0949/LE
A nossa
consciência nos mostra um campo imensurável de sensibilidades indescritíveis,
que ainda desconheces nas lides do mundo. O Espírito ainda desconhece muito das
suas reações.
A intimidade da
alma guarda, em sua gênese, a chama do próprio Deus.
Existem milhares
de livros sobre o Espírito e Deus, no entanto, quase nada em relação ao que se
tem de aprender sobre esses segredos da vida, em se falando das raízes mais
profundas. O Espírito veste e se reveste de muitos corpos, que podemos dizer
incontáveis na matemática humana. Quando há necessidade, são criadas vestes
compatíveis com a sua necessidade, assim como desaparecem envoltórios dos quais
não mais precisa.
A mente central
é um fulcro de energias divinas, que ainda dormem em relação ao Soberano Criador
de todas as coisas. Se queres conhecer a Deus com mais segurança que a
sabedoria pode te dar, começa pelo corpo físico na sua anatomia grandiosa, como
sendo ele a maravilha das maravilhas. Desse modo, passarás a respeitar mais
Aquele que é tudo para nós: Deus. O homem vive rodeado de maravilhas vivas; por
que procurar a morte? Por que se desfazer de um corpo que é a base, o primeiro
degrau para a felicidade? Deves compreender e sentir as bênçãos de Deus mais
visíveis para todos nós na personalidade de Jesus, e o seu Evangelho é como o
reflexo das leis naturais. Se desejas o próprio bem, passa a meditar nos
escritos simples da Boa Nova, que encontrarás a própria vida, esquecendo a
ilusão que chamas de morte.
Se as tuas
intenções forem nobres, mesmo diante do teu erro, Deus atenua as faltas, porém,
sempre serás chamado às contas, para que possas compreender a harmonia da vida.
Muitas coisas devem ser feitas pelos homens; para tanto, eles receberam uma
inteligência que corresponde à razão. Eles devem usá-la, e o Senhor se aproxima
das criaturas pelas suas inúmeras modalidades, sem que os homens saibam, lhes
dando orientações e, por vezes, corrigindo roteiros do modo que Ele achar mais
conveniente.
“Virá o Senhor
daquele servo, em dia em que não o espera, e em hora que não sabe.” - Jesus / Mateus, 24:50.
É nesta
incerteza que deves, pela razão, andar sempre dentro das leis naturais,
respirando o amor e amando a todas as criaturas como sendo a ti mesmo. Devemos
purificar todas as nossas intenções, porque os sentimentos assinalam o que
somos nos roteiros da vida.
As leis de Deus
foram feitas porque não temos ainda o devido discernimento. Quando o amor nascer
como um sol nos nossos corações, não precisaremos mais de leis para nos guiar,
por deixarmos de ser cegos. Nós seremos as leis.
Aquele que tira
de si mesmo a vida para fugir do que fez, e que a consciência reprovou, perdeu a
fé, esmorecendo por simples obstáculo. Não deves copiar os que fizeram assim.
Procura conhecer a vida dos homens nobres e verás que eles são exemplos de vida
e não de morte.
Entrega a tua
vida ao trabalho, que esquecerás e fecharás os ouvidos às insinuações do desespero,
passando a respirar em clima de paz e de esperança. E Jesus nos ajudará de modo
mais visível aos nossos corações e Deus falará com mais ressonância nas nossas consciências.
Livro: Filosofia
Espírita – Volume XIX
Miramez / João
Nunes Maia.Miramez
Estudando O
Livro dos Espíritos – Allan Kardec.
949. O suicídio
é perdoável quando tem por fim impedir que a vergonha envolva os filhos ou a
família?
Aquele que assim
age não procede bem, mas acredita que sim, e Deus levará em conta a sua
intenção, porque será uma expiação que a si mesmo se impôs. Ele atenua a sua
falta pela intenção, mas nem por isso deixa de cometer uma falta. De resto, se
abolirdes os abusos da vossa sociedade e os vossos preconceitos, não tereis
mais suicídios.
Aquele que tira
a própria vida para fugir à vergonha de uma ação má, prova que tem mais em conta
a estima dos homens que a de Deus, porque vai entrar na vida espiritual
carregado de suas iniqüidades, tendo-se privado dos meios de repará-las durante
a vida. Deus é muitas vezes menos inexorável que os homens: perdoa o
arrependimento sincero e leva em conta o nosso esforço de reparação; mas o
suicídio nada repara.
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