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A ansiedade da
alma no momento da reencarnação geralmente é enorme. Ela não tem certeza da sua
vitória nas lutas que se destinou a travar, contudo, se o Espírito tem fé em
Deus e conhece os ensinamentos de Jesus, a força da confiança ir-lhe-á garantir
a esperança.
Bem sabemos o
que passa o Espírito reencarnado com a prova de ser um hanseniano que, em muitos
casos, é abandonado pelos próprios familiares. É muito duro o desprezo, e esse desprezo
avança e atinge a sociedade. Mesmo nos dias atuais, quando a medicina oficial
os está liberando para que convivam com a família, ainda falta o exemplo de
irmãos desses que sofrem na carne um passado drenador, que derrama no corpo as
vibrações criadas por eles mesmos em eras remotas.
Onde nos
encontrarmos, façamos o que pudermos pela educação de nós mesmos.
Procuremos
cortar as arestas daquilo que nos levou aos desatinos no passado, porque é
nesse esforço de melhorar que iremos nos renovando pelo bem e salvando-nos pela
caridade. Não aumentemos o nosso jugo nem façamos pesado o nosso fardo. As
inquietações do Espírito para reencarnar, as ansiedades no momento de entrar na
carne, bem como, também, para deixar o corpo físico, é ignorância da vida
espiritual e falta de maturidade da alma na posição em que se encontra.
Um homem que
pretende levar um peso a determinado lugar, quando não o suporta, divide o fardo
para levar de duas ou três vezes. Assim também é a alma ao descer para o mundo
físico com um corpo: se ela não suporta as provações que escolheu ou que lhe
foram impostas, ela as divide para outras vezes, qual faz o viajor comum na
Terra.
Falamos do
Espírito mediano, e essa escala é muito grande, mas, quando se trata de
Espírito missionário, esse a tudo suporta tanto dentro da carne como fora dela,
tanto pisando nas lutas com os homens, quanto no mundo dos Espíritos em missões
nas trevas. O sofrimento, para esses Espíritos de escol, representa forças
novas para seus caminhos. E o que o Cristo deseja dos Seus discípulos novos nos
caminhos do mundo: que eles se fortaleçam na fé renovada, mostrada pela
Doutrina dos Espíritos, e nela bebam a água da vida, para a vida com Deus.
Pensemos na fé,
estudemos todos os meios lícitos para conquistá-la, meditemos o quanto for necessário
na arregimentação dessa confiança, na certeza de que a fé que pode encarar face
a face a razão nos leva à esperança divina, no sentido de que a nossa presença,
onde quer que estejamos, seja motivo de glória e de alegria, pela vida que
levamos e no estímulo aos outros, para viver em paz.
Não nos
inquietemos com os problemas que deverão surgir como teste do que já
aprendemos; se acompanhamos o Cristo, os caminhos são tortuosos, cheios de
espinhos, porém são eles que irão nos mostrar o que já aprendemos, na nossa renovação
interior.
Aqueles que
ainda não despertaram para o Culto do Evangelho no Lar, que o façam o mais urgente
possível, que ele lhes dará os meios de compreender, junto a família, o valor da
solidariedade, da compreensão do amor em conjunto e da paz, para que venham a
viver cada dia o que Jesus ensinou em três anos de lutas, compreendendo e
amando as criaturas que O perseguiam e até mesmo O expulsaram pelas vias de uma
cruz. Entretanto, Ele venceu a humanidade, Ele venceu o mal, amando sempre os
Seus perseguidores que hoje, quase todos, se encontram na falange de amor,
sofrendo e amando como Ele, a todos os retardatários.
A vida é avanço,
a vida é amor. Amemos e prossigamos, que seremos um daqueles que, imitando o
Cristo, tornam-se um sol nos caminhos de muitos.
Livro: Filosofia
Espírita – Volume VII
Miramez / João
Nunes Maia.
Estudando O
Livro dos Espíritos – Allan Kardec.
341. Na
incerteza em que se vê, quanto às eventualidades do seu triunfo nas provas que
vai suportar na vida, tem o Espírito uma causa de ansiedade antes da sua
encarnação?
De ansiedade bem
grande, pois que as provas da sua existência o retardarão ou farão avançar,
conforme as suporte.
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