Ninguém pode
medir o poder de destruição que a cólera exerce sobre os recursos da vida.
E, nas épocas de
transição quando se requisitam mais amplos recursos de tolerância entre aqueles
que se complementam uns aos outros, na vida comunitária, uma atitude nomeada
pelo espírito popular como seja “fazer força” é constantemente chamada a expressar-se,
em quase todos os momentos, a fim de que os processos de irritação não se encaminhem
para a delinqüência.
Preservando a
paz e a segurança, não nos bastará recomendá-las, mas sim empenhar-nos, sinceramente,
na sustentação delas.
Trazes contigo
um problema a exigir solução; entretanto, já sabes que é preciso “fazer força”
para resolvê-los sem preocupações para os que te rodeiam, sob pena de
ampliar-lhe as áreas de conflito.
Adquiriste certa
enfermidade que te exaure as energias; contudo, é aconselhável te limites ao
tratamento discreto, sem que te desmanches na queixa de modo a que não agraves sintomas
na imaginação dos que te ouvem, com possibilidades de te agravarem a situação.
Tens o lar em
desajuste, reunindo espíritos antagônicos, corporificados em resgates de existências
anteriores, mas o quadro geral das próprias lutas te pede devotamento máximo à serenidade
e à paciência, de maneira que os entraves domésticos não se te convertam em martírio.
Sofreste
prejuízos pela invigilancia ou incorreção de amigos em cuja afetividade se te instalava
a confiança, porém, é necessário saber sofrê-los sem exceder-te em reclamações
e críticas que acabariam atraindo forças negativas capazes de arrasar-te as
melhores possibilidades de recuperação.
Fazer força para
colaborar na tranqüilidade dos outros é hoje um imperativo a observar criteriosamente
em favor de nós mesmos.
Em verdade,
ocorrências infelizes surgem atualmente, por toda a parte; no entanto, precisamos
refletir até que ponto teremos cooperado no colapso da resistência de quantos resvalam
em desequilíbrio.
Seja onde for e
seja com quem estivermos, precisamos “fazer força” para que azedume e nervosismo,
cólera e aspereza, não apareçam nos grupos de trabalho que, porventura, integremos,
porque se nos propomos a viver no Mundo Melhor de Amanhã, é lógico nos disponhamos
a “fazer força” para construí-lo.
Livro: Momentos
de Ouro.
Espíritos
Diversos / Chico Xavier.
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