Matéria e
espírito são os dois elementos gerais do Universo, a partir do reino mineral
(“... e, acima de tudo, Deus...”), que é lei inderrogável em todos os planos da
Criação(1).
Da mônada ao
arcanjo vigora a mesma lei de evolução, relativamente a todas as espécies.
A evolução se
processa, inexorável, a partir dos seres mais simples, num crescendo, por
centenas de milhões de anos, até as formas mais aperfeiçoadas e conscientes de seu
próprio existir, ou seja, dos seres unicelulares à última escala do ser
inteligente.
E não há como
negar essa lei da dinâmica universal, hoje abonada pela própria ciência,
particularmente pela Biologia, o que está de acordo, até certo ponto, com a teoria
evolucionista de Charles Darwin (l809-1882)(2). Digo até certo ponto, porque o
Espiritismo, codificado em 1857, em Paris (França), foi o primeiro a
suplementar a teoria darwiniana, acrescentando outras reflexões.
Por último, a
própria ciência oficial, em descobertas recentes, não descarta as informações
filosóficas do Espiritismo, reconhecendo que o próprio ser humano adveio dessa
evolução natural, uma vez que ela própria comprova que o genoma humano
alinha-se em 100% ao genoma do chimpanzé, o mais próximo do homem. É essa a
opinião de Francis S. Collins(3) e de inúmeros outros homens de ciência, com
base em pesquisas de laboratório.
A assertiva
desses cientistas reforça a tese espírita de que, na caminhada evolutiva, o
homem transitou pela seguinte senda filogenética: “ser unicelular, peixe,
anfíbio, réptil, ave, e, finalmente, mamífero superior”, informa Marlene
Nobre(4).
Todas essas
descobertas foram proclamadas antes pelo Espiritismo.
É interessante
registrar que, em O Livro dos Espíritos, na pergunta 560, encontra-se o cerne
da questão, hoje detectada pela ciência acadêmica, na qual os espíritos
respondem: “Todos temos que habitar em toda parte, e adquirir o conhecimento de
todas as coisas, presidindo sucessivamente ao que se efetua em todos os pontos
do Universo. Mas, como diz o Eclesiastes, há tempo para tudo...”
E, ao final,
encerra, enfaticamente:
“... Assim, tal
Espírito cumpre hoje neste mundo o seu destino, tal outro cumprirá ou já
cumpriu o seu, em épocas diversas, na terra, na água, no ar, etc.”
O gérmen do
conhecimento, inclusive de ordem científica, encontra-se, indelével, nessa obra
fundamental, que, embora desdobrada nos demais livros do pentateuco
kardequiano, estende-se e avoluma-se em várias centenas de outras obras, de
autores encarnados e desencarnados, sobressaindo-se as psicografadas por Chico
Xavier.
Apenas a título
de motivação, cite-se um trecho de uma das obras complementares da Codificação:
“É assim que dos
organismos monocelulares aos organismos complexos, em que a inteligência
disciplina as células, colocando-as a seu serviço, o ser viaja no rumo da
elevada destinação que lhe foi traçada do Plano Superior, tecendo com os fios
da experiência a túnica da própria exteriorização, segundo o molde mental que
traz consigo...” (Evolução em Dois Mundos, cap. III, p. 37)(5).
Fontes:
1 - “O Livro do
Espíritos” – Q. 27 – FEB – 82ª edição.
2 - Charles
Robert Darwin – “A Origem das Espécies”.
3 - “A Linguagem
de DEUS” – Ed. GENTE (Tradução de Giorgio Cappelli), p. 133.
4 - Marlene
Rossi S. Nobre – “O Clamor da Vida” – FE Editora Jornalística Ltda. – SP, 2000,
p. 126.
5 - André Luiz –
psicografia de Fco. Cândido Xavier – FEB, 1ª edição.
Weimar Muniz de
Oliveira é magistrado aposentado, presidente do Lar de Jesus e da Associação
Brasileira dos Magistrados Espíritas (Abrame) e diretor da Federação Espírita
do Estado de Goiás (FEEGO).
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