O aprendiz
perguntou ao
Orientador,
depois da aula, em torno das dificuldades humanas:
- Instrutor, onde
os motivos pelos quais sempre se multiplicam os obstáculos, diante dos homens, impedindo-lhes
a sublimação espiritual?
O amigo convidou o discípulo a visitar
um casarão próximo, semi-abandonado.
Entraram e, numa
sala espaçosa, grande aranha se mostrava presa no centro da caprichosa rede de
fios, entretecida por ela mesma.
- Vês esta aranha
encarcerada no labirinto, feito por ela própria?
- indagou o
mentor.
- Ante o sinal
afirmativo do rapaz, o amigo acrescentou:
- Observemos.
Passados alguns
instantes, aparece a jovem auxiliar de serviço, naquela moradia quase
desabitada e usando um espanador, desfez o tecido, libertando a aranha, que se
deu pressa em esconder sob pesado móvel.
- Voltaremos
amanhã para nossos apontamentos - falou o orientador.
No dia seguinte,
professor e discípulo regressaram ao casarão e, num aposento diverso, a mesma aranha
se apressara no centro de outros fios tecidos por ela própria.
Decorridos
poucos segundos, a jovem da véspera reapareceu e acabou com a trama, libertando a aranha que se
afastou, ocultando-se em antigo móvel desocupado.
Mais um dia e,
pela terceira vez, o instrutor e o aprendiz retornaram ao mesmo local,
surpreendendo a mesma aranha no centro de outra complicada rede de fios, criada
por ela mesma.
A jovem, já
conhecida, surgiu e agitando o espanador liberou a aranha que, rapidamente,
tomou novo esconderijo sob mala suspensa.
Foi então que o
mentor, dirigindo-se ao rapaz, resumiu a lição esclarecendo:
- Lembrou você
que os homens lutam com grandes entraves, no caminho da elevação, mas é preciso
reconhecer que a maioria dos nosso companheiros, no Plano Físico, quase sempre
agem à maneira da aranha. O espanador providencial do sofrimento surge a
liberta-los das prisões engenhadas e construídas por eles, entretanto, que
podemos fazer se eles mesmos se escondem nos hábitos que acalentam e, depois, usando
o livre arbítrio, criam novos problemas para eles próprios?
Livro: AGORA É O
TEMPO.
Emmanuel / Chico
Xavier.
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