Helen Wambach
(1982) fez um relatório com mais de 1.000 casos de pessoas que retornaram
(geralmente através da hipnose em grupos de regressão) à experiência do
nascimento e antes deste. Um padrão desenvolveu-se nitidamente, devido aos
relatos destes indivíduos, mostrando uma consistência considerável.
Em muitos casos,
o indivíduo lembrou-se de uma vida prévia e do tempo entre as vidas. Dr.ª Helen
confrontou os dados obtidos na compilação dos relatórios feitos pelos seus
sujeitos com as informações históricas. Verificou que os dados obtidos na
consolidação das informações de seus pacientes estavam rigorosamente de acordo
com os existentes nos compêndios de História. Os relatos de seus pacientes foram
obtidos em cidades espalhadas dos Estados Unidos e sem que as pessoas tivessem
qualquer conhecimento umas das outras.
Por vezes, seus
sujeitos também se lembravam que hesitaram em voltar à terra, a um novo corpo,
para uma outra experiência, geralmente devido às circunstâncias agradáveis do
outro lado, que eles tinham relutância em abandonar – especialmente quando se
apercebiam das muitas dificuldades que iriam encontrar pela frente na
experiência terrestre. Estes dados indicavam também, que há guias do outro
lado, e que, se lhes for solicitado, ajudam ao espírito a tomar uma decisão
acerca de retornar. Embora, nem sempre a escolha é possível ao espírito que se
vê, por vezes, obrigado a reencarnar e a enfrentar processos educativos
difíceis. Nesses casos o determinismo prevalecerá devido a escolhas feitas em
vidas anteriores, que exigem o necessário processo educativo obrigatório.
Usando o mesmo
padrão de regressão de grupo, como para Vida Antes da Vida, Wambach (1978)
pedia aos participantes para voltarem no tempo e irem a datas específicas, e
observarem coisas bem definidas, tais como: o ambiente físico, as roupas
usadas, a alimentação, e os utensílios e pratos comuns à época, bem como outros
aspectos relevantes ocorridos e que pudessem ser lembrados. Estes dados
mostraram padrões consistentes no que diz respeito a muitas das questões que
foram postas. Um dado interessante obtido, foi quanto a incidência do tipo de
sexo (gênero) experienciado pelo sujeito nas suas diversas encarnações relembradas.
Do seu livro extraí o seguinte trecho sobre o assunto:
“Refleti que eu
precisava, pelo menos, de um fato biológico acerca do passado que me facultasse
a conferência dos meus indícios. Eu sabia que em qualquer fase pretérita, mais ou
menos a metade da população era masculina e a outra metade, feminina. Decidi verificar
cada período de tempo e determinar quantas regressões tinham redundado em vidas
masculinas e quantas tinham resultados em vidas femininas.
Se a rememoração
de existências passadas fosse mera fantasia, seria de esperar que
preponderassem as masculinas: os estudos mostram que o cidadão comum, em se lhe
oferecendo a possibilidade de escolher, optaria por viver como homem.
Contra a
probabilidade de que a fantasia produziria maior número de sujeitos masculinos,
havia o fato de que 78% dos meus sujeitos no primeiro grupo de seminários eram
mulheres.
Seria acaso
possível que as mulheres preferissem ser mulheres numa vida pregressa?
Assim sendo,
muitos imponderáveis gravitavam em torno da questão do sexo que seria escolhido
numa vida passada. Não obstante(...) meus dados são concludentes. Sem levar em
consideração o sexo que têm na vida atual, ao regressar ao passado, meus
sujeitos se dividiram precisa e uniformemente em 50,3% de homens e 49,7% de
mulheres.” (Recordando Vidas Passadas - p. 104/105) Surpreendente como a
informação obtida pela eminente doutora vai ao encontro do conteúdo constante
em O Livro dos Espíritos, como no comentário de Allan Kardec às questões 200 a
202:
“Os Espíritos
encarnam como homens ou como mulheres, porque não têm sexo. Visto que lhes
cumpre progredir em tudo, cada sexo, como cada posição social, lhes proporciona
provações e deveres especiais e, com isso, ensejo de ganharem experiência.
Aquele que só como homem encarnasse só
saberia o que sabem os homens.”
Comparando esse
dois textos surge uma possível divergência, creditável à cultura dos sujeitos
da Dr.ª Wambach. Se espíritos não têm sexo, como afirmam os espíritos, ou pelos
menos o possuem, porém de uma forma que não compreendemos, por que preferiria o
espírito nascer homem ou nascer mulher? Se não têm sexo, pelo menos possuem
noção de sexo semelhante a que possuímos, pois têm preferência sexual bem
definida.
A pesquisa de
Vida Antes da Vida, por Wambach, poderia ser expandida para ganhar maior
aprofundamento. Poder-se-ia colecionar casos de estudos de terapeutas tendo um
conjunto de questões para perguntar, quando surgisse a oportunidade, sem comprometer/afetar
o cliente. Imaginemos se os profissionais que utilizam as mesmas técnicas da
doutora Wambach, se unissem em torno de historiadores na procura de uma nova
abordagem dos fatos históricos? A história poderia ser reescrita. Os casos de
consultório poderiam ser escritos e
encaminhados ao Conselho Regional de Psicologia ou a outro órgão que reunisse
estudiosos no assunto, para análise e confronto, bem como para o estabelecimento
de novos conhecimentos.
Nos seus dois
excelentes livros, a Drª. Wambach traz, inequivocamente, provas à veracidade da
reencarnação. A Psicologia fica com a palavra. Sua reciclagem como ciência não
pode prescindir dos conceitos de reencarnação para sua própria integridade. Dos
trabalhos dela, retiro as considerações sobre a possibilidade do gradiente
energético. Seu método de modificação da ciclagem cerebral suscitou-me estudos
sobre as cargas energéticas dos conteúdos inconscientes. Tais conteúdos
possuem, para cada encarnação, vibração específica. Dentro de uma mesma
encarnação, cada lembrança tem sua freqüência própria.
Alterando-se
aquela ciclagem, permite-se a conexão com a freqüência específica no
inconsciente.
Livro:
Reencarnação: Processo Educativo.
Adenáuer Novaes.
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