Geralmente,
quando as circunstâncias nos obrigam a uma convivência da qual não podemos nos
furtar, é porque ela é necessária. Geralmente, o período dessa convivência é
determinado pelo tempo que nós levamos para compreendê-la.
Se radicalizamos mantendo a indiferença, ou nos posicionamos como adversários, essa convivência pode durar muitos anos, causando-nos muitos contratempos e desgostos. Entretanto, se buscarmos os caminhos do entendimento fraterno, mesmo quando isso nos impõem atitudes fundamentadas na humildade, poderemos abreviar esse tempo e, com certeza, vamos nos poupar de provações desnecessárias e tirar o devido proveito no que diz respeito a nossa participação dessa convivência, dissolvendo as marcas da rivalidade que provavelmente surgiram um dia em uma existência anterior.
Certa vez fui
procurado por uma moça que viera sozinha para São Paulo a fim de trabalhar.
Alugara um cômodo em uma casa de cômodos onde moravam outras três moças. Ouvi o
seu desabafo:
- Estou
desesperada! Preciso mudar do lugar onde estou e não consigo. Faz mais de seis
meses que estou tentando; quando encontro um lugar que seria o ideal para mim,
alguma coisa dá errado. Eu não aguento mais os desaforos que as minhas vizinhas
fazem para mim! Elas me odeiam sem motivo. Nunca fiz nada contra elas, não sei
o que está acontecendo. Às vezes, fico vagando pelas ruas a fim de chegar tarde
em casa para não encontrá-las.
Percebi, claramente,
que se tratava de um reencontro de velhas adversárias do passado. A vida estava
proporcionando a elas um momento de convivência reeducativa, exigindo atitudes
renovadas.
Meditei
profundamente sobre o problema da nossa irmã e a orientei de forma a proporcionar-lhe
um aproveitamento adequado da oportunidade que a vida estava lhe oferecendo:
- Sei que o
diálogo com essas irmãs se torna impossível, mas você pode reconciliar-se com
elas através do pensamento...
Novamente
prescrevi a velha receita. Passados alguns meses, nossa irmã nos procurou;
estava feliz! Emocionada, relatou-nos os resultados:
- Eu fiz exatamente
como o senhor mandou! Todas as noites e, às vezes, até durante o dia, eu fiz as
mentalizações. O senhor não acredita! Depois de algum tempo, elas mudaram
completamente e se tornaram minhas amigas! Logo depois, consegui o lugar que
sempre sonhei morar. No dia da minha mudança, elas vieram se despedir e
lamentaram a minha partida.
Com certeza, se nossa irmã permanecesse arredia, furtando-se a buscar a solução que a própria situação lhe impunha e continuasse a corresponder à animosidade existente entre elas, essa convivência poderia se arrastar por muitos anos. Entretanto, com a atitude adotada, ela libertou-se rapidamente de uma convivência dolorosa, porém necessária para quebrar os vínculos ainda existentes no subconsciente de cada uma delas.
Os reencontros
difíceis não são provocados por Deus a fim de nos punir.
Os registros
existentes em nosso subconsciente é que nos levam, automaticamente, a viver as
experiências que se tornaram fundamentais para o nosso crescimento espiritual.
Onde estamos e com quem estamos é uma exigência das necessidades e merecimentos
que compõem o nosso roteiro evolutivo.
O corpo vive em
função da força que o espírito imprime sobre ele.
Se as forças do espírito estão debilitadas por alimentar-se de sentimentos negativos, consequentemente, o corpo, refletindo a debilidade do espírito, adoecerá.
Livro:
Perdão – O Caminho da Felicidade!
Aulus
/ Nelson Moraes.
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