Senhor Jesus!
Junto dos Irmãos
que reverenciam as Mães que os amam, para as quais Te rogamos os louros que
mereceram, embora atentos à lei de causa e efeito que a Doutrina Espírita nos
recomenda considerar, vimos pedir abençoes também as Mães esquecidas, para quem
a maternidade se erigiu em purgatório'>purgatório de aflição!...
Pelas que jazem
na largueza da noite, conchegando ao peito os rebentos do próprio sangue, para
que não morram de frio;
pelas que
estendem as mãos cansadas na praça pública, suplicando, em nome da compaixão, o
sustento que o mundo Lhes deve à necessidade;
pelas que se
refugiam, nas furnas da natureza, acomodando crianças enfermas entre as fezes
dos animais;
pelas que
revolvem latas de lixo, procurando alimento apodrecido de que os próprios cães
se afastam com nojo;
pelas que pintam
o rosto, escondendo lágrimas, no impulso infeliz de venderem o próprio corpo a
corações desalmados, acreditando erroneamente que só assim poderão medicar os
filhos que a enfermidade ameaça com a morte;
pelas que
descobriam calúnia e fel nas bocas que amamentaram;
pelas que foram
desprezadas nos momentos difíceis;
pelas que se
converteram em sentinelas da agonia moral, junto aos catres de provação;
pelas que a
viuvez entregou à cobiça de credores inconscientes;
pelas que
enlouqueceram de dor e foram trancadas nos manicômios, e por aquelas outras que
a velhice da carne cobriu de cabelos brancos e, sem ninguém que as quisessem,
foram acolhidas como sombras do mundo, nos braços da caridade!...
São Elas,
Senhor, as heroínas da retaguarda, que pagam à Terra os mais altos tributos de
sofrimento... Tu que reconfortaste a samaritana e secaste o pranto da viúva de
Naim, que restauraste o equilíbrio de Madalena e levantaste a menina de Jairo,
recorda as filhas de Jerusalém que Te partilharam as agonias da cruz, quando
todos Te abandonavam, e compadece-Te da mulher!...
Emmanuel / Chico
Xavier.
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