Por mais que passe o tempo, não se há mudado a disposição dos que vêem partir para o além os seus afetos queridos.
A alma humana prossegue amedrontada e insegura diante da morte, quando esta, em realidade, representa tão-somente o afastamento do corpo carnal, jamais a extinção da vida.
Desencarnar é ter a chance de renovar posições filosóficas, pensamentos e culturas. Representa o ensejo de alterar posturas e concepções, de modificar crenças e de iluminar o coração, uma vez que ninguém se torna santo, embora as homenagens e as palavras de emoção e de dor, por parte de quem derrama pranto, no difícil momento da despedida.
Na desencarnação, cada qual leva consigo o bem e o mal que tenha feito, vida afora.
As alegrias e as dores que espalhou, a presença mental dos amigos e o amargor das inimizades, toda a paz que haja semeado ou as guerras que haja incrementado, tudo isso contribui para a ventura ou desventura do espírito liberto.
Guardando a certeza de que ninguém morre, essencialmente, confia no Senhor da Vida, que tudo no mundo inspira, que tudo pode, e a Ele entrega, pelos fios do coração, os teus afeiçoados, os teus amores, admitindo que se acham amparados pelo divino amor, de um modo ou de outro.
Mais cedo ou mais tarde, quando refeitos das conseqüências imediatas do passamento, os teus seres amados rogarão ao Grande Pai por ti, e seguirão, na rota do progresso, marcados por todas as realizações deixadas sobre o mundo, e aguardarão que tu mesmo retornes, quando chegue o teu dia.
Entre alegrias, ternuras e emoções, esperarão que, igualmente, te libertes do corpo físico, após uma nobre vida com grandeza d'alma, com esforços pelo bem e testemunhos de amor, a fim de que se estreitem no halo de um abraço, cheios de intensa ventura, nos círculos da luz.
(Ivan de Albuquerque - Mensagem psicografada pelo médium Raul Teixeira, em 02 de junho de 2003, na Sociedade Espírita Fraternidade, em Niterói-RJ.)
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