quinta-feira, 10 de janeiro de 2019

Evolução das espécies - Weimar Muniz de Oliveira

Matéria e espírito são os dois elementos gerais do Universo, a partir do reino mineral (“... e, acima de tudo, Deus...”), que é lei inderrogável em todos os planos da Criação(1).
Da mônada ao arcanjo vigora a mesma lei de evolução, relativamente a todas as espécies.
A evolução se processa, inexorável, a partir dos seres mais simples, num crescendo, por centenas de milhões de anos, até as formas mais aperfeiçoadas e conscientes de seu próprio existir, ou seja, dos seres unicelulares à última escala do ser inteligente.
E não há como negar essa lei da dinâmica universal, hoje abonada pela própria ciência, particularmente pela Biologia, o que está de acordo, até certo ponto, com a teoria evolucionista de Charles Darwin (l809-1882)(2). Digo até certo ponto, porque o Espiritismo, codificado em 1857, em Paris (França), foi o primeiro a suplementar a teoria darwiniana, acrescentando outras reflexões.
Por último, a própria ciência oficial, em descobertas recentes, não descarta as informações filosóficas do Espiritismo, reconhecendo que o próprio ser humano adveio dessa evolução natural, uma vez que ela própria comprova que o genoma humano alinha-se em 100% ao genoma do chimpanzé, o mais próximo do homem. É essa a opinião de Francis S. Collins(3) e de inúmeros outros homens de ciência, com base em pesquisas de laboratório.
A assertiva desses cientistas reforça a tese espírita de que, na caminhada evolutiva, o homem transitou pela seguinte senda filogenética: “ser unicelular, peixe, anfíbio, réptil, ave, e, finalmente, mamífero superior”, informa Marlene Nobre(4).
Todas essas descobertas foram proclamadas antes pelo Espiritismo.
É interessante registrar que, em O Livro dos Espíritos, na pergunta 560, encontra-se o cerne da questão, hoje detectada pela ciência acadêmica, na qual os espíritos respondem: “Todos temos que habitar em toda parte, e adquirir o conhecimento de todas as coisas, presidindo sucessivamente ao que se efetua em todos os pontos do Universo. Mas, como diz o Eclesiastes, há tempo para tudo...”
E, ao final, encerra, enfaticamente:
“... Assim, tal Espírito cumpre hoje neste mundo o seu destino, tal outro cumprirá ou já cumpriu o seu, em épocas diversas, na terra, na água, no ar, etc.”
O gérmen do conhecimento, inclusive de ordem científica, encontra-se, indelével, nessa obra fundamental, que, embora desdobrada nos demais livros do pentateuco kardequiano, estende-se e avoluma-se em várias centenas de outras obras, de autores encarnados e desencarnados, sobressaindo-se as psicografadas por Chico Xavier.
Apenas a título de motivação, cite-se um trecho de uma das obras complementares da Codificação:
“É assim que dos organismos monocelulares aos organismos complexos, em que a inteligência disciplina as células, colocando-as a seu serviço, o ser viaja no rumo da elevada destinação que lhe foi traçada do Plano Superior, tecendo com os fios da experiência a túnica da própria exteriorização, segundo o molde mental que traz consigo...” (Evolução em Dois Mundos, cap. III, p. 37)(5).
Fontes:
1 - “O Livro do Espíritos” – Q. 27 – FEB – 82ª edição.
2 - Charles Robert Darwin – “A Origem das Espécies”.
3 - “A Linguagem de DEUS” – Ed. GENTE (Tradução de Giorgio Cappelli), p. 133.
4 - Marlene Rossi S. Nobre – “O Clamor da Vida” – FE Editora Jornalística Ltda. – SP, 2000, p. 126.
5 - André Luiz – psicografia de Fco. Cândido Xavier – FEB, 1ª edição.
Weimar Muniz de Oliveira é magistrado aposentado, presidente do Lar de Jesus e da Associação Brasileira dos Magistrados Espíritas (Abrame) e diretor da Federação Espírita do Estado de Goiás (FEEGO).

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