Quanto mais
compaixão tivermos pelos outros, mais nossa visão de mundo se expandirá. Toda
criatura digna tem como característica comum a compaixão.
A compaixão não
considera as vestes físicas. Encoraja homens e mulheres, adultos e crianças,
europeus e asiáticos, a descobrir sua essência real, a reencontrar suas necessidades
naturais e a expressar sua unicidade como seres humanos. A partir daí, todos se
favorecem, não apenas por terem maior liberdade de agir e pensar, mas também por
terem autonomia de modificar suas vidas, modificando sua mentalidade.
A compaixão e a
sensibilidade são partes do amor cristão e ferramentas eficazes para entrarmos
em contato com o que os outros sentem e escutá-los com atenção silenciosa. Só
podemos expressar autêntica compaixão se utilizarmos uma atmosfera de aceitação
e respeito pelas dificuldades alheias. Dessa maneira podemos penetrar e tocar o
Espírito de outra pessoa.
Quanto mais
compaixão tivermos pelos outros, mais nossa visão de mundo se expandirá. Toda
criatura digna tem como característica comum a compaixão.
"(...) Que
os antigos tenham visto no Senhor do Universo um deus terrível, ciumento e vingativo,
isso se concebe; na sua ignorância, emprestaram à divindade as paixões dos
homens. Mas não está aí o Deus dos cristãos que coloca o amor, a caridade, a
misericórdia, o esquecimento das ofensas no lugar das primeiras virtudes:
poderia ele próprio faltar às qualidades das quais faz um dever? Não há
contradição em atribuir-lhe a bondade infinita e a vingança infinita? Dizeis
que antes de tudo ele é justo, e que o homem não compreende sua justiça, mas a
justiça não exclui a bondade, e ele não seria bom se consagrasse penas
horríveis, perpétuas, à maior parte das suas criaturas (...)'". (LE –
questão 1009 )
Alguns
dicionários oferecem as palavras pena e dó como vocábulos de significação semelhante
ao termo compaixão. No entanto, há diferença considerável entre elas. A base do
aspecto conceituai da pena e do dó tem profunda ligação com uma restrita forma
de ver, ou seja, o sentimento do indivíduo estaria confinado a uma linha horizontal,
enquanto a compaixão estaria vinculada a uma atuação vertical.
Se nos
expressamos utilizando essa alegoria de linhas geométricas, é para bem elucidar
os limites em que todos nós estamos circunscritos, em se tratando do campo do
sentimento e da emoção.
Ter dó
aprende-se socialmente; quando temos dó ou pena de alguém é porque acreditamos
que essa criatura é impotente e inferior e que, sem a nossa ajuda, não será capaz
de resolver sua problemática existencial. Em outras palavras, subentende-se: "sinto-me
mais poderoso, importante, eficiente e superior em relação a ela".
Por outro lado,
o sentimento de compaixão provém das profundezas da alma, envolve o sofredor em
um clima de generosidade, utilizando como forma de ajuda a solidariedade. Na
atitude compassiva, a criatura vê o necessitado de igual para igual, sem
nenhuma distinção, e percebe que ele precisa de uma mão amiga naquele momento
circunstancial e aflitivo de sua vida.
Ter compaixão é
lembrar que a dor do outro poderia ser sua. É reconhecer o sofrimento do
próximo e ajudá-lo a superar o momento difícil. A compaixão está intimamente
ligada à ação.
O grande
"pecado" que ocorre nos dias atuais entre os povos e raças e, da
mesma forma, em todas as áreas dos relacionamentos humanos é a indiferença e a insensibilidade
com a condição aflitiva dos seres humanos.
A
insensibilidade é a mais vil transgressão das leis naturais, porque ela corrói
e destrói o modo solidário de ser e viver, não só em família mas também em
sociedade.
A alegoria
evangélica que o Mestre Jesus fez das sementes que caíram ao longo do caminho,
entre os espinhos e sobre pedregulhos, nos faz recordar os relacionamentos que
não germinam, sufocados pela frieza e pela superficialidade que freqüentemente existem
entre os seres humanos. Um olhar atencioso e um abraço carinhoso curam mais do
que inúmeras caixas de remédios - o amor expressado dissipa toda e qualquer enfermidade.
Através dos
olhos da alma podemos identificar com maior nitidez as aflições e dores escondidas
nos outros e, dessa forma, reconfortá-los ou acalentá-los com os braços da compaixão.
Livro: Os
Prazeres da Alma.
Hammed /
Francisco do Espírito Santo Neto.
Estudando O
Livro dos Espíritos – Allan Kardec.
Questão 1009 - Segundo esse entendimento, as penas impostos
não o seriam jamais pela eternidade?
Interrogai vosso
bom senso, vossa razão, perguntai-vos se uma condenação perpétua, por alguns
momentos de erro, não seria a negação da bondade de Deus? Que é, com efeito, a
duração da vida, fosse ela de cem anos, em relação à eternidade? Eternidade!
Compreendeis bem essa palavra? Sofrimentos, torturas sem fim, sem esperança,
por algumas faltas? Vosso julgamento não rejeita semelhante
pensamento? Que os antigos tenham visto no Senhor do Universo um deus terrível,
ciumento e vingativo, isso se concebe; na sua ignorância, emprestaram à
divindade as paixões dos homens. Mas não está aí o Deus dos cristãos que coloca
o amor, a caridade, a misericórdia, o esquecimento das ofensas no lugar das
primeiras virtudes: poderia ele próprio faltar às qualidades das quais faz um
dever? Não hã contradição em atribuir-lhe a bondade infinita e a vingança infinita?
Dizeis que antes de tudo ele é justo, e que o homem não compreende sua justiça,
mas a justiça não exclui a bondade, e ele não seria bom se consagrasse penas
horríveis, perpétuas, à maior parte das suas criaturas. Poderia fazer a seus
filhos uma obrigação da justiça, se não lhes tivesse dado os meios de
compreendê-la? Aliás, não é o sublime da justiça, unida à bondade, fazer
depender a duração das penas dos esforços do culpado para se melhorar?
Aí está a
verdade desta palavra: “A cada um segundo suas obras”. - Santo Agostinho.
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