1.1 - Causa:
"O fluido
perispirítico é o agente de todos os fenômenos espíritas, que só se podem
produzir pela ação recíproca dos fluídos que emitem o médium e o Espírito. O
desenvolvimento da faculdade mediúnica depende da natureza mais ou menos
expansiva do perispírito do médium e da maior ou menor facilidade da sua
assimilação pelos espíritos; depende, portanto, do organismo e pode ser
desenvolvida quando exista o princípio; não pode ser adquirida quando o
princípio não exista." (Obras Póstumas - 1ª parte (dos médiuns) - cap. 6 -
item 34 - Allan Kardec).
"Quanto
menos densos os elos de ligação entre os implementos físicos e espirituais, nos
órgãos da visão, mais amplas as possibilidades na clarividência, prevalecendo
as mesmas normas para a clariaudiência e para modalidades outras, no
intercâmbio entre as duas esferas."(Evolução em Dois Mundos - cap. 17
- 1ª parte - André Luiz).
"Sim -
esclareceu Joel, humilde, minha tarefa mediúnica exigia sensibilidade mais
apurada, e, quando me comprometi à execução do serviço, fui ao Ministério do
Esclarecimento, onde me aplicaram tratamento especial, que me aguçou as
percepções."(Os Mensageiros - cap. 10 - André Luiz).
1.2 - Finalidades
- Provar a
imortalidade da alma
-
Receber ensinamentos dos bons espíritos
-
Expiar os erros do passado
-
Trabalhar em benefício dos necessitados
"Os
médiuns, em sua generalidade, não são missionários na acepção comum do termo;
são almas que fracassaram desastradamente, que contrariaram sobremaneira, o
curso das Leis Divinas, e que resgatam, sob o peso de severos compromissos e
ilimitadas responsabilidades, o passado obscuro e delituoso. O seu pretérito,
muitas vezes, se encontra enodoado de graves deslizes e erros clamorosos. Quase
sempre, são Espíritos que tombaram dos cumes sociais pelos abusos do poder, da
autoridade, da fortuna e da inteligência, e que regressam ao orbe terráqueo
para se sacrificarem em favor de grande número de almas que desviaram das
sendas luminosas da fé, da caridade e da virtude. São almas arrependidas que
procuram arrebanhar todas as felicidades que perderam, reorganizando, com
sacrifícios tudo quanto esfacelaram nos seus instantes de criminosas
arbitrariedades e de condenável insânia."(Emmanuel - cap. 11 - Emmanuel).
1.3 - Problemas da Mediunidade
a) Falta de Estudo
"Pode
contar um médium, de maneira absoluta com os seus guias espirituais,
dispensando os estudos?
Os
mentores de um médium, por mais dedicados e evolvidos, não lhe poderão tolher a
vontade e nem lhe afastar o coração das lutas indispensáveis da vida, em cujos
benefícios todos os homens resgatam o passado delituoso e obscuro, conquistando
méritos novos.
O
médium tem obrigação de estudar muito, observar intensamente e trabalhar em
todos os instantes pela sua própria iluminação. Somente desse modo poderá
habilitar-se para o desempenho da tarefa que lhe foi confiada, cooperando
eficazmente com os espíritos sinceros e devotados ao bem e à verdade.
Se
um médium espera muito dos seus guias, é lícito que seus mentores espirituais
muito esperem do seu esforço. E como todo progresso humano para ser continuado,
não pode prescindir de suas bases já edificadas no espaço e no tempo, o médium
deve entregar-se ao estudo, sempre que possível, criando o hábito de conviver
com o espírito luminoso e benéfico dos instrutores da humanidade sob a égide de
Jesus, sempre vivos no mundo, através dos seus livros e da sua exemplificação.
O
costume de tudo aguardar de um guia pode transformar-se em vício detestável
infirmando as possibilidades mais preciosas da alma. Chegando-se a esse
desvirtuamento, atinge-se o declive das mistificações e das extravagâncias
doutrinárias, tornando-se o médium preguiçoso e leviano, responsável pelo
desvio de sua tarefa sagrada." (O Consolador - perg. 392 - Emmanuel).
b) Desvirtuamento Moral
"Qual
a maior necessidade do médium?
A
primeira necessidade do médium é evangelizar-se a si mesmo antes de se entregar
às grandes tarefas doutrinárias, pois, de outro modo poderá esbarrar sempre com
o fantasma do personalismo, em detrimento de sua missão."(O Consolador -
perg. 387 - Emmanuel).
c) Mediunidade Remunerada
"Seria
justo aceitar remuneração financeira no exercício da mediunidade?
Quando
um médium se resolve a transformar suas faculdades em fonte de renda material,
será melhor esquecer suas possibilidades psíquicas e não se aventurar pelo
terreno delicado dos estudos espirituais.
A
remuneração financeira, no trato das questões profundas da alma, estabelece um
comércio criminoso, do qual o médium deverá esperar no futuro os resgates mais
dolorosos.
A
mediunidade não é ofício do mundo, e os Espíritos esclarecidos, na verdade e no
bem, conhecem, mais que os seus irmãos da carne, as necessidades dos seus
intermediários." (O Consolador - perg. 402 - Emmanuel).
d) Endeusamento de Médiuns
"Aqui
e acolá, surgem pruridos de adoração que se faz imprescindível combater. Não
mais imagens dos círculos humanos, nem instrumentos físicos supostamente
santificados para cerimônias
convencionais, mas entidades amigas e médiuns terrenos que a inconsciência
alheia vai entronizando, inadvertidamente, no altar frágil das honrarias
fantasiosas. É necessário reconhecer que aí temos um perigo sutil através do
qual inúmeros trabalhadores têm resvalado para o despenhadeiro da
inutilidade."... "As homenagens inoportunas costumam perverter os médiuns dedicados e
inexperientes, além de criarem certa atmosfera de incompreensão que impede a
exteriorização espontânea dos verdadeiros amigos do bem, no plano espiritual."
(Trechos da mensagem "Perigos Sutis" - livro: Pão Nosso - Emmanuel -
Cap. 52).
e) Trabalho Isolado
"Deus
não lhes outorgou para seu uso exclusivo a sublime faculdade que possuem, mas
para o bem de todos. Comunicando-se com outros, terão eles mil ensejos de se
esclarecerem sobre o mérito das comunicações que recebem, ao passo que,
isolados, estão muito melhor sob o domínio dos espíritos mentirosos, que
encantados ficam com o não sofrerem nenhuma fiscalização..."(Fénelon - O
Livro dos Médiuns - 2ª parte - cap. 31 - item 21 - Allan Kardec).
f) Mistificações
"A
mistificação sofrida por um médium, significa ausência de amparo dos mentores
do plano espiritual?
A
mistificação experimentada por um médium traz, sempre uma finalidade útil, que
é a de afastá-lo do amor próprio, da preguiça no estudo de suas necessidades
próprias, da vaidade pessoal ou dos excessos de confiança em si mesmo.
Os
fatos de mistificação não ocorrem assim, à revelia dos seus mentores mais
elevados, que somente assim, o conduzem à vigilância precisa e às realizações
da humildade e da prudência no seu mundo subjetivo." (O Consolador - perg.
401 - Emmanuel)
g) Animismo
"Freqüentemente,
pessoas encarnadas, nessa modalidade de
provação regeneradora, são encontráveis nas reuniões mediúnicas, mergulhadas
nos mais complexos estados emotivos, quais se personificassem entidades outras,
quando, na realidade exprimem a si mesmas, a emergirem da subconsciência nos
trajes mentais em que se externavam noutras épocas, sob fascínio constante dos
desencarnados que as subjugam." (Mecanismos da Mediunidade - cap. 23 -
item 3 - André Luiz).
h) Evocações
"Não
somos dos que aconselham a evocação direta e pessoal, em caso algum. Se essa
evocação é passível de êxito, sua exeqüibilidade somente pode ser examinada no
plano espiritual. Daí a necessidade de sermos espontâneos, porquanto, no
complexo dos fenômenos espiríticos, a solução de muitas incógnitas espera o
avanço moral dos aprendizes sinceros da Doutrina. O estudioso bem intencionado,
portanto, deve pedir sem exigir, orar sem reclamar, observar sem pressa,
considerando que a esfera espiritual lhe conhece os méritos e retribuirá os
seus esforços de acordo com a necessidade de sua posição evolutiva e segundo o
merecimento do seu coração." (O Consolador - perg. 369 - Emmanuel).
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