No mundo
antigo, o apelo à Justiça significava a punição com a morte. As dívidas
pequeninas representavam cativeiro absoluto. Os vencidos eram atirados nos
vales imundos. Arrastavam-se os delinqüentes nos cárceres sem esperança. As
dádivas agradáveis aos deuses partiam das mãos ricas e poderosas. Os tiranos
cobriam-se de flores, enquanto os miseráveis se trajavam de espinhos.
Mas, um dia,
chegou ao mundo o Sublime Advogado dos oprimidos. Não havia, na Terra, lugar
para Ele. Resignou-se a alcançar a porta dos homens, através de uma estrebaria
singela.
Em breve,
porém, restaurava o templo da fé viva, na igreja universal dos corações amantes
do bem. Deu vista aos cegos. Curou leprosos e paralíticos. Dignificou o
trabalho edificante, exaltou o esforço dos humildes, quebrou as algemas da
ignorância, instituiu a fraternidade e o perdão.
Processaram-no,
todavia, os homens perversos, à conta de herético, feiticeiro e ladrão.
Depois do
insulto, da ironia, da pedrada, conduziram-no ao madeiro destinado aos
criminosos comuns.Ele, que ensinara a Justiça, não se justificou; que salvara a
muitos, não se salvou da crucificação; que sabia a verdade, calou-se para não
ferir os próprios verdugos.
Desde esse
dia, contudo, o Sublime Advogado transformou-se no Advogado da Cruz e, desde o
supremo sacrifício, sua voz tornou-se mais alta para os corações humanos. ele,
que falava na Palestina, começou a ser ouvido no mundo inteiro; que apenas
conversava como o povo de Israel, passou a entender-se com as várias nações do
Globo; que somente se dirigia aos homens de pequeno país, passou a orientar os
missionários retos de todos os serviços edificantes da Humanidade.
Que importam,
pois, nos domínios da Fé, as perseguições da maldade e os ataques da
ignorância? A advogado da Cruz continua operando em silêncio e falará, em todos
os acontecimentos da Terra, aos que possuam "ouvidos de ouvir".
Pelo Espírito Emmanuel
XAVIER, Francisco Cândido. Antologia Mediúnica do Natal.
Estudando O Livro dos Espíritos –
Allan Kardec
625. Qual o tipo mais perfeito
que Deus ofereceu ao homem para lhe servir de guia e de modelo?
— Vede Jesus.
Comentário de
Kardec: Jesus é para o homem o tipo de perfeição moral a que pode aspirar a
Humanidade na Terra. Deus no-lo oferece como o mais perfeito modelo e a
doutrina que ele ensinou é a mais pura expressão de sua lei, porque ele estava
animado do espírito divino e foi o ser mais puro que já apareceu na Terra.
Se alguns dos
que pretenderam instruir os homens na lei de Deus algumas vezes s desviaram
para falsos princípios, foi por se deixarem dominar por sentimentos demasiado
terrenos e por terem confundido as leis que regem as condições da vida da alma
com as que regem a vida do corpo. Muitos deles apresentaram como leis divinas o
que era apenas leis humanas, instruídas para servir às paixões e dominar os homens.
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