terça-feira, 21 de janeiro de 2025

Os demônios segundo o Espiritismo / DEMONS ACCORDING TO SPIRITISM / Los demonios según el Espiritismo.

20. Segundo o Espiritismo, nem os anjos nem os demônios são seres à parte; a criação dos seres inteligentes é una. Unidos a corpos materiais, eles constituem a humanidade que povoa a terra e as outras esferas habitadas; desprendidos desse corpo, eles constituem o mundo espiritual ou dos Espíritos que povoam os espaços. Deus criou-os perfectíveis; deu-lhes por objetivo a perfeição, e a bem-aventurança que é sua consequência, mas não lhes deu a perfeição; quis que eles a devessem a seu trabalho pessoal, a fim de que tivessem esse mérito. Desde o instante de sua formação eles progridem, quer no estado de encarnação, quer no estado espiritual; chegados ao apogeu, são puros Espíritos, ou anjos segundo a denominação vulgar; de sorte que, desde o embrião do ser inteligente até o anjo, há uma cadeia ininterrupta da qual cada elo marca um grau no progresso.

Resulta daí que existem Espíritos em todos os graus de avanço moral e intelectual, segundo estejam no alto, na parte inferior, ou no meio da escala. Há Espíritos, por conseguinte, em todos os graus de saber e de ignorância, de bondade e de maldade. Nas posições inferiores, há os que estão ainda profundamente inclinados ao mal, e nele se comprazem. Pode-se chamá-los demônios, se se quiser, pois são capazes de todas as maldades atribuídas a estes últimos. Se o Espiritismo não lhes dá esse nome, é que se vincula a ele a ideia de seres distintos da humanidade, de uma natureza essencialmente perversa, devotados ao mal por toda a eternidade e incapazes de progredir no bem.

21. Segundo a doutrina da Igreja, os demônios foram criados bons, e tornaram-se maus por sua desobediência: são anjos caídos; foram colocados por Deus no alto da escala, e desceram. Segundo o Espiritismo, são Espíritos imperfeitos, mas que se aperfeiçoarão; ainda estão na parte inferior da escala, e subirão.

Aqueles que, por sua indiferença, sua negligência, sua obstinação e sua má vontade permanecem mais tempo nas posições inferiores, carregam essa pena, e o hábito do mal torna-lhes mais difícil sair dele; mas chega um tempo em que se cansam dessa existência penosa e dos sofrimentos que dela decorrem; é então que, comparando sua situação com a dos bons Espíritos, compreendem que seu interesse está no bem, e procuram aperfeiçoar-se, mas fazem-no por sua própria vontade e sem serem coagidos. Estão submetidos à lei do progresso por sua aptidão a progredir, mas não progridem contra sua vontade. Deus lhes fornece incessantemente os meios para tal, mas eles são livres de aproveitá-los ou não. Se o progresso fosse obrigatório, eles não teriam nenhum mérito, e Deus quer que eles tenham o de suas obras; ele não coloca nenhum na primeira posição por privilégio, mas a primeira posição está aberta a todos, e eles só chegam lá por seus esforços. Os anjos mais elevados conquistaram seu grau como os outros passando pelo caminho comum.

22. Chegados a certo grau de purificação, os Espíritos têm missões em proporção com seu avanço; eles cumprem todas as que são atribuídas aos anjos das diferentes ordens. Como Deus criou desde a eternidade, desde a eternidade houve Espíritos para satisfazer todas as necessidades do governo do universo. Uma única espécie de seres inteligentes, submetidos à lei do progresso, basta portanto para tudo. Esta unidade na criação, com o pensamento de que todos têm um ponto de partida, o mesmo caminho a percorrer, e que eles sobem por seu próprio mérito, corresponde bem melhor à justiça de Deus, do que a criação de espécies diferentes mais ou menos favorecidas por dons naturais que seriam outros tantos privilégios.

23. A doutrina vulgar sobre a natureza dos anjos, dos demônios e das almas humanas, não admitindo a lei do progresso, e vendo porém seres em diferentes graus, concluiu daí que eles eram o produto de outras tantas criações especiais. Ela chega assim a fazer de Deus um pai parcial, dando tudo a alguns de seus filhos, ao passo que impõe aos outros o mais rude trabalho. Não é espantoso que durante muito tempo os homens não tenham achado nada de chocante nessas preferências, enquanto faziam o mesmo a respeito de seus próprios filhos, pelos direitos de primogenitura e os privilégios do nascimento; podiam eles crer fazer mais mal do que Deus? Mas hoje em dia o círculo das ideias se alargou; eles veem mais claro; têm noções mais nítidas da justiça; querem-na para eles, e se nem sempre a encontram na terra, esperam ao menos encontrá-la mais perfeita no céu; é por isso que toda doutrina em que a justiça divina não aparece ao homem em sua maior pureza, repugna à sua razão.

         O Céu e o Inferno – Allan Kardec.

         DEMONS ACCORDING TO SPIRITISM

20. According to the Spiritist doctrine, neither “angels” nor “devils” are beings apart from the rest of the creation; all the intelligent beings of the universe are of one and the same nature. United to material bodies, they constitute the human race which populates the Earth and other inhabited worlds of the universe; freed from those bodies, they constitute the spirit-world, or the spirits who people space. God has created them perfectible; God has given them an aim, viz., the attainment of perfection and of the happiness that is the consequence of perfection; but God has not given them perfection; God has willed that they should owe it to their own personal efforts, so that they might have all the merit of its acquisition. From the first moment of their creation, they progress incessantly, either in the state of incarnation or in the life of the spirit-world; once arrived at the culminating point of their purification they become pure spirits, or angels, according to the common expression; so that, from the embryo of the intelligent being to the angel, there is an uninterrupted chain, each link of which marks a degree in the scale of progress.

It follows, therefore, that there are spirits at every degree of moral and intellectual advancement, according as they are at the top, the bottom, or the middle, of the ladder; and that, consequently, there are, among them, spirits of every degree of knowledge and ignorance, of goodness and of badness. In the lower ranks of spirits there are some who are still deeply imbued with the love of evil and who take pleasure in doing wrong; spirits who may perfectly well be called demons, for they are capable of all the misdeeds attributed to the latter. If Spiritism abstains from giving them that name, it is because the world has attached to it the idea of beings distinct from the human race, of a nature essentially bad, doomed to evil for all eternity, and incapable of progressing in goodness.

21. According to the doctrine of the Church, the demons were created good, and have become bad through their disobedience are “fallen angels;” they were placed by God at the top of the ladder, and they have fallen from that elevation. According to Spiritism, they are imperfect spirits who will grow better in the course of time; they are still at the foot of the ladder, but they will reach the top sooner or later.

Those who, through their carelessness, their obstinacy, or their perversity, remain longer in the lower ranks, incur the penalty of their persistence in evil, for the habit of wrong- doing renders their return to goodness all the more difficult; but there comes a time when they grow weary of the misery of such an existence and of the suffering which is its consequence; they begin to compare their own existence with that of the good spirits, they understand that it is in their own interest to return to the path of rectitude, and they endeavor to become better; but they do this of their own free will, and without being constrained to do so. They are placed under the law of progress by the fact of their being capable of progressing, but they are not compelled to progress in spite of themselves. God furnishes them unceasingly with the means of progressing; but they are free to use or not use the means thus furnished. If progress were obligatory, there would be no merit in progressing, and God wills that each should have the merit of his or her actions; God does not place any one of them on the front rank as a matter of privilege, but that highest rank is open to all, and no one reaches it otherwise than through his or her own efforts. The highest angels have won their grade, like all others, and have traveled up to their present elevation by the same road.

22. Spirits, when they have reached a certain degree of purification, are entrusted with missions proportioned to their advancement; they fulfill all those that have been attributed to angels of different orders. God having created from all eternity, it follows that there have been, from all eternity, spirits competent to the discharge of all the duties involved in the government of the universe. A single species of intelligent beings, all alike submitted to the law of progress, suffices to produce the infinite variety of attainment, aptitude, and usefulness. This unity of the creation – in virtue of which all beings have the same starting-point, follow the same road, and raise themselves to higher and higher elevations as the result of their own merits – is far more in accordance with the justice of God than the creation of different species of beings, more or less favored in the way of natural gifts, which would, practically speaking, be the creation of so many privileges.

23. The common doctrine concerning the nature of angels, demons, and the human soul, not admitting the existence of the law of progress, and observation having shown the existence of beings at different degrees of elevation, human beings have been led to conclude that these differences were the product of so many different creations. This view of the subject portrays God as an unjust and partial father, bestowing all his favors on some of his children, while imposing the hardest labors and privations on the others. It is not strange that during a long period the human race should have seen nothing objectionable in these assumed preferences, for they were guilty of the same injustice through their enforcement of the laws of entitlement and the various privileges accorded to so-called noble birth; could they believe they were capable of committing more errors than God? But, at the present day, the circle of ideas has become wider; human beings see more clearly; they have sounder notions of justice, they demand it for themselves, and, although they do not always find it upon the Earth, they hope, at least, to obtain it in Heaven; and, consequently, any doctrine, which does not show the Divine Justice in all its resplendent purity, is rejected by the human mind as repugnant to both conscience and reason.

HEAVEN AND HELL OR THE DIVINE JUSTICE ACCORDING TO SPIRITISM – Allan Kardec.

Los demonios según el Espiritismo

20. Según el Espiritismo, ni los ángeles ni los demonios son seres excepcionales. La creación de los seres inteligentes es una. Unidos a cuerpos materiales, constituyen la Humanidad que puebla la Tierra y las otras esferas habitadas. Separadas de este cuerpo, constituyen el mundo espiritual o de los espíritus que pueblan los espacios. Dios los ha creado perfectibles, les ha dado como fin la perfección y la dicha, que es su consecuencia, pero no les ha dado la perfección, sino que ha querido que la debiesen a su trabajo personal, a fin de que tuviesen el mérito de ella. Desde el instante de su formación, progresan, ya sea en el estado de encarnación, ya sea en el estado espiritual. Llegados al apogeo, son espíritus puros o ángeles, según se llaman vulgarmente, de forma que desde el embrión del ser inteligente hasta el ángel, hay una cadena no interrumpida de la cual cada eslabón marca un grado en el progreso.

Resulta de esto que existen espíritus de todos los grados de adelanto moral e intelectual, según estén en lo alto, en lo bajo o en medio de la escala. En consecuencia, los hay en todos los grados de saber y de ignorancia, de bondad y de maldad. En los puestos inferiores, los hay que están aún profundamente inclinados al mal, y que se complacen en él. Se pueden llamar demonios si se quiere, porque son capaces de todas las maldades atribuidas a estos últimos. Si el Espiritismo no les conoce por este nombre, es porque indica la idea de seres distintos de la Humanidad, de una naturaleza esencialmente mala, dedicados al mal eternamente o incapaces de progresar en el bien.

21. Según la doctrina de la iglesia, los demonios han sido creados buenos y han venido a ser malos por su desobediencia. Son ángeles caídos, fueron colocados por Dios en lo alto de la escala, y han descendido. Según el Espiritismo, son espíritus imperfectos, pero que se mejorarán. Están todavía en el primer peldaño, pero ascenderán.

Los que por su indiferencia y negligencia, su obstinación y su voluntad, permanecen largo tiempo en los puestos inferiores, llevan consigo la pena, y acostumbrados al mal, les es más difícil salir de él. Pero llega un momento en que cansan de tan penosa existencia y de los sufrimientos que son su consecuencia. Entonces es cuando, comparando su situación con la de los buenos espíritus, comprenden que su interés está en el bien, y procuran mejorarse, pero lo hacen por su propia voluntad y sin que les obligue a ello. Están sometidos a la ley del progreso por su aptitud para progresar, mas no se les hace progresar a pesar de ellos. Dios les suministra sin cesar los medios, pero son libres de aprovecharse de éstos o no. Si el progreso fuera obligatorio, no tendrían ningún mérito, y Dios quiere que tengan el de sus obras. No coloca a nadie en el primer puesto por privilegio. Éste está al alcance de todos, pero no llegan a él sino por sus esfuerzos. Los ángeles más elevados han conquistado su grado, como los otros, pasando por el mismo camino que todos.

22. Cuando llegan a cierto grado de depuración, los espíritus tienen misiones en relación con su adelanto. Cumplen todas aquellas que se atribuyen a los ángeles de los diferentes órdenes. Como Dios ha creado desde la eternidad, siempre se han encontrado para poder desempañar todas las misiones necesarias a la marcha y gobierno del Universo. Una sola especie de seres inteligentes sometidos a la ley del progreso basta, pues, para todo. Esta unidad en la Creación, con la idea de que todos tienen un mismo punto de partida, el mismo camino que recorrer y que todos se elevan por su propio mérito, está mucho más conforme con la justicia de Dios que la creación de especies diferentes más o menos favorecidas de dones naturales, que serían otros tantos privilegios.

23. La doctrina vulgar sobre la naturaleza de los ángeles, de los demonios y de las almas humanas, no admitiendo la ley del progreso, y viendo, sin embargo, seres en diversos grados, ha deducido de esto que eran otras tantas creaciones especiales. De este modo se hace de Dios un padre parcial, dándolo todo a algunos de sus hijos, mientras que impone a los otros el más rudo trabajo. No debe causarnos gran admiración que los hombres, después de tanto tiempo, no se hayan parado en estos privilegios, cuando obraban del mismo modo con respecto a sus propios hijos, por los derechos de primogenitura y los privilegios de nacimiento. ¿Podían creer que hacían algo peor que lo que Dios hizo? Pero hoy el círculo de las ideas se ha extendido. Ven más claro, tienen nociones más elevadas de la justicia, la quieren para ellos, y si no la encuentran en la tierra, al menos, encontrarla más perfecta en el cielo. Por esto repugna a su razón cualquier doctrina en la que la justicia divina no se les manifieste en su mayor pureza.

EL CIELO Y EL INFIERNO o La Justicia Divina según el Espiritismo – Allan Kardec.

Nenhum comentário:

Postar um comentário