Muito embora as
vezes, seja motivo de piada, em função da mentalidade atual, é necessário falar
sobre o tema porque ele está na raiz de
muitos problemas que envolvem a evolução humana. A própria palavra “namoro”
perdeu o sentido inicial de despertar amor, de criar situações para o
conhecimento entre os parceiros. E, para que duas pessoas possam se relacionar
harmoniosamente, a condição indispensável é que se conheçam bem.
Antigamente namorar
era envolver-se com o outro no sentido de perceber as afinidades ou as
incompatibilidades entre o casal. Hoje isto parece remoto e namorar ficou
ridículo. Não se namora mais, fica-se, atitude muitas vezes traduzidas na
expressão, um pouco vulgar: “catar”. A menina ou o menino foi “catado”.
Com o
espiritismo, sabemos que estamos na terra para o progresso espiritual. Todas as
oportunidades da vida material devem ser pois, de forma consciente
transformadas em degraus evolutivos.
Assim sendo, nossa vida afetiva, especialmente, é ponto crucial para esse
objetivo.
Com Kardec, aprendemos que a poligamia,
coisa corriqueira nos namoros atuais, significa atraso moral, pois o
poligâmico se preocupa apenas consigo
mesmo desrespeitando o sentimento do parceiro.
É a vitória do orgulho e do egoísmo que aí encontram mais um estímulo para permanecerem
no coração humano,
Em
contrapartida, a monogamia desperta no casal o estímulo para a construção
da vida a dois e, ao longo dos tempos,
superando as crises, as diferenças individuais, vai harmonizando-se,
construindo o amor sereno e profundo que traz a felicidade pelo amadurecimento
espiritual.
Todo o
relacionamento conjugal precede de um determinado tempo de maturação afetiva,
marcado por um período denominado namoro. Portanto, segundo a visão espírita,
traduzida pelas palavras de Emanuel (espírito) no livro Vida e Sexo o namoro se
traduz por um suave encantamento, onde dois serem descobrem um no outro de
maneira imprevista, motivos para a entrega recíproca, numa relação saudável.
Relação essa, que termina em casamento ou relação estável.
O Livro dos Espíritos,
nas questões 695/696, nos ensina que o casamento, ou a união estável nos dias
atuais, é um progresso na marcha da humanidade, e que sua abolição significaria
o retorno à vida animal. E, guardadas as devidas proporções, o ato de ficar,
que vai do simples beijo até a relação sexual, nada mais é do que a banalização
do desrespeito ao ser humano, que é usado e jogado fora como algo descartável,
e facilmente substituível. Hoje, troca-se de parceiro como quem troca de roupa,
sem se deter sequer no tipo de sentimento que se provoca no outro, e nem sem si
mesmo.
As pessoas,
especialmente os jovens não dão tempo para o jogo da conquista, para o
despertar dos sentimentos antigos que vêm do passado remoto, de outras
encarnações, quando se prometeram um ao outro. E, depois choram por não
encontrar um parceiro digno de seu amor.
O ficar não
apenas desestimula um relacionamento mais profundo como alimenta a
infidelidade, que aumenta no casamento.
O jovem de hoje passa pelo difícil teste de ter responsabilidade para bem
direcionar a liberdade que conquistou para construir a vida feliz que sonha.
Sexo e
responsabilidade precisam ser inseparáveis nos relacionamentos afetivos. Eis
que namorar é preciso. Namorar mesmo. E não apenas ser amantes.
Agora, qual foi
o fator que desencadeou o famoso ficar? A decadência moral. Há anos atrás, tinha um programa na
televisão, que era apresentado por Martha Suplicy, e nesse programa ela
estimulava as moças a ficarem. Dizia ela, que era uma conquista feminina,
igualando-se ao homem que sempre ficou. Isto foi um estímulo importante para o
ficar. Só que propiciou à mulher igualar-se ao homem naquilo que ele tinha de
mais negativo, a irresponsabilidade na lida com o sexo.
É bem verdade,
que há bem pouco tempo tivemos uma grande e absurda repressão no campo sexual,
hoje a liberdade é mais do que irrestrita. Entre esses dois extremos está o
meio termo, o equilíbrio, se questiona
portanto, se os espíritas não estão
muito apáticos com a situação, achando tudo muito normal.
Acontece, que a
toda repressão, segue-se uma liberação natural, a história nos tem mostrado
isso. Entretanto, o espírita, tem muita responsabilidade porque ele sabe do
valor do sexo na construção do futuro feliz e precisa educar seus filhos com
este pensamento.
Os jovens
precisam saber da responsabilidade que têm no relacionamento afetivo. Os
adultos precisam saber que as relações sexuais trazem comprometimento
espiritual e, consequentemente, não podemos viver como se isso não existisse.
Mas, é difícil enfrentar a sociedade que na maioria das vezes policia um
comportamento mais vinculado à moral mais ligado ao compromisso espiritual. É
aí que o espírita tem entregado os pontos também.
Esse tema é
importante por nos leva a reflexão, buscando em Jesus a orientação para o nosso
aprimoramento espiritual. Devemos lembrar que quando Emmanuel fala em lar
constituído, não se refere a papéis, a casamento civil, etc.., ele fala da
responsabilidade um com o outro, de assumir o filho que vier, de assumirem-se
um ao outro não trocando de parceiro na primeira oportunidade.
Os namoros, hoje
em dia, não têm compromisso de construção de uma família pela felicidade do
relacionamento sexual. Assim, na primeira discussão, termina-se o namoro,
arranja-se outro parceiro e aí um novo relacionamento sexual no famoso “ficar”.
Se o casal se
ama e tem maturidade para o relacionamento sexual, que se case, ou vão morar
juntos então Sexo, é comprometimento afetivo e sentimental com relação ao
parceiro. Ao mesmo tempo em que o casal se vincula energeticamente um ao outro,
marcando-se, gerando compromissos dentro da lei de causa e efeito.
As pessoas, os
“ficantes”, ainda não entendem, que relação sexual não acaba após o orgasmo.
Ela gera efeitos no campo magnético dos envolvidos. E a falta de
responsabilidade, nessa relação, gera efeitos, geralmente desagradáveis, como a
vida tem nos mostrado.
Nós espíritas,
sabemos, que somos espíritos encarnados com o objetivo do progresso. O corpo
físico é dotado das características sexuais com as quais deveremos conquistar
esse progresso. O sexo, assim, tem a função principal de gera filhos, de
perpetuar a espécie.
Na questão 298
do livro dos espíritos, vemos que a maior parte dos relacionamentos
matrimoniais que são felizes, só o são, relativamente pelas afinidades de suas
inclinações e instintos. Apenas nas esferas superiores, nos dizem os espíritos,
é que encontra a verdadeira união e reciprocidade entre os espíritos.
Livros:
Vida e Sexo - Emamnuel
/ Chico Xavier
O Livros dos
Espíritos - Allan Kardec.
mais Pesquisas
diversas.
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