A homossexualidade nos dois primeiros casos é uma
expiação e uma experiência muito mais dolorosa que no terceiro, em virtude das
dificuldades morais e vícios em que geralmente se encontram.
Nos três casos eles não poderão realizar-se no
sentido da união conjugal normal, mesmo quando sofrem a cirurgia para mudança
de sexo fisiológico, pois não obterão, com a colaboração da Ciência, as bênçãos
da maternidade e nem a capacidade de fecundar uma mulher, constituindo isso uma
grande frustração pela vida inteira. Entendendo essas profundas lutas do sentimento
e de identidade consigo mesmos, devemos manifestar em nossos corações compreensão,
indulgência e compaixão cristã para com todos eles.
Respeitemos a vida afetiva e sexual de cada
companheiro em experiência transitória da homossexualidade. Se encontrarmos
dificuldades em aceitar, tolerar e conviver com esses irmãos em Deus, meditemos
se agora estivéssemos encarnados em corpo diferente do que a nossa mente
determina em matéria de sexualidade. Logicamente, poderíamos estar passando
pelas mesmas lutas sentimentais e psicológicas de nossos irmãos homossexuaismo femininos
ou masculinos. As suas lutas espirituais poderão ser as nossas em futura
encarnação. Devemos amá-los como eles são, com todas as características de sua
personalidade psicológica, pois são também Espíritos imortais, com aquisições
valorosas e respeitáveis virtudes, adquiridas em séculos e séculos de
aprendizagem nas vidas pretéritas.
Se os homossexuais necessitam melhorar em alguns
aspectos de conduta, moral e sexual, as criaturas heterossexuais, chamadas de
“normais” na atividade sexual, têm também seus problemas morais e de caráter
bastante graves para serem solucionados através da educação dos sentimentos.
Se estes casos se contam aos milhões em todo o mundo,
é porque o sexo desequilibrado é um dos problemas mais comuns a serem
solucionados pela maioria dos Espíritos da Terra. A experiência homossexual
exige da parte do Espírito duras disciplinas, conforme nos expõe André Luiz:
“(...) inúmeros Espíritos reencarnam em condições
inversivas, seja no domínio de lides expiatórias ou em obediência a tarefas específicas,
que exigem duras disciplinas por parte daqueles que as solicitam ou que as
aceitam. (...) homens e mulheres podem nascer homossexuais ou inter-sexos, como
são suscetíveis de retomar o veículo físico na condição de mutilados ou
inibidos em certos campos de manifestação, aditando que a alma reencarna, nessa
ou naquela circunstância, para melhorar e aperfeiçoar-se e nunca sob a destinação
do mal (...)“. (Livro: Sexo e Destino – Andre Luiz / Chico Xavier e Waldo
Vieira)
A maioria de nós todos, desse modo, não poderá
considerar-se então com normalidade sexual absoluta, não quanto a organização
fisiológica, mas, sim, quanto às manifestações psicológicas, dizendo “eu sou
totalmente homem” ou “eu sou integralmente mulher”, porque sempre possuirá um
pouco ou muito dos característicos ou das qualidades psicológicas do outro
sexo.
Ante os irmãos na experiência da homossexualidade, o
espírita não deve manifestar as atitudes negativas de: admiração,
desapontamento, estranheza, zombaria, condenação ou desprezo, pois nenhum de
nós, nas experiências da vida humana, está totalmente equilibrado nem seguro de
sua vida emotiva e sexual. Todos nós somos chamados, na fieira das
reencarnações, a adquirir qualidades de masculinidade e feminilidade. Embora as
características psicológicas de uma delas surja em maior grau, definindo-nos
como homem ou mulher, todos nós carregamos
também, em menores proporções, em nossa estrutura mental, alguns traços do sexo
oposto, manifestando-se em nossas aptidões e tendências. Somos sempre a soma de
qualidades masculinas e femininas em nosso acervo psicológico, embora uma delas
esteja em maior número de reflexos em nossa subconsciência.
O Espírito André Luiz ajuda-nos a analisar com maior
profundidade a realidade espiritual de nós mesmos:
“(...) na Crosta Planetária os temas sexuais são
levados em conta, na base dos sinais físicos, que diferenciam o homem da mulher
e viceversa; no entanto, ponderou que isso não define a realidade integral, porqüanto,
regendo esses marcos, permanece um Espírito imortal, com idade às vezes
multimilenária, encerrando consigo a soma de experiências complexas, o que
obriga a própria Ciência terrena a proclamar, presentemente, que masculinidade
e feminilidade totais são inexistentes na personalidade humana, do ponto de
vista psicológico. Homens e mulheres, em Espírito, apresentam certa percentagem
mais ou menos elevada de característicos viris e feminis em cada indivíduo, o
que não assegura possibilidades de comportamento íntimo normal para todos,
segundo a conceituação de normalidade que a maioria dos homens estabeleceu para
o meio social”. (Livro: Sexo e Destino – Andre Luiz / Cico Xavier e Waldo Veira).
Fonte: Sexo e Evolução –
Wlater Barcelos.
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