A Preguiça é um
grave defeito da vontade caracterizando-se pela falta de impulso para o
trabalho.
Muitos preguiçosos
são francamente do “dolce far niente”. Sua filosofia é: Plantando, dá; não
plantando dão; então, não planto não.”
Outros,
conquanto tenham aptidão e saúde para uma atividade lucrativa que lhes
permitiria dar à família um nível de vida relativamente confortável, não saem
da miséria porque, indolentes, limitam suas horas de trabalho ao estritamente
necessário para o atendimento das exigências estomacais.
Não poucos
desejam prosperar e enriquecer, para o que chegam a fazer grandes projetos, que
iniciam com entusiasmo. Ao menor contratempo, entretanto, desanimam, param e
nunca mais se dispõem a levá-los a cabo.
Há ainda aqueles
que são capazes de esforços hercúleos, mas de curta duração. Se o que objetivam
dependesse de alguns dias ou semanas de árduos sacrifícios venceriam. Desde,
porém, que lhes seja exigido um trabalho regular e constante, cujos resultados
demorem muito tempo a parecer, não conseguem persistir nele.
Infelizes! Ignoram
que, longe de ser um fardo pesado e incômodo do qual convenha esquivar-nos, ou
simplesmente um meio de obter independência econômica, para então entregar-nos
ao hedonismo, é o trabalho uma ordenação divina, o gerador do progresso,
constituindo-se, por isso mesmo, em fonte perene de alegrias e de bênçãos, como
outra não há.
Jesus condena
com veemência, a ociosidade e a preguiça, ao mesmo tempo que exalta o espírito
de trabalho, estimulando-o com reiteradas promessas de recompensa.
Haja vista a
paciência dos trabalhadores das diversas horas do trabalho, a dos dois filhos,
a das virgens, a dos talentos, a do servo vigilante, etc.
Não bastasse o
testemunho de sua própria vida, que foi um belíssimo exemplo de trabalho, quer
como humilde carpinteiro na oficina de José, quer como carinhoso médico dos
enfermos e sofredores de todos os matizes, quer ainda como incansável arauto da
Boa Nova, assim se expressou ele certa ver:
“Meu Pai até
agora não cessa de trabalhar e eu obro também incessantemente.” Jesus / João,
5:7.
Acordes com o
Mestre quanto à necessidade do trabalho na obra de Deus, eis o que disseram,
também, vários apóstolos:
“Importa que
todos compareçamos diante do tribunal do Cristo, para que cada um receba o galardão,
segundo o que tem feito, ou bom ou mau, estando no próprio corpo.” Paulo / II Coríntios,
5:10.
“Que aproveitará
irmãos meus, a um que diz que tem fé, se não tem obras? A fé, se não tiver
obras, é morta em si mesma.” Tiago, 2:14-17.
“Ponde cada vez
maior cuidado em fazerdes certa vossa vocação e eleição por meio das boas obras,
para que assim tenhais entrada no reino eterno de Nosso Senhor e Salvador
Jesus-Cristo.” – II Pedro, 1:10 e 11.
Não se
compreende, pois, como possam alguns alimentar a ilusão de que lhes seja
possível “ganhar” o reino dos Céus apenas pela fé, sem o concurso daquele
espírito de serviço a que acima nos referimos, ou seja, sem a prática do Bem.
A Doutrina Espírita,
estendendo e aprofundando os ensinamentos evangélicos, adverte-nos que “cada um
terá que dá contas da inutilidade voluntária de sua existência, inutilidade
sempre fatal a felicidade futura”, e que para garantir uma boa situação no
mundo espiritual, “não basta que o homem não pratique o mal, cumprindo-lhe
fazer o bem no limite de suas forças, porquanto responderá por todo o mal que
haja resultado de não haver praticado o bem.”
Saibamos,
portanto, aproveitar todos os instante de nossas vidas, empregando-os em algo
útil, para que, ao se findarem nossos dias à face da Terra, possamos ser
incluídos entre aqueles que as vozes do Céu proclamam bem-aventurados, “porque
suas obras o acompanham” - Apoc, 14:13.
Livro: Páginas
do Espiritismo Cristão.
Rodolfo
Calligaris.
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