Ostensivamente,
não teremos, prejudicado a qualquer pessoa.
Do ponto de
vista do acatamento à segurança geral, carregamos a alma tranqüila.
Quantos de nós,
porém, estaremos livres de remorso pelos danos indiretos que tenhamos causado?
Não subtraímos
dinheiro à bolsa do próximo; entretanto, se caímos inadvertidamente em
pessimismo, comunicando desânimo aos companheiros, afastamo-los de
oportunidades preciosas, no terreno de vantagens corretas, com as quais talvez minorassem
muitas das grandes necessidades que nos rodeiam.
Não preterimos o
direito de nossos irmãos nas atividades profissionais a que se afeiçoam, mas se
nos prendemos com apego indébito e enfermiço a algum ou a alguns deles,
desencorajando-lhes qualquer impulso à renovação, acabamos por impedir-lhes o acesso
a encargos superiores, nos quais teriam efetuado maior prestação de serviço em apoio
da Humanidade.
Não roubamos a
alegria dos semelhantes; todavia, se entramos em desespero, sempre
injustificável, instilamos desalento e amargura naqueles que mais amamos,
aniquilando-lhes a coragem.
Não traímos a
ordem, mas toda vez que desertamos, sem claro motivo, do dever que nos cabe,
estragamos a confiança naqueles que nos procuram ação ou cooperação, frustrando,
de algum modo, a harmonia de que carecem na sustentação da própria
tranqüilidade.
Ninguém é
trazido a viver, sentir, imaginar e raciocinar para ocultar-se.
Cada um de nós
permanece no lugar exatos, a fim de realizar o melhor que pode.
Efetivamente,
somos responsáveis pelo mal que praticamos e pelo bem que deixamos de fazer,
sempre que dispomos de recursos para fazê-lo.
E ao lado das
culpas que trazemos por ofensas declaradas ou por omissões em serviço, temos
ainda as que nascem dos golpes duplos que desferimos, sobre os quais raramente
meditamos: — aqueles do mal que causamos aos outros, depois de causá-lo a nós.
Livro: Estude e
Viva.
Emmanuel / André
Luiz.
Chico Xavier e
Waldo Vieira.
Estudando O
Livro dos Espíritos – Allan Kardec
O bem e o mal
642. Para agradar
a Deus e assegurar a sua posição futura, bastará que o homem não pratique o
mal?
Não; cumpre-lhe fazer o bem no limite de suas
forças, porquanto responderá por todo mal que haja resultado de não haver
praticado o bem.
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