domingo, 22 de dezembro de 2019

Carro e Cruz – Joanna de Ângelis.


O carro do prazer célere pelas avenidas do mundo, conduzindo os iludidos. A cruz docristo se arrasta vagorosa pelas veredas do sofrimento, carregadas pelos seus heróis.
O carro da alegria fugaz vence as distâncias, embriagando as pessoas. A cruz do Cristo segue pesada através dos tempos, despertando as mentes.
O carro da fantasia colorida chama a atenção pelo ruído que produz. A cruz do Cristo, sem alarde e silenciosa, passa despercebida.
O carro do triunfo mentiroso desperta inveja e as paixões o seguem. A cruz do Cristo, real e repudiada, avança sem admiradores nem cobiçosos.
O carro do poder roda por sobre suas vítimas que ficaram silenciadas no anonimato, sacrificadas, para saciarem a ânsia alucinada dos dominadores. A cruz do Cristo é levada sobre os ombros, em total abandono, dilacerando, para atender à sede de amor.
O carro do mundo escraviza. A cruz do Cristo liberta.
O prazer conduz à dependência e a cruz alça à sublimação.
A alegria estúdia alucina, enquanto a cruz acalma.
A fantasia se desfaz na realidade e a cruz oferece a plenitude.
O trinufo sobre os outros se converte em amargura, no entanto, a cruz se transforma em iluminação.
O poder passa e a cruz ergue ao topo da vitória sobre si mesmo.
No mundo, dispouta-se o carro do fausto, sobrtecarregado de quimeras, ao tempo em que se abandona a cruz despida dos atavios mentirosos da transição. Os que ocuopam o carro das glórias e desmandos são arrojados fora, e quase todos enloquecem. Os que se deixam crucificar permancem em paz, no suceder do tempo. Otávio e Tibério, Herodes, Anas e Caifaz, que brilharam por um dia no carro fulgurante do poder ligeiro, atravessaram o portal do túmulo em rude peleja com eles próprioas, a sós e vencidos. Jesus, que carregou a cruz da glorificação perene, venceu o mundo, o túmulo e os que O abandonaram, continuando como símbolo de grandeza real e perfeita, desde então, por todos os séculos do futuro.
Livro: Momentos de Renovação.
Joanna de Ângelis / Divaldo Franco.

Nenhum comentário:

Postar um comentário