A geração nova.
27. Para que na
Terra sejam felizes os homens, preciso é que somente a povoem Espíritos bons,
encarnados e desencarnados, que somente ao bem se dediquem. Havendo chegado o
tempo, grande emigração se verifica dos que a habitam: a dos que praticam o mal
pelo mal, ainda não tocados pelo sentimento do bem, os quais, já não sendo
dignos do planeta transformado, serão excluídos, porque, senão, lhe
ocasionariam de novo perturbação e confusão e constituiriam obstáculo ao
progresso. Irão expiar o endurecimento de seus corações, uns em mundos
inferiores, outros em raças terrestres ainda atrasadas, equivalentes a mundos
daquela ordem, aos quais levarão os conhecimentos que hajam adquirido, tendo
por missão fazê-las avançar. Substituí-los-ão Espíritos melhores, que farão
reinem em seu seio a justiça, a paz e a fraternidade.
A Terra, no
dizer dos Espíritos, não terá de transformar-se por meio de um cataclismo que
aniquile de súbito uma geração. A atual desaparecerá gradualmente e a nova lhe
sucederá do mesmo modo, sem que haja mudança alguma na ordem natural das
coisas.
Tudo, pois, se
processará exteriormente, como sói acontecer, com a única, mas capital
diferença de que uma parte dos Espíritos que encarnavam na Terra aí não mais
tornarão a encarnar. Em cada criança que nascer, em vez de um Espírito atrasado
e inclinado ao mal, que antes nela encarnaria, virá um Espírito mais adiantado
e propenso ao bem.
Muito menos,
pois, se trata de uma nova geração corpórea, do que de uma nova geração de
Espíritos. Sem dúvida, neste sentido é que Jesus entendia as coisas, quando
declarava: “Digo-vos, em verdade, que esta geração não passará sem que estes
fatos tenham ocorrido.” Assim, decepcionados ficarão os que contem ver a
transformação operar-se por efeitos sobrenaturais e maravilhosos.
28. A época
atual é de transição; confundem-se os elementos das duas gerações. Colocados no
ponto intermédio, assistimos à partida de uma e à chegada da outra, já se
assinalando cada uma, no mundo, pelos caracteres que lhes são peculiares.
Têm ideias e
pontos de vista opostos as duas gerações que se sucedem. Pela natureza das
disposições morais, porém, sobretudo das disposições intuitivas e inatas,
torna-se fácil distinguir a qual das duas pertence cada indivíduo.
Cabendo-lhe
fundar a era do progresso moral, a nova geração se distingue por inteligência e
razão geralmente precoces, juntas ao sentimento inato do bem e a crenças
espiritualistas, o que constitui sinal indubitável de certo grau de
adiantamento anterior. Não se comporá exclusivamente de Espíritos eminentemente
superiores, mas dos que, já tendo progredido, se acham predispostos a assimilar
todas as ideias progressivas e aptos a secundar o movimento de regeneração.
O que, ao
contrário, distingue os Espíritos atrasados é, em primeiro lugar, a revolta
contra Deus, pelo se negarem a reconhecer qualquer poder superior aos poderes
humanos; a propensão instintiva para as paixões degradantes, para os
sentimentos antifraternos de egoísmo, de orgulho, de inveja, de ciúme; enfim, o
apego a tudo o que é material: a sensualidade, a cupidez, a avareza.
Desses vícios é
que a Terra tem de ser expurgada pelo afastamento dos que se obstinam em não
emendar-se; porque são incompatíveis com o reinado da fraternidade e porque o
contacto com eles constituirá sempre um sofrimento para os homens de bem.
Quando a Terra se achar livre deles, os homens caminharão sem óbices para o
futuro melhor que lhes está reservado, mesmo neste mundo, por prêmio de seus
esforços e de sua perseverança, enquanto esperem que uma depuração mais
completa lhes abra o acesso aos mundos superiores.
29. Não se deve
entender que por meio dessa emigração de Espíritos sejam expulsos da Terra e
relegados para mundos inferiores todos os Espíritos retardatários. Muitos, ao
contrário, aí voltarão, porquanto muitos há que o são porque cederam ao
arrastamento das circunstâncias e do exemplo. Nesses, a casca é pior do que o
cerne. Uma vez subtraídos à influência da matéria e dos prejuízos do mundo
corporal, eles, em sua maioria, verão as coisas de maneira inteiramente diversa
daquela por que as viam quando em vida, conforme os múltiplos casos que
conhecemos. Para isso, têm a auxiliá-los Espíritos benévolos que por eles se
interessam e se dão pressa em esclarecê-los e em lhes mostrar quão falso era o
caminho que seguiam. Nós mesmos, pelas nossas preces e exortações, podemos
concorrer para que eles se melhorem, visto que entre mortos e vivos há perpétua
solidariedade.
É muito simples
o modo por que se opera a transformação, sendo, como se vê, todo ele de ordem
moral, sem se afastar em nada das leis da natureza.
30. Sejam os que
componham a nova geração Espíritos melhores, ou Espíritos antigos que se
melhoraram, o resultado é o mesmo. Desde que trazem disposições melhores, há
sempre uma renovação. Assim, segundo suas disposições naturais, os Espíritos
encarnados formam duas categorias: de um lado, os retardatários, que partem; de
outro, os progressivos, que chegam. O estado dos costumes e da sociedade
estará, portanto, no seio de um povo, de uma raça, ou do mundo inteiro, em
relação com aquela das duas categorias que preponderar.
31. Uma
comparação vulgar ainda melhor dará a compreender o que se passa nessa
circunstância. Figuremos um regimento composto na sua maioria de homens
turbulentos e indisciplinados, os quais ocasionarão nele constantes desordens
que a lei penal terá por vezes dificuldades em reprimir. Esses homens são os
mais fortes, porque mais numerosos do que os outros. Eles se amparam, animam e
estimulam pelo exemplo. Os poucos bons nenhuma influência exercem; seus
conselhos são desprezados; sofrem com a companhia dos outros, que os
achincalham e maltratam. Não é essa uma imagem da sociedade atual?
Suponhamos que
esses homens são retirados um a um, dez a dez, cem a cem, do regimento e
substituídos gradativamente por iguais números de bons soldados, mesmo por
alguns dos que, já tendo sido expulsos, se corrigiram. Ao cabo de algum tempo,
existirá o mesmo regimento, mas transformado. A boa ordem terá sucedido à
desordem.
32. As grandes
partidas coletivas, entretanto, não têm por único fim ativar as saídas; têm
igualmente o de transformar mais rapidamente o espírito da massa, livrando-a
das más influências e o de dar maior ascendente às ideias novas.
Por estarem
muitos, apesar de suas imperfeições, maduros para a transformação, é que muitos
partem, a fim de apenas se retemperarem em fonte mais pura. Enquanto se
conservassem no mesmo meio e sob as mesmas influências, persistiriam nas suas
opiniões e nas suas maneiras de apreciar as coisas. Uma estada no mundo dos
Espíritos bastará para lhes descerrar os olhos, por isso que aí veem o que não
podiam ver na Terra. O incrédulo, o fanático, o absolutista, poderão,
conseguintemente, voltar com ideias inatas de fé, tolerância e liberdade. Ao
regressarem, acharão mudadas as coisas e experimentarão a influência do novo
meio em que houverem nascido. Longe de se oporem às novas ideias,
constituir-se-ão seus auxiliares.
33. A
regeneração da humanidade, portanto, não exige absolutamente a renovação
integral dos Espíritos: basta uma modificação em suas disposições morais. Essa
modificação se opera em todos quantos lhe estão predispostos, desde que sejam
subtraídos à influência perniciosa do mundo. Assim, nem sempre os que voltam
são outros Espíritos; são com frequência os mesmos Espíritos, mas pensando e
sentindo de outra maneira.
Quando insulado
e individual, esse melhoramento passa despercebido e nenhuma influência
ostensiva alcança sobre o mundo. Muito outro é o efeito, quando a melhora se
produz simultaneamente sobre grandes massas, porque, então, conforme as
proporções que assuma, numa geração, pode modificar profundamente as ideias de
um povo ou de uma raça.
É o que quase
sempre se nota depois dos grandes choques que dizimam as populações. Os
flagelos destruidores apenas destroem corpos, não atingem o Espírito; ativam o
movimento de vaivém entre o mundo corporal e o mundo espiritual e, por
conseguinte, o movimento progressivo dos Espíritos encarnados e desencarnados.
É de notar-se que em todas as épocas da História, às grandes crises sociais se
seguiu uma era de progresso.
34. Opera-se
presentemente um desses movimentos gerais, destinados a realizar uma
remodelação da humanidade. A multiplicidade das causas de destruição constitui
sinal característico dos tempos, visto que elas apressarão a eclosão dos novos
germens. São as folhas que caem no outono e às quais sucedem outras folhas
cheias de vida, porquanto a humanidade tem suas estações, como os indivíduos
têm suas várias idades. As folhas mortas da humanidade caem batidas pelas
rajadas e pelos golpes de vento, porém, para renascerem mais vivazes sob o
mesmo sopro de vida, que não se extingue, mas se purifica.
35. Para o
materialista, os flagelos destruidores são calamidades carentes de compensação,
sem resultados aproveitáveis, pois que, na opinião deles, os aludidos flagelos
aniquilam os seres para sempre. Para aquele, porém, que sabe que a morte
unicamente destrói o envoltório, tais flagelos não acarretam as mesmas
consequências e não lhe causam o mínimo pavor; ele lhes compreende o objetivo e
não ignora que os homens não perdem mais por morrerem juntos, do que por
morrerem isolados, dado que, duma forma ou doutra, a isso hão de todos sempre
chegar.
Os incrédulos
rirão destas coisas e as qualificarão de quiméricas; mas, digam o que disserem,
não fugirão à lei comum; cairão a seu turno, como os outros, e, então, que lhes
acontecerá? Eles dizem: Nada! Viverão, no entanto, a despeito de si próprios e
se verão, um dia, forçados a abrir os olhos.
A Genese – Allan
Kardec.
The New
Generation
27. In order
that man shall be happy upon the Earth, it is necessary that it be peopled with
good spirits, incarnate or discarnate, who desire only good. This time has
arrived; a great emigration is being accomplished at this moment among those
who inhabit it. Those who return evil for evil, and in whom the desire to do
right is not felt, being unworthy of the transformed state of the Earth, will
be banished from it, because they will bring only trouble and confusion, and
would be an obstacle to progress. They will go to expiate their hardness of
heart, some into inferior worlds, and others with terrestrial races behind them
in development, which will be the equivalent of inferior worlds, where they
will carry their acquired knowledge, and where it will be their mission to
teach undeveloped beings this knowledge. They will be replaced by better
spirits, who will make justice, peace, and fraternity rule among them.
The Earth,
according to the intelligence gained from the spirits, must not be transformed
by a cataclysm which would suddenly annihilate a generation. The present
generation will gradually disappear, and the new one succeed in the same manner
without anything having been changed in the natural order of things.
All externally will pass along as is usual, with this difference alone, which is an important one, that a part of the spirits which are incarnated here now will no more be incarnated here. The children who will then be born, instead of being underdeveloped and inclined to evil, will be more advanced spirits inclined towards righteousness.
It acts then
much less upon a new corporeal generation than upon the new generation of
spirits. It is undoubtedly within this context that Jesus understood things
when he said: “I tell you the truth, this generation will certainly not pass
away until all these things have happened.” Thus, those who will expect to see
the transformation brought about by supernatural or miraculous effects will be
disappointed.
28. The present
epoch is a transition one; the elements of the two generations are mingling
together. Placed at the intermediary point, we assist at the departure of one
and at the arrival of the other. Each one signalized itself by its own proper
character.
The two
generations which follow each other have views and ideas totally opposed to one
another. By the nature of the moral disposition, but more particularly by the
intuitive and innate disposition, it is easy to distinguish to which of the two
each individual belongs.
The new
generation, being the founder of the era of moral progress, is distinguished
generally by a precocious intelligence and reasoning powers, joined to the
innate sentiment of goodness and of spiritualist beliefs, which is the
unmistakable sign of a certain degree of anterior advancement. It will not be
composed exclusively of eminently superior spirits, but of those who, having
progressed already, are predisposed to embrace all the progressive ideas, and
apt to second the regenerative movement.
That which
distinguishes, on the contrary, undeveloped spirits is, firstly, the revolt
against God by refusing to recognize any power superior to humanity; then the
instinctive propensity to the degrading passions, to the anti-fraternal
sentiments of selfishness, of pride, of the attachment for all that which is
material; sensuality, cupidity and avarice.
These are the
vices of which the Earth must be purged by the removal of those who refuse to
amend, because they are incompatible with the reign of fraternity, and as good
men will suffer always by contact with them. When the Earth shall have been
delivered from them, men will march without hindrance towards that better
future which has been reserved for them here below as the recompense for their
efforts and perseverance, looking forward to a purification still more
complete, which will open to them the entrance to superior worlds.
29. By this
emigration of spirits it is not necessary to understand that all undeveloped
spirits will be expelled from Earth, and condemned to live in inferior worlds.
Many, on the contrary, will return here – those who have yielded to temptation
by the force of circumstances and example; those who appeared to be much worse
than they really were. Once delivered from the influence of matter, and the
prejudices of the corporeal world, the greater part of them will see things in
an entirely different light than when living, as we have numerous examples of
it. In this they are aided by benevolent spirits who are interested in them, and
who try to enlighten them by showing them the wrong in the way they have
pursued. By our prayers and exhortations we can ourselves contribute to their
improvement, because there is a perpetual connection, an unbroken chain,
between the dead and living.
The
transformation is very simple, entirely a moral one, which is according to the
laws of nature.
30. Allowing
that the spirits of the new generation are new ones, but better, more advanced
than the preceding ones, or ancient developed spirits, the result is the same.
From the instant that they become inspired by better desires, the renovation
takes place. There are then two categories of incarnated spirits, which are
formed according to their natural dispositions – on one side those tardy in
progression who depart, and on the other the progressive ones who arrive. The
condition of society in a nation or in the entire world will be according to
the preponderance which one of these two categories has over the other.
31. A common
comparison will make this better comprehended. Let us suppose a regiment
composed of a great majority of undisciplined and unruly men, those who in
constant disorder are brought to feel the severity of the penal laws. These men
are the stronger, because they are the more numerous; they are sustained,
encouraged, and stimulated by example. The few good ones among them are without
influence; their counsels are despised, they are scoffed at, badly treated by
the others, and suffer from this contact. Is this not an emblem of society at present?
Let us suppose
that these men are withdrawn from this regiment one by one, ten by ten, hundred
by hundred, and that they are replaced by an equal number of good soldiers,
even by those who have become seriously amended. At the end of some greater or
less period of time, there will be the same regiment, but a transformed one;
good order will have succeeded to disorder. Thus will it be with regenerated
humanity.
32. The great
collective departures have not alone for object the acceleration of the different
departures, but they also transform more rapidly the minds of the masses by
removing the bad influences from the way, and by giving a greater ascendancy to
new ideas, because many are ready for this transformation, notwithstanding
their imperfections, while many depart to strengthen themselves at a purer
source.
Should they have
remained in the same midst and under the same influences, they would have
persisted in their opinions, and in their manner of seeing things. A sojourn in
the spirit- world suffices to open their eyes to the truth, because they see
there that which they could not see on Earth. The incredulous, the fanatic, the
absolutist, will then be enabled to return with innate ideas of faith, of
tolerance, and of liberty. On their return they will find things changed, and
will submit to the ascendancy of the new midst in which they will be born.
Instead of making opposition to new ideas, they will be helpers towards them.
33. The
regeneration of humanity does not absolutely require the complete renewal of
the spirits. A modification in their moral dispositions suffices. This
modification takes place with all those who are predisposed to it when they
shall have freed themselves from the pernicious influence of the world. Those
who return, then, are not always other spirits, but often the same ones, thinking
and feeling otherwise.
When this
amelioration is isolated and individual, it passes unperceived, and is without
ostensible influences upon the world. Entirely different is the effect when it
operates simultaneously over great masses of people; for then, according to the
proportions of it in one generation, the ideas of a nation or a race can be
profoundly modified by it.
This is observed
after great accidents which decimate a population. The destructive scourges do
not destroy the spirit, but only the body; they accelerate the coming-and-going
movement between the corporeal and spiritual world, and consequently the
progressive movement of incarnate and discarnate spirits. It has been observed,
at all historical epochs that great social crises have been followed by an era
of progress.
34. It is one of
these general movements which is operating at this time, and which must lead to
the repairing of humanity. The multiplicity of the means of destruction is a
characteristic sign of the times; for they must hasten the expansion of the new
germs. They are the leaves of autumn which must fall, but to which will succeed
new leaves full of life; for humanity has its season, as individuals have their
ages. The dead leaves of humanity fall, carried away by the tempestuous blasts
of life, only to be reborn with still greater strength, with the same breath of
life which is not annihilated, but purified.
35. To the
materialist, destructive scourges are calamities without compensation, without
useful results, since, according to him, they annihilate the beings forever.
But for him who knows that death destroys only the envelope, they have not the
same consequences, and cause not the least bit of fear. He comprehends the
object of it, and knows that men lose no more by dying together than
separately, since, in one way or another, it is necessary to arrive there.
Incredulous will
laugh at these things, and treat them as chimerical dreams; but, whatever they
may say, they cannot escape the common law. They will fall in their turn like
the others; and then what will occur? They say: nothing! but they will live in
spite of themselves, and be forced some day to open their eyes to the truth.
THE SPIRITS'
BOOK – Allan Kardec.
La nova
generacio
27. – Por ke la
homoj estu feliĉaj sur la Tero, necesas ke ĝin loĝu nur bonaj Spiritoj, enkarniĝintaj
kaj elkarniĝintaj, kiuj ekskluzive strebu al bono. Ĉar la tempo alvenis, tial granda
migrado ekestas nun inter ĝiaj loĝantoj. Kiuj faras malbonon pro malbono, ankoraŭ
ne tuŝitaj de la sento de bono kaj, pro tio, ne plu indaj je la transformiĝinta
planedo, tiuj estos elpelitaj, ĉar ili sur ĝi denove kaŭzus malordon kaj konfuzitecon
kaj obstaklus la progreson. Ili elpagos la harditecon de siaj koroj, unuj en
malsuperaj mondoj, aliaj ĉe malprogresintaj surteraj rasoj, kiuj ja egalus
tiajn mondojn, kaj al kiuj ili portos siajn akiritajn sciojn, plenumante la
mision progresigi tiujn rasojn. Al ili substituiĝos pli bonaj Spiritoj, kiuj
starigos inter si la regadon de justeco, paco kaj frateco.
Laŭ la Spiritoj,
la Tero ne transformiĝos pere de ia kataklismo, kiu subite neniigus tutan
generacion. La nuna generacio grade malaperos, kaj la nova sammaniere ĝin postvenos,
sen ia ŝanĝo en la natura ordo de la aferoj.
Ĉio do ekstere
fariĝos kiel ordinare, kun la sola sed gravega diferenco, ke parto de la Spiritoj,
kiuj enkarniĝadis sur la Tero, tie ne plu enkarniĝos. En ĉiu naskiĝonta infano,
anstataŭ ke ĝin animus Spirito malprogresinta, inklina al malbono, ja loĝos
Spirito pli progresinta kaj inklina al bono.
Temas do ne pri
nova enkorpa generacio, sed ja pri ia nova generacio da Spiritoj, kaj sendube
en tiu senco Jesuo tion komprenis, kiam li diris: “Vere mi diras al vi: ĉi tiu generacio
ne forpasos, antaŭ ol ĉio tio fariĝos.” Kiuj do esperas vidi la transformiĝon
okazanta per miraklecaj kaj supernaturaj fenomenoj, tiuj nepre elreviĝos.
28. – Transira
estas la nuna epoko, intermiksiĝas la elementoj de la du generacioj. Starantaj
sur la mezo, ni ĉeestas la foriron de unu kaj la alvenon de alia, kaj ĉiu jam
montriĝas en la mondo kun siaj aparte propraj karakteroj.
Ambaŭ sin
intersekvantaj generacioj havas ideojn kaj vidpunktojn inter si kontraŭajn. Laŭ
la naturo de la moralaj dispozicioj, sed ĉefe laŭ la intuiciaj kaj denaskaj
inklinoj, estas facile distingi, al kiu el ambaŭ apartenas ĉiu individuo.
Ĉar ĝin
koncernas fondi la eraon de la morala progreso, la nova generacio distingiĝas
per ordinare frumaturaj inteligento kaj prudento, ligitaj al denaska sento pri
bono kaj al spiritualismaj kredoj, kio konstituas senduban signon de certa grado
da antaŭa progreso. Ĝi ne konsistos ekskluzive el pleje superaj Spiritoj, sed
el tiuj, kiuj, jam progresinte, inklinas asimili ĉiujn progresigajn ideojn kaj
kapablas kunhelpi por la regenera movado.
Kio, male, igas
distingi la malfruiĝintajn Spiritojn, tio estas unue la ribelo kontraŭ Dio per
la rifuzo agnoski ian ajn povon superan al la homaro; la instinkta inklino al
malnoblaj pasioj, al la nefrataj sentoj de egoismo, orgojlo, envio, ĵaluzo; fine
la alkroĉiteco al ĉio materiala: sensamo, avideco, avareco.
Ja el tiuj
malvirtoj la Tero devas esti elpurigita, per la forigo de tiuj, kiuj rifuzas
sin rebonigi, ĉar tiuj malvirtoj estas nekonformaj al la regado de frateco kaj
ĉar la virtuloj ĉiam suferos de ilia kontakto. Kiam la Tero liberiĝos de tiuj
malvirtoj, la homoj irados sen malhelpoj al la pli bona estonteco, kiu al ili
estas rezervita, eĉ en ĉi tiu mondo, kiel premio al ilia penado kaj persistado,
dum ili atendas, ke ankoraŭ pli kompleta elpuriĝo al ili permesu eniron en
superajn mondojn.
29. – Tiun
elmigradon de Spiritoj oni ne tiel komprenu, ke ĉiuj Spiritoj malfruigintaj
estos elpelitaj el la Tero en malsuperajn mondojn. Multaj, kontraŭe, al ĝi
revenos, ĉar ili cedis al la forlogo de la cirkonstancoj kaj de la ekzemplo; ĉe
tiuj la ŝelo estis pli malbona ol la kerno. Unu fojon elirinte el la influo de
la materio kaj de la antaŭjuĝoj de la korpa mondo, ili plejparte rigardos la
aferojn tute alie ol kiel dumvive, kaj pri tio ni havas multenombrajn
ekzemplojn. Por tio, ili estas helpataj de bonvolemaj Spiritoj, kiuj pri ili
interesiĝas kaj rapidas ilin instrui kaj al ili montri, kiel erara estas la
vojo de ili sekvata. Per niaj preĝoj kaj admonoj, ni mem povas kunhelpi por
ilia pliboniĝo, ĉar ekzistas ĉiama solidareco inter mortintoj kaj vivantoj.
Tre simpla estas
la maniero, kiel fariĝas la transformiĝo, kaj, kiel vidate, ĝi estas tute morala
kaj neniel okazas ekster la leĝoj de la Naturo.
30. – Tute
egale, ĉu la novan generacion konsistigas novaj pli bonaj Spiritoj, ĉu
malnovaj, kiuj pliboniĝis, la rezultato estas unu sama: se ili portas pli bonajn
inklinojn, nepre estas renovigo. La enkarniĝintaj Spiritoj formas do du kategoriojn,
laŭ siaj naturaj inklinoj: unuflanke, la malfruiĝintoj, kiuj foriras;
aliflanke, la progresemaj, kiuj alvenas. La stato de la moroj, de la socio ĉe
iu popolo, ĉe iu raso, aŭ en la tuta mondo rilatos do kun tiu, el ambaŭ
kategorioj, kiu superregos.
31. – Vulgara
komparo ankoraŭ pli bone komprenigos, kio okazas tiurilate. Ni imagu reĝimenton,
kiun plejmulte konsistigas tumultemaj, sendisciplinaj homoj: ili tie okazigos konstantan
malordon, kiun la severeco de la punleĝaro devos, ofte kun malfacileco,
subpremi. Tiaj homoj estas la plej fortaj, ĉar pli nombraj ol la ceteraj. Ili sin
reciproke subtenas, kuraĝigas kaj stimulas per la ekzemplo. La kelke da bonaj
estigas nenian influon; iliaj konsiloj estas malŝatataj; ili suferas de la kontakto
de la malbonaj, kiuj ilin mokadas kaj malbontraktas.
Ĉu ne tia estas
la bildo de la nuntempa socio?
Ni supozu, ke
tiaj homoj, po unu, po dek, po cent, estas forigataj el la reĝimento kaj laŭgrade,
egalnombre anstataŭigataj per bonaj soldatoj, eĉ per tiuj, kiuj, iam forigite,
tamen sin korektis: post kelka tempo, ĉiam ankoraŭ ekzistos la sama reĝimento,
sed transformita; bona ordo estos sekvinta la malordon. Tiel estiĝos la
regenerita homaro.
32. – La grandaj
kolektivaj foriroj havas kiel celon ne nur akceli la elmigrojn, sed ankaŭ pli
rapide transformi la spiriton de la amaso, ĝin liberigante de la malbonaj
influoj, kaj havigi pli da aŭtoritateco al la novaj ideoj.
Jen kial multaj,
kiuj, malgraŭ siaj neperfektaåoj, estas jam maturaj por la transformiĝo,
foriras por refreŝiĝi ĉe pli pura fonto. Restante en la sama medio kaj sub la
samaj influoj, ili persistus en siaj opinioj kaj en sia maniero rigardi la aferojn.
Restado en la mondo de la Spiritoj sufiĉos por al ili malfermi la okulojn, ĉar
tie ili vidos, kion ili ne povis vidi sur la Tero. Nekredanto, fanatikulo,
absolutisto povos do reveni kun denaskaj ideoj pri fido, toleremo kaj libereco,
kaj ĉe la reveno ili trovos la aferojn ŝangitaj kaj ricevos la influon de la nova
medio, en kiu ili naskiĝos. Anstataŭ kontraŭstari, ili kunhelpos la novajn
ideojn.
33. – La
regenerado de la homaro ne nepre bezonas do la kompletan renoviĝon de la Spiritoj:
sufiĉas ia ŝanĝo de iliaj moralaj dispozicioj. Tiu ŝanĝo fariĝas ĉe ĉiuj, kiuj
inklinas al ĝi, se nur ili estas fortiritaj el la ruiniga influo de la mondo.
Tiel, ne ĉiam la revenantoj estas aliaj Spiritoj: ili ofte estas la samaj Spiritoj,
tamen pensantaj kaj sentantaj alimaniere.
Kiam tiu
pliboniĝo fariĝas izole kaj individue, ĝi pasas nerimarkate sen ia videbla influo
sur la mondon. Tute alia estas la efiko, kiam ĝi fariĝas samtempe ĉe grandaj
amasoj, ĉar tiam, laŭ ĝiaj proporcioj en unu generacio, la ideoj de unu popolo
aŭ de unu raso povas profunde ŝanĝiĝi.
Tion oni preskaŭ
ĉiam rimarkas post la grandaj skuoj, kiuj disfalĉas la loĝantarojn. La
detruantaj malfeliĉegoj pereigas nur korpojn, ne atingas la Spiriton,
intensigas la iro-reiran movadon inter la korpa kaj la spirita mondoj, sekve la
progresan movadon de enkarniĝintaj kaj elkarniĝintaj Spiritoj.
Rimarkindas, ke
en ĉiuj epokoj de la Historio la grandajn sociajn krizojn sekvis erao de
progreso.
34. – Nuntempe
okazas unu el tiuj ĝeneralaj movadoj, kiuj devas estigi ian reformon de la
homaro. La multeco de detruaj kaŭzoj prezentas karakterizan signon de la
tempoj, ĉar ili devos akceli la burĝonadon de la novaj ĝermoj. Tio estas kvazaŭ
folioj falantaj en aŭtuno, kiujn sekvos novaj folioj, plenaj de vivo, ĉar la
homaro havas siajn sezonojn, same kiel la individuoj havas siajn aĝojn. La
velkintaj folioj de la homaro falas pro la puŝoj kaj batoj de la vento, por
renaskiĝi pli viglaj sub la sama vivoblovo, kiu ne estingiĝas sed ja puriĝas.
35. – Por
materialisto, la detruantaj malfeliĉegoj estas senkompensaj plagoj, sen utilaj rezultatoj,
ĉar iliaopinie tiuj malfeliĉegoj por ĉiam neniigas la estulojn. Sed por tiu,
scianta, ke la morto nur detruas la envolvaĵon, tiaj malfeliĉegoj ne rezultigas
la samajn sekvojn kaj ne kaŭzas al li la plej etan timon; li komprenas ties
celon kaj ankaŭ scias, ke la homoj ne pli perdas, mortante kunaj, ol mortante
solaj, ĉar per unu aŭ alia maniero ili ĉiuj nepre tien iros.
La nekredantoj
priridos tiajn aferojn kaj ilin rigardos kimeraj; sed, kion ajn ili diros, ili
ne eskapos la komunan leĝon; kiel la ceteraj, ili siavice falos, kaj tiam kio
ili fariĝos? Ili diras: Nenio! Ili tamen vivos, spite al si mem, kaj iam estos devigitaj
malfermi siajn okulojn.
La Genezo –
Allan Kardec.
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