LM — 2- parte
Cap. IV-75 a 76
Considerando os
seres humanos como médiuns de variada característica, podemos observar que nem
todos estão com as qualidades mediúnicas afloradas, por não as terem ativadas
na Terra, nos processos reencarnatórios.
Falando do
fluido universal, encontramos nele o princípio da vida que parte das mãos do
Criador, como Sua criação, em permanente transmutação, mostrando variadas
formas, dependendo do esquema que a Divindade planejou para o seu comportamento.
O médium de
efeitos físicos, na sua jornada na Terra e na hora oportuna, desprende deste um
fluido consubstanciado com outros, por processo de difícil entendimento para os
humanos, ao qual se deu o nome de ectoplasma. Em união com outros fluidos da
natureza que os dirigentes espirituais da reunião colhem, como também da sua
própria intimidade, o Espírito que se encontra disposto a ser visto materializado
pode moldar um corpo que pode até chegar mesmo a ser tocado pelos presentes,
como se fosse o corpo físico, com todas as qualidades aparentes daquele.
Esse trabalho da
espiritualidade superior, serviu muito, no passado, para provar que o Espírito,
após o túmulo, não tem o mesmo destino do corpo, e que ele continua a viver.
O Espírito não
pode atuar diretamente sobre a matéria; ele precisa de intermediários que lhe
possam servir de canais para essa ação. O perispírito, por exemplo, que tanto
afinizam nos pontos sensíveis do corpo, quanto nos da alma, servindo de ponte
de um para o outro, nas transmissões necessárias para que o Espírito possa
comandar seu fardo físico e este, também, avise suas necessidades, para o
equilíbrio orgânico.
A Doutrina Espírita
foi e é a grande esperança para a humanidade encarnada, por mostrar com mais
segurança as leis de Deus que asseguram a vida, nos propondo a felicidade e o
valor dos nossos esforços nesta conquista individual, desde quando não falte o
amor pela coletividade, que desenvolve em nosso íntimo os dons espirituais,
desatando em nossa intimidade o véu que empanava a nossa visão dos planos da
vida maior.
Ocorre com a
mediunidade o mesmo que acontece com os talentos e as vocações profissionais,
que todas as criaturas têm latentes dentro de si aguardando o momento de serem
despertados, segundo as necessidades da programação reencarnatória.
Quando o Espírito
volta à carne para exercer a função mediúnica, o próprio organismo desenvolve,
juntamente com outros corpos, a química que permite a liberação do ectoplasma e
de mais ou menos fluidos.
Como já dissemos
em outra mensagem, a base do ectoplasma é o fósforo, e a sua composição por
vezes muda, conforme o ambiente de trabalho, mas é sempre o agente de formação
do corpo com que o Espírito se apresenta materializado ou como batedor,
provocando pancadas e outros ruídos.
Ainda existem
muitos mistérios que os homens desconhecem e que serão revelados na gradação do
seu entendimento, pois eles vivem sempre em busca da perfeição espiritual, do
crescimento, porque quem saiu das mãos perfeitas não pode ser imperfeito.
Compete a cada um, principalmente aos espíritas, estudar, trabalhar e esperar,
que as bênçãos de Deus irão chegando com as suas necessidades no aprendizado da
vida. No entanto, é preciso que busquem, porque o esforço próprio abre as
portas para que o Cristo apareça como força que desperta as luzes da
consciência; é neste sentido que sempre usamos a palavra despertamento no lugar
de evolução, porque é o “acordar” das qualidades que já existem no centro da
vida.
Vejamos as
palavras do Mestre, que João registrou no capitulo dezesseis, versículo doze:
“Tenho ainda
muito que vos dizer, mas vós não o podeis suportar agora.”
Deixemos que o
tempo dilate os poderes das almas, de modo que elas se livrem das paixões, de
todos os tipos de influências inferiores, aliando-se à verdade e deixando o
amor irradiar livremente, como sol de Deus nos corações em ascensão.
Livro: Filosofia
da Mediunidade – Vol II
Miramez / João
Nunes Maia.
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