Superando as
vulgaridades que lhe assinalam a romagem na carne, o Espírito reconhece a sua
posição de internado nos círculos da matéria que, a seu turno, é simplesmente o
conjunto das vidas inferiores, suscetível de ser examinado pela nossa
capacidade de apreciação.
Em seus
múltiplos estados, a matéria é força coagulada, dentro de extensas faixas dinâmicas,
guardando a entidade mental de tipos diversos, em seu longo roteiro evolutivo.
Corpos sólidos,
líquidos, gasosos, fluidos densos e radiantes, energias sutis, raios de variadas
espécies e poderes ocultos tecem a rede em que a nossa consciência se desenvolve,
na expansão para a imortalidade gloriosa.
O homem é gênio
divino em aperfeiçoamento ou um anjo nascituro, no grande império das
existências microscopias, em cujo âmbito é escravo natural das ordenações superiores
e legítimo senhor das potências menores.
Em torno dele
tudo é movimento, transformação e renovação. No seio multifário da natureza em
que se agita, tudo se modifica no embate turbilhonário das energias que lhe favorecem
a experiência e a ascensão.
Embora a ordem
dominante nos elementos infra-infinitesimais, tudo aí se desfaz e se refaz
incessantemente, oferecendo ao Espírito fases importantes de materialização e desmaterialização,
dentro de leis sistemáticas que funcionam em igualdade de condições para todos.
Mas, além dos
elementos químicos analisados, entre o hidrogênio e o urânio, que se agrupam no
Planeta, através de infinitas combinações, jazem as linhas de força do mundo subatômico,
geradas pelos potenciais elétricos e magnéticos que presidem a todos os fenômenos
da vida e, por trás dessas linhas positivas, neutras ou negativas, que constituem
a matéria, verdadeira aglomeração de sistemas solares microscópicos e de nebulosas
infinitesimais, permanece o pensamento que tudo cria, renova e destrói para refazer.
A energia mental
é o fermento vivo que improvisa, altera, constringe, alarga, assimila, desassimila,
integra, pulveriza ou recompõe a matéria em todas as dimensões.
Por isso mesmo,
somos o que decidimos, possuímos o que desejamos, estamos onde preferimos e
encontramos a vitória, a derrota ou a estagnação, conforme imaginamos.
A história da
Criação, no livro de Moisés, idealizando o Senhor diante do abismo, simboliza a
força da mente e perante o cosmo.
“Faça-se a Luz -
determinou a Divina Vontade - e a luz se fez sobre as trevas”.
Por nossa vez, cada dia, proclamamos com as
nossas idéias, atitudes, palavras e atos: - “Faça-se o destino!” E a vida nos
traz aquilo que dela reclamamos.
Os
acontecimentos obedecem às nossas intenções e provocações manifestas ou
ocultas.
Encontraremos o
que merecemos, porque merecemos o que buscamos.
A existência,
pois, para nós, em qualquer parte, será invariavelmente segundo pensamos.
Livro: Roteiro.
Emmanuel / Chico
Xavier.
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