Em contacto com os ideais da Revelação Nova, o homem, sentindo dilatar-se-lhe naturalmente a visão, começa a perceber, com mais amplitude, os problemas que o cercam.
Aguça-se-lhe a
sensibilidade, intensifica-se-lhe a capacidade de amar. Converte-se-lhe o coração
em profundo estuário espiritual, em que todas as dores humanas encontram eco.
Por isso mesmo,
acentuam-se-lhe os sofrimentos, de vez que as suas aspirações não surpreendem
qualquer sintonia nos planos inferiores em que ainda respira.
Desejaria o
aprendiz acompanhar-se por todos aqueles que ama, na caminhada para a vida
superior, entretanto, à medida que se adianta em conhecimentos e se sutiliza em
sensações, reconhece quase sempre que os amados se fazem dele mais distantes.
Aqui, é a
companheira que persevera em rumo diferente, além, é o coração paternal que, por
afetividade mal dirigida, dificulta a ascensão para a luz... Ontem, era um
filho a golpear-lhe as fibras mais íntimas; hoje, é um amigo que deserta...
Se o discípulo
não se rende à perturbação e ao desânimo, gradativamente começa a compreender
que está sozinho, em si mesmo, para aprender e ajudar, entendendo, outrossim,
que na boa-vontade e no sacrifício adquire valores eternos para si próprio.
Quanto mais cede
a favor de todos, mais é compensado pela Lei Divina que o enriquece de força e
alegria no grande silêncio.
Na marcha diária,
chega à conclusão de que o individualismo ajustado aos princípios inelutáveis
do bem é a base do engrandecimento da coletividade. Reconhece que o espírito
foi criado para viver em comunhão com os semelhantes, que é a unidade de um todo
em processo de aperfeiçoamento e que não pode fugir, sem dano, à cooperação, mas,
à maneira da árvore no reino vegetal, precisa crescer e auxiliar com eficiência
para garantir a estabilidade do campo e fazer-se respeitável.
Ninguém vive só,
mas chega sempre um momento para a alma em que é imprescindível saber lutar em
solidão para viver bem.
Para valorizar o
celeiro e enriquecer a mesa, a semente descansa entre milhões de outras que com
ela se identificam; todavia, quando chamada a produzir com a vida para o conforto
geral, deve aprender a estar isolada no seio frio da terra, desvencilhando-se
dos envoltórios inferiores, como se estivesse reduzida a lodo e morte, a fim de
estender novos ramos e elevar-se para o Sol.
Sem o indivíduo
forte e sábio, a multidão agitar-se-á sempre entre a ignorância e a miséria.
Esforço e
melhoria da unidade, para o progresso e sublimação do todo, é uma lei.
A navegação a
vapor, atualmente, é patrimonio geral, mas devemo-la ao trabalho de Fulton.
A imprensa de
hoje é força direcional de primeira ordem, contudo, não podemos olvidar o devotamento
de Gutenberg, que lhe amparou os passos iniciantes.
A luz elétrica,
nos dias que passam, é questão resolvida, no entanto, a Edison coube a honra de
sofrer para que semelhante bênção desintegrasse as noites do mundo.
A locomotiva,
agora, é máquina vulgar, mas no princípio dela temos a dedicação de Stephenson.
Na Terra,
surgira Newton, invariável, à frente de todos os conhecimentos alusivos à gravitação
universal e o nome de Marconi jamais será apagado na base das comunicações sem
fio.
Cada flor
irradia perfume característico.
Cada estrela
possui brilho próprio.
Cada um de nós é
portador de determinada missão.
O Espiritismo,
confirmando o Evangelho, vem amparar os homens e convidar o homem a aprimorar-se
e engrandecer-se, consoante a sabedoria da Lei que determina: "a cada um, segundo
as suas obras".
Livro: Roteiro.
Emmanuel / Chico
Xavier.
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