Afirma-se, inadequadamente, que a paz
profunda é paralisia da razão, inércia, abstração.
Fosse, realmente, esse estado de
anulação e seríamos candidatos ao aniquilamento dos ideais com a conseqüente
morte das aspirações libertadoras.
Informa-se, equivocadamente, que
felicidade plena é gozo incessante, sem qualquer preocupação ou anelo de maior
crescimento.
Constituísse realidade esse
prognóstico e a bem pouca conquista seria reduzido o Espírito, que se
predisporia à saturação, num repetir monótono de prazeres nos moldes terrenos.
A paz profunda é uma conquista
dinâmica do homem que, embora em constante burilamento, age sem reagir,
motivado pelo infrene desejo de ajudar e crescer.
A felicidade plena resulta do
movimento contínuo em favor da aquisição de mais valiosos equipamentos morais
com que se alça o ser a Esferas Nobres, participando do concerto harmônico da
Vida.
Sempre houve
luta entre os homens, que se atiram uns contra os outros e neles mesmos
defrontam os campos de batalha depuradora para as imperfeições.
A
felicidade plena resulta da conscientização de transformar a luta em realização
dignificante, que fomenta os recursos de enobrecimento.
Num, como
noutro campo de realização, o amor é fundamental.
A maior
força existente no Universo, o amor é a presença de Deus atuando favoravelmente
e impulsionando todas as ações para o ideal supremo - a perfeição!
Os
logros da paz profunda e da felicidade plena são possíveis, a todo aquele que
se emprenha para realizar a opção da busca interior, através da transformação
moral que deve operar em si mesmo, bem como do sacrifício das paixões
asselvajadas.
Na meditação ouvirás o pulsar do Cosmo.
Na oração dialogarás com Deus.
No silêncio identificarás as vozes da
Imortalidade.
Na ação do Bem
alcançarás a paz, a plenitude, viajando pelos espaços na busca de Deus, sob a
tutela dos seres angélicos interessados na tua perfeita integração na
consciência divina, de que fazes parte apesar de não a interpretares ainda com
a necessária sabedoria.
A paz profunda pelo
amor e a felicidade plena pela caridade aguardam a tua decisão, para que logres
o triunfo e te libertes do primitivismo por definitivo.
(Livro: Momentos de
Esperança - Joanna de Ângelis / Divaldo P. Franco)
Joanna de Ângelis é a guia espiritual do médium espírita brasileiro Divaldo Franco, entidade à qual é atribuída a autoria da maior parte das suas obras psicografadas.
A obra mediúnica de Joanna de Ângelis é composta por dezenas de livros, muitos deles traduzidos para diversos idiomas, versando sobre temas existenciais, filosóficos, religiosos, psicológicos e transcendentais.
Dentre as suas obras destacam-se as da Série Psicológica, composta por mais de uma dezena de livros, nos quais a entidade estabalece uma ponte entre a Doutrina Espírita e as modernas correntes da Psicologia, em especial a transpessoal e junguiana.
Segundo Divaldo Franco, em sua primeira manifestação, a 5 de dezembro de 1945, Joanna de Ângelis se apresentou com o epíteto "um Espírito amigo", que por muitos anos teria sido um pseudônimo utilizado por ela.
Na obra A veneranda Joanna de Ângelis (Salvador: LEAL, 1987), os autores Celeste Santos e Divaldo Franco defendem que esse Espírito teria sido, em uma de suas encarnações, Joana de Cusa - uma das mulheres que acompanhavam Jesus no momento da crucificação.(Vide também: Boa Nova - Humberto de Campos/Chico Xavier, FEB)
Atribuem-se ainda a ela as seguintes personalidades históricas:
- Santa Clara de Assis (1194-1253) que viveu no século XIII, seguidora de São Francisco de Assis e fundadora da Ordem das Clarissas.
- Juana Inés de La Cruz (1651-1695) (pseudônimo religioso da poetisa mexicana Juana de Asbaje, que viveu durante o século XVII).
- Joanna Angélica de Jesus (1761-1822), também sóror e depois abadessa que viveu no início do século XIX e protagonizou doloroso drama na Independência da Bahia.
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