LM – 2ª parte
Cap. 1 - 57 e 58
A mediunidade,
bem o sabes, é dom de todas as criaturas, no entanto, ela só se mostrou educada
com o Cristo; somente depois d'Ele é que se apresentou com toda a segurança, a
curar os enfermos, levantar paralíticos, consolar os tristes e dar esperanças
aos caídos nas estradas do desespero, bem como falar línguas estranhas, como no
caso do dia de Pentecostes quando, reunidas pessoas de muitos lugares,
presenciaram o fenômeno das línguas de luz, que eram os Espíritos angélicos
falando pela boca dos apóstolos, conforme vemos em Atos dos Apóstolos: Ao cumprir-se o
dia de Pentecostes, estavam todos reunidos, no mesmo lugar; de repente veio do
céu um som, como de um vento impetuoso, e encheu toda a casa, onde estavam
assentados. E apareceram distribuídas entre eles, línguas como de fogo, e
pousou uma em cada um deles. Todos ficaram cheios do Espírito Santo e passaram
a falar em outras Línguas, conforme o Espírito lhes concedia que falassem. (Atos,
2:1 a 4)
No local estavam
pessoas de muitas nações como espartanos, meso-persas e islamitas, da Judéia,
da Mesopotâmia, Capadócia, da Frigia e da Panfília, do Egito e das regiões da
Líbia, das imediações de Cirene e de Roma, cada um ouvindo na sua própria
língua, e o que escutavam eram as instruções do Evangelho de Nosso Senhor Jesus
Cristo, mostrando as formas de educar as criaturas e fornecendo, outrossim,
meios fáceis de compreender o livro sagrado, onde Moisés grafou as belezas da
criação e o roteiro para os novos que viriam, como caminho de maior segurança.
O som que se
registrava naquele dia era materializado por centenas de Espíritos iluminados,
chegando sob a direção de Jesus, para evidenciar o uso da mediunidade como luz
para educação de todos os povos. Os discípulos do Mestre eram os primeiros a
dar o exemplo, ao espargir a luz, pelos seus canais mediúnicos, de educação dos
seus mais profundos sentimentos de amor.
O encontro no
dia de Pentecostes foi a primeira reunião mediúnica, se assim podemos falar,
como que o prefácio de maior segurança para o Consolador prometido por Jesus,
que deu curso à profecia, surgindo a Doutrina dos Espíritos.
O primeiro
discípulo a ser tomado pela língua de luz, a falar língua estranha, veio a ser
um dos que trabalharam na codificação do Espiritismo. O fenômeno de Pentecostes
como que se repetiu na França, sob a direção de Jesus, usando as mãos de Kardec
para o restabelecimento do cristianismo e da expressão mais bela da
mediunidade, faculdade essa sensível ao progresso, que tem evoluído juntamente
com o despertamento dos homens, para a felicidade de todos.
A natureza é
paciente, mas, nunca pára. A lei ordena avançar de modo a não recuar nos seus
objetivos de amor. Se a mediunidade ainda não foi compreendida pelos povos,
nada muda na lei, sobre as comunicações entre o Céu e a Terra. O tempo, essa
força de Deus, falará mais alto, mostrando a verdade.
O que se nota
nos que a ignoram é o combate ao nome mediunidade, porque muitos que fazem parte
de outras religiões, praticam-na, dando-lhe outros nomes. São muitos os
Espíritos que, atendendo à ordem de Jesus, vêm como línguas de fogo aquecer os
corações, de maneira a fazê-los entender as leis naturais, conhecer o Pai e o
Filho mais velho que nos acolhem, estudar a mediunidade e a reencarnação, de
modo a sorrir diante dos acontecimentos, por verem em tudo uma razão de ser.
Os fenômenos
mediúnicos se sucedem por toda parte, convidando os homens a estudá-los. Alguns
ouvem os chamados, mas tentam torcê-los nos seus objetivos mais sublimes, o que
não pode acontecer, porque à frente destes acontecimentos se encontra o Guia
Espiritual do planeta, Jesus, com uma bandeira tremulante de estrelas que
compõem esses nomes sagrados:
Deus, Cristo e Caridade.
A baliza de luz
é o amor, força divina que nos faz compreender os desígnios superiores. Quem
não reconheceu o amor, como vida, como sendo Deus nesta dimensão, não pode ser
médium da luz, pois continua nas trevas da ignorância.
Quando te
reunires em tomo de uma mesa, no exercício da mediunidade, é proveitoso que te
lembres do dia de Pentecostes, mas, primeiramente, de que Jesus está presente,
vendo e ouvindo e o que estás fazendo do dom da mediunidade em proveito dos
homens, reconhecendo-o como sendo esse dom a língua de luz que tem o dever de
educar e instruir aos que desconhecem a verdade.
Um médium
evangelizado não deixa sair dos seus lábios palavras torpes, que possam magoar,
que ferem, que maldizem, que desorientam, que incentivam o ódio, que julgam. A
Doutrina dos Espíritos é, pois, a disciplinadora deste intercâmbio. Se é fato que
conhecemos quem fala pelo que diz, é necessário que, em primeiro lugar, se
eduque o instrumento dos Espíritos, para atrair almas compatíveis com seu nível
de entendimento. "O Livro dos Médiuns”, de Allan Kardec, é um toque de luz
nos corações dos instrumentos dos Espíritos; "O Livro dos Espíritos"
e "0 Evangelho Segundo o Espiritismo” são forças de Deus, que esclarecem e
orientam o candidato para a plenitude do amor.
Livro: Filosofia
da Mediunidade - Vol II
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