Francisco
Cândido Xavier, mais conhecido como Chico Xavier, nasceu em Pedro Leopoldo,
pequena cidade do estado de Minas Gerais, no dia 02 de Abril de 1910. Filho de
operário pobre e inculto, João Cândido Xavier, e de uma lavadeira chamada Maria
João de Deus, Chico perdeu a mãe em 1915, quando tinha apenas 5 anos de idade
O pai, passando
por dificuldades, entregou alguns de seus nove filhos aos cuidados de amigos e
parentes. Nos dois anos seguintes, Francisco foi criado pela madrinha e antiga
amiga de sua mãe, Rita de Cássia, que pelas conhecidas histórias, surrava e
maltratava o menino Chico, que numa demonstração de bondade, sempre dizia que
ela era uma senhora boa, mas que tinha uma “necessidade” de surrá-lo.
Foi nessa época,
que ele teve o primeiro contato com a mãe, enquanto orava no quintal da
madastra. Sua mãe pediu-lhe que aguentasse os maus tratos, pois D. Ritinha era
sua instrutora, de modo que ele deveria amá-la, já que ela o tornaria forte
para as batalhas que enfrentaria.
Devido aos
contatos com o mundo espiritual, em especial, com sua mãe, Chico Xavier era
muitas vezes incompreendido, sendo tachado de possuído e sofreu muito por isso,
tendo passado por várias provações. E apesar de tudo, ele mantinha uma intensa
calma e benevolência com as pessoas, mesmo quando elas o tornavam motivo de
chacota.
Quando Chico Xavier
tinha nove anos, seu pai casou-se novamente com Cidália Batista, uma mulher boa
e caridosa, que insistiu em juntar todos os filhos na mesma casa, a fim de
cuidar deles. Ela tratou todos como se fossem seus, juntamente com outros seis
filhos, que teve desse casamento.
Por insistência
de D. Cidália, Chico foi matriculado na escola pública, completando o curso
primário em 1924, e não voltou mais a estudar.
Em 1927, com
dezessete anos de idade, Chico perdeu a madrasta Cidália, e se viu diante da
insanidade de uma irmã, e descobriu que era um processo obsessivo.
No final de 1927
foi fundado o Centro Espírita Luiz Gonzaga, sediado na residência de seu irmão
José Cândido Xavier onde as reuniões se realizavam as segundas e sextas-feiras.
No dia 08 de
julho de 1927, Chico Xavier fez a primeira atuação no serviço mediúnico em
público, e em 1931, passou a receber as primeiras poesias de "Parnaso de
Além - Túmulo", que foi lançado em julho de 1932.
Em 1931, manifesta-se pela primeira vez
o espírito Emmanuel que foi o seu protetor espiritual, que lhe preveniu que
pretendia trabalhar muito a seu lado e por um longo tempo, mas que deveria,
acima de tudo, procurar os ensinamentos de Jesus e as lições de Allan Kardec e
lhe propôs mais três condições para este trabalho: “disciplina, disciplina,
disciplina”.
Em 1932 foi
publicado o “Parnaso de Além-Túmulo”, pela FEB – Federação Espírita Brasileira,
com coletânea de poesias ditadas por espíritos de poetas brasileiros e
portugueses, que obteve grande repercussão junto a imprensa e opinião pública
brasileira. As críticas aumentavam ao se saber que o livro havia sido escrito
por um modesto escriturário de armazém do interior de Minas Geral, que mal
completara o primário. O espírito de sua mãe aconselhou-o a não responder aos
críticos.
Neste período,
Chico Xavier ingressou no serviço público federal, como auxiliar de serviço no
Ministério da Agricultura, onde muitos anos depois se aposentou por invalidez,
devido a problemas oculares.
Em 1943, surge
uma nova entidade espiritual, assinando suas obras com o pseudônimo de André
Luiz, responsável por uma magnífica coleção de onze livros, iniciada com a obra
“Nosso Lar”.
Em parceria com
o também médium Waldo Vieira, psicografou dezessete obras.
Além da
psicografia, também exerceu mediunidade de psicofonia, vidência, audiência,
receitista, entre outras práticas.
Em 5 de janeiro
de 1959, por motivos de saúde e sob orientação médica e dos Benfeitores
Espirituais, Chico Xavier foi residir em Uberaba – MG, onde prosseguiu as
atividades mediúnicas em reuniões públicas na Comunhão Espírita Cristã.
Foi nesta mesma
época que teve início também à famosa peregrinação aos sábados, quando o
bondoso médium, saindo da "Comunhão Espírita-Cristã", visitava alguns
lares carentes, levando-lhes a alegria de sua presença amiga, acompanhado por
grande número de pessoas.
Ao longo de sua
vida, Chico foi acusado diversas vezes de fraude ou viu seu nome envolvido em
polêmicas que ele, calmamente, ignorava, deixando que o tempo cuidasse dos
boatos e maledicências.
Seu trabalho
sempre foi voltado à divulgação doutrinária e tarefas assistenciais, aliadas ao
evangélico serviço do esclarecimento e reconforto pessoal aos que o procuravam.
Chico Xavier
psicografou mais de 400 livros, cedendo todos os direitos autorais de seus
livros para Organizações Espíritas e Instituições de Caridade desde o primeiro
livro.
Não aceitava
dinheiro arrecadado com a venda de seus livros e vivia apenas com os proventos
de sua aposentadoria.
Mesmo com a
saúde debilitada, Chico Xavier prosseguiu na sua condição de um autêntico
missionário de Jesus, continuando a comparecer às reuniões do Grupo Espírita da
Prece, até que no dia 30 de junho de 2002, em Uberaba, Minas Gerais, Chico
Xavier desencarnou em decorrência de parada cardiorespiratória.
Conforme relato
de amigos e parentes próximos, Chico teria pedido a Deus para morrer em um dia
que os brasileiros estariam muito felizes, e que o país estaria em festa, por
isso ninguém ficaria triste com seu desencarne.
O país festejava
a conquista da Copa do Mundo de futebol, no ano de seu falecimento.
No dia 02 de
Abril de 2010, data em que Chico Xavier completaria 100 anos, estreou Chico
Xavier – O filme, baseado na biografia “As Vidas de Chico Xavier”, do
jornalista Marcel Souto Maior, dirigido e produzido pelo cineasta Daniel Filho.
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