Muitas
vezes por semana repetimos a palavra “amanhã”.
Costumamos
dizer “amanhã” para o vizinho que nos pede cooperação e consolo.
Habitualmente
relegamos para amanhã toda tarefa espinhosa.
Sempre que
surge a dificuldade, pedindo maior esforço, apelamos para amanhã.
Sem dúvida,
o “amanhã” constitui luminosa esperança, com a renovação do Sol no caminho, mas
também representa o serviço que deixamos de realizar.
É da lei que a conta durma com o devedor,
acordando com ele no dia seguinte.
No
instituto da reencarnação, desse modo, transportamos conosco, seja onde for, as
oportunidades do presente e os débitos do passado.
É assim que
os ricos de hoje, enquistados na avareza e no egoísmo, voltarão amanhã no
martírio obscuro dos pobres, para conhecerem, de perto, as garras do infortúnio
e as duras lições da necessidade; e os pobres, envenenados de inveja e ódio,
retornarão no conforto dos ricos, a fim de saberem quanto custam a tentação e a
responsabilidade de possuir; titulados distintos do mundo, quais sejam os
magistrados e os médicos, quando menosprezam as concessões com que o Senhor
lhes galardoa o campo da inteligência, delas fazendo instrumento de escárnio às
lutas do próximo, ressurgirão no banco
dos réus e no leito dos nosocômios, de modo a experimentarem os problemas e as angústias
do povo; filhos indiferentes e ingratos tornarão como servos apagados e
humildes no lar que enlameiam, e pais insensatos e desumanos regressarão no tronco
doméstico, recolhendo nos descendentes os frutos amargos da criminalidade e do vício que
cultivaram com as próprias mãos; mulheres enobrecidas que fogem ao ministério
familiar, provocando o aborto delituoso pela fome de prazer, reaparecerão
enfermas e estéreis, tanto quanto homens válidos e robustos, que envilecem a
vida no abuso das forças respeitáveis da natureza, ressurgirão na ribalta do
mundo, carregando no próprio corpo o desequilíbrio e a moléstia que adquiriram,
invigilantes.
Não te
esqueças, portanto, de que o bem é o crédito infalível no livro da eternidade,
e recorda que o “depois” será sempre a resultante do “agora”.
Todo dia é
tempo de renovar o destino.
Todo
instante é recurso de começar o melhor.
Não deixes,
assim, para amanhã o bem que possas fazer.
Faze-o
hoje.
Livro:
Religião dos Espíritos - 39
Emmanuel /
Chico Xavier
Estudando O
Livro dos Espíritos – Allan Kardec
QUESTÃO 166 - O LIVRO DOS
ESPÍRITOS
A reencarnação
166. Como pode a alma, que não
alcançou a perfeição durante a vida corpórea, acabar de depurar-se?
Resposta: Sofrendo a prova de uma nova
existência.
a) - Como realiza essa nova
existência? Será pela sua transformação como Espírito?
Depurando-se, a alma
indubitavelmente experimenta uma transformação, mas para isso necessária lhe é
a prova da vida corporal.
b) - A alma passa então por
muitas existências corporais?
Sim, todos contamos muitas
existências. Os que dizem o contrário pretendem manter-vos na ignorância em que
eles próprios se encontram. Esse o desejo deles.
c) - Parece resultar desse
princípio que a alma, depois de haver deixado um corpo, toma outro, ou, então,
que reencarna em novo corpo. E assim que se deve entender?
Evidentemente.
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