A vida em si não termina
Quando o corpo à cova desce...
A semente pequenina,
Quando morre, é que floresce.
(Eurípedes Formiga)
Não ambiciones na lida
Os frutos da gleba alheia.
Cada qual colhe na vida
Apenas o que semeia.
(Casimiro Cunha)
Desencarnou o Firmino
Pedindo mais uma dose.
Em novo corpo, é um menino
Que já sofre de cirrose.
(Pedro Silva)
Numa existência pregressa,
Suicidou-se com cicuta,
Mas logo ao mundo regressa
Agravando a própria luta.
(Jaks Aboab)
Perseguiu a tanta gente,
No tempo em que foi Visconde,
Que agora no sanatório
Da própria sombra se esconde.
(Lulú Parola)
Vivia de falcatruas
O finado Serafim.
Renasceu... Vive nas ruas
Numa penúria sem fim.
(Cornélio Pires)
Porque foi maledicente,
Dona Zefa renasceu
Uma criança doente
Que de falar se esqueceu.
(Lúcio Mendonça)
Ao tempo de inquisidor,
Queimou livros a granel...
Agora, seja onde for,
Vive ajuntando papel.
(Alceu Novais)
De tanto chutar no mundo,
Porta, cadeira e panela,
Curte um desgosto profundo
Nas dores da erisipela...
(Lafayette Mello)
Quando fui rei, fui mendigo;
Quando mendigo, fui rei,
Deu-me a lepra o régio abrigo
Da paz que nunca sonhei.
(Jésus Gonçalves)
Verdade que não se altera
No carma que acumulamos:
Somente o bem nos libera
Do mal que já praticamos.
(Irthes Terezinha)
"Nascer, viver e morrer,
Renascer e progredir",
Tal a Lei que nos impele
Para as bênçãos do porvir!
(Auta de Souza)
XAVIER, Francisco Cândido; BACCELLI, Carlos A..
Livro: Confia e Serve. Espíritos Diversos.
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