Diante da
organização que Deus deu à humanidade pelos canais da natureza, Ele traçou os limites
do que essa organização divina e humana precisaria para viver. O ser humano, incentivando
os hábitos que se tornaram vícios, se perdeu nos labirintos dos erros,
procurando satisfação de certos apetites grosseiros, tentando torcer as leis em
que a natureza se expressa para manter a educação de todo ser vivente.
Mas, mesmo com a natureza humana continuando no desrespeito às leis, a natureza continua a mostrá-las pela sua própria vida e a corrigir todos aqueles que a desrespeitam. O aparelho digestivo, por exemplo, tem certa capacidade na absorção de alimentos, no entanto, o homem procura certos ingredientes para ativar mais a fome, acabando em estimulá-lo para o desequilíbrio, comendo o dobro ou mais do que precisaria para viver. Ele passa, então, a viver para comer, e não a comer para viver. E surge a tão conhecida gula. É o abuso da delicadeza orgânica, pela qual o homem depois pagará caro pelo supérfluo que se movimenta dentro de si, em formação da desarmonia do complexo físico. A medicina do futuro será mais preventiva, ensinando ao homem, desde criança, a cuidar-se de si mesma, por não precisar mais de sofrer pela força da gula. As doenças são as respostas para a ignorância, quando se usam mal os bens da vida.
A natureza traçou os limites e o homem não quis entender; queria aproveitar a vida, no dizer dos que ignoram, passando esse desregramento de geração a geração, mal que se espalhou no mundo inteiro. Mas a natureza, por misericórdia, vem em seu auxílio, inspirando na feitura dos medicamentos, de modo que a educação possa surgir juntamente com a cura. É indispensável, porém, que a criatura passe a amar a natureza, e não estrague as possibilidades dos outros seres vivos, que eles lhe entregarão a força curativa de um modo natural e simples, em várias dimensões da vida. Isso é muito interessante; é o que devemos fazer logo: amar as águas, as plantas, os animais, o ar, o sol e a própria vida, mas, em primeiro lugar, ao Criador de todas as coisas, para então sentirmos o próximo como sendo a nós mesmos. Esse procedimento é a natureza em ação permanentemente.
É necessário que
eu faça as obras daquele que me enviou, enquanto é dia; a noite vem, quando
ninguém pode trabalhar. (João,9:4)
A noite vem,
disse Jesus, a noite dos tempos em cobrança pelos carmas coletivos, e ninguém pode
mais trabalhar a não ser saldar dívidas.
O Espiritismo
anuncia em todas as suas mensagens a hora soando, os clarins da eternidade tocando
e convidando aos homens e Espíritos a lançarem mãos ao arado sem olhar para
trás, fazendo as obras de Deus, que Ele nos entregou para realizar.
Homens, despertai! Jesus é o ponto culminante da fé, da educação e da sabedoria. Não percais Sua luz, nem fecheis os olhos ao Seu convite de amor. O amor é a força soberana que salva todas as criaturas da ignorância, conduzindo a todos nós para o bom uso de todos os bens da vida, enriquecendo os corações, para que possamos sentir a esperança, sentirmos que existe a felicidade.
Livro:
Filosofia Espírita – Volume XV
João Nunes Maia
– Miramez.
Estudando O
Livro dos Espíritos – Allan Kardec.
716. Mediante a
organização que nos deu, não traçou a Natureza o limite das nossas
necessidades?
“Sem dúvida, mas
o homem é insaciável. Por meio da organização que lhe deu, a Natureza lhe
traçou o limite das necessidades; porém, os vícios lhe alteraram a constituição
e lhe criaram necessidades que não são reais.”
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