Há sempre
numerosos mortos em nossa luta de cada dia, convocando-nos às preces da
diligência e da bondade em favor de cada um.
Mortos que
sofrem muito mais que os outros - aqueles que julgais sentenciados à cinza e à
separação.
Há usurários que
se sustentam, inermes, em túmulos de ouro.
Há
dominadores do mundo que se mostram distraídos em seus imponentes sarcófagos de
orgulho falaz.
Há juízes
inumados em covas de lama.
Há legisladores
mumificados em terríveis enganos da alma.
Há sacerdotes
enterrados sob o catafalco adornado da simonia e administradores encerrados em urnas
infernais de inconfessáveis compromissos.
Há jovens mortos
no vício e velhos amortalhados no frio da negação.
Há sábios
enrijecidos no gelo da indiferença e heróis paralíticos sobre a essa de
fantasias e ilusões.
Há impulsos em
sepulturas de espinhos e preguiçosos em sepulcros de miséria.
Se proclamardes
a verdade perante todos eles, almas cadaverizadas no esquecimento da Divina Lei,
decerto, responder-vos-ão com a inércia, com a ironia e com a imobilidade.
Para eles,
pronunciou o Senhor as antigas palavras:- “Que os mortos enterrem os seus
mortos”.
Procuremos a
vida, descerrando nosso coração ao trabalho incessante do Bem Infinito...
Porque, na
realidade, só aquele que aprende e ama, renovando-se incessantemente, consegue superar
os níveis inferiores da treva, subindo, vitorioso, ao encontro da Vida
Verdadeira com a eterna libertação.
Livro: Alma e
Luz.
Emmanuel / Chico Xavier.
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