0848/LE
Usando da
embriaguez para cometer atos reprováveis, o ser humano, ao invés de cometer uma
falta, verdadeiramente comete duas, por usar conscientemente de um estado
provocado pela bebida e incorrendo em outra falta. É a escola do desculpismo,
tão velha quanto o mundo, e existente entre todos os povos.
Até as leis dos
homens acoberta um pouco a pessoa que se entregou ao vício, atenuando as suas
faltas, com a justificativa do estado inconsciente em que se encontra. No
entanto, as leis espirituais os corrige como culpados por dupla falta, porque
os viciados têm plena consciência, quando põem o primeiro pé na estrada das
aberrações.
Estamos falando
às almas que já conhecem um pouco da verdade, que estão sendo chamadas todos os
dias para o trabalho que devem fazer consigo mesmas. O mundo espiritual nunca exige
a iluminação por passe de mágica, mas que as pessoas conhecedoras de algumas verdades
espirituais passem a se esforçar todos os dias para melhorar. Neste esforço, estaremos
juntos como companheiros para animá-los na subida de todos os
"calvários". Não escrevemos para os ignorantes de certas verdades,
mas sim para os que já a conhecem e se encontram cansados de ficarem só em
teorias.
Observemos o que
fala o apóstolo João, no capítulo nove, versículo quarenta e um:
Respondeu-lhes
Jesus:
Se fôsseis
cegos, não teríeis pecado algum; mas, porque agora dizeis: nós vemos, subsiste
o vosso pecado.
Observa na fala
do Mestre que o que desconhece a lei não tem pecado, entretanto, o pregador da
lei que comete a falta, embora ensine aos outros a não cometê-la, é punido
duplamente nas suas excentricidades. Não se deve usar das desculpas para servir
de instrumento para as trevas, pois o preço destas desculpas será muito grande
e ter-se-á de pagar ceitil por ceitil, por vezes até em corpos incapacitados e
com a mente conturbada, para exercitar o bem e entendê-lo. Eis a maior das
provações e expiações, nos caminhos que percorrem no mundo os faltosos diante
da lei de amor!
Ainda existe
embriaguez pior que a da bebida forte: é a do ódio, da inveja, do ciúme, do orgulho,
da vaidade e do egoísmo, por deixar a pessoa em perfeita lucidez para escolher,
e a escolha é quase sempre a pior. Aos espíritas, nossos companheiros de
tarefas com Jesus, lembramos que estamos sendo chamados e escolhidos para
entender a verdade e passarmos à sua vivência. Mesmo que as lutas
conosco mesmos sejam duras, não devemos deixar de lutar todos os dias, horas e
minutos. Estamos vivendo em um fechamento de século em que podem acontecer
grandes coisas, onde estará envolvida a humanidade inteira.
Meditemos nesta
verdade, que ela pode e tem a força de nos inspirar para a nossa transformação
interior, onde a luz de Deus começa a nascer para a glória da vida.
Livro: Filosofia
Espírita – Vol. XVII
Miramez / João
Nunes Maia.
Estudando O
Livro dos Espíritos – Allan Kardec.
848. Servirá de
escusa aos atos reprováveis o ser devida à embriaguez a aberração das
faculdades intelectuais?
Não, porque foi
voluntariamente que o ébrio se privou da sua razão, para satisfazer a paixões
brutais. Em vez de uma falta, comete duas.
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