domingo, 12 de novembro de 2023

Bicorporeidade.

“A bilocação que, segundo algumas versões, deu origem à expressão “tirar o pai da forca”.

Antônio estava realizando um sermão em Montpellier quando teria aparecido em sua terra natal para salvar seu pai. Martim era responsável pela guarda de alguns ítens do tesouro real. Certa feita o rei mandou buscar o material em sua casa. O fidalgo entregou tudo de boa fé aos guardas – não pediu recibo…

Antônio em pessoa apareceu, para surpresa de todos. Disse ao rei que mandasse vasculhar na casa dos seus funcionários e achariam os pertences. Salvou opai da morte imerecida e, missão cumprida, saiu novamente pela mesma porta. Foi seguido pelo pai e por algumas outras pessoas – mas não pôde ser encontrado pelas ruas.

As pessoas que estavam na missa em Montpellier notaram apenas que, por alguns minutos, o padre interrompeu o sermão, baixou a cabeça e ficou em silêncio. Parecia imenso em uma profunda oração, quase desmaiado em pé. Em seguida, retornou a homilia como se nada tivesse ocorrido.”

Livro: Santo Antônio – Edison Veiga.

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No fenômeno de bicorporeidade, o corpo espiritual ou perispírito da pessoa se projeta, se desdobra, se desprende, e, depois de desdobrado, se materializa, às vezes com auxílio de algum Espírito desencarnado que participa da operação de ectoplasmia, popularmente chamada de materialização.

Eis como Kardec define o fenômeno: "Isolado do corpo, o Espírito de um vivo pode, como o de um morto, mostrar-se com todas as aparências da realidade. Demais, pelas mesmas  causas que temos exposto, pode adquirir momentânea tangibilidade. Este fenômeno, conhecido pelo nome de bicorporeidade, foi que deu azo às histórias de homens duplos, isto é, de indivíduos cuja presença simultânea em dois lugares diferentes se chegou a comprovar." (O Livro dos Médiuns, item 119.)

Segundo Gabriel Delanne comprovou-se que a aparição pode conversar com as pessoas e mesmo bater à porta e beber água. Ora, se a aparição anda, conversa e engole água, tal fato não pode constituir uma imagem mental, mas é, sim, uma verdadeira materialização da alma de um vivo. (A Alma é Imortal, p. 110.)

Explica Delanne: "No curso da vida, a alma se acha intimamente unida ao corpo, do qual não se separa completamente, senão pela morte. Mas, sob a ação de diversas influências: sono natural, sono provocado, perturbações patológicas, ou forte emoção, lhe é possível exteriorizar-se bastante para se transportar, quase instantaneamente, a determinado lugar e, em lá chegando, tornar-se visível de maneira a ser reconhecida." (A Alma é Imortal, p. 112.)

Observa Delanne que, de modo geral, os relatos mostram que para a alma desprender-se é preciso que o corpo esteja mergulhado em sono, ou que os laços que a prendem ao corpo se hajam afrouxado por uma emoção forte ou por doença. As práticas magnéticas ou os agentes anestésicos acarretam também, por vezes, os mesmos resultados. Outra constatação importante, resultante dos exemplos citados, é que a forma visível da alma é cópia absolutamente fiel do corpo terrestre. A identidade entre a pessoa e seu duplo é completa, e não se limita à reprodução dos contornos exteriores do ser material, pois que alcança até a íntima estrutura perispirítica, ou seja, todos os órgãos do ser humano existem na sua reprodução fluídica. (Cf. A Alma é Imortal, p. 114.)

A bicorporeidade é fenômeno mediúnico ou anímico, isto é, não-mediúnico? No meio espírita, há quem o considere fenômeno mediúnico e há quem o considere fenômeno anímico, não-mediúnico. Este é, por exemplo, o pensamento de Demétrio Pável Bastos, que escreveu em seu livro "Médium - Quem é, Quem não é", cap. XXVII, p. 74 a 77: "A bicorporeidade é, em última análise, uma auto-materialização. Observe-se que aqui não concorreu para a consecução do fenômeno nem Espírito nem qualquer outra pessoa que tenha servido de intermediária: a Alma operou por si mesma. Classificação: Segundo Allan Kardec - trata-se de fenômeno não-mediúnico. Justificativa: do fenômeno participa um só figurante, o sensitivo."  

ASTOLFO O. DE OLIVEIRA FILHO

aoofilho@oconsolador.com.br

Londrina, Paraná (Brasil)

Quem ama não conhece nada que seja difícil. - Santo Antônio de Pádua.

Quem não pode fazer grande coisa, faça ao menos o que estiver na medida de suas forças; certamente não ficará sem recompensa. - Santo Antônio de Pádua.

A mansidão e a humildade são as virtudes mais queridas aos olhos de Deus e dos homens. - Santo Antônio de Pádua.

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