Os homens que
não respeitam as leis de Deus, no tocante à economia, irão respeitar pela força
a justiça do Todo Poderoso. Eles convencer-se-ão de que a harmonia não pode
faltar nos caminhos humanos e mesmo espirituais.
Convém notar que
Deus se encontra presente em todos os nossos passos, nos seguindo e ensinando,
para que possamos nos libertar dos entraves com os quais a nossa ignorância tenta
impedir a nossa subida. "O escândalo é necessário", disse Jesus, mas,
acrescenta, "ai daqueles por quem se manifestar o escândalo".
O rico usurário,
aquele que não mede sacrifício pessoal, e que não olha as necessidades dos outros,
que ajunta os bens e esquece da coletividade que sofre, esse não sabe o que
faz, e pagará caro por seus deslizes. Não obstante, ele tem avisos diários
sobre o comando da sua fortuna, mas fecha os olhos e o entendimento; quando ouve
os clamores dos que padecem, acha que todos os pobres são irresponsáveis.
A economia
mundial não tem dono dentre os povos; tudo é de Deus. Quem esquece esta verdade,
responde pela sua cegueira espiritual. Certamente que os bens materiais nas
mãos dos homens são para o seu conforto e o de sua família, no entanto, não
podemos esquecer que toda a humanidade é filha de Deus e saiu da mesma luz que
os nossos.
O dever do rico
é dar condições de trabalho para os que estão pobres, e facilitar alguma coisa a
mais para a paz dessas criaturas sob a sua tutela. Ele pode permanecer
insensível nesse sentido até a vida toda, mas, e quando o Senhor chamar a sua
alma? Como irá prestar conta?
O comando
supremo pode lhe mandar de novo à Terra, passando por certas provações nas mãos
de patrões que pensam do mesmo modo que ele pensou e agiu.
A Doutrina
Espírita vem nos ensinar o que fazer com os bens materiais, para que eles não sirvam
de pedra de tropeço nos nossos caminhos. O apóstolo Marcos anotou a advertência
de Jesus, no capítulo nove, versículo quarenta e dois, assim escrevendo: E quem
fizer tropeçar a um destes pequeninos crentes, melhor lhe fora que lhe
pendurassem ao pescoço uma grande pedra de moinho e fosse lançado ao mar.
Os pequeninos a
quem se refere Jesus, são os irmãos em sofrimento, que carecem de mãos amigas
para ajudá-los no pão, nas vestes, no teto e na enfermidade. O mundo se
encontra na época de um socialismo cristão. Não que esperemos leis dos homens
nesse sentido; basta a cada um cumprir seu dever, de acordo com o Evangelho de
Jesus.
O que falta nos
corações é somente o amor, para que tudo entre na perfeita harmonia. O apego
aos bens materiais entrava a vida do ser humano e faz com que ele sofra a
prisão dos seus mais elevados dons da vida.
Os agentes de
Deus, sob a direção de Jesus, retornam à Terra para falar novamente como falou
o Mestre, evidenciando o sermão da montanha em todos os sentidos, para que os homens
se ocupem em fazer a caridade onde quer que seja e amem por onde passarem. O tempo
das mudanças que correspondem às necessidades mais urgentes de todas as almas está
chegando. Quem não desejar mudar de vida para melhor, deve ficar para trás, de
um modo que, se soubesse, não desejaria.
A Doutrina
Espírita é uma porta para novos entendimentos, pelos quais se poderá libertar
os que sofrem da ignorância, curar os enfermos, despertar alegria nos tristes
e, ainda mais, abrir os caminhos da esperança para todos os seres.
Lembremo-nos: não devemos ser instrumentos de escândalos, para não sermos
disciplinados pela própria consciência.
Livro: Filosofia
Espírita – Volume XV
Miramez / João
Nunes Maia.
Estudando O
Livro dos Espíritos – Allan Kardec.
717. Que se há
de pensar dos que açambarcam os bens da Terra para se proporcionarem o
supérfluo, com prejuízo daqueles a quem falta o necessário?
“Olvidam a lei
de Deus e terão que responder pela privações que houverem causado aos outros.”
A.K.: Nada tem
de absoluto o limite entre o necessário e o supérfluo. A Civilização criou
necessidades que o selvagem desconhece e os Espíritos que ditaram os preceitos
acima não pretendem que o homem civilizado deva viver como o selvagem. Tudo é
relativo, cabendo à razão regrar as coisas. A Civilização desenvolve o senso
moral e, ao mesmo tempo, o sentimento de caridade, que leva os homens a se
prestarem mútuo apoio. Os que vivem à custa das privações dos outros exploram,
em seu proveito, os benefícios da Civilização. Desta têm apenas o verniz, como
muitos há que da religião só têm a máscara.
Nenhum comentário:
Postar um comentário