quarta-feira, 29 de maio de 2024

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3- Consciência e vida - Autodescobrimento Uma busca interior

sábado, 25 de maio de 2024

Desgosto da vida. Suicídio / Distaste for Life – Suicide.

 

Desgosto da vida. Suicídio.

943. De onde nasce o desgosto da vida, que, sem motivos plausíveis, se apodera de certos indivíduos?

“Efeito da ociosidade, da falta de fé e, não raro, da saciedade.

Para aquele que usa de suas faculdades com fim útil e de acordo com as suas aptidões naturais, o trabalho nada tem de árido e a vida se escoa mais rapidamente. Ele lhe suporta as vicissitudes com tanto mais paciência e resignação, quanto obra com o fito da felicidade mais sólida e mais durável que o espera.”

944. Tem o homem o direito de dispor da sua vida?

“Não; só a Deus assiste esse direito. O suicídio voluntário é uma transgressão da lei divina.”

a) — Não é sempre voluntário o suicídio?

“O louco que se mata não sabe o que faz.”

945. Que se deve pensar do suicídio que tem como causa o desgosto da vida?

“Insensatos! Por que não trabalhavam? A existência não lhes teria sido tão pesada.”

946. E do suicídio cujo fim é fugir, aquele que o comete, às misérias e às decepções deste mundo?

“Pobres Espíritos, que não têm a coragem de suportar as misérias da existência! Deus ajuda aos que sofrem e não aos que carecem de força e de coragem. As tribulações da vida são provas ou expiações. Felizes os que as suportam sem se queixar, porque serão recompensados! Ai, porém, daqueles que esperam a salvação do que, na sua impiedade, chamam acaso, ou fortuna! O acaso, ou a fortuna, para me servir da linguagem deles, podem, com efeito, favorecê-los por um momento, mas para lhes fazer sentir mais tarde, cruelmente, a vacuidade dessas palavras.”

a) — Os que hajam conduzido o desgraçado a esse ato de desespero sofrerão as consequências de tal proceder?

“Oh! Esses, ai deles! Responderão como por um assassínio.”

947. Pode ser considerado suicida aquele que, a braços com a maior penúria, se deixa morrer de desesperança?

“É um suicídio, mas os que lhe foram causa, ou que teriam podido impedi-lo, são mais culpados do que ele, a quem a indulgência espera. Todavia, não penseis que seja totalmente absolvido, se lhe faltaram firmeza e perseverança e se não usou de toda a sua inteligência para sair do atoleiro. Ai dele, sobretudo, se o seu desespero nasce do orgulho. Quero dizer: se for um desses homens em quem o orgulho anula os recursos da inteligência, que corariam de dever a existência ao trabalho de suas mãos e que preferem morrer de fome a renunciar ao que chamam sua posição social! Não haverá mil vezes mais grandeza e dignidade em lutar contra a adversidade, em afrontar a crítica de um mundo fútil e egoísta, que só tem boa vontade para com aqueles a quem nada falta e que vos volta as costas assim precisais dele? Sacrificar a vida à consideração desse mundo é estultícia, porquanto ele a isso nenhum apreço dá.”

948. É tão reprovável, como o que tem por causa o desespero, o suicídio daquele que procura escapar à vergonha de uma ação má?

“O suicídio não apaga a falta. Ao contrário, em vez de uma, haverá duas. Quando se teve a coragem de praticar o mal, é preciso ter-se a de lhe sofrer as consequências. Deus, que julga, pode, conforme a causa, abrandar os rigores de sua justiça.”

949. Será desculpável o suicídio quando tenha por fim obstar a que a vergonha caia sobre os filhos, ou sobre a família?

“O que assim procede não faz bem. Mas, como pensa que o faz, Deus lhe leva isso em conta, pois que é uma expiação que ele se impõe a si mesmo. A intenção lhe atenua a falta; entretanto, nem por isso deixa de haver falta. Ademais, eliminai da vossa sociedade os abusos e os preconceitos e deixará de haver desses suicídios.”

Aquele que tira a si mesmo a vida para fugir à vergonha de uma ação má prova que dá mais apreço à estima dos homens do que à de Deus, visto que volta para a vida espiritual carregado de suas iniquidades, tendo-se privado dos meios de repará-las durante a vida corpórea. Deus muitas vezes é menos inexorável do que os homens. Perdoa aos que sinceramente se arrependem e leva em conta a reparação. O suicídio nada repara.

950. Que pensar daquele que se mata na esperança de chegar mais depressa a uma vida melhor?

“Outra loucura! Que faça o bem e mais certo estará de lá chegar, pois, matando-se, retarda a sua entrada num mundo melhor e terá que pedir lhe seja permitido voltar, para concluir a vida a que pôs termo sob o influxo de uma ideia falsa. Uma falta, seja qual for, jamais abre a ninguém o santuário dos eleitos.”

951. Não é, às vezes, meritório o sacrifício da vida, quando aquele que o faz visa salvar a de outrem, ou ser útil aos seus semelhantes?

“Isso é sublime, conforme a intenção, e, em tal caso, o sacrifício da vida não constitui suicídio. Mas Deus se opõe a todo sacrifício inútil, e não o pode ver de bom grado se tem o orgulho a manchá-lo. Só o desinteresse torna meritório o sacrifício e, algumas vezes, quem o faz guarda oculto um pensamento, que lhe diminui o valor aos olhos de Deus.”

Todo sacrifício que o homem faça à custa da sua própria felicidade é um ato soberanamente meritório aos olhos de Deus, porque resulta da prática da lei de caridade. Ora, sendo a vida o bem terreno a que maior apreço dá o homem, não comete atentado o que a ela renuncia pelo bem de seus semelhantes: faz um sacrifício. Mas, antes de o cumprir, deve refletir sobre se sua vida não será mais útil do que sua morte.

952. Comete suicídio o homem que perece vítima de paixões que ele sabia lhe haviam de apressar o fim, porém a que já não podia resistir, por havê-las o hábito mudado em verdadeiras necessidades físicas?

“É um suicídio moral. Não percebeis que, nesse caso, o homem é duplamente culpado? Há nele então falta de coragem e bestialidade, acrescidas do esquecimento de Deus.”

a) — Tal homem será mais, ou menos, culpado do que o que tira a si mesmo a vida por desespero?

“É mais culpado, porque tem tempo de refletir sobre o seu suicídio. Naquele que o faz instantaneamente, há, muitas vezes, uma espécie de desvairamento, que alguma coisa tem da loucura. O outro será muito mais punido, visto que as penas são sempre proporcionais à consciência que o culpado tem das faltas que comete.”

953. Quando uma pessoa vê diante de si um fim inevitável e horrível, será culpada se abreviar de alguns instantes os seus sofrimentos, apressando voluntariamente sua morte?

“É sempre culpado aquele que não aguarda o termo que Deus lhe marcou para a existência. E quem poderá estar certo de que, malgrado as aparências, esse termo tenha chegado; de que um socorro inesperado não venha no último momento?”

a) — Concebe-se que, nas circunstâncias ordinárias, o suicídio seja condenável; mas estamos figurando o caso em que a morte é inevitável, e em que a vida só é encurtada de alguns instantes.

“É sempre uma falta de resignação e de submissão à vontade do Criador.”

b) — Quais, nesse caso, as consequências de tal ato?

“Uma expiação proporcional, como sempre, à gravidade da falta, de acordo com as circunstâncias.”

954. Será condenável uma imprudência que compromete a vida sem necessidade?

“Não há culpabilidade quando não há intenção ou consciência clara da prática do mal.”

955. Podem ser consideradas suicidas, e sofrem as consequências de um suicídio, as mulheres que, em certos países, se queimam voluntariamente sobre os corpos dos maridos?

“Obedecem a um preconceito e, muitas vezes, agem mais à força do que por vontade própria. Julgam cumprir um dever, e esse não é o caráter do suicídio. Encontram desculpa na nulidade moral que as caracteriza, na sua maioria, e na ignorância em que se acham. Esses usos bárbaros e estúpidos desaparecem com o advento da civilização.”

956. Alcançam o fim objetivado aqueles que, não podendo conformar-se com a perda de pessoas que lhes eram caras, se matam na esperança de ir juntar-lhes?

“Muito diferente do que esperam é o resultado que colhem. Em vez de se reunirem ao que era objeto de suas afeições, dele se afastam por mais longo tempo, pois não é possível que Deus recompense um ato de covardia e o insulto que Lhe fazem com o duvidarem da sua providência. Pagarão esse instante de loucura com aflições maiores do que as que pensaram abreviar e não terão, para compensá-las, a satisfação que esperavam.” (934 e seguintes.)

957. Quais, em geral, com relação ao estado do Espírito, as consequências do suicídio?

“Muito diversas são as consequências do suicídio. Não há penas determinadas e, em todos os casos, correspondem sempre às causas que o produziram. Há, porém, uma consequência a que o suicida não pode escapar: o desapontamento. Mas, a sorte não é a mesma para todos; depende das circunstâncias. Alguns expiam a falta imediatamente, outros em nova existência, que será pior do que aquela cujo curso interromperam.”

A observação, realmente, mostra que os efeitos do suicídio não são sempre os mesmos. Alguns há, porém, comuns a todos os casos de morte violenta e que são a consequência da interrupção brusca da vida. Há, primeiro, a persistência mais prolongada e tenaz do laço que une o Espírito ao corpo, por estar quase sempre esse laço na plenitude da sua força no momento em que é partido, ao passo que no caso de morte natural ele se enfraquece gradualmente, e muitas vezes se desfaz antes que a vida se haja extinguido completamente. As consequências desse estado de coisas são o prolongamento da perturbação que se segue à morte e da ilusão em que, durante mais ou menos tempo, o Espírito se conserva de que ainda pertence ao número dos vivos. (155 e 165.)

A afinidade que permanece entre o Espírito e o corpo produz, nalguns suicidas, uma espécie de repercussão do estado do corpo no Espírito, que, assim, a seu malgrado, sente os efeitos da decomposição, donde lhe resulta uma sensação cheia de angústias e de horror, estado esse que pode perdurar pelo tempo que devia durar a vida que sofreu interrupção. Não é geral este efeito; mas em nenhum caso o suicida fica isento das consequências da sua falta de coragem e, cedo ou tarde, expia, de um modo ou de outro, a culpa em que incorreu. Assim é que certos Espíritos, que foram muito desgraçados na Terra, disseram ter-se suicidado na existência precedente e submetido voluntariamente a novas provas, para tentarem suportá-las com mais resignação. Em alguns, verifica-se uma espécie de ligação à matéria, de que inutilmente procuram desembaraçar-se, a fim de voarem para mundos melhores, cujo acesso, porém, se lhes conserva interdito. A maior parte deles sofre o pesar de haver feito uma coisa inútil, pois que só decepções encontram.

A religião, a moral, todas as filosofias condenam o suicídio como contrário às leis da natureza. Todas nos dizem, em princípio, que ninguém tem o direito de abreviar voluntariamente a vida. Entretanto, por que não se tem esse direito? Por que não é livre o homem de pôr termo aos seus sofrimentos? Ao Espiritismo estava reservado demonstrar, pelo exemplo dos que sucumbiram, que o suicídio não somente é uma falta, por constituir infração de uma lei moral — consideração de pouco peso para certos indivíduos –, mas também um ato estúpido, pois que nada ganha quem o pratica, antes o contrário é o que se dá, como no-lo ensinam, não a teoria, porém os fatos que ele nos põe sob as vistas.

O Livro dos Espíritos – Allan Kardec.

Distaste for Life – Suicide

943. What causes the distaste for life that sometimes takes hold of people without any discernible reason?

“Idleness, lack of conviction and often satiety. When people use their abilities in the pursuit of some useful aim that is in line with their natural aptitudes, their work is not dull. Life passes quickly, and they are able to bear the reversals of life patiently and with resignation. They look forward to a more solid and lasting happiness in the future.”

944. Do human beings have the right to dispose of their own life?

“No, only God has that right. Voluntary suicide is a violation of God’s law.”

a) Is suicide always voluntary?

“No. When a person undergoing a phase of insanity kills him or herself, they have no real knowledge of the act being committed.”

945. What should we think of people who commit suicide because they are sick of life?

“Imprudent people! Why did they not seek out useful work? Life would not have seemed so heavy to them.”

946. What should we think of people who resort to suicide to escape from the troubles and disappointments of this world?

“Poor spirits, who lack the courage to bear the unhappiness of life. God helps those who suffer valiantly, but not those who have neither strength nor courage. The struggles of life are trials or atonements, and those who bear them with resignation are happy because they receive a great reward! Those who believe that their well-being is a result of chance or luck are quite unfortunate! Chance or luck, to borrow their expressions, may favor them for a time, but afterwards the emptiness of those words becomes apparent.”

a) Are people who drive an unhappy person to commit this desperate act accountable for the consequences of their action?

“Yes, and it is severe because they have to answer for those actions as for a murder.”

947. If the struggle with adversity discourages a person and he or she allows himself or herself to die of despair, is it this considered suicide?

“This is suicide, but those who caused the crime or could have prevented it are more to blame than the victims, and the latter are judged compassionately. Nevertheless, they are not absolved completely, if they have shown a lack of resolve and perseverance, or have failed to make the best use of their intelligence to help themselves. It is even harder for them if pride paralyzes their intelligence, or they are embarrassed to earn a living by manual labor and prefer to die of starvation rather than deviate from their social standing. Is there not a hundredfold more honor and dignity in bearing adversity, braving the ill-natured remarks of the vain and selfish, whose goodwill is only for those who are in want of nothing, and who turn a cold shoulder to all who are in need of help? To throw away one’s life on account of such people is even more absurd, seeing that they are completely indifferent to the sacrifice.”

948. Is suicide as disgraceful when committed to escape the shame of having done wrong as when it is prompted by despair?

“Suicide does not erase a fault, and is actually a second fault in addition to the first. People who have the courage to do wrong should have the courage to bear the consequences of their actions. God is our judge, and sometimes the circumstances may be a factor in diminishing the atonement.”

949. Is suicide excusable when committed to avoid bringing disgrace to one’s children or family?

“People who act under this belief do no good, but they think they do, and God takes their intention into consideration. Intention lessens the fault, but it is a fault nevertheless. When you have eliminated your social prejudices and injustices, you will have no more suicides.” People who take their own lives to escape the shame of a bad action prove that they attach more value to the opinion of other people than to that of God. They return to the spirit world burdened by their wrongdoings. As a result, they deprive themselves of the atonement planned for the current life. God is not as inexorable as human beings are. God pardons those who sincerely repent and takes into account our efforts to remedy our wrongs, but suicide resolves nothing.

950. What should we think of people who kill themselves hoping to reach a happier state of existence sooner?

“What foolish logic! If a person does good works, he or she is much more certain of reaching that happiness. Suicide delays the entrance into a better world, those who have committed this act eventually ask to come back to Earth to complete the life that they mistakenly cut short. A fault, no matter what it may be, can never open the door to the sanctuary of the good.”

951. Is the sacrifice of one’s life admirable when it is made to save the lives of others or to be useful to them?

“When incurred for such an end, it is inspirational. However, such a voluntary sacrifice of life is not suicide. God disapproves of useless sacrifices, and when pride tarnishes the intention as well. A sacrifice is only admirable when disinterested. If accomplished with a selfish end in mind, its value decreases in God’s eyes.”

Every sacrifice at the cost of our own happiness made for the sake of others is extremely commendable in God’s eyes because it fulfills the law of charity. Life is a human being’s most valuable earthly possession. Those who renounce it for the good of fellow beings rather than committing a crime are making the ultimate sacrifice. However, before making this sacrifice they should consider whether their life could be more useful than their death.

952. Are people who fall victim to excessive indulgence in passions that they know will hasten their death, but to which they are uncontrollably addicted to, committing suicide?

“This is moral suicide. Do you not see that in this case such persons are even guiltier? They are guilty of lacking resolve, of the sin of depravity, and of neglecting God.”

a) Would this person be more or less guilty than the person who commits suicide out of despair?

“Such individuals are guiltier because they had time to reflect on the suicidal nature of the course they are pursuing. When a person commits suicide impulsively, sometimes a degree of confusion or disorientation is quite similar to madness. The former is punished much more severely than the latter as the penalties for a crime are always proportionate to the consciousness and intention of the wrong committed.”

953. When people face an unavoidable and terrifying death, are they guilty for abridging their sufferings by a voluntary death?

“It is always wrong not to wait for the end appointed by God. Besides, how can people tell whether the end of their life has really come, or whether some unexpected help may reach them at what they believe to be their last breath?”

a) We admit that in ordinary circumstances suicide is reprehensible, but what about the times when death is unavoidable, and life can be abbreviated for only a few moments?

“It always means a lack of resignation and submissiveness to the will of the Creator.”

b) In this case, what are the consequences of this action?

“Atonement proportioned to the gravity of the mistake, according to the circumstances under which it was committed, as always.”

954. Is there any guilt in an imprudent action that has unnecessarily caused loss of life?

“There is no guilt where there is no positive intention or consciousness of doing harm.”

955. In some countries, women voluntarily burn themselves with the body of their husbands. Are they guilty of suicide and punished for the crime?

“They obey the dictates of prejudice and are often the victims of force rather than their own free will. They believe that they are carrying out a duty, and such an act does not constitute suicide. Their excuse is in the moral bankruptcy and ignorance of the majority of them. All such barbaric and stupid customs will disappear with the development of civilization.”

956. Do those who are unable to bear the loss of loved ones and kill themselves in the hope of rejoining them in the afterlife attain their goal?

“In such cases, the result of suicide is the opposite of what they desire. Instead of a reunion with their loved one, those who make this sad mistake find themselves separated for a very long time from the precise being they hoped to rejoin. God cannot grant a favor and reward an act that is proof of moral cowardice. It is also an insult as it shows distrust in God’s plans. They pay for their foolishness with sorrows that are greater than those they fancied they were about to shorten, and for which they are not compensated by the satisfaction they hoped to obtain.” (See no. 934 et seq.)

957. Generally speaking, what are the effects of suicide on the state of the spirit?

“The consequences of suicide vary because the penalties it entails always correspond to the circumstances that have led to its occurrence. The one unavoidable consequence is disappointment; the rest depends on the circumstances. Some of those who kill themselves atone for their fault right away; others do so in a new human life that is even harder than the one whose course they have interrupted.”

Observation has confirmed that the consequences of suicide are not the same in all cases. Some of the consequences that result from a sudden interruption of life are the same in all cases of violent death. The major outcome is a greater tenacity and subsequent persistence of the link that unites the spirit and the body to break. In nearly all such cases, this connection is in its full strength at the time of rupture. When death is the result of natural causes, the link weakens gradually and may disconnect before the complete expiration of life. The consequences of this situation are, first, extension of the confusion following death, and second, the illusion that the spirit is still living on Earth. (See nos. 155, 165)

In some suicide cases, the affinity that continues to exist between the spirit and the body produces a sort of repercussion from the state of the body on the spirit. The spirit then, forcibly, perceives the effects of the body’s decomposition and experiences intense anguish and horror. This state may continue for the length of time the interrupted life would have lasted. This is not a fundamental result of suicide. However, people who voluntarily shorten their lives never escape the consequences of their lack of courage. In one way or another, eventually, they must make amends for their faults. In this manner, some spirits who were very unhappy on Earth reveal that they committed suicide in previous lives as well, and voluntarily submit to new trials to try to bear them with resignation. In some cases, the result of suicide is a sort of connection with matter, from which they vainly try to break free in order to ascend to happier worlds. Something blocks them from accessing these realms. In other cases, they regret the futile deed and from which they have gained nothing but disappointment.

Religion, morality and every philosophy condemn suicide as contradicting the law of nature. They all stress the principle that we have no right to shorten our lives voluntarily. Nonetheless, why do we not have that right? Why are we not free to put an end to our suffering? Spiritism focuses upon numerous examples of those who have yielded to this temptation in order to show that suicide is not only a fault and violation of moral law (something that is of little significance to some), but it is also foolish because a spirit gains nothing by it. Spiritism does not just preach this theoretically; it lays out the facts before our eyes.

The Spirits’ Book – Allan Kardec.

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Temor da morte / Fear of Death / Appréhension de la mort / TIMO ANTAŬ LA MORTO.

Temor da morte.

941. Para muitas pessoas o temor da morte é uma causa de perplexidade. De onde lhes vêm esse temor, dado que têm diante de si o futuro ilimitado?

“É um erro nutrirem semelhante temor. Mas, que queres, se procuram persuadi-las, quando crianças, de que há um inferno e um paraíso, e que mais certo é irem para o inferno, visto que também lhes disseram que o que está na natureza constitui pecado mortal para a alma! Sucede então que, tornadas adultas, essas pessoas, se algum juízo têm, não podem admitir tal coisa e se fazem ateias, ou materialistas. São assim levadas a crer que, além da vida presente, nada mais há. Quanto aos que persistiram nas suas crenças da infância, esses temem aquele fogo eterno que os queimará sem os consumir.

Ao justo, nenhum temor inspira a morte, porque, com a fé, tem ele a certeza do futuro. A esperança o faz contar com uma vida melhor; e a caridade, a cuja lei obedeceu, lhe dá a segurança de que, no mundo para onde terá de ir, nenhum ser encontrará cujo olhar lhe seja de temer.” (730.)

O homem carnal, mais preso à vida corpórea do que à vida espiritual, tem, na Terra, penas e gozos materiais. Sua felicidade consiste na satisfação fugaz de todos os seus desejos. Sua alma, constantemente preocupada e angustiada pelas vicissitudes da vida, se conserva numa ansiedade e numa tortura perpétuas. A morte o assusta, porque ele duvida do futuro e porque tem de deixar no mundo todas as suas afeições e esperanças.

O homem moral, que se colocou acima das necessidades factícias criadas pelas paixões, já neste mundo experimenta gozos que o homem material desconhece. A moderação de seus desejos lhe dá ao Espírito calma e serenidade. Ditoso pelo bem que faz, não há para ele decepções, e as contrariedades lhe deslizam por sobre a alma sem nenhuma impressão dolorosa deixarem.

942. Pessoas não haverá que achem um tanto banais esses conselhos para ser-se feliz na Terra; que neles vejam o que consideram lugares-comuns, cediças verdades; e que digam, que, afinal, o segredo da felicidade consiste em saber cada um suportar a sua desgraça?

“Há as que isso dizem, e em grande número. Mas muitas se parecem com certos doentes a quem o médico prescreve a dieta; desejariam curar-se sem remédios e continuando a apanhar indigestões.”

O Livro dos Espíritos – Allan Kardec.

Fear of Death

941. The fear of death perplexes many. Where does this fear come from in people if they have before them the whole future?

“This fear is misplaced, but what do you expect? People have been thoroughly brainwashed since childhood to believe in heaven and hell, and who have retained this belief, along with the notion that most likely they will go to the latter, because whatever belongs to human life is a mortal sin for the soul, are understandably fearful. However, most people who are indoctrinated at an early age manage to throw it aside when they grow up, i.e. if they are capable of forming a little judgment. They become atheists or materialists because they are unable to accept it. Thus, the natural effect, though unintentional, of such teaching is to make people believe that there is nothing beyond this present life. People who persist in their mistaken childhood beliefs fear eternal fire that burns without destroying.”

“Death should not instill fear in virtuous persons because, with faith, they have the certainty of a future life. Hope leads them to expect a better life than the present one, and charity, which has guided their actions, gives them the assurance that they will not encounter anyone that they may have reason to dread in the spirit world.” (See no. 730)

Carnally minded people, more attracted by physical life than by the spiritual one, only know material pains and pleasures. The only happiness they feel is in fleeting satisfaction of desires. Their minds, constantly occupied with the difficulties of the present life and painfully affected by them, are tortured with perpetual anxiety. For such individuals, the thought of death is terrifying because of doubts about the future, and because they have to leave all their feelings and hopes behind when they leave Earth.

Spiritually minded people, who have raised themselves above the artificial wants created by the passions, experiences a joy that is unknown to the carnally minded, even in this lower life. The moderation of their desires calms their spirits and gives them serenity. Happy in the good they do, life has no disappointments for them, and its upsets glide over their consciousness lightly, without leaving any painful impression.

942. Some persons may find this advice somewhat mundane. Won’t they see them as being commonplace, and hackneyed truths? Won’t they say that the true secret to happiness is being able to endure one’s misfortunes?

“Many people adopt this view, but some are similar to individuals who fall ill and demand to be cured without changing their habits. Although their physicians prescribe corrective diets they continue the indulgences that aggravated their conditions in the first place.”

The Spirits’ Book – Allan Kardec.

Appréhension de la mort

941. L'appréhension de la mort est pour beaucoup de gens une cause de perplexité ; d'où vient cette appréhension, puisqu'ils ont devant eux l'avenir ?

« C'est à tort qu'ils ont cette appréhension ; mais que veux-tu ! on cherche à leur persuader dans leur jeunesse qu'il y a un enfer et un paradis, mais qu'il est plus certain qu'ils iront en enfer, parce qu'on leur dit que ce qui est dans la nature est un péché mortel pour l'âme : alors quand ils deviennent grands, s'ils ont un peu de jugement ils ne peuvent admettre cela, et ils deviennent athées ou matérialistes ; c'est ainsi qu'on les amène à croire qu'en dehors de la vie présente, il n'y a plus rien. Quant à ceux qui ont persisté dans leurs croyances d'enfance, ils redoutent ce feu éternel qui doit les brûler sans les anéantir. La mort n'inspire au juste aucune crainte, parce qu'avec la foi, il a la certitude de l'avenir ; l'espérance lui fait attendre une vie meilleure, et la charité dont il a pratiqué la loi lui donne l'assurance qu'il ne rencontrera dans le monde où il va entrer aucun être dont il ait à redouter le regard. » (730).

L'homme charnel, plus attaché à la vie corporelle qu'à la vie spirituelle, a, sur la terre, des peines et des jouissances matérielles ; son bonheur est dans la satisfaction fugitive de tous ses désirs. Son âme, constamment préoccupée et affectée des vicissitudes de la vie, est dans une anxiété et une torture perpétuelles. La mort l'effraye, parce qu'il doute de son avenir et qu'il laisse sur la terre toutes ses affections et toutes ses espérances.

L'homme moral, qui s'est élevé au-dessus des besoins factices créés par les passions, a, dès ici-bas, des jouissances inconnues à l'homme matériel. La modération de ses désirs donne à son Esprit le calme et la sérénité. Heureux du bien qu'il fait, il n'est point pour lui de déceptions, et les contrariétés glissent sur son âme sans y laisser d'empreinte douloureuse.

942. Certaines personnes ne trouveront-elles pas ces conseils pour être heureux sur la terre un peu banaux ; n'y verront-elles pas ce qu'elles appellent les lieux communs, des vérités rebattues ; et ne diront-elles pas qu'en définitive le secret pour être heureux, c'est de savoir supporter son malheur ?

« Il y en a qui diront cela, et beaucoup ; mais il en est d'elles comme de certains malades à qui le médecin prescrit la diète ; ils voudraient être guéris sans remèdes et en continuant à se donner des indigestions. »

LE LIVRE DES ESPRITS – Allan Kardec.

TIMO ANTAŬ LA MORTO

941. La timo antaŭ la morto kaŭzas ĉe multaj homoj konsternon; el kio venas tia timo, se ili havas antaŭ si la estontecon?

“Senmotive ili nutras tiun timon; sed, kion vi volas?

Oni penas konvinki ilin, en ilia infaneco, ke ekzistas ia infero kaj ia paradizo, sed ke pli certe ili iros en la inferon, ĉar oni diras al ili, ke tio, kio troviĝas en la Naturo, estas peko pereiga por la animo; maturiĝinte, kaj se ili havas iom da prudento, ili ne povas konsenti pri tiaj instruoj, kaj, sekve, ili fariĝas ateistoj aŭ materialistoj; ili tiel estas kondukataj al la kredo, ke trans la nuna vivo nenio pli ekzistas. Koncerne tiujn, kiuj persiste daŭrigas siajn kredojn infanjarajn, ili timegas tiun eternan fajron, kiu ilin bruligos, tamen ilin ne konsumante. “La morto inspiras al la justulo nenian timon, ĉar, kun la fido, li estas certa pri la estonteco; la espero promesas al li pli bonan vivon, kaj la karitato, kies leĝon li praktikis, havigas al li la certecon, ke, en la mondo, kien li estas enironta, li trovos neniun estulon, kies rigardon li timus.” (730)

La voluptama homo, pli alligita al la korpa vivo ol al la vivo spirita, havas, sur la Tero, materiajn suferojn kaj ĝuojn; lia feliĉo konsistas en la forpasema kontentigo de ĉiuj siaj deziroj. Lia animo, konstante absorbita kaj skuata de la alternaĵoj de la vivo, troviĝas en ĉiamaj angoro kaj turmentado. La morto lin teruregas, ĉar li pridubas sian estontecon kaj postlasas sur la Tero ĉiujn siajn korinklinojn kaj esperojn.

La morala homo, tiu, kiu altiĝis super la fiktivajn bezonojn kreitajn de la pasioj, ĝuas, jam en ĉi tiu mondo, plezurojn nekonatajn de la materieca homo. La modereco de liaj deziroj havigas al lia Spirito trankvilecon kaj serenecon. Feliĉa pro la bono, kiun li faras, li ne spertas disreviĝojn; kaj la ĉagrenoj apenaŭ tuŝas lian animon, en kiu ili postlasas nenian doloran signon.

942. Ĉu iuj homoj ne trovus iom vulgaraj la konsilojn por feliĉo sur la Tero; kaj, ĉu ili ne vidus en tiuj paroloj tion, kion ili nomas banalaj ĝeneralaĵoj, gurditaj veraĵoj? Ĉu ili ne dirus, ke la sekreto por feliĉo konsistas resume en tio, ke oni sciu elteni sian malfeliĉon?

“Multaj tion diras; sed okazas al ili tiel same, kiel al iuj malsanuloj, al kiuj kuracisto ordonas dieton: ili volus resaniĝi sen kuraciloj kaj kun pluaj misdigestoj.”

La Libro de la Spiritoj – Allan Kardec.

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