“Toda a
existência terrena está calcada nos instrumentos que servem para as manifestações
espirituais e, infelizmente, a vossa excessiva dedicação a esses aparelhos
viciou o nosso mundo emotivo, circunscrevendo as suas possibilidades ao
ambiente terrestre, onde apenas possuís pálida réstia de luz na noite de um
fraco raciocínio.
Não soubestes,
contudo, dentro da pequenez educacional, que vos foi parcamente ministrada, descerrar
o velário angusto que encobre o santuário infinito da vida, acomodando-vos
entre as acanhadas concepções, que vos foram impingidas pelas idéias religiosas
e que amesquinham a grandeza do Criador do Universo, na fase do orbe que vindes
de abandonar. Criar um local fantástico de gozo beatífico ou de sofrimento
eterno e inelutável, centralizar a vida em um globo de sombra, é, somente obra
da ignorância desconhecedora da onipotência e sabedoria divinas.
É que a vida não
palpita, apenas, no mundo distante, onde abandonastes as vossas derradeiras ilusões:
em toda parte ela pulula triunfante e o veículo das suas manifestações é o que
se diversifica na multiplicidade dos seus planos. Os mundos são a continuidade
dos outros mundos e os céus se sucedem ininterruptamente através dos espaços
ilimitados”.
Livro Cartas de
uma Morta - Psicografia Chico Xavier.
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