Na antigüidade, conforme sabemos, eram cultuados muitos deuses. Mamon, contudo, não era o nome de uma divindade e sim um termo de origem aramaica que significava dinheiro, riqueza. Jesus, no Evangelho, afirmou que não era possível servir simultaneamente a Deus e a Mamon (Lucas 16:13).
Lembrando que na linguagem evangélica e consoante os costumes da época, servo era aquele que obedecia às ordens de um senhor e que as determinações divinas se acham sintetizadas no "amar a Deus acima de tudo e ao próximo como a si mesmo", o que seria servir a Mamon? A que diretrizes obedeceriam seus seguidores? Evidentemente, àquelas resultantes do egoísmo aplicado ao relacionamento humano, quais sejam: dureza, agressividade, astúcia, desonestidade...
As duas posições são realmente inconciliáveis. Devemos notar, contudo, que o Mestre não condenou a riqueza em si e relacionou-se fraternalmente com pessoas de todas as posições sociais. Na verdade a riqueza constitui também um tipo de prova, de experiência para o espírito que deve aprender a administrá-la de tal sorte que ela multiplique o trabalho e promova o progresso.
O que Jesus realmente reprovou foi o apego à posse material e o desejo de consegui-la a qualquer preço o que ainda hoje ocorre com freqüência e levou um filósofo de nossa época a afirmar que a religião do homem moderno era o "monoteísmo do mercado", expressão severa mas que traduz bem a atitude dos que buscam a posse como um fim em si mesma, fazendo dela o centro de suas vidas, a condição essencial de sua felicidade.
A Doutrina Espírita, ao estudar a questão da riqueza, situa-a como prova difícil pelos riscos a que expõe seus detentores mas que também, quando corretamente dirigida, é fator de progresso, conforme observou o próprio Codificador: "Se a riqueza é causa de muitos males, se exacerba tanto as más paixões, se provoca mesmo tantos crimes, não é a ela que devemos inculpar, mas ao homem, que dela abusa, como de todos os dons de Deus. Pelo abuso, ele torna pernicioso o que lhe poderia ser de maior utilidade. É a conseqüência do estado de inferioridade do mundo terrestre. Se a riqueza somente males houvesse de produzir, Deus não a teria posto na Terra. Compete ao homem fazê-la produzir o bem. Se não é um elemento direto de progresso moral, é, sem contestação, poderoso elemento de progresso intelectual".
(O Evangelho Segundo o Espiritismo / Allan Kardec - Cap. XVI -Item 7).
Mamon é um termo, derivado da Bíblia, usado para descrever riqueza material ou cobiça, na maioria das vezes, mas nem sempre, personificado como uma divindade. A própria palavra é uma transliteração da palavra hebraica "Mamom" (מָמוֹן), que significa literalmente "dinheiro". Como ser, Mammon representa o terceiro pecado, a Ganância ou Avareza, também é um dos sete princípes do Inferno. Sua aparência é normalmente relacionada a um nobre de aparência deformada, que carrega um grande saco de moedas de ouro, e "suborna" os humanos para obter suas almas. Em outros casos é visto com uma espécie de passáro negro (semelhante ao Abutre), porém com dentes capazes de estraçalhar as almas humanas que comprara.
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