Tentando definir
a mediunidade, podemos ainda interpreta-la como sendo a capacidade de fazer-se
alguém intermediário entre pessoas e regiões distintas. E assim como existem agentes
de variada espécie para variados assuntos da vida humana, temos medianeiros de
especialidades múltiplas para a vida espiritual.
Informados hoje
de que a morte física não expressa sublimação, não podemos assim admitir que o
desenvolvimento das faculdades psíquicas constituía só por si, credencial de
superioridade.
Daí o imperativo
de fixarmos no aprimoramento pessoal a condição primária do êxito em qualquer
tarefa de intercâmbio.
Aqui,
encontramos clarividentes notáveis e além somos defrontados por excelentes médiuns
falantes, mas se aquele que vê não possui discernimento para o esforço de seleção
e se aquele que se faz portador do verbo não consegue auxiliar a obra de esclarecimento
construtivo, o trabalho de transmissão sofre naturalmente consideráveis prejuízos,
desajudando ao invés de ajudar.
Nesse sentido,
somos obrigados a reconhecer que o espírito do Cristianismo jamais foi alterado,
em sua pureza essencial, mas os representantes ou medianeiros delem, no curso
dos séculos, impuseram-lhe cultos, interpretações, aspectos e atividades, simplesmente
artificiais.
O médium de
agora deve exprimir-se em mais altos níveis.
Acham-se, frente
a frente, os dois grandes grupos da Humanidade - encarnados e desencarnados -
e, em ambos, persistem os “altos e baixos” do mundo moral...
Se o
intermediário entre eles não se aperfeiçoa, convenientemente, permanece na posição
do aprendiz retardo, por tempo indefinível, nas letras iniciantes, quando lhe constitui
obrigação avançar sempre, na direção da sabedoria.
O artista é o
representante da música.
O violino é o
instrumento.
Mas se o violino
aparece irremediavelmente desajustado, como revelar-se o portador da melodia?
A força elétrica
é o reservatório de poder.
A lâmpada é o
recipiente da manifestação luminosa.
Mas se a lâmpada
estiver quebrada, como aproveitar a energia para expulsar as travas?
O benfeitor
espiritual é o mensageiro da perfeição e da beleza.
O homem é o
veículo de sua presença e intervenção.
Todavia, se o
homem está mergulhado no desespero ou no desalento, na indisciplina ou no
abuso, como desempenhar a função de refletor dos emissários divinos?
Há muita gente
que se reporta ao automatismo e à inconsciência nos estudos da mediunidade,
perfeitamente cabíveis no círculo dos fenômenos. Não podemos olvidar, entretanto,
que o serviço de elevação exige esforço e boa vontade, vigilância e compreensão
daquele que o executa, a fim de que a tarefa espiritual se sustente em vôo ascensional
para os cimos da vida.
Por esse motivo,
quem se disponha a cooperar em semelhante ministério, precisará buscar no bem a
sua própria razão de ser.
Amando,
arrancamos no caminho as mais belas notas de simpatia e fraternidade, que constituem
vibrações positivas de auxilio e apoio, na edificação que nos compete efetuar.
A bondade e o
entendimento para com todos representam o roteiro único para crescermos em
aprimoramento dos dons psíquicos de que somos portadores, de modo a assimilarmos
as correntes santificantes dos planos superiores, em marcha para a consciência
cósmica.
Não há bom
médium, sem homem bom.
Não há
manifestação de grandeza do Céu, no mundo, sem grandes almas encarnadas na Terra.
Em razão disso,
acreditamos que só existe verdadeiro e proveitoso desenvolvimento psíquico, se
estamos aprendendo a estudar e servir.
Livro: Roteiro.
Emmanuel / Chico
Xavier.
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