen estas io multe pli
eksterordinara ; ne nur oni turnas tablon per magnetizado, sed oni paroligas
ĝin ; oni demandas kaj ĝi respondas.- Ĉi tio, mi respondis, estas alia afero;
mi kredos tion nur, kiam mi ĝin vidos, kaj kiam oni pruvos al mi, ke tablo
havas cerbon por pensi, nervojn por senti kaj ke ĝi povas fariĝi somnambulo;
ĝis tiam, permesu, ke mi vidu en tio nur fabelon.»
Ĉi tiu rezonado
estis logika ; mi konceptis la eblecon de movado fare de mekanika forto, sed
nesciante la kaŭzon kaj la leĝon de la fenomeno, ŝajnis al mi absurde atribui
inteligentecon al io pure materia. Mi staris en la pozicio de la nuntempaj nekredantoj,
kiuj neas ion, ĉar ili vidas fakton, kiun ili ne komprenas. Antaŭ 50 jaroj, se
oni nur dirus al iu ajn, ke oni povas transsendi telegrafan depeŝon 500 mejlojn
for kaj ricevi la respondon post unu horo, oni ricevus ridegon returne, kaj ne mankus
bonegaj sciencaj kaŭzoj por pruvi, ke tio estas materie neebla. Same okazas
koncerne ĉiajn spiritajn fenomenojn; al ĉiu homo, kiu ne konas la leĝon, kiu
ilin regas, ili ŝajnas supernaturaj, mirindaj kaj sekve neeblaj kaj ridindaj ;
kiam oni ekkonas la leĝon, la mirindaĵoj malaperas; la afero jam havas nenion,
kio kontraŭas la racion, ĉar oni komprenas ties eblecon.
Mi do staris
antaŭ neklarigita fakto, ŝajne kontraŭa al la leĝoj de naturo, kaj kiun mia
racio forpuŝis. Mi ankoraŭ ne vidis kaj ne observis ĝin; la eksperimentoj,
farataj en la ĉeesto de honorindaj, fidindaj homoj, konfirmis al mi la eblecon
de ia rezulto pure materia, sed la ideo pri parolanta tablo tiam ankoraŭ ne
eniris al mi en la cerbon.
La sekvintan
jaron, nome komence de 1855, mi renkontis S-ron Carlotti, kun kiu mi amikis jam
de 25 jaroj. Li babilis kun mi pri tiaj fenomenoj dum ĉirkaŭ unu horo, kun la entuziasmo,
kiun li havis fronte al ĉiaj novaj ideoj. S-ro Carlotti estis ardkaraktera,
energia korsikano; mi ĉiam aprezis ĉe li la kvalitojn, kiuj distingas grandan,
belan animon, sed mi malfidis pri lia ekzaltiĝo. Unue li parolis al mi pri la
interveno de Spiritoj, kaj raportis al mi tiom da mirigaj aferoj, ke ili ne nur
tute ne konvinkis min, sed eĉ pligrandigis miajn dubojn. Unu tagon vi estos unu
el la niaj, li diris al mi. Mi ne diras, ke ne, mi respondis, ni tion vidos
poste.
Post tempopaso,
ĉirkaŭ la monato majo 1855, mi troviĝis ĉe la somnambulino S-ino Roger, kune
kun S-ro Fortier, ŝia magnetizanto; mi renkontis tie S-ron Pâtier kaj S-inon Plainemaison,
kiuj parolis al mi pri tiuj fenomenoj samsence kiel S-ro Carlotti, sed per tute
alia tono. S-ro Pâtier estis iom aĝa, tre klera, severkaraktera, malvarma kaj
trankvila ŝtatoficisto; lia serioza parolmaniero, sen ia entuziasmo, faris al
mi vivecan impreson, kaj kiam li proponis al mi ĉeesti eksperimentojn, kiuj
okazas ĉe S-ino Plainemaison, Strato Grange-Batelière, n-ro 18, mi tuj
akceptis. La rendevuo estis difinita por mardo,20 sed je la 8-a vespere.
Tie, je la unua fojo,
mi ĉeestis la fenomenon de la tabloj turniĝantaj, saltantaj kaj kurantaj, kaj
en tiaj kondiĉoj, ke ne eblis dubo. Mi vidis tie ankaŭ iujn tre malperfektajn
provojn pri mediuma skribo sur ardezo, kun la helpo de korbeto. Miaj ideoj tute
ne estis senŝancelaj, sed tie troviĝis fakto, kiu devus havi kaŭzon. Mi
duonvidis sub tiaj ŝajnaj frivolaĵoj kaj speco de ludo, kiun oni faris el tiaj
fenomenoj, ion seriozan kaj elmontrantan ian novan leĝon, en kiun mi promesis
al mi mem enprofundiĝi.
Tuj aperis la
okazo observi pli atente, ol mi iam faris ĝis tiam. Ĉe unu el la vesperoj ĉe
S-ino Plainemaison, mi ekkonis la familion Baudin, kiu loĝis ĉe strato
Rochechouart. S-ro Boudin al mi proponis ĉeesti la semajnajn seancojn, kiuj
okazis ĉe li, kaj al kiuj mi de tiam fariĝis tre asidua. Tiuj kunsidoj estis
tre multenombre frekventataj ; krom la kutimaj ĉeestantoj, oni senprobleme tien
enlasis iun ajn, kiu tion petis. La du mediumoj estis F-inoj Baudin, kiuj
skribis sur ardezon kun helpo de korbeto, nomata turbo , priskribita en la
Libro de Mediumoj. Tia maniero, kiu postulas la partoprenon de du homoj,
forigas ĉian eblecon, ke la ideoj de la mediumo intervenu. Tie mi vidis
sinsekvajn komunikojn kaj respondojn faritajn al proponitaj demandoj, foje eĉ
al mense faritaj demandoj, kio evidentigis intervenon de fremda inteligento.
La pritraktitaj
temoj estis ĝenerale frivolaj ; oni okupiĝadis precipe pri ĉiaj aferoj, kiuj
koncernis la materian vivon, la estontecon, unuvorte, pri nenio vere serioza ;
scivolemo kaj amuziĝo estis la ĉefa motivo de la ĉeestantoj. La Spirito, kiu
manifestiĝis kutime prenis la nomon Zefiro, nomo perfekte kongrua kun lia karaktero
kaj kun tiu de la kunsido; tamen, li estis tre bona kaj asertis, ke li estas
protektanto de la familio; kvankam li havis ĉiam parolon por ridado, li laŭbezone
scipovis doni saĝajn konsilojn kaj oportune konstrui pikantan, spritan
epigramon. Ni baldaŭ interkonatiĝis, kaj li ofte donis al mi pruvojn de granda
simpatio. Li ne estis tre progresinta Spirito, sed poste, apoge de superaj
Spiritoj, li helpis min ĉe miaj unuaj laboroj. Poste li diris, ke li devas
reenkarniĝi, kaj mi ne plu aŭdis pri li.
En tiuj kunvenoj
mi faris miajn unuajn seriozajn studojn pri spiritismo, malpli ankoraŭ per
revelacioj ol per observado. Mi aplikadis al tiu nova scienco, same kiel mi
faris ĝis tiam, la eksperimentan metodon; mi neniam baziĝis sur antaŭjuĝaj
teorioj ; mi atente observadis, mi komparadis, mi deduktadis konsekvencojn ; de
la rezultoj mi penadis atingi la kaŭzojn, per deduktado kaj logika ĉeno de la
faktoj, ne akceptante eksplikon kiel validan, se ĝi ne povis solvi ĉiajn
malfacilaĵojn de la afero. Tiel mi ĉiam agis en miaj antaŭaj laboroj, ekde la
aĝo 25-, 26-jara. Mi plene komprenis la gravecon de la esplorado, kiun mi tiam
entreprenis; mi duonvidis en tiaj fenomenoj la ŝlosilon de la tiel obskura,
tiel polemika problemo de la pasinteco kaj estonteco de la homaro, la solvon de
tio, kion mi serĉadis dum mia tuta vivo; ĝi estis, unuvorte, tuta revolucio en la
ideoj kaj en la kredoj ; necesis do agi serioze, ne supraĵe; esti pozitiva, ne
idealisma, por eviti la vojon al iluzioj.
Unu el la unuaj
rezultoj de miaj observoj estis, ke la Spiritoj estas neniuj aliaj ol la animoj
de homoj, kaj do havas nek la superan saĝecon, nek la superan scion ; ke ilia
scio estas limigita al la grado de ilia progreso kaj ke ilia opinio havas nur
la valoron de persona opinio. Tiu veraĵo, ekkonita de la komenco, min defendis
de la grava falilo kredi pri ilia neeraremo, kaj evitigis, ke mi formulu antaŭtempajn
teoriojn surbaze de asertoj de unu sola aŭ de kelkaj.
La simpla fakto, ke oni komunikiĝas kun Spiritoj, kion ajn ili dirus, pruvis la ekziston de la nevidebla medio; tio estis jam grava punkto, grandega kampo malfermita al niaj esploroj, ŝlosilo al amaso da neklarigitaj fenomenoj; la dua punkto, ne malpli grava, estis la kono de la stato de tiu mondo, ĝiaj moroj, se tiel oni povas diri ; mi tuj vidis, ke ĉiu Spirito, pro sia persona pozicio kaj siaj konoj, senvualigis al mi unu aspekton, tute same, kiel oni ekkonas la staton de iu lando, pridemandante la loĝantojn de ĉiaj klasoj kaj de ĉiaj kondiĉoj, tiel ke ĉiu povas instrui al ni ion, dum ĉiu, individue, ne povus instrui ĉion; koncernas la observanton formi la tutaĵon helpe de dokumentoj prenitaj de malsamaj flankoj, kolektitaj, kunordigitaj kaj kontrolitaj, unuj rilate la aliajn. Mi do agis kun la Spiritoj kiel mi agis antaŭe kun la homoj; ili estis por mi, de la plej eta ĝis la plej granda, rimedoj por instruiĝo kaj ne antaŭdestinitaj revelaciantoj.
Tiaj estas la
sintenoj, kun kiuj mi entreprenis kaj ĉiam aliris miajn spiritismajn studojn;
observi, kompari kaj juĝi, jen la konstanta regulo, kiun mi sekvis.
Ĝis tiam la seancoj ĉe S-ro Baudin ne havis ian difinitan celon; tie mi provis obteni la solvon de la problemoj kiuj min interesis, el la vidpunkto de la filozofio, de la psikologio kaj de la naturo de la nevidebla mondo; mi alvenis al ĉiu seanco kun serio da demandoj preparitaj kaj metode aranĝitaj, kiuj estis ĉiam responditaj kun precizeco, profundeco kaj per logika maniero. Ekde tiam la kunsidoj prenis tute alian karakteron; inter la ĉeestantoj troviĝis seriozaj homoj, kiuj akiris vivan intereson pri la afero, kaj se okaze mi forestis ili fariĝis seniniciataj; la banalaj demandoj perdis sian allogon por la pli multaj. Komence mi nur celis mian propran instruiĝon ; poste, kiam mi vidis, ke tio formis tutaĵon kaj prenis proporciojn de ia doktrino, mi ekhavis la penson publikigi ilin por instruiĝo de la mondo. Tiuj estas la samaj demandoj, kiuj sinsekve elvolviĝintaj kaj kompletigitaj, fariĝis la bazo de la Libro de la Spiritoj.
La sekvan jaron,
en 1856, mi samtempe frekventis la spiritismajn kunsidojn, kiuj okazis en
strato Tiquetone, ĉe S-ro Roustan kaj F-ino Japhet, somnambulino. Tiuj kunsidoj
estis seriozaj kaj tenataj en ordo. La komunikoj okazis per F-ino Japhet,
mediumino, helpe de korbeto.
Mia laboro estis
grandparte finita, kaj prenis la proporciojn de libro, sed mi nepre volis
submeti ĝin al la kontrolado de aliaj Spiritoj, helpe de aliaj mediumoj. Mi
ekhavis la penson fari ĝin objekto de studoj en la kunsidoj ĉe S-ro Roustan;
fine de kelkaj seancoj, la Spiritoj diris, ke ili preferas ĝin revizii en
intima medio, kaj ili fiksis por tiu celo iujn tagojn por privata laboro kun
F-ino Japhet, por fari ĝin pli trankvile, kaj ankaŭ por eviti maldiskretaĵojn
kaj antaŭtempajn komentojn flanke de la publiko. Mi ne kontentiĝis per tiu
kontrolado; la Spiritoj tion rekomendis al mi. La cirkonstancoj rilatigis min
kun aliaj mediumoj, kaj ĉiufoje kiam prezentiĝis okazo, mi ĝin profitis por proponi
kelkajn demandojn, kiuj ŝajnis al mi dornaj. Tiel, pli ol dek mediumoj proponis
al mi sian helpon por tiu laboro. De komparado kaj kunligado de ĉiuj respondoj
kunordigitaj, klasigitaj kaj multfoje rearanĝitaj en la silento de meditado, mi
formis la unuan eldonon de la Libro de la Spiritoj, kiu aperis je la 18-a de
aprilo 1857.
Ĉirkaŭ la fino
de tiu sama jaro, ambaŭ fraŭlinoj Baudin edziniĝis; la kunsidoj ĉesis kaj la
familio disiĝis. Sed tiam miaj rilatoj komencis plivastiĝi, kaj la Spiritoj
multobligis al mi la instrurimedojn, por miaj postaj laboroj.
*La dato ne estis skribita en la
manuskripto.
*Ekstraktoj, in
extenso, el la libro de Antaŭvidoj koncernantaj Spiritismon.
Postmortaj Verkoj
– Allan Kardec.
A minha primeira
iniciação no Espiritismo
Foi em 1854 que
pela primeira vez ouvi falar das mesas girantes. Encontrei um dia o magnetizador,
Sr. Fortier, a quem eu conhecia desde muito tempo e que me disse: “Já sabe da
singular propriedade que se acaba de descobrir no Magnetismo? Parece que já não
são somente as pessoas que se podem magnetizar, mas também as mesas,
conseguindo-se que elas girem e caminhem à vontade.” “É, com efeito, muito
singular” — respondi —; “mas, a rigor, isso não me parece radicalmente
impossível. O fluido magnético, que é uma espécie de eletricidade, pode
perfeitamente atuar sobre os corpos inertes e fazer que eles se movam.” Os
relatos, que os jornais publicaram, de experiências feitas em Nantes, em
Marselha e em algumas outras cidades, não permitiam dúvidas acerca da realidade
do fenômeno.
Algum tempo
depois, encontrei-me novamente com o Sr. Fortier, que me disse: “Temos uma
coisa muito mais extraordinária; não só se consegue que uma mesa se mova,
magnetizando-a, como também que fale. Interrogada, ela responde.” “Isto agora”
— repliquei-lhe —, “é outra questão. Só acreditarei quando o vir e quando me
provarem que uma mesa tem cérebro para pensar, nervos para sentir e que possa
tornar-se sonâmbula. Até lá, permita que eu não veja no caso mais do que um
conto para fazer-nos dormir em pé”.
Era lógico este
raciocínio: eu concebia o movimento por efeito de uma força mecânica, mas,
ignorando a causa e a lei do fenômeno, afigurava-se-me absurdo atribuir-se
inteligência a uma coisa puramente material. Achava-me na posição dos
incrédulos atuais, que negam porque apenas veem um fato que não compreendem. Há
50 anos, se a alguém dissessem, pura e simplesmente, que se podia transmitir um
despacho telegráfico a 500 léguas e receber a resposta dentro de uma hora, esse
alguém se riria e não teriam faltado excelentes razões científicas para provar
que semelhante coisa era materialmente impossível. Hoje, quando já se conhece a
lei da eletricidade, isso a ninguém espanta, nem sequer ao camponês. O mesmo se
dá com todos os fenômenos espíritas. Para quem quer que não conheça a lei que
os rege, eles parecem sobrenaturais, maravilhosos e, por conseguinte,
impossíveis e ridículos. Uma vez conhecida a lei, desaparece a maravilha, o
fato deixa de ter o que repugne à razão, porque se prende à possibilidade de
ele produzir-se.
Eu estava, pois,
diante de um fato inexplicado, aparentemente contrário às Leis da Natureza e
que a minha razão repelia. Ainda nada vira, nem observara; as experiências,
realizadas em presença de pessoas honradas e dignas de fé, confirmavam a minha
opinião, quanto à possibilidade do efeito puramente material; a ideia, porém,
de uma mesa falante ainda não me entrara na mente.
No ano seguinte,
estávamos em começo de 1855, encontrei-me com o Sr. Carlotti, amigo de 25 anos,
que me falou daqueles fenômenos durante cerca de uma hora, com o entusiasmo que
consagrava a todas as ideias novas. Ele era corso, de temperamento ardoroso e
enérgico, e eu sempre lhe apreciara as qualidades que distinguem uma grande e
bela alma, porém desconfiava da sua exaltação. Foi o primeiro que me falou na
intervenção dos Espíritos e me contou tantas coisas surpreendentes que, longe
de me convencer, me aumentou as dúvidas. “Um dia, o senhor será dos nossos”, concluiu.
“Não direi que não”, respondi-lhe; “veremos isso mais tarde.”
Passado algum
tempo, pelo mês de maio de 1855, fui à casa da sonâmbula Sra. Roger, em
companhia do Sr. Fortier, seu magnetizador. Lá encontrei o Sr. Pâtier e a Sra.
Plainemaison, que daqueles fenômenos me falaram no mesmo sentido em que o Sr.
Carlotti se pronunciara, mas em tom muito diverso. O Sr. Pâtier era funcionário
público, já de certa idade, muito instruído, de caráter grave, frio e calmo;
sua linguagem pausada, isenta de todo entusiasmo, produziu em mim viva
impressão e, quando me convidou a assistir às experiências que se realizavam em
casa da Sra. Plainemaison, à Rua Grange-Batelière, 18, aceitei imediatamente. A
reunião foi marcada para terça-feira18 de maio às oito horas da noite.
Foi aí que, pela
primeira vez, presenciei o fenômeno das mesas que giravam, saltavam e corriam
em condições tais que não deixavam lugar para qualquer dúvida. Assisti então a
alguns ensaios, muito imperfeitos, de escrita mediúnica numa ardósia, com o
auxílio de uma cesta. Minhas ideias estavam longe de precisar-se, mas havia ali
um fato que necessariamente decorria de uma causa. Eu entrevia, naquelas
aparentes futilidades, no passatempo que faziam daqueles fenômenos, qualquer
coisa de sério, como que a revelação de uma nova lei, que tomei a mim estudar a
fundo.
Bem depressa,
ocasião se me ofereceu de observar mais atentamente os fatos, como ainda o não
fizera. Numa das reuniões da Sra. Plainemaison, travei conhecimento com a
família Baudin, que residia então à Rua Rochechouart. O Sr. Baudin me convidou
para assistir às sessões hebdomadárias que se realizavam em sua casa e às quais
me tornei desde logo muito assíduo.
Eram bastante
numerosas essas reuniões; além dos frequentadores habituais, admitiam-se todos
os que solicitavam permissão para assistir a elas. Os médiuns eram as duas
senhoritas Baudin, que escreviam numa ardósia com o auxílio de uma cesta,
chamada carrapeta e que se encontra descrita em O livro dos médiuns. Esse
processo, que exige o concurso de duas pessoas, exclui toda possibilidade de
intromissão das ideias do médium. Aí, tive ensejo de ver comunicações contínuas
e respostas a perguntas formuladas, algumas vezes, até, perguntas mentais, que
acusavam, de modo evidente, a intervenção de uma inteligência estranha.
Eram geralmente
frívolos os assuntos tratados. Os assistentes se ocupavam, principalmente, de
coisas respeitantes à vida material, ao futuro, numa palavra, de coisas que
nada tinham de realmente sério; a curiosidade e o divertimento eram os móveis
capitais de todos. Dava o nome de Zéfiro o Espírito que costumava
manifestar-se, nome perfeitamente acorde com o seu caráter e com o da reunião.
Entretanto, era muito bom e se dissera protetor da família. Se com frequência fazia
rir, também sabia, quando preciso, dar ponderados conselhos e manejar, se
ensejo se apresentava, o epigrama, espirituoso e mordaz. Relacionamo-nos de
pronto e ele me ofereceu constantes provas de grande simpatia. Não era um
Espírito muito adiantado, porém, mais tarde, assistido por Espíritos
Superiores, me auxiliou nos meus trabalhos. Depois, disse que tinha de
reencarnar e dele não mais ouvi falar.
Foi nessas
reuniões que comecei os meus estudos sérios de Espiritismo, menos, ainda, por
meio de revelações do que de observações. Apliquei a essa nova ciência, como o
fizera até então, o método experimental; nunca elaborei teorias preconcebidas; observava
cuidadosamente, comparava, deduzia consequências; dos efeitos procurava
remontar às causas, por dedução e pelo encadeamento lógico dos fatos, não
admitindo por válida uma explicação, senão quando resolvia todas as
dificuldades da questão. Foi assim que procedi sempre em meus trabalhos
anteriores, desde a idade de 15 a 16 anos. Compreendi, antes de tudo, a
gravidade da exploração que ia empreender; percebi, naqueles fenômenos, a chave
do problema tão obscuro e tão controvertido do passado e do futuro da
Humanidade, a solução que eu procurara em toda a minha vida. Era, em suma, toda
uma revolução nas ideias e nas crenças; fazia-se mister, portanto, andar com a maior
circunspeção, e não levianamente; ser positivista, e não idealista, para não me
deixar iludir.
Um dos primeiros
resultados que colhi das minhas observações foi que os Espíritos, nada mais
sendo do que as almas dos homens, não possuíam nem a plena sabedoria, nem a
ciência integral; que o saber de que dispunham se circunscrevia ao grau, que haviam
alcançado, de adiantamento, e que a opinião deles só tinha o valor de uma
opinião pessoal. Reconhecida desde o princípio, esta verdade me preservou do
grave escolho de crer na infalibilidade dos Espíritos e me impediu de formular
teorias prematuras, tendo por base o que fora dito por um ou alguns deles.
O simples fato
da comunicação com os Espíritos, dissessem eles o que dissessem, provava a
existência do Mundo Invisível ambiente. Já era um ponto essencial, um imenso
campo aberto às nossas explorações, a chave de inúmeros fenômenos até então
inexplicados. O segundo ponto, não menos importante, era que aquela comunicação
permitia se conhecessem o estado desse mundo, seus costumes, se assim nos
podemos exprimir. Vi logo que cada Espírito, em virtude da sua posição pessoal
e de seus conhecimentos, me desvendava uma face daquele mundo, do mesmo modo que
se chega a conhecer o estado de um país, interrogando habitantes seus de todas
as classes, não podendo um só, individualmente, informar-nos de tudo. Compete
ao observador formar o conjunto, por meio dos documentos colhidos de diferentes
lados, colecionados, coordenados e comparados uns com outros. Conduzi-me, pois,
com os Espíritos, como houvera feito com homens. Para mim, eles foram, do menor
ao maior, meios de me informar, e não reveladores predestinados.
Tais as
disposições com que empreendi meus estudos e neles prossegui sempre. Observar,
comparar e julgar, essa a regra que constantemente segui.
Até ali, as
sessões em casa do Sr. Baudin nenhum fim determinado tinham tido. Tentei lá
obter a resolução dos problemas que me interessavam, do ponto de vista da
Filosofia, da Psicologia e da natureza do Mundo Invisível. Levava para cada
sessão uma série de questões preparadas e metodicamente dispostas. Eram sempre
respondidas com precisão, profundeza e lógica. A partir de então, as sessões assumiram
caráter muito diverso. Entre os assistentes contavam-se pessoas sérias, que
tomaram por elas vivo interesse e, se me acontecia faltar, ficavam sem saberem
o que fazer. As perguntas fúteis haviam perdido, para a maioria, todo atrativo.
Eu, a princípio, cuidara apenas de instruir-me; mais tarde, quando vi que
aquilo constituía um todo e ganhava as proporções de uma doutrina, tive a ideia
de publicar os ensinos recebidos, para instrução de toda a gente. Foram aquelas
mesmas questões que, sucessivamente desenvolvidas e completadas, constituíram a
base de O livro dos espíritos.
No ano seguinte,
em 1856, frequentei ao mesmo tempo as reuniões espíritas que se celebravam à
Rua Tiquetone, em casa do Sr. Roustan e Srta. Japhet, sonâmbula. Eram sérias
essas reuniões e se realizavam com ordem. As comunicações eram transmitidas por
intermédio da Srta. Japhet, médium, com auxílio da cesta de bico.
Estava
concluído, em grande parte, o meu trabalho e tinha as proporções de um livro.
Eu, porém, fazia questão de submetê-lo ao exame de outros Espíritos, com o
auxílio de diferentes médiuns. Lembrei-me de fazer dele objeto de estudo nas
reuniões do Sr. Roustan. Ao cabo de algumas sessões, disseram os Espíritos que
preferiam revê-lo na intimidade e marcaram para tal efeito certos dias nos
quais eu trabalharia em particular com a Srta. Japhet, a fim de fazê-lo com
mais calma e também de evitar as indiscrições e os comentários prematuros do
público.
Não me
contentei, entretanto, com essa verificação; os Espíritos assim mo haviam
recomendado. Tendo-me as circunstâncias posto em relação com outros médiuns,
sempre que se apresentava ocasião, eu a aproveitava para propor algumas das
questões que me pareciam mais espinhosas. Foi assim que mais de dez médiuns
prestaram concurso a esse trabalho. Da comparação e da fusão de todas as
respostas, coordenadas, classificadas e muitas vezes retocadas no silêncio da
meditação, foi que elaborei a primeira edição de O livro dos espíritos,
entregue à publicidade em 18 de abril de 1857.
Pelos fins desse
mesmo ano, às duas Srtas. Baudin se casaram; as reuniões cessaram e a família
se dispersou. Mas, então, já as minhas relações começavam a dilatar-se e os
Espíritos me multiplicaram os meios de instrução, tendo em vista meus
ulteriores trabalhos.
* N.E.: A data
ficou em branco no manuscrito.
*Extratos, in
extenso, do livro das Previsões concernentes ao espiritismo.
Obras Póstumas –
Allan Kardec.
sábado, 6 de abril de 2024
Felicidade e infelicidade relativas / Relative happiness and unhappiness.
Felicidade e infelicidade relativas.
920. Pode o
homem gozar de completa felicidade na Terra?
“Não, pois a
vida lhe foi dada como prova ou expiação. Dele, porém, depende a suavização de
seus males e o ser tão feliz quanto possível na Terra.”
921. Concebe-se
que o homem será feliz na Terra, quando a humanidade estiver transformada. Mas,
enquanto isso não se verifica, poderá conseguir uma felicidade relativa?
“O homem é quase
sempre o obreiro da sua própria infelicidade. Pela prática da lei de Deus, a
muitos males pode forrar-se, proporcionando a si mesmo felicidade tão grande
quanto o comporte a sua existência grosseira.”
Aquele que se
acha bem compenetrado de seu destino futuro não vê na vida corporal mais do que
uma estação temporária, uma como parada momentânea numa hospedaria de má
qualidade. Facilmente se consola de alguns aborrecimentos passageiros de uma
viagem que o levará a tanto melhor posição, quanto melhor tenha cuidado dos
preparativos para empreendê-la.
Já nesta vida
somos punidos pelas infrações, que cometemos, das leis que regem a existência
corpórea, sofrendo os males consequentes dessas mesmas infrações e dos nossos
próprios excessos. Se, gradativamente, remontarmos à origem do que chamamos as
nossas desgraças terrenas, veremos que, na maioria dos casos, elas são a
consequência de um primeiro afastamento nosso do caminho reto. Desviando-nos
deste, enveredamos por outro, mau, e, de consequência em consequência, caímos
na desgraça.
922. A
felicidade terrestre é relativa à posição de cada um. O que basta para a
felicidade de um, constitui a desgraça de outro. Haverá, contudo, algum
critério de felicidade comum a todos os homens?
“Com relação à
vida material, é a posse do necessário. Com relação à vida moral, a consciência
tranquila e a fé no futuro.”
923. O que para
um é supérfluo não representará, para outro, o necessário, e reciprocamente, de
acordo com as posições respectivas?
“Sim, segundo as
vossas ideias materiais, os vossos preconceitos, a vossa ambição e as vossas
ridículas extravagâncias, a que o futuro fará justiça, quando compreenderdes a
verdade. Não há dúvida de que aquele que tinha cinquenta mil libras de renda,
vendo-se reduzido a só ter dez mil, se considera muito desgraçado, por não mais
poder fazer a mesma figura, conservar o que chama a sua posição, ter cavalos,
lacaios, satisfazer a todas as paixões, etc. Acredita que lhe falta o
necessário. Mas, francamente, achas que seja digno de lástima, quando ao seu
lado muitos há morrendo de fome e frio, sem um abrigo onde repousem a cabeça? O
homem sábio, a fim de ser feliz, olha sempre para baixo e não para cima, a não
ser para elevar sua alma ao infinito.” (715.)
924. Há males
que independem da maneira de proceder do homem e que atingem mesmo os mais
justos. Nenhum meio terá ele de os evitar?
“Deve
resignar-se e sofrê-los sem murmurar, se quer progredir. Sempre, porém, lhe é
dado haurir consolação na própria consciência, que lhe proporciona a esperança
de melhor futuro, se fizer o que é preciso para obtê-lo.”
925. Por que
favorece Deus com os dons da riqueza a certos homens que não parecem tê-los
merecido?
“Isso significa
um favor aos olhos dos que apenas veem o presente. Mas, fica sabendo, a riqueza
é frequentemente prova mais perigosa do que a miséria.” (814 e seguintes.)
926. Criando
novas necessidades, a civilização não constitui uma fonte de novas aflições?
“Os males deste
mundo estão na razão das necessidades fictícias que vos criais. A muitos
desenganos se poupa nesta vida aquele que sabe restringir seus desejos e olha
sem inveja para o que esteja acima de si. O que menos necessidades tem, esse o
mais rico.
“Invejais os
gozos dos que vos parecem os felizes do mundo. Sabeis, porventura, o que lhes
está reservado? Se os seus gozos são todos pessoais, pertencem eles ao número
dos egoístas: o reverso então virá. Deveis, de preferência, lastimá-los. Deus
algumas vezes permite que o mau prospere, mas a sua felicidade não é de causar
inveja, porque com lágrimas amargas a pagará. Quando um justo é infeliz, isso
representa uma prova que lhe será levada em conta, se a suportar com coragem.
Lembrai-vos destas palavras de Jesus: Bem-aventurados os que sofrem, pois que
serão consolados.”
927. Não há
dúvida que, à felicidade, o supérfluo não é indispensável, porém o mesmo não se
dá com o necessário. Ora, não será real a infelicidade daqueles a quem falta o
necessário?
“Verdadeiramente
infeliz o homem só o é quando sofre a falta do necessário à vida e à saúde do
corpo. Todavia, pode acontecer que essa privação seja de sua culpa, caso em que
só tem que se queixar de si mesmo. Se for ocasionada por outrem, a
responsabilidade recairá sobre aquele que lhe houver dado causa.”
928.
Evidentemente, por meio da especialidade das aptidões naturais, Deus indica a
nossa vocação neste mundo. Muitos dos nossos males não advirão de não seguirmos
essa vocação?
“Assim é, de
fato, e muitas vezes são os pais que, por orgulho ou avareza, desviam seus
filhos da senda que a natureza lhes traçou, comprometendo-lhes a felicidade,
por efeito desse desvio. Responderão por ele.”
a) — Acharíeis
então justo que o filho de um homem altamente colocado na sociedade fabricasse
tamancos, por exemplo, se para isso tivesse aptidão?
“Cumpre não cair
no absurdo, nem exagerar coisa alguma: a civilização tem suas exigências. Por
que haveria de fabricar tamancos o filho de um homem altamente colocado, como
dizes, se pode fazer outra coisa? Poderá sempre tornar-se útil na medida de
suas faculdades, desde que não as aplique às avessas. Assim, por exemplo, em
vez de mau advogado, talvez desse bom mecânico, etc.”
No afastarem-se
os homens da sua esfera intelectual reside indubitavelmente uma das mais
frequentes causas de decepção. A inaptidão para a carreira abraçada constitui
fonte inesgotável de reveses. Depois, o amor-próprio, sobrevindo a tudo isso,
impede que o que fracassou recorra a uma profissão mais humilde e lhe mostra o
suicídio como remédio para escapar ao que se lhe afigura humilhação. Se uma
educação moral o houvesse colocado acima dos tolos preconceitos do orgulho,
jamais se teria deixado apanhar desprevenido.
929. Pessoas há
que, baldas de todos os recursos, embora no seu derredor reine a abundância, só
têm diante de si a perspectiva da morte. Que partido devem tomar? Devem
deixar-se morrer de fome?
“Nunca ninguém
deve ter a ideia de deixar-se morrer de fome. O homem acharia sempre meio de se
alimentar, se o orgulho não se colocasse entre a necessidade e o trabalho.
Costuma-se dizer: “Não há ofício desprezível; não é a posição que desonra o
homem.” Isso, porém, cada um diz para os outros e não para si.”
930. É evidente
que, se não fossem os preconceitos sociais, pelos quais se deixa o homem
dominar, ele sempre acharia um trabalho qualquer, que lhe proporcionasse meio
de viver, embora deslocando-se da sua posição. Mas, entre os que não têm
preconceitos ou os põem de lado, não há pessoas que se veem na impossibilidade
de prover às suas necessidades, em consequência de moléstias ou outras causas
independentes da vontade delas?
“Numa sociedade
organizada segundo a lei do Cristo ninguém deve morrer de fome.”
Com uma
organização social criteriosa e previdente, ao homem só por culpa sua pode
faltar o necessário. Porém, suas próprias faltas são frequentemente resultado
do meio onde se acha colocado. Quando praticar a lei de Deus, terá uma ordem
social fundada na justiça e na solidariedade, e ele próprio também será melhor.
(793.)
931. Por que são
mais numerosas, na sociedade, as classes sofredoras do que as felizes?
“Nenhuma é
perfeitamente feliz, e o que julgais ser a felicidade muitas vezes oculta
pungentes aflições. O sofrimento está por toda parte. Entretanto, para
responder ao teu pensamento, direi que as classes a que chamas sofredoras são
mais numerosas por ser a Terra lugar de expiação. Quando a houver transformado
em morada do bem e de Espíritos bons, o homem deixará de ser infeliz aí, e ela
lhe será o paraíso terrestre.”
932. Por que, no
mundo, tão amiúde, a influência dos maus sobrepuja a dos bons?
“Por fraqueza
destes. Os maus são intrigantes e audaciosos, os bons são tímidos. Quando estes
o quiserem, preponderarão.”
933. Assim como,
muitas vezes, é o homem o causador de seus sofrimentos materiais, também o será
de seus sofrimentos morais?
“Mais ainda, porque
os sofrimentos materiais algumas vezes independem da vontade; mas o orgulho
ferido, a ambição frustrada, a ansiedade da avareza, a inveja, o ciúme, todas
as paixões, numa palavra, são torturas da alma.
"A inveja e
o ciúme! Felizes os que desconhecem estes dois vermes roedores! Para aquele que
a inveja e o ciúme atacam, não há calma, nem repouso possíveis. À sua frente,
como fantasmas que lhe não dão tréguas e o perseguem até durante o sono, se
levantam os objetos de sua cobiça, do seu ódio, do seu despeito. O invejoso e o
ciumento vivem ardendo em contínua febre. Será essa uma situação desejável? Não
compreendeis que, com as suas paixões, o homem cria para si mesmo suplícios
voluntários, tornando-se-lhe a Terra verdadeiro inferno?”
Muitas
expressões pintam energicamente o efeito de certas paixões. Diz-se: “inchado de
orgulho”, “morrer de inveja”, “secar de ciúme” ou “de despeito”, “não comer nem
beber de ciúmes”, etc. Esse quadro é sumamente real. Acontece até não ter a
inveja objeto determinado. Há pessoas invejosas, por natureza, de tudo o que se
eleva, de tudo o que sai da craveira vulgar, embora nenhum interesse direto
tenham, mas unicamente porque não podem conseguir outro tanto. Ofusca-as tudo o
que lhes parece estar acima do horizonte e, se constituíssem maioria na
sociedade, trabalhariam para reduzir tudo ao nível em que se acham. É a inveja
aliada à mediocridade.
Frequentemente o
homem só é infeliz pela importância que liga às coisas deste mundo. Fazem-lhe a
infelicidade a vaidade, a ambição e a cobiça desiludidas. Se se colocar fora do
círculo acanhado da vida material, se elevar seus pensamentos para o infinito,
que é seu destino, mesquinhas e pueris lhe parecerão as vicissitudes da
humanidade, como o são as tristezas da criança que se aflige pela perda de um
brinquedo que fazia a sua felicidade suprema.
Aquele que só vê
felicidade na satisfação do orgulho e dos apetites grosseiros é infeliz, quando
não os pode satisfazer, ao passo que aquele que nada pede ao supérfluo é feliz
com aquilo que outros consideram calamidades.
Referimo-nos ao
homem civilizado, porquanto o selvagem, sendo mais limitadas as suas
necessidades, não tem os mesmos motivos de cobiça e de angústias: diversa é a
sua maneira de ver as coisas. Como civilizado, o homem raciocina sobre a sua
infelicidade e a analisa. Por isso é que esta o afeta mais. Mas também lhe é
facultado analisar e raciocinar sobre os meios de obter consolação. Essa
consolação ele a encontra no sentimento cristão, que lhe dá a esperança de
melhor futuro, e no Espiritismo, que lhe dá a certeza desse futuro.
O Livro dos
Espíritos – Allan Kardec.
Relative
happiness and unhappiness.
920. Can human
beings enjoy perfect happiness on Earth?
“No, because
corporeal life has been appointed to them either as a trial or as an atonement.
People must reduce their misfortunes themselves, and make their lives as happy
as possible while on Earth.”
921. We
understand that human beings will be happy on Earth when the human race has
been transformed. Meanwhile, can people ensure a moderate amount of happiness
for themselves?
“Human beings
are often the architects of their own unhappiness. If they obey God’s laws,
they spare themselves much sorrow and also secure all the happiness corresponding
with the human condition.”
People who are
positive about their future destinies view their physical life as a temporary station.
It is for them a momentary stopover at a awful hotel. They easily find solace
for the fleeting frustrations of their journey in the fact that it is bringing
them to a new, and happier position, which will be all the more favorable in
proportion to the preparations they have made. In this life, we are punished
for violating the laws of corporeal existence via the suffering that is a
consequence of these violations and by the suffering that results from our own
excesses. When we trace human troubles back to their origin, we find that the
overwhelming majority are the result of an initial deviation from the right
path. This deviation forces us to enter a wrong path, and each subsequent step
brings us more deeply into misfortune.
922. Earthly
happiness is relative to each person’s position, so that what suffices for the
happiness of one can be the cause of misfortune for another. Is there a common
standard of happiness for everyone?
“With regard to
material life, it is the possession of what is necessary for survival. With
regard to moral life, it is the possession of a good conscience and the belief
in a future life.”
923. Is it true
that a luxury for one becomes a necessity for another and vice versa, depending
on circumstantial differences?
“Yes, according
to your material ideas, prejudices, ambition and all the absurd notions that
you gradually shed as you come to understand the truth of things. Obviously,
people who once earned an income of 50,000 consider themselves very unfortunate
when that income is reduced to 10,000. In this case, they perceive themselves
to be less impressive to others since they can no longer maintain their status,
keeping good horses, employees, and gratify all their tastes and passions. For
them, these deprivations represent a lack of the very necessities of life.
However, should we pity them while so many others are dying of cold and
starvation, and do not even have a warm place to sleep at night? Those who are
wise compare themselves to what is below them, never to what is above, unless
it is to raise their soul to the Infinite.” (See no. 715.)
924. Misfortune
can strike anyone regardless of behavior, even for the most upright. Is there a
way of protecting ourselves from misfortune?
“Such misfortune
must be borne with resignation and without defiance in order to progress.
However, you may always find solace in the hope of a happier future, provided
you do what is needed to reach it.”
925. Why does
God so often bestow the gifts of fortune on people who do not appear to deserve
it?
“Wealth appears
to be a favor to people who only see the present, but you must remember that
fortune is often a more dangerous trial than poverty.” (See no. 814 et seq.)
926. Does
civilization, by creating new wants, become the source of new afflictions?
“The problems of
your world are proportional to the artificial wants that you create for
yourselves. People who are able to set limits on their desires and see what is
above them without feeling envy, spare themselves many disappointments. The
richest person is the one with the fewest needs."
“You envy the
pleasures of those who appear to be favored by fortune, but do you know what is
in store for many of them? If they use their wealth only for themselves, they
are selfish and a terrible misfortune awaits them. Instead of feeling envy, you
should feel pity for them. God sometimes allows the wicked to prosper, but you
should not envy their prosperity because they will pay for it with bitter
tears. When a righteous person experiences the trials of misfortune, they reap
rich rewards if they bear them with courage. Remember Jesus’ words, ‘Blessed
are those who mourn, for they shall be comforted.’”
927. The
superfluous is certainly not indispensable to happiness, but this is not true
with regard to the necessities of life. So isn’t the misfortune of those who
are deprived of them real?
“A person is
truly unfortunate only when deprived of what is necessary for survival and
physical health. If this deprivation is the result of their own behavior, they
have only themselves to blame. If it is the fault of others, serious
accountability lies with those who have caused it.”
928. By our
natural aptitudes, God shows each of us our special vocation in this world. Are
many of the problems of life attributable to a failure to follow that vocation?
“That is true. Parents, through pride or greed, often force their children to deviate from the path set for them by nature, but they will be held responsible for the results of this misdirection.”
a) Do you approve
of the son of a well-regarded individual becoming a shoemaker for instance, if
he was endowed with a natural talent for it?
“You must not
waste time on absurd suggestions and exaggerations. Civilization has its
necessities. Why would the son of a man holding a high position become a
shoemaker, if he were able to do something more important? Such an individual
must always make himself useful, according to his faculties, without
contradicting common sense. For instance, if he does not have the aptitude to
be a good lawyer, he might be a good engineer, mechanic, or any other
profession.”
Assuming a
position outside one’s intellectual scope is one of the most frequent causes of
failure and disappointment. Lack of aptitude for the career one has set out to
follow is a never-ending source of disappointment. Often pride prevents people,
who fail in one career, to seek a humbler vocation. They are frequently tempted
to commit suicide in order to escape what they view as humiliation. If a sound
moral education elevates them above the stupid prejudices of pride, they are
never at a loss to earn a living.
929. There are
individuals destitute of all resources who, despite the abundance all around
them do not see any other option for their problem except death. What course
should they take under such circumstances? Should they allow themselves to die
of hunger?
“No one should
ever seriously contemplate the idea of dying of hunger. A person can always
find the means of obtaining food if pride does not insert itself between want
and work. It has often been said that ‘No work is dishonorable if honestly
done,’ but this is one of those sayings that people are quick to preach their
neighbors rather than applying to themselves.”
930. It is clear
that, were it not for the social prejudices that we allow to sway us, a person
is always able to find some sort of work to earn a living, even if in a humbler
life and position. Among people who have no such prejudices and those who can
set them aside, there are some who are truly unable to provide for their needs,
due to illness or other circumstances beyond their control.
“In a society
organized according to Christ’s laws, no one would ever die of hunger.”
In a wise and
considerate society, no one lacks the necessities of life unless it is by their
own fault. A person’s faults are often the result of the circumstances in which
they find themselves. When people advance enough to exercise God’s laws, they
are not only better intrinsically as individuals, but they also organize their
social relations based on justice and charity. (See no. 793.)
931. Why is it that there are many more people who suffer rather than prosper in our society?
“None of you are
perfectly happy, and what the world considers prosperity often hides the most
agonizing sorrows. Suffering is everywhere. However, to answer the thought that
prompted your question, the classes you call suffering are more numerous
because Earth is a place of atonement. When human beings make Earth a sanctuary
for goodness and good spirits, unhappiness will no longer exist. It will then
be a paradise for all its inhabitants.”
932. Why do the
wicked in this world so often have power over the good?
“This is a
direct consequence of the weakness of the good. The wicked are captivating and
bold, while the good are often timid. Whenever the good are determined to take
over, they will prevail.”
933. People are
often the architects of their own physical suffering. Are they the architects
of their moral suffering as well? “Even more so, because material suffering is
sometimes independent of their will. However, wounded pride, disappointed
ambition, the anxieties of greed, envy, jealousy, and all the passions are the
torments of the soul.”
“Envy and
jealousy! Blessed are those who do not know these two gnawing worms! Where envy
and jealousy exist, there can be no calm or tranquility. These passions torment
anyone who is a slave to them, even in their sleep. The envious and jealous are
always agitated. Is such a state desirable? Do you not understand that you
create the most terrible tortures with such passions, and that Earth then truly
becomes a hell for you?”
Many expressions
paint vivid pictures of the effects of different passions. We say, “Bursting
with pride,” “dying of envy,” “consumed by jealousy,” and so on; expressions
that are very true. Sometimes even jealousy has no fixed object. There are
individuals who are naturally jealous of anyone who rises, everything that is
out of the ordinary, even when their own interests are in no way concerned,
simply because they are not able to achieve a similar success. Everything that
seems to be above the common horizon offends them, and if they formed the
majority of society if possible they would want to bring everyone down to their
level. It is jealousy attached to mediocrity.
Much of the
unhappiness people feel is the result of the undue importance they attach to
the things of this world. Vanity, ambition and greed make up a huge part of
their misfortunes. If people place their goals beyond the narrow circle of
physical life, raising their thoughts towards an infinite that is their
destiny, then the difficulties of human life seem petty and foolish, like a
broken toy over which a child weeps inconsolably.
Those who find their happiness only in the satisfaction of pride and gross material passions are unhappy when they cannot satisfy them. However, those who ask for no luxuries are happy under circumstances other people perceive as dire.
We are talking
about civilized people, because savages do not have the same inclinations to
envy and anxiety since they have fewer wants. Their way of looking at things is
altogether different. In the civilized state, people analyze unhappiness, and
are affected by them even more painfully. However, they may also analyze the
means of consolation within their grasp. Christianity provides solace by giving
them hope of a better future, and by Spiritism, that provides the certainty of
that future.
The Spirits’
Book – Allan Kardec.