DIVÓRCIO
Pergunta -
Sobre o divórcio, Chico, você é pessoalmente contra ou a favor? E o que dizem
os amigos do Alto? É razoável uma consulta popular no Brasil a respeito?
Chico Xavier
- Cabe-nos declarar a nossa imensa veneração pelo casamento, pela organização
da família, pelo caráter sagrado do lar e pela responsabilidade nos
compromissos assumidos, no campo das relações sexuais, mas somos a favor do
divórcio, pormenorizadamente estudado em lei para a consideração dos diversos
casos em si. Isso
porque, sempre que a união de dois seres possa envenenar-se a ponto de se
comprometerem ambos com ameaças de suicídio ou homicídio, a separação é
aconselhável. Não conseguimos admitir que Deus haja estabelecido o direito de
alguém torturar legalmente outro alguém.
Estudando o Livro dos Espíritos - Allan Kardec.
III – Laços de
Família
773. Por que, entre
os animais, pais e filhos deixam de se reconhecer, quando os últimos não
precisam mais de cuidados?
— Os animais
vivem a vida material e não a moral. A ternura da mãe pelos filhos tem por
principio o instinto de conservação aplicado aos seres que dão á luz. Quando
esses seres podem cuidar de si mesmos, sua tarefa está cumprida e a Natureza
nada mais lhe exige. É por isso que ela os abandona para se ocupar de outros
que chegam.
774. Há
pessoas que deduzem, do abandono das crias pelos animais, que os laços de
família entre os homens não são mais que o resultado de costumes sociais e não
uma lei natural. Que devemos pensar disso?
— O homem tem
outro destino que não o dos animais; por que, pois, querer sempre
identificá-los? Para ele, há outra coisa além das necessidades físicas; há a
necessidade do progresso. Os liames sociais são necessários ao progresso e os
laços de família resumem os liames sociais; eis porque eles constituem uma lei
natural. Deus quis que os homens, assim, aprendessem a amar-se como irmãos.
775. Qual
seria para a sociedade o resultado do relaxamento dos laços de família?
— Uma
recrudescência do egoísmo.
Herbert
Spencer considerou a família entre as instituições que dão forma à vida social;
Marx e Engels, como o primeiro grupo histórico, a primeira forma de integração
humana; Augusto Comte, como a célula básica da sociedade, o embrião e o modelo
desta, de maneira que a sociedade perfeita é a que funciona como família.
Atualmente, a Sociologia da Família e a Psicologia Social, bem como as próprias
escolas de Psicologia do Indivíduo reconhecem a importância básica da família.
O mesmo se dá nos estudos de Psicologia Educacional e de Filosofia da Educação.
John Dewey, em Democracia e Educação, acentua
a importância do lar na organização social e na preparação da vida
social. Como se vê, a asserção dos Espíritos de que “os laços de família
resumem os liames sociais” são confirmados até mesmo pelos estudos materialistas
da sociedade. (N. do T.)
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