“Amados, não creiais a todo o
espírito, mas provai se os espíritos são de Deus, porque já muitos falsos
profetas se têm levantado no mundo” (1Jo 4.1)
465. Com que fim os Espíritos
imperfeitos nos induzem ao mal?
“Para que
sofrais como eles sofrem”.
465a. E isso lhes diminui os
sofrimentos?
“Não; mas
fazem-no por inveja, por não poderem suportar que haja seres felizes.”
466. Por que permite Deus que
Espíritos nos excitem ao mal?
“Os Espíritos
imperfeitos são instrumentos próprios a por em prova a fé e a constância dos
homens na prática do bem. Como Espírito que és, tens que progredir na ciência
do infinito. Daí o passares pelas provas do mal, para chegares ao bem. A nossa
missão consiste em te colocarmos no bom caminho. Desde que sobre ti atuam
influências más, é que as atrais, desejando o mal; porquanto os Espíritos
inferiores correm a te auxiliar no mal, logo que desejes praticá-lo. Só quando
queiras o mal, podem eles ajudar-te para a prática do mal. Se fores propenso ao
assassínio, terás em torno de ti uma nuvem de Espíritos a te alimentarem no
íntimo esse pendor. Mas outros também te cercarão, esforçando-se por te
influenciarem para o bem, o que restabelece o equilíbrio da balança e te deixa
senhor dos teus atos.”
É assim que Deus confia à nossa
consciência a escolha do caminho que devamos seguir e a liberdade de ceder a
uma ou outra das influências contrárias que se exercem sobre nós.
472. Os Espíritos que procuram
atrair-nos para o mal se limitam a aproveitar as circunstâncias em que nos
achamos, ou podem também criá-las?
“Aproveitam as
circunstâncias ocorrentes, mas também costumam criá-las, impelindo-vos, mau
grado vosso, para aquilo que cobiçais. Assim, por exemplo, encontra um homem,
no seu caminho, certa quantia. Não penses tenham sido os Espíritos que a
trouxeram para ali. Mas, eles podem inspirar ao homem a idéia de tomar aquela
direção e sugerir-lhe depois a de se apoderar da importância achada, enquanto
outros lhe sugerem a de restituir o dinheiro ao seu legítimo dono. O mesmo se
dá com relação a todas as demais tentações.” (O Livro dos Espíritos / Allan
Kardec)
“Na obsessão,
o Espírito atua exteriormente, com a ajuda do seu perispírito, que ele
identifica com o do encarnado, ficando este afinal enlaçado por uma como teia e
constrangido a proceder contra a sua vontade.” (Livro: A Gênese / Allan kardec).
Tipos:
A obsessão é o
processo através do qual um Espírito exerce a sua vontade sobre outro. Pode ser
de encarnado para encarnado, de encarnado para desencarnado, e de desencarnado
para encarnado.
A obsessão
estudada por Allan Kardec é a influência que um Espírito desencarnado exerce
sobre uma criatura humana da Terra.
Pode ser dividida em 3 espécies,
ou graus: Obsessão Simples, Fascinação e Subjugação.
Na obsessão
simples existe um espírito ignorante, tentando perturbar a criatura. Ele não se
disfarça, não tenta enganar. No entanto causa embaraços e distonias emocionais.
Com o exercício da vontade, e a perseverança nos bons propósitos a criatura
pode se libertar facilmente dessa influencia perniciosa. O espírito se dá conta
que perde o seu tempo, que a pessoa não atende as suas sugestões e vai embora.
Na Obsessão
por Fascinação, o processo é diferente. O Espírito produz uma ilusão na pessoa.
É uma fixação ideológica. A pessoa se acha muito importante. Caso seja médium
ostensivo, o obsidiado se acredita portador de uma missão especial, tendo como
tarefa receber comunicações de espíritos famosos, superiores. Se acredita
infalível. Não consegue admitir que alguém não pense como ele pensa. Se alguém
fala alguma coisa, que vai de encontro a ele, se alguém o chama a atenção para
qualquer equivoco, ele se melindra, e se afasta de todo aquele que tenta
corrigi-lo. Se isola, influenciado por esse espírito fascinador.
A entidade
espiritual é ardilosa, utiliza de mecanismos muito inteligentes, se disfarça
com máscaras para ser bem recebida. Pode ter uma postura hipócrita. Usa termos
como “caridade”, “humildade”, “benevolência”, sem o menor constrangimento. No
entanto, um observador atento consegue detectar que esse Espírito deixa os seus
sinais de inferioridade. Portanto, não pode se tratar de uma entidade superior.
Por fim, a Subjugação. No passado
era muito comum usar o termo possessão. No entanto, Allan Kardec preferiu não
usar esse termo, porque um espírito não toma posse do outro. O que existe é uma
influencia perispiritual (perispírito do desencarnado ligado ao perispírito do
encarnado).
A subjugação
caracteriza-se pela paralisia da vontade do obsidiado. Podendo levar a pessoa à
atitudes estranhas socialmente. Vejamos um caso:
Conhecemos um
homem, que não era jovem, nem belo e que, sob o império de uma obsessão dessa
natureza, se via constrangido, por uma força irresistível, a pôr-se de joelhos
diante de uma moça a cujo respeito nenhuma pretensão nutria e pedi-la em casamento. Outras
vezes, sentia nas costas e nos jarretes uma pressão enérgica, que o forçava,
não obstante a resistência que lhe opunha, a se ajoelhar e beijar o chão nos
lugares públicos e em presença da multidão. Esse homem passava por louco entre
as pessoas de suas relações; estamos, porém, convencidos de que absolutamente
não o era; porquanto tinha consciência plena do ridículo do que fazia contra a
sua vontade e com isso sofria horrivelmente. (Allan Kardec)
Existem vários
fatores que contribuem para a manifestação obsessiva. Pode ser o desejo que o
Espírito tem em fazer os outros sofrerem. As vezes tentam influenciar pessoas
honestas e bondosas, porque essas lhes causam inveja. Odeiam e invejam o bem. O
homem de bem, pode até se sentir influenciado por esses espíritos, sem
necessariamente estar obsidiado. No entanto se ele se deixa levar pela
influencia, se ele cai nas tentações que esses espíritos provocam pode tombar
na obsessão.
Há casos em que os espíritos se
vinculam a determinadas pessoas pelo fato de possuírem as mesmas preferências,
os mesmos gostos: Afinidade de pensamento. É o caso dos fumantes, alcoólatras,
drogados, sexólatras. E por fim, os casos de vingança. O encarnado fez mal a
alguém que não o perdoou, e agora quer vingança.
Mecanismos:
Porém, em
qualquer caso de Obsessão a matriz está no obsidiado. A origem está no seu
comportamento moral e mental – desta vida, ou de existências passadas.
A obsessão é
um distúrbio espiritual de largo curso, e pode levar a loucura ou
desequilíbrios mentais, emocionais e fisiológicos.
Amores apaixonados, ódios
intensos, dominação absolutista, fanatismo, avareza incontrolável, ciúme
doentio, abuso do direito e da força, má distribuição de valores financeiros,
aquisição desonesta de uma posse, paixões políticas, ganância, orgulho e
presunção – que são o egoísmo nas suas múltiplas apresentações – podem gerar a
Obsessão.
A obsessão é
uma espécie de hipnose. A idéia vai se fixando de fora para dentro. Mas também
se caracteriza de dentro para fora, graças as faltas cometidas em reencarnações
passadas, e ainda não corrigidas. Esses desequilíbrios renascem em forma de
remorsos, recalques, complexos negativos, frustrações, ansiedades, e a pessoa
fica em um verdadeiro auto – suplício. De um lado, ha uma vantagem nisso,
porque dificulta que a pessoa cometa novos equívocos. Porém, infelizmente,
produz desequilíbrios mais sérios!
Um fator
predisponente, portanto, para a Obsessão são os débitos do passado espiritual:
A mente culpada.
Joanna de Ângelis afirma:
“Da idéia
simples, que insiste, perseverante, à fascinação estonteante, contínua, até à
subjugação vencedora, a obsessão é, em nossos dias, o mais terrível flagelo com
que se vê a braços a humanidade...”
Histórico:
A história da
humanidade sempre testemunhou obsessões cruéis.
Inúmeros atormentados, da polaridade masculina ou feminina, passaram
pelo mundo em macabras manifestações, de guerras sanguissedentas, de
sensualidade, de paixões de toda ordem, de dominações...
Mas, não faz
muito tempo que nós presenciamos a fúria obsessiva do racismo, que nos campos
de concentração de inúmeros paises, praticaram os mais selvagens crimes contra
o homem, a sociedade, e conseqüentemente contra Deus.
A obsessão não
tem preferência pelo meio que deve atuar. Pode se desenvolver nos ambientes em
que predominam a ignorância, o analfabetismo, o primitivismo. Manifesta-se
também, e muito facilmente, entre os que são calculistas e imediatistas,
encontrando neles o campo interior propicio a se ampliar. Penetra nas cabeças
coroadas de ouro e jóias preciosas, em berços de ouro e em palácios de poder,
contribuindo com o suicídio, homicídio, e o crime em geral.
Bibliografia
A Gênese – Allan Kardec – 36ª Edição, Editado pela Federação
Espírita Brasileira - 1944.
Estudos Espíritas – Joanna de Angelis (Espírito) – 6a
Edição, Editado pela Federação Espírita Brasileira – 1982.
O Livro dos Espíritos: - Allan Kardec – 76a Edição, Editado
pela Federação Espírita Brasileira – 1944.
O Livro dos Médiuns – Allan Kardec – 62a Edição, Editado
pela Federação Espírita Brasileira – 1944.
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