Um dia, a Mulher
solitária e atormentada chegou ao Céu e, rojando-se, em lágrimas, diante do
Eterno Pai, suplicou:
- Senhor, estou
só! Compadece-te de mim.
Meu companheiro
fatigado, cada dia, pede-me repouso e devo velar-lhe o sono! Quando triunfa no
trabalho, absorve-se na atividade mais intensa e, muita vez distraído,
afasta-se do lar, onde volta somente quando exausto, a fim de refazer-se. Se
sofre, vem a mim, abatido buscando restauração e conforto...
Tu, que deste
flores ao arvoredo e que abriste as carícias da fonte, no seio escuro e ressequido
do solo, consagras-me, assim, ao isolamento? Reservaste a Terra inteira ao serviço
do homem que se agita, livre e dominador, sobre montes e vales, e concedes a
mim apenas o estreito recinto da casa, entre quatro paredes, para meditar e
afligir-me sem consolo? Se sou a companhia do homem, que se vale de mim para
lutar e viver, quem me acompanhará na missão a que me destinas?
O Senhor sorriu,
complacente, em seu trono de estrelas fulgurantes e, afagando-lhe a cabeça
curvada e trêmula, falou compadecido:
- Dei o mundo ao
homem, mas confiarei a vida ao teu coração.
Em seguida
colocou-lhe nos braços uma frágil criança.
Desde então, a
Mulher fez-se Mãe e passou a viver plenamente feliz.
Livro: Luz No
Lar.
Espíritos
Diversos / Chico Xavier.
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