Conhecer os
limites do necessário, abandonando o supérfluo, demanda tempo e espaço nos caminhos
percorridos. O homem a quem falta experiência, como pode conhecer?
O Espírito mais
ignorante precisa de experiências aliadas com a boa vontade para deduzir o que
deve ser feito e os limites do que lhe convém. Entretanto, o Espírito mais
evoluído conhece seus limites por intuição; já guarda na consciência todos os
direitos e deveres nos seus caminhos a percorrer.
A vida escreve para
as almas e ensina para todos os planos o modo pelo qual se pode e deve viver
melhor. A Doutrina dos Espíritos vem, através dos seus inúmeros conceitos, para
os homens reconhecerem a ponderação e seu valor, e nesse esforço para acertar,
a intuição desabrocha pelos canais dos seus dons, indicando-Ihes pelos
sentimentos o que devem fazer ou deixar de fazer.
A força poderosa
que alinha as criaturas para o equilíbrio é o tempo; ele é luz do progresso para
todos os Espíritos, porém, cabe a todos estimular seus dons espirituais e capacitar-se
naquilo que for da sua ordem fazer. Deus nos deixou a nossa parte, e somente
nós mesmos poderemos realizá-la. Convém ao homem estudar, meditar e trabalhar
sem esquecer o exemplo de Jesus. O Mestre dos mestres é o inspirador divino
para todas as criaturas do Seu rebanho de amor.
Lembremos o
escrito de João, onde Jesus fala, nestes termos, anotados no capítulo nove,
versículo cinco: Enquanto estou no mundo, sou a luz do mundo. Enquanto Jesus
Cristo está no mundo da consciência do discípulo, Ele é a luz da alma.
Necessário se
faz que despertemos o Cristo em nós e asseguremos este estado d'alma permanentemente
na nossa intimidade, tendo a luz do mundo irradiando a felicidade pó coração e
para os corações.
Busquemos, pois,
a harmonia, porque ela nos garante o equilíbrio da vida, não nos deixando passar
dos limites daquilo que devemos usar. O desperdício é falta grave que a
natureza registra e depois nos cobra, porque ela é justiça em nossas vidas.
O mundo se
encontra em desequilíbrio em todas as áreas e o fator principal é o supérfluo.
Muitos sentem
prazer no desperdício; enquanto muitos vivem dentro do supérfluo, outros passam
necessidades daquilo que alguns deixam de usar, mas que retêm por vaidade e
usura.
A natureza pode
nos cobrar o que não deixamos os outros usarem e a dor pode ser a mensageira da
justiça, indo ao nosso encontro. Procuremos na oração pedir a Deus para nos inspirar,
no que deve ser feito, porque tudo é de Deus. O que usamos é puramente empréstimo,
do qual, a qualquer hora, podem ser pedidas as contas.
O melhor para as
almas, em todos os planos de vida, é compreender as leis de Deus na sua essência.
O desrespeito à vontade divina nos faz sofrer as conseqüências. Apeguemo-nos à ponderação,
que ela nos levará ao conhecimento mais depressa.
Todo exagero
traz consigo sofrimentos, e o "conhece-te a ti mesmo" é o melhor para
o Espírito saber usar os bens da vida, vivendo em paz consigo mesmo. Isso é
amor, que tem o poder de desdobrar-se em variados caminhos para educar e
instruir os filhos de Deus.
O supérfluo é o grande
desastre de todas as sociedades do mundo atual. Ele esconde o pão, a veste e o
teto do carente e acumula onde não se precisa mais. Isso se chama egoísmo e
orgulho, a dupla responsável pela miséria em todas as nações conhecidas.
Livro: Filosofia
Espírita – Volume XV
João Nunes Maia
– Miramez.
Estudando o Livro
dos Espíritos – Allan Kardec.
715. Como pode o
homem conhecer o limite do necessário?
“Aquele que é
ponderado o conhece por intuição. Muitos só chegam a conhecê-lo por experiência
e à sua própria custa.”
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