Estudando a
renúncia que o Evangelho nos traça por senda de ascensão, examinemos como se fazia
a renúncia na conduta de Cristo para que a nossa exibição de virtude não se
converta em falta de caridade.
Porque as portas
do vilarejo em que surgiu entre os homens se Lhe fechassem à necessidade de socorro
e refúgio, não se esquivou ao propósito de auxiliar às criaturas da Terra e
valeu-se da estrebaria para começar o Seu Divino Apostolado de Redenção.
Porque os
doutores de Jerusalém Lhe furtassem concurso intelectual na divulgação da Boa
Nova, não abandonou a idéia de iluminar lhes o passo com a luz da Revelação
Sublime e aceitou a colaboraçao de pescadores singelos para ofertar-lhes o
ensinamento.
Porque sentisse
Judas transtornado pela tentação de domínio, não desistiu de auxiliá-lo, é o instante
em que o próprio discípulo desertasse da preciosa tarefa de que se achava
investido.
Porque Pedro O
negasse na extrema hora, não lhe recusa mão firme no reajuste.
E porque os
homens O tivessem crucificado, impondo-Lhe injuria e morte, em retribuição de
Sua Ternura e Devotamento, não se afasta da Terra em definitivo, a pretexto de
glorificar-Se no Céu, reaparecendo aos companheiros, plenamente redivivo,
esquecendo assombras e ofensas, a recompor os serviços da Sua Bandeira de
Aperfeiçoamento das Almas, prometendo-lhes cooperação e amor até o fim dos
séculos.
Lembremo-nos de
que Jesus renunciou sempre felicidade de ser compreendido para melhor compreender
e de ser amado para amar com mais amplos recursos de entendimento.
Faze, assim,
semelhante renuncia ao pé daqueles que a vida te confiou, permanecendo sempre em
teu posto de sacrifício para melhor servi-los no campo da evolução e terás
aprendido que renunciar com o Senhor é trocar o prazer efêmero da superfície
para construir no imo da própria alma a Soberana Alegria da Vida Eterna.
Livro: Alma e
Luz.
Emmanuel / Chico
Xavier.
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