"Sabe ele
(o Paganismo) muito bem que está errado, mas isso não o abala, porquanto a
verdadeira fé não lhe está na alma. O que mais teme á a luz, que dá vista aos
cegos." - (Allan Kardec, E.S.E. Cap. XXIII, Item 14).
Mesmo que você
esteja com a razão, escute em silêncio a reprimenda injustificada.
Ouvir para
examinar é oportunidade de aprendizado e experiência.
Mesmo que a
lição lhe amargure o Espírito, receba como dádiva preciosa.
Antes uma
verdade que que magoa, mas salva, do que uma ilusão que agrada e se desvanece.
Mesmo que você
seja chamado ao debate em nome da causa que ama, desculpe-se e prossiga na
ação.
Muitas palavras
exaltam poucas razões.
Mesmo que a dor
se constitua parceria única de seus labores evangélicos, prossiga resoluto.
O cinzel que
fere a pedra, dela arranca a escultura valiosa.
Mesmo que a
espada invisível da calúnia abra feridas em seu coração, continue animado.
O bem é luz
inapagável.
Mesmo que a urna
sombria do “eu” apele para que você viva somente para você, arrebente a
grilheta e ajude a comunidade naquele que segue a seu lado.
A ostra mais
resistente, em solidão, despedaça-se de encontro aos recifes do mar imenso.
Mesmo que a luta
pareça inútil, confie no valor da perseverança que sabe agir.
Os pólens de uma
única flor são suficientes para multiplicá-la indefinidamente, embelezando a
Natureza.
Mesmo que o fel
da amargura verta em seus lábios, cada noite, o acre sabor do desespero,
desperte, no dia seguinte, abençoando a aurora.
Quem contempla
uma noite de vendaval acreditará na impossibilidade de um claro sol na manhã
porvindoura. No entanto...
Mesmo que o
alarde da maledicência empane a claridade de sua luz, não revide mal por mal.
A árvore
ultralada responde à ofensa com produtividade.
Mesmo que seus
sonhos formosos de assistência fraternal e socorro cristão se transformem em
pesadelos aflitivos nos dias de atividade, siga adiante, confiando intimorato.
Considerado
pelos familiares, em Nazaré, como embusteiro e endemoniado, o Mestre prosseguiu
no ministério da Verdade, alargando as possibilidades da Boa Nova no vergel
desfeito dos corações humanos, para, na cruz, atestar a suprema vitória do amor
como única via de "luz que dá vista aos cegos" e enseja libertação
para o Espírito sedento de imortalidade.
Marco Prisco /
Divaldo Franco.
Livro: Glossário
Espírita-Cristão.
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