domingo, 27 de fevereiro de 2022

Recordação da existência corpórea / Ricordo dell'esistenza física. (1)

304. Lembra-se o Espírito da sua existência corporal?

“Lembra-se, isto é, tendo vivido muitas vezes na Terra, recorda-se do que foi como homem e eu te afirmo que frequentemente ri, penalizado de si mesmo.”

Tal qual o homem que chegou à madureza, e que ri das suas loucuras de moço, ou das suas puerilidades na meninice.

305. A lembrança da existência corporal se apresenta ao Espírito de maneira completa e inopinada após a morte?

“Não, vem-lhe pouco a pouco, qual imagem que surge gradualmente de uma névoa, à medida que nela fixa ele a sua atenção.”

306. O Espírito se lembra, pormenorizadamente, de todos os acontecimentos de sua vida? Apreende o conjunto deles de um golpe de vista retrospectivo?

“Lembra-se das coisas, de conformidade com as consequências que delas resultaram para o estado em que se encontra como Espírito errante. Bem compreendes, no entanto, que muitas circunstâncias haverá de sua vida a que não ligará importância alguma e das quais nem sequer procurará recordar-se.”

a) – Mas, se o quisesse, poderia lembrar-se delas?

“Pode lembrar-se dos mais minuciosos pormenores e incidentes, assim relativos aos fatos, como até aos seus pensamentos. Não o faz, porém, quando não tenha utilidade.”

b) – Entrevê o Espírito o objetivo da vida terrestre com relação à vida futura?

“Certo que o vê e compreende muito melhor do que em vida do seu corpo. Compreende a necessidade da sua purificação para chegar ao infinito e percebe que em cada existência deixa algumas impurezas.”

307. Como é que ao Espírito se lhe desenha na memória a sua vida passada? Será por esforço da própria imaginação, ou como um quadro que se lhe apresenta à vista?

“De uma e outra formas. São-lhe como que presentes todos os atos de que tenha interesse em lembrar-se. Os outros lhe permanecem mais ou menos vagos na mente, ou esquecidos de todo. Quanto mais desmaterializado estiver, tanto menos importância dará às coisas materiais. Essa a razão por que, muitas vezes, evocas um Espírito que acabou de deixar a Terra e verificas que não se lembra dos nomes das pessoas que lhe eram caras, nem de uma porção de detalhes que te parecem importantes. É que tudo isso, pouco lhe importando, logo caiu em esquecimento. Aquilo de que se recorda perfeitamente bem são os fatos principais que concorrem para a sua melhoria.”

308. O Espírito se recorda de todas as existências que precederam a que acaba de ter?

“Todo o seu passado se lhe desdobra à vista, quais a um viajor os trechos do caminho que percorreu. Mas, como já dissemos, não se recorda de modo absoluto de todos os seus atos. Lembra-se destes na medida da influência que tiveram na criação do seu estado atual. Quanto às primeiras existências, as que se podem considerar a infância do Espírito, essas se perdem no vago e desaparecem na noite do esquecimento.”

309. Como considera o Espírito o corpo de que vem de separar-se?

“Como veste desconfortável que o incomodava, sentindo-se feliz por estar livre dela.”

a) – Que sensação lhe causa o espetáculo do seu corpo em decomposição?

“Quase sempre se conserva indiferente a isso, como a uma coisa que em nada o interessa.”

310. Ao cabo de algum tempo, reconhecerá o Espírito os ossos ou outros objetos que lhe tenham pertencido?

“Algumas vezes, dependendo do ponto de vista mais ou menos elevado donde considere as coisas terrenas.”

311. O respeito que se tenha pelos objetos materiais que pertenceram ao Espírito lhe dá prazer e atrai a sua atenção para esses objetos?

“É sempre grato ao Espírito que se lembrem dele, e os objetos que lhe pertenceram trazem-no à memória dos que ele no mundo deixou. Mas o que o atrai é o pensamento destas pessoas e não aqueles objetos.”

O Livro dos Espíritos – Allan Kardec.

304. Lo Spirito si ricorda della sua esistenza fisica?

«Sì. Ossia essendo vissuto più volte come uomo, si ricorda di quello che è stato e posso assicurare che, a volte, sorride di compassione per sé stesso.»

Così come l'uomo che ha raggiunto l'età della ragione ride delle follie della sua gioventù o delle ingenuità della sua infanzia.

305. Il ricordo dell'esistenza fisica si presenta allo Spirito in modo completo e improvviso dopo la morte?

«No, gli ritorna poco per volta, come qualcosa che sbuchi dalla nebbia, e via via ch'egli vi fissa l'attenzione.»

306. Lo Spirito ricorda nei particolari tutti gli avvenimenti della sua vita e ne abbraccia l'insieme in un colpo d'occhio retrospettiva?

«Si ricorda delle cose in ragione delle conseguenze che esse hanno sulla sua condizione di Spirito. Ma si deve capire che ci sono delle circostanze della sua vita alle quali non da nessuna importanza e di cui non cerca nemmeno di ricordarsi.»

306a. Se lo volesse, potrebbe ricordarsene?

«Può ricordare alcuni particolari e gli episodi più minuziosi, sia degli avvenimenti sia persino dei pensieri. Ma quando ciò e senza alcuna utilità, non lo fa.»

306b. Intravede lo scopo della vita terrena in rapporto alla vita futura?

«Sicuramente lo vede e lo comprende molto meglio di quando era incarnato. Comprende la necessita di purificazione per arrivare all'infinito e sa che a ogni esistenza si libera di qualche impurità.»

307. In quale modo la vita passata si affaccia alla memoria dello Spirito? È per uno sforzo della sua immaginazione, o è come un quadro ch'egli abbia davanti agli occhi?

«L'uno e l'altro. Tutti gli atti che ha interesse a ricordare sono per lui come se fossero presenti. Gli altri sono più o meno vaghi nel suo pensiero o completamente dimenticati. Più e smaterializzato, e minore importanza dà alle cose materiali. Provate a evocare spesso uno Spirito errante, che abbia appena lasciato la Terra, e noterete che non ricorda i nomi delle persone che ha amato né quei particolari che, a voi, sembrano importanti: a lui poco interessano ed e così che cadono nell'oblio. Ciò di cui si ricorda molto bene sono i fatti principali, che l'aiutano a migliorarsi.»

308. Lo Spirito si ricorda di tutte le esistenze che hanno preceduto l'ultima che egli ha appena lasciato?

«Tutto il suo passato scorre davanti a lui, come le tappe che ha percorso un viaggiatore. Ma, l'abbiamo già detto, non ricorda completamente tutti gli atti. Se ne ricorda solo in ragione dell'influenza che hanno sul suo stato presente. Quanto alle prime esistenze, quelle che si possono considerare come l'infanzia dello Spirito, esse si perdono nel vago e spariscono nella notte dell'oblio.»

309. Come lo Spirito considera il corpo che ha appena lasciato?

«Come un brutto abito che lo impacciava e di cui è felice d'essersi sbarazzato.»

309a. Quale sentimento egli prova alla vista del suo corpo in decomposizione?

«Quasi sempre un sentimento di indifferenza, come per una cosa cui non tiene più.»

310. Alla fine di un certo lasso di tempo, lo Spirito riconosce il suo mucchio di ossa o altri oggetti come cose che erano a lui appartenute?

«A volte sì. Dipende dal punto di vista più o meno elevato dal quale considera le cose terrene.»

311. Il rispetto che si ha per le cose materiali che restano dello Spirito attira la sua attenzione su questi stessi oggetti? Ed egli considera questo rispetto con piacere?

«Lo Spirito è sempre felice del ricordo che si ha di lui. Le cose che di lui si conservano lo rievocano nella memoria. Ma e il pensiero che lo attira verso di voi, non sono gli oggetti.»

IL LIBRO DEGLI SPIRITI – Allan Kardec.

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