Certa
ocasião, enquanto aguardavamos Chico Xavier terminar sua sessão de autógrafos,
no Grupo Espirita da Prece, aproximou-se de Jerônimo Mendonça uma mulher e
pediu para assentar-se ao seu lado, tinha urgência em falar-lhe.
A mulher foi
logo confidenciando:
Jerônimo, estou
apaixonada pelo meu vizinho da frente. Ele é casado, mas isso não tem
importância, dá-se um jeito. Já me insinuei de várias maneiras e ele continua
fazendo -se de desentendido. O que você acha? Devo ser mais direta, mais
objetiva?
Jerônimo, com
equilíbrio e indulgência, falou com serenidade.
- Minha filha,
carrego um corpo deficitário por dívidas do passado, e nesse assunto, se você
nos permitir, gostaríamos de ouvir o Chico, pois ele deve passar por aqui
quando acabar de autografar os livros.
Nisso o Chico se
aproximou de Jerônimo e deu-lhes os beijos costumeiros.
Jerônimo
aproveitou a oportunidade para auxiliar a mulher apaixonada:
- Chico, nossa
irmã, muito bondosa, gostaria de saber o que fazer ante à vontade irresistível
de colher a rosa do jardim da vizinha.
Para quem sabe
ler um pingo é letra. Chico sorriu e respondeu:
- Veja, se a
rosa é bonita, naturalmente que todos nós podemos admira-la, mas colher, não.
Poderíamos nos ferir nos espinhos, e além do mais a dona da rosa não iria gostar
que colhêssemos sua flor tão estimada. E com isso sofreríamos duplamente.
Livro: Chico
Xavier, coração do Brasil.
Maria Gertrudes Coelho.
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