sexta-feira, 30 de março de 2018

Jesus e Renúncia – Casemiro Cunha.


Estudando a renúncia que o Evangelho nos traça por senda de ascensão, examinemos como se fazia a renúncia na conduta de Cristo para que a nossa exibição de virtude não se converta em falta de caridade.
Porque as portas do vilarejo em que surgiu entre os homens se Lhe fechassem à necessidade de socorro e refúgio, não se esquivou ao propósito de auxiliar às criaturas da Terra e valeu-se da estrebaria para começar o Seu Divino Apostolado de Redenção.
Porque os doutores de Jerusalém Lhe furtassem concurso intelectual na divulgação da Boa Nova, não abandonou a idéia de iluminar lhes o passo com a luz da Revelação Sublime e aceitou a colaboraçao de pescadores singelos para ofertar-lhes o ensinamento.
Porque sentisse Judas transtornado pela tentação de domínio, não desistiu de auxiliá-lo, é o instante em que o próprio discípulo desertasse da preciosa tarefa de que se achava investido.
Porque Pedro O negasse na extrema hora, não lhe recusa mão firme no reajuste.
E porque os homens O tivessem crucificado, impondo-Lhe injuria e morte, em retribuição de Sua Ternura e Devotamento, não se afasta da Terra em definitivo, a pretexto de glorificar-Se no Céu, reaparecendo aos companheiros, plenamente redivivo, esquecendo assombras e ofensas, a recompor os serviços da Sua Bandeira de Aperfeiçoamento das Almas, prometendo-lhes cooperação e amor até o fim dos séculos.
Lembremo-nos de que Jesus renunciou sempre felicidade de ser compreendido para melhor compreender e de ser amado para amar com mais amplos recursos de entendimento.
Faze, assim, semelhante renuncia ao pé daqueles que a vida te confiou, permanecendo sempre em teu posto de sacrifício para melhor servi-los no campo da evolução e terás aprendido que renunciar com o Senhor é trocar o prazer efêmero da superfície para construir no imo da própria alma a Soberana Alegria da Vida Eterna.
Livro: Alma e Luz.
Emmanuel / Chico Xavier.

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