"A Lei velo
por Moisés, mas a Verdade e a Graça vieram por Jesus Cristo."
A Lei é a
consciência do delito. Antes da Lei, o homem, sempre que o egoísmo o exigia,
tirava a vida ao seu irmão. Matar era um ato de coragem, expressão natural da força,
arredando do caminho um empecilho. Após o — "não matarás" — o
assassínio foi tido em conta de pecado.
Como o
homicídio, o roubo, o adultério, a cobiça e outras modalidades de faltas e de
vícios em que o egoísmo humano costuma expandir-se, foram condenados.
Desde então,
sempre que o homem infringe este ou aquele preceito da Lei, torna-se réu
consciente. Do delito praticado com pleno conhecimento de causa, resulta a responsabilidade
e, consequentemente, o sofrimento.
Assim se inicia
o processo de regeneração. O homem evita o mal para se eximir à dor, sua
legítima conseqüência.
Após o efeito da
Lei, vem a corroboração da Graça. O Consolador manifesta-se agindo nos
corações. Sua influência é poderosa e eminentemente reformadora. Sob seu influxo,
o homem sente fome e sede de aperfeiçoamento. Quer subir, quer ascender às regiões
da luz, ao reino da espiritualidade. Não lhe basta o abster-se do mal: anseia
pelo bem. O orvalho do céu fertiliza o coração cujo desejo é produzir frutos.
Das virtudes negativas, estatuídas pela Lei, passa às virtudes positivas,
geradas pela Graça.
E assim, ora sob
a ação da Lei, ora sob a influencia da Graça, o Espírito vai realizando o senso
da vida, que é a evolução. À medida que ele se eleva, a Lei vai cedendo lugar à
Graça, até que esta acaba dominando completamente.
A Lei, portanto,
é um freio para coibir o mal. A Graça, um incentivo para promover o bem. A Lei
personifica a justiça; a Graça a misericórdia. Aquela corrige; esta aperfeiçoa.
A Lei vem primeiro; a Graça depois. Da Lei o homem se liberta pelo esforço, pela
luta contra seus defeitos e imperfeições. A Lei atua até onde termina a esfera humana.
A Graça ensaia o voo do Espírito no plano divino, onde o céu não tem mais horizontes.
Jesus é o
portador da Graça, porque sua passagem pela Terra assinala a época da difusão
do Espírito, consoante estatui a velha profecia de Joel.
No Tabor vemos,
transfigurados, Moisés, simbolizando a Lei; Elias, os profetas; e Jesus,
conjugando leis e profecias, como a imagem da Graça, que é a suprema expressão do
amor de Deus.
Livro: Nas
Pegadas do Mestre.
Vinícius.
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