"Entrai pela porta estreita",
convida-nos Jesus, "porque larga é a porta, e espaçoso o caminho que
conduz à perdição, e muitos são os que entram por ela; estreita é a porta, e
apertado o caminho que leva à vida, e poucos há que a encontrem". Jesus - Mt.
7:13/14.
I. PROVAS
Provas, em linguagem espírita, são situações que nos
servem de aprendizado ou testam nossa capacidade.
A Providência Divina nos faz passar por provas porque são
necessárias ao nosso progresso intelecto-moral.
Sem as provas, não atingiríamos o pleno desenvolvimento
de nossas potencialidades nem teríamos merecimento para usufruirmos os
benefícios da perfeição alcançada.
A vida corpórea nos enseja certo tipo de provas
indispensáveis ao nosso progresso espiritual.
As provas pelas quais teremos de passar numa existência
terrena costumam ser definidas antes da encarnação, quando ainda estamos na
erraticidade.
Uma boa escolha das provas é muito importante para que
possamos ser bem sucedidos e tenhamos o maior progresso possível na nova
encarnação.
a) O direito de escolha.
Se tivermos condições evolutivas para tanto, nós mesmos
poderemos escolher o gênero de provas pelas quais haveremos de passar.
Escolhemos, apenas, o gênero das provações e não as
coisas todas e mínimas de nossa vida terrena. As particularidades correrão por
conta da posição em que nos acharmos e de como as formos enfrentando.
Exemplo: escolhendo nascer entre malfeitores, o Espírito
sabe a que arrastamentos se vai expor e quer, justamente, superar essas
dificuldades. Ignora, porém, que atos virá a praticar, pois vão depender do
exercício do seu livre-arbítrio, quando encarnado.
Somente são previstos os fatos principais, os que devem
concorrer para o destino que Deus nos deu: o de evoluirmos para a perfeição. Os
acontecimentos secundários se originarão das circunstâncias.
Se Deus nos permite a escolha de uma prova é que temos
possibilidades de nela triunfar. Deixando-nos a liberdade de escolha, Deus nos
deixa, obviamente, a inteira responsabilidade pelos nossos atos e as
conseqüências que eles tiverem.
Os bons Espíritos podem nos ajudar a examinarmos as
possibilidades, a fim de que tenhamos chance de acertar mais na escolha das
provas, mas não decidem por nós.
b) Quando ainda não sabemos escolher.
O espírito que ainda não tem experiência suficiente, não
pode escolher com conhecimento de causa as provas pelas quais passará numa nova
existência, nem ser responsável por essa escolha.
Deus, então, lhe supre a inexperiência, através dos
Espíritos Superiores, que lhe traçam o caminho que ele deve seguir, como
fazemos com a criança.
Mas será sempre responsável pelo que fizer, pelo que
causar, quando enfrentar essas provas.
À medida que o seu livre-arbítrio se desenvolve, Deus
deixa-o senhor de proceder à escolha. É então que lhe pode acontecer
extraviar-se, tomando o mau caminho, por desatender aos conselhos dos bons
Espíritos. A isso é que se pode chamar a "queda" do homem,
"queda" que acarreta para o espírito maiores males e sofrimentos, até
que ele volte a se reabilitar ante as leis divinas.
II. EXPIAÇÕES
Para apagar os traços de uma falta e suas conseqüências
são necessários: o arrependimento, a expiação e a reparação.
a) Arrependimento.
Por si só não basta para a reabilitação, mas é o primeiro
passo. Suaviza as angústias da expiação e, aliado à esperança, abre o caminho
para que o espírito se recupere.
Pode se dar aqui ou no plano espiritual e em qualquer
tempo. Se demora a se arrepender, o culpado sofre por mais tempo.
b) Expiação.
Consiste nos sofrimentos físicos e morais conseqüentes à
falta, seja na vida atual ou na espiritual, após a morte ou, ainda, em nova
existência corporal.
Varia segundo a natureza e gravidade da falta. A mesma
falta pode acarretar expiações diversas, conforme as circunstâncias atenuantes
ou agravantes, em que for cometida. Não há regra absoluta nem uniforme quanto à
natureza e duração da expiação. A única lei geral é que toda falta terá
punição, e terá recompensa todo ato meritório, segundo o seu valor.
Deus também não apressa a expiação. Mas se o espírito não
se mostra apto a compreender o que lhe seria mais útil, Deus pode lhe impor uma
existência que vai servir para a sua purificação e progresso.
A expiação termina quando os últimos vestígios da falta
desaparecerem.
c) Reparação.
Consiste em:
1) Fazer àqueles a quem se prejudicou, tanto bem quanto
mal se lhes tenha feito;
2) Realizar o que deveria ter sido feito e foi descurado.
Ex.: cumprir deveres desprezados, missões não preenchidas.
A reparação, enfim, é praticar o bem em compensação ao
mal praticado.
Tornar-se humilde se se tem sido orgulhoso, amável se se
foi severo, caridoso se se tem sido egoísta, benigno se se tem sido perverso,
laborioso, se se tem sido ocioso, útil se se tem sido inútil, frugal se se tem
sido intemperante.
Quem não repara seus erros numa existência, por fraqueza
ou má vontade, terá de fazê-lo numa próxima reencarnação.
III. ENFRENTANDO O DESTINO
O único destino fatal que Deus criou para todos os
Espíritos é o de se aperfeiçoarem incessantemente, usufruindo cada vez mais
felicidades.
Porém, ao longo das existências, cada qual construiu para
si mesmo situações, necessidades e deveres particulares. Esse é o seu destino
pessoal.
Precisamos
enfrentar corajosamente o destino que criamos.
Tendo escolhido ou não as nossas provas, lancemo-nos à
boa luta da evolução em que o espírito ordena e o corpo obedece, evitando ou
suportando o mal e construindo o bem.
Ante as expiações, soframos com paciência e resignação,
empenhando-nos em fazer todo o bem possível, para compensar o mal anteriormente
praticado.
Assim, transformaremos o próprio destino para melhor.
Livro
consultado: Iniciação aio Espiritismo - Therezinha Oliveira
Sub-fontes:
De
Allan Kardec:
-
"O Céu e o Inferno", 1ª parte, cap. VII, Código Penal da Vida Futura,
itens 16 e 17;
-
"O Livro dos Espíritos", 2ª parte, cap. VI, Da Vida Espírita.
De
Emmanuel:
-
"Emmanuel", psicografia de Francisco C. Xavier, FEB, cap. XXXII, Dos
Destinos
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