0282/LE
Entre os
Espíritos há comunicação, e das mais perfeitas. Eles utilizam o fluido
universal como veículo, o pensamento, depois a vontade, e a transmissão está
feita.
A própria
mediunidade é prova dessa verdade. O médium sintonizado com os seus guias espirituais
recebe deles as orientações através da força das idéias, como sendo a telepatia
muito conhecida dentre os homens, principalmente entre os estudiosos deste
assunto.
Assim como o ar
é veículo dos sons que emitis, o fluido cósmico ou éter cósmico, é o veículo dos
pensamentos, e com mais perfeição, porque não encontra barreiras em parte
alguma da criação de Deus.
A palavra é
material dependendo dos órgãos físicos do corpo para se expressar no mundo, e os
canais da fala ainda são limitados para maior clareza do Espírito.
Quando se está
de posse de um livro, que é lido sem usar a palavra oralmente, não se faz uma transmissão
direta da escrita para o entendimento do leitor? Pois bem, esse sistema é semelhante
ao usado entre os Espíritos, mesmo em distâncias imensuráveis.
Na leitura do
livro, esse processo é uma transmissão em circuito fechado, para nos comunicarmos
com os companheiros desse modo, basta abrir o circuito.
O tempo nos
ensinará esse método, que logo será uma realidade entre os homens. Muitos já se
iniciam nesses rudimentos, exercitando todos os dias, em toda parte, a
transmissão e a recepção dos pensamentos. Isso se dará com mais perfeição
quando a moral tomar a dianteira da ciência, para que o coração possa controlar
os impulsos inferiores e a razão amestrar as idéias que não correspondam à
verdade, quando as paixões forem cedendo lugar ao amor, na pureza que Jesus nos
ensinou.
O Espírito é
conhecido pelos pensamentos que emite e que vibram no fluido que mencionamos.
Tudo fica escrito nesse livro de Deus, sem que se perca um til do que nele se escreve.
Ainda mais, a nossa consciência registra igualmente tudo o que pensamos; o pensamento
é uma semente de uma fluidez grandiosa, que plasma na luz tanto exterior, como interior,
os seus desejos.
Há Espíritos que
sentem a mesma dificuldade que os homens para se comunicarem entre si, mas a
expressão fisionômica sempre fala, demonstrando o que sente.
A boca e as
cordas vocais ainda são instrumentos de grande valor entre os homens, e continuarão
a ser por muito tempo, porém, quando perderem sua utilidade, certamente que devem
atrofiar, dando lugar aos ouvidos.
Se desejamos
disciplinar os nossos valores, comecemos hoje, agora mesmo, porque o que empana
a transmissão dos pensamentos com nitidez é o egoísmo, tão conhecido e usado entre
todos; é a violência que se encontra em destaque entre os seres que esqueceram
a compreensão. Devemos nos aclimatar ao ambiente de caridade, porque ela nos
leva ao desprendimento, alcançando a felicidade.
O Evangelho de
Jesus veio nos preparar para conversarmos pelo pensamento, porque moraliza os
Espíritos, para que não se envergonhem das transmissões.
Livro: Filosofia
Espírita – Volume VI
Miramez / João
Nunes Maia
Estudando O
Livro dos Espíritos – Allan Kardec.
282. Como se comunicam
entre si os Espíritos?
Eles se vêem e
se compreendem. A palavra é material: é o reflexo do Espírito. O fluido
universal estabelece entre eles constante comunicação; é o veículo da
transmissão de seus pensamentos, como, para vós, o ar o é do som. É uma espécie
de telégrafo universal, que liga todos os mundos e permite que os Espíritos se
correspondam de um mundo a outro.
Nenhum comentário:
Postar um comentário