sexta-feira, 4 de janeiro de 2019

A ROSA DA VIZINHA – Chico Xavier.

Certa ocasião, enquanto aguardavamos Chico Xavier terminar sua sessão de autógrafos, no Grupo Espirita da Prece, aproximou-se de Jerônimo Mendonça uma mulher e pediu para assentar-se ao seu lado, tinha urgência em falar-lhe.
A mulher foi logo confidenciando:
Jerônimo, estou apaixonada pelo meu vizinho da frente. Ele é casado, mas isso não tem importância, dá-se um jeito. Já me insinuei de várias maneiras e ele continua fazendo -se de desentendido. O que você acha? Devo ser mais direta, mais objetiva?
Jerônimo, com equilíbrio e indulgência, falou com serenidade.
- Minha filha, carrego um corpo deficitário por dívidas do passado, e nesse assunto, se você nos permitir, gostaríamos de ouvir o Chico, pois ele deve passar por aqui quando acabar de autografar os livros.
Nisso o Chico se aproximou de Jerônimo e deu-lhes os beijos costumeiros.
Jerônimo aproveitou a oportunidade para auxiliar a mulher apaixonada:
- Chico, nossa irmã, muito bondosa, gostaria de saber o que fazer ante à vontade irresistível de colher a rosa do jardim da vizinha.
Para quem sabe ler um pingo é letra. Chico sorriu e respondeu:
- Veja, se a rosa é bonita, naturalmente que todos nós podemos admira-la, mas colher, não. Poderíamos nos ferir nos espinhos, e além do mais a dona da rosa não iria gostar que colhêssemos sua flor tão estimada. E com isso sofreríamos duplamente.
Livro: Chico Xavier, coração do Brasil.
Maria Gertrudes Coelho.

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